sexta-feira, 29 de abril de 2011

Parto Ativo - A História e a Filosofia de uma Revolução

® Uso exclusivo concedido por Janet Balaskas
Parto Ativo - A História e a Filosofia de uma Revolução
Janet Balaskas na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
20 de Abril de 2011
Na véspera do feriado prolongado da Semana Santa, a visita da educadora perinatal Janet Balaskas à Faculdade de Saúde Pública da USP lotou o Anfiteatro Paula Souza. Estudantes e pesquisadores, profissionais da obstetrícia, usuários da saúde, e até mães com bebês aproveitaram a oportunidade de conhecer a britânica fundadora do movimento internacional pelo Parto Ativo.
A palestra Parto Ativo, a história de uma filosofia e revolução durou aproximadamente duas horas, durante as quais, Janet Balaskas e sua tradutora falaram de pé, apresentando um belo registro iconográfico. Coordenadora do Active Birth Centre em Londres, Janet compartilhou com o público a história do movimento organizado de mulheres, que há 30 anos, conseguiu denunciar e abolir práticas obsoletas e agressivas na assistência obstétrica da Inglaterra. Algumas destas ainda são rotina nos hospitais brasileiros.
Dois episódios foram marcantes neste processo: em 1982, uma passeata mobilizou seis mil ingleses que foram às ruas de Londres protestar contra as episiotomias de rotina e a imobilização das parturientes no leito. Alguns meses depois, novamente milhares de pessoas participaram de duas Conferências Internacionais pelo Parto Ativo, provocando mudanças significativas na assistência ao parto na Inglaterra.
Na USP, Janet também demonstrou algumas vantagens que os partos normais em posição vertical oferecem, como por exemplo, maior abertura do canal pélvico. Todos os presentes se levantaram para tocar seu próprio corpo e comparar o diâmetro de seu crânio com o de sua pelve, em variadas posições.
Em debate com o público, Janet Balaskas reconheceu no Programa Cegonha uma boa oportunidade para que o Brasil dê um salto de qualidade na atenção ao parto. Isso porque foi informada de que o atual plano de governo prevê investir na construção de 72 Centros de Parto Normal. Estudos recentes defendem que o parto normal – aquele sem o uso obrigatório de drogas ou procedimentos cirúrgicos – tem os melhores desfechos de saúde materna e infantil, sendo indicador da qualidade da assistência obstétrica de um país. Como disse o Ministro Padilha recente passagem pela FSP, esta política também objetiva reduzir a violência institucional no parto, questão que ganhou ampla divulgação na mídia pela pesquisa de opinião Mulheres e Gênero nos Espaços Públicos e Privados (SESC Fundação Perseu Abramo), segundo a qual, uma em cada quatro mulheres brasileiras afirma ter sofrido algum tipo de violência durante o parto.
Por fim, Janet dedicou todo apoio às obstetrizes brasileiras, especificamente às profissionais formadas pela EACH: “All power to the midwives” encerrou. Em seguida, um intenso e prolongado aplauso, com todos de pé, emocionou às lágrimas uma das figuras mais emblemáticas da humanização do parto. Além de todos nós.
Simone Diniz e Ana Carolina Franzon






Fotos: Ana Carolina Franzon
Realização:
Curso de Obstetrícia EACH-USP
Associação de Obstetrizes da USP
Faculdade de Saúde Pública da USP
GEMAS – Gênero, Maternidade, Evidências, Saúde (FSP/USP)
Apoio:

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento 2010 - em Cananéia/SP

Nos dias 20 e 22 de maio de 2010 a Parto do Princípio e o Blog Parto no Brasil organizaram a Exposição Fotográfica Parir e Nascer: do trauma ao prazer, em duas comunidades tradicionais caiçaras de Cananéia, no Vale do Ribeira, litoral sul paulista, compreendendo a área continental (Comunidade do Ariri) e insular (Comunidade do Maruja, no Parque Estadual da Ilha do Cardoso - PEIC), em comemoração à Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento - 2010.
Além da exposição, contamos com a participação de algumas mulheres, moradoras do Ariri, em uma roda de conversa sobre parto e nascimento, entre elas agentes do Programa Saúde da Família (PSF) e também Dona Enedina, parteira da localidade que com seus mais de 70 anos já atendeu cerca de cem partos; nos relatos experiências, vivências, ervas usadas, benzimentos e rezas, uma riquíssima sabedoria contida nas histórias do povo, porém essas práticas já desapareceram, pois hoje o município é atendido em outra cidade em um hospital regional.
Abaixo seguem algumas fotos:
Montagem da Exposição Fotográfica no Ariri _ Não basta ser pai, tem que participar! _
Tudo pronto!
Simplicidade e beleza!
PP & SMRN
PP & E. E. Péricles Eugênio
Guilherme, o garoto curioso.
Rudá revivendo seu nascimento em casa!
Mulherada e criançada reunida!
Roda de conversa sobre parto e nascimento: o passado e o panorama atual.
Izildinha e Dona Enedina: duas gerações de parteiras no Ariri.
Ju, Bianca, agentes do PSF, Izildinha e Dona Enedina.
A organizadora e a parteira!
Em maio teremos uma nova edição do evento no Mundo todo, que c/ certeza será divulgado por aqui! Mês das Mamães, de ver lindas fotos e ter a chance de levar Parto com Amor, de Luciana e Marcelo, p/ casa, Ô delícia! Que venha maio!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Agenda Parto no Brasil

Bom dia, vamos aos eventos deste fim de abril e as novidades de maio!
Nesta quarta-feira, dia 27, no Sesc Consolação, em São Paulo capital, na R. Dr. Vila Nova, n°245, acontecerá o Seminário Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Públicos e Privado, c/ o sociólogo Gustavo Venturi - inscrição aqui! Outras datas desta palestra em outras capitais do País vocês encontram no site da Fundação Perseu Abramo - aqui!
O Blog Desabafo de Mãe entrevistou o pesquisador, assistam aqui!
Hoje também será realizado o 1º Ciclo de Debates na Faculdade de Saúde Pública (FSP/USP) - Novas tecnologias de apoio à coleta de dados, pelo Laboratório de Estudos Populacionais (LEP), das 14 às 17 horas, na Av. Dr. Arnaldo, 715 - Sala Paula Souza. O evento é aberto a qualquer interessado sem necessidade de inscrições; mais informações pelo email: lep@fsp.usp.br.
O Grupo MadreSer se reúne nesta quinta-feira, dia 28, em Sumaré/SP, para discutir as patologias comuns na gestação:
Amanhã ainda, em Curitiba/PR acontece o Encontro c/ Leonard Orr, às 19 horas, no Instituto Anauê Teiño, na R. Conselheiro Laurindo, n° 809, Conj. 709 - Centro. Leonard é o criador do Rebirthing - Renascimento; terapia holística de auto-conhecimento e transformação pessoal que dissolve traumas e padrões adquiridos desde a concepção até à primeira infância, utilizando a respiração consciente e o pensamento criativo positivo. Inscrições pelo tel.: (41) 3233-6409 ou pelo email: anaue@anauteino.com.br - vagas limitadas!
Ainda em Curitiba, Janet Balaskas realiza nesta sexta, dia 29, das 8h30 às 17 horas o workshop c/ casais grávidos, pelo Espaço Aobä, por R$220,00, c/ Inês Baylão, pelo email: ines@aobabebe.com.
Confiram outros eventos e encontros para gestantes e mães:
No Rio de Janeiro, todas às terças e quintas, c/ Angela Mattos Yoga para Gestantes:
Em São Paulo, serviços e cursos para gestantes, c/ atendimento psicológico individual e em grupo, c/ encontros semanais abertos, onde se discutem os temas que envolvem o ciclo da gravidez, parto e pós-parto, além de Curso de Preparação para o Parto, voltado para preparação da gestante e seu acompanhante para o parto normal, com dicas de como evitar uma cesárea desnecessária e ter uma experiência de parto positiva. Também Curso Cuidados com o Bebê e Pós-Parto, que visa desmistificar a chegada do bebê e simplificar a vida do casal para o pós-parto e primeiras semanas de vida de seu filho, c/ aula de Shantala. Informações e inscrições pelo tel.: (11) 7878-5164 com Simone ou pelo email: simonecortez@hotmail.com. Conheçam o blog - http://serbebesimone@blogspot.com/.
Nesta próxima segunda-feira, dia 02 acontece a 2@ Vermelha - Campanha 2001 (postaremos no dia, aguardem!) e no dia 05, Dia da Parteira, teremos em Brasília/DF a Marcha das Parteiras:
* Criações de Bia Fioretti.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Mães de Umbigo - Parteiras da Amazônia

Foi inaugurada hoje no Sesc Pompéia, em São Paulo capital, a exposição fotográfica Mães de Umbigo - Parteiras da Amazônia, c/ 53 fotografias de 2000 a 2004 do cotidiano de populações ribeirinhas durante o nascimento de seus bebês amparados por parteiras tradicionais, por Stephanie Pommez, também cineasta - informação já veiculada aqui de forma sucinta em nossa Agenda Parto no Brasil de 13 de abril.

Pelas mãos das velhas parteiras da Amazônia uma jornada íntima se inicia diariamente na busca pela renovação de vida. Morte e nascimento se unem nesse equilíbrio delicado, expresso nas faces dessas mulheres que vivenciam um momento ao mesmo tempo único e universal da existência humana. Por entre as margens dos rios amazônicos, ao tangenciar o ritmode vida que flui nas correntezas e na seiva dos troncos das florestas, é configurado a essas mulheres o poder de conservação do patrimônio cultural desta região.
O desejo pela substância vital transfigura-se em suas mãos capazes de trazerem à luz um corpo individual e ao mesmo tempo resvalar em uma prática coletiva, detentora do saber de um povo que vive em seu cotidiano as experiências proporcionadas pela intimidade com a natureza. À semelhança das profundas raízes que procuram pela seiva mais recôndita das árvores na floresta para se transformarem em verde folhagem, seu saber ancestral permite a conservação e a continuidade da vida social da população ribeirinha, evidenciando o respeito ao ciclo da vida.
A exposição fotográfica “Mães de Umbigo _ Parteiras da Amazônia” _ apresentada pelo SESC São Paulo, ao retratar as questões relativas à gravidez e ao parto em um contexto cultural diverso dos grandes centros urbanos pretende despertar o olhar à variação cultural brasileira. Para o SESC, o intuito de ampliar a educação para o olhar, nos territórios do perceptivo e do emocional propiciados pela arte, reafirma seu compromisso com a difusão cultural voltada para o exercício do pensamento. Ampliar o repertório visual reitera uma sensibilização que nos permite vislumbrar os conteúdos simbólicos presentes no coletivo que emanam da arte e convidam para a busca por variadas interpretações, fruto de uma visão atenta às diferentes modulações da paisagem humana.
Danilo Santos de Miranda - Diretor Regional do SESC São Paulo
Atividade cultural gratuita! P/ quem não é da terra da garoa e está de passagem opção imperdível, e disponível até 26 de junho - a data na minha agenda já está marcada!
De terça a sábado, das 10 às 21 horas; domingos e feriados, das 10 às 20 horas, na área de convivência do Sesc Pompéia, na R Clélia, 93 - tel.: (11) 3871-7700. C/ acesso para deficientes e s/ estacionamento.
A exposição conta ainda com uma equipe de educadores para realizar visitas com grupos agendados, que receberão as escolas agendadas pela FDE nos meses de abril, maio e junho, às 9h30 e às 14h30 - tratar pelo e-mail c/ vania@pompeia.sescsp.org.br.
Neste sábado, dia 30, a autora contará esse experiência às 15 horas, em um bate-papo c/ Ana Paula Vianna, da ong Grupo Curumim.
Outras mídias noticiaram o evento:
Catraca Livre - http://catracalivre.folha.uol.com.br/2011/04/exposicao-maes-de-umbigo-parteiras-da-amazonia-brasileira/
Revista Crescer - http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI228288-10543,00.html
CG Cesár - http://www.cesargiobbi.com.br/materia/variedades/15756/maes_de_umbigo_%E2%80%93_parteiras_da_amazonia
Conheçam também o site da fotógrafa - http://www.stephaniepommez.com/

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sorteio Relâmpago - Quanto Menor Melhor

Olá,
Começamos nossa segunda-feira c/ muita alegria, c/ um friozin batendo à porta e retirando os cobertores do armário! Muitas novidades e coisas boas p/ compartilhar!
Tive dias incríveis, intensos e inesquecíveis ao lado de Janet Balaskas e todas as maravilhosas mulheres que foram vivenciar esta oportunidade; algumas delas já tinha encontrado em outros cursos, como no de Michel Odent (confiram a Parte I e a Parte II das anotações do workshop Nascimento: da fisiologia à prática), tb pelo Espaço Aobä e no de Naoli Vinaver, pelo Instituto Anauê Teiño, ambos em Curitiba/PR, e, é sempre delicioso prosear, saber as novidades, como estão os grupos de gestantes, firmar novas parcerias, conhecer amigas virtuais, enfim, dá uma renovada explêndida!
E, semana passada passei postando o que pude aprender, mas ainda temos as fotos p/ subir e a entrevista c/ Janet, que preciso transcrever, porém, fui fuçar no meu estimado gravador de voz, ainda dos tempos da graduação, e acabei queimando-o c/ uma fonte de voltagem maior... triste! Mas, já estou a procura de outro, rs.
Antes desse feriado também dei início às entrevistas c/ antigas parteiras pelo Projeto Parteiras Caiçaras, e foi demais! O poster que apresentarei no 3o. Seminário de Humanização das Assistências Obstétrica e Neonatal, em Bauru, começou a ser confeccionado. Além disso contarei c/ parceir@s p/ lá de especiais que contribuirão c/ artigos p/ a publicação recheada de relatos e retratos dessas sábias mulheres que partejaram em solos e mares caiçaras, dentre eles/as: Sonia Lansky; Ric Jones; Naoli Vinaver; ReHuNa e Relacahupan, sendo que ainda aguardo a confirmação de outras pessoas/instituições, como o próprio Ministério da Saúde que foi convidado p/ nos contar como está a regulamentação do ofício da partería pelo órgão. E, para minha imensa satisfação logo quando acordei recebi o retorno de Mariana Massarani, que irá produzir a logotipo do trabalho, a mesma ilustradora de nossa Maria Parideira - conheçam suas lindas imagens em Muitos Desenhos! No meio disso tudo temos Bia Fioretti, queridíssima, que irá diagramar o livro, aiai, aguenta coração, bom demais!!!
Depois que contei tantas novidades vamos a nossa Promoção Relâmpago Quanto Menor Melhor!
A Quanto Menor Melhor (QM2) é uma marca de roupas modernas para bebês, de zero a três anos, c/ roupas diferentes e estilosas!
As vendas são feitas apenas pela internet pelo site www.qm2.com.br/ c/ a facilidade de comprar os produtos sem sair de casa, além disso, existe um blog de moda para bebês - http://www.quantomenormelhor.blogspot.com/, com dicas, curiosidades, saúde, tudo para facilitar a vida da mamãe.
O diferencial está nas roupas personalizadas para bebês, tendo uma designer para criar as estampas. Os produtos disponíveis são: body; camiseta; calça saruel, com modelo unissex e conjunto mamãe e bebê. Outra opção são os sapatinhos de feltro feito a mão e fornecidos pela Delicart, c/ modelos exclusivos e os produtos da Universo Materno, com slings, cadeirinha de alimentação portátil, bolsas de passeio.
A marca Quanto Menor Melhor se preocupa com o desenvolvimento dos bebês e faz roupas sem detalhes que possam causar algum incômodo, como as etiquetas de composição que ao invés de tecido, são estampadas para não dar alergia nem machucar, sempre pensando no bem estar do bebê!
Rudá já tem uma linda peça, c/ a estampa de Bob Marley, o qual ele passou seu 2o. Ano Novo!
Quem quiser aproveitar essa chance e receber uma camiseta p/ o filhote escreva nos Comentários abaixo seu nome e email, além do nome da cria e idade, já que os tamanhos vão até o n° 3. Tias, avós, dindas tb podem participar! E, divulguem e compartilhem em seus perfis de Facebook - o frete é por conta do sortead@, como de costume!
O sorteio será nesta sexta-feira, dia 29, não percam! E, aguardem, neste mês de maio teremos surpresas!

sábado, 23 de abril de 2011

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Anotações da Formação Profissional em Parto Ativo, c/ Janet Balaskas

Hoje compartilho minhas anotações pessoais colhidas durante os três maravilhosos dias que passei ao lado de 30 mulheres e Janet Balaskas, que nos privilegiou c/ tantas e ricas informações acerca do Parto Ativo. Nesta vivência além de conhecermos diversas posturas verticais que auxiliam na dor durante o trabalho de parto/parto, c/ o uso da bola Suiça, também tivemos momentos de relaxamento e respiração c/ o Yoga aplicado à gestantes, no Active Birth Centre, em Londres, além de refeições vegetarianas indianas saboreadas na Associação de Yoga do Paraná (AYPAR), onde tivemos a formação, organizada pelo Espaço Aobä, em Curitiba/PR.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM PARTO ATIVO - MÓDULO I
De 15-17 Abril de 2011 - Espaço Aobä – Curitiba/PR
Janet Balaskas - Educadora Perinatal, fundadora do Active Birth Centre, em Londres e do Parto Ativo, tendo dado aulas de preparação p/ o parto há 25 anos. Também trabalha na Hungria.
Tradução: Talia Gevard.Itálico
Dia 15
Anos 70 – Inglaterra:
Início do Movimento pelo Parto Ativo, c/ passeatas e mulheres nas ruas exigindo o direito de parir c/ dignidade e respeito.
O controle ativo do trabalho de parto/parto era uma práxis do modelo obstétrico britânico, c/ indução, monitoramento eletrônico, uso de analgesia c/ peridural e cesárea, em última instância, sendo uma das características do mundo civilizado, que extinguiu o ofício das parteiras c/ a medicalização do corpo feminino.
A obstetrícia era responsável por diagnosticar problemas e salvar vidas, especialmente c/ a cesárea moderna, porém, ao invés de ter sido um modo alternativo de parto, passou a ser realizada corriqueiramente e aplicada a todas às gestantes, o que culminou na “Cultura do Medo”, atrapalhando o processo natural do nascimento.
Na mão dos profissionais em posição deitada (litotomia), a gestante fica a mercê desse modelo obstétrico, nesta medida o Parto Ativo é uma mudança de paradigma, não só nas posições, mas uma reconquista da privacidade, liberdade e controle do corpo feminino, tendo o parto como processo fisiológico e a mulher como um mamífero.
Com a medicalização do parto, quais os resultados que vemos?
Aumento das complicações e intervenções c/ o aumento da taxa de cesáreas, o que nos demonstra uma falha da Medicina, não cumprindo seu papel.
E, como o Parto Ativo deveria ser p/ uma gestante de baixo risco?
C/ 80% de chances de ter um parto vaginal.
Mas, porque ter um bebê naturalmente? O que é o Parto Ativo? Como os bebês nasciam ao longo da História, nas mais diversas culturas?
Este é nosso ponto de partida.
Imagens de mulheres em posições verticais foram vistas pela autora em um museu em Londres, o que demonstra um comportamento universal e instintivo, presente nos genes e apreendido pelas gerações, c/ a interferência da Cultura. No entanto, o saber popular foi suplantado pelo saber médico e a Ciência.
A sabedoria feminina contribuiu ao longo da História, e nos últimos 30/40 anos pesquisas demonstram como tais práticas são benéficas, c/ a redução de medicamentos alopáticos e menores taxas de cesárea.
Anos 80 – Inglaterra:
Manifesto pelo Parto Ativo, baseado em evidências científicas – (http://partonobrasil.blogspot.com/2011/04/manifesto-pelo-parto-ativo-por-janet.html)
Os benefícios do Parto Ativo:
Sacro/cóccix – Pélvis feminina perfeita p/ o parto.
O sacro tem inúmeros nervos que massageados durante o trabalho de parto contribuem na redução da dor, além disso, a relaxina e a progesterona são hormônios que amolecem a pélvis, que se alarga cerca de dois cm.
Os ossos do crânio do bebê se acomodam na pélvis, que alargada, c/ o sacro mais móvel, dá a possibilidade da cabeça do bebê se encaixar; o sacro se levanta e se abre, um design e uma fisiologia perfeita!
A pélvis se abre de frente para trás – 1/3 a mais do que na posição deitada (supina).
Alterar a posição p/ vertical já é uma transformação!
Parto Ativo= mais espaço p/ o bebê
A pélvis se assemelha a um funil (analogia). A gravidade é uma força poderosa!
Parto Ativo= gravidade
O útero:
Como funciona o útero?
Nas contrações o útero vai p/ frente. O suplemento de sangue vai p/ o útero, placenta e bebê.
No fim da gravidez, a barriga tem um peso aproximado de 10-15 kg. De costas, todo esse peso pressiona os vasos sanguíneos – veio aorta/cava, acarretando a falta de oxigenação p/ o bebê – sofrimento fetal/cesárea.
Na posição vertical e c/ o corpo p/ frente o útero também vem p/ a frente e c/ práticas simples, como a Yoga na gravidez, os benefícios são imensos.
Posição de quatro apoios:
Como os médicos ignoram isso? Faz uso de peridural, diminuindo a oxigenação p/ o útero.
Com indução e anestesia o Parto Ativo pode também ser empregado, sendo mais seguro p/ o útero trabalhar, p/ o bebê descer e nascer.
O bebê não é passivo no trabalho de parto/parto – reflexos inatos, e realiza uma grande jornada, senão a maior delas, p/ nascer.
O bebê precisa de sua mãe!
O oxigênio dá forças p/ o bebê nascer.
A pélvis tem um diâmetro maior na entrada, de um lado ao outro. O maior diâmetro da cabeça do bebê encaixa na pélvis.
A chegada no assoalho pélvico – Músculos curvos; a rotação do bebê é de 90 graus (restituição), isso quando ele está c/ seu dorso voltado p/ o abdômen da mãe, preferencialmente à esquerda, mas qdo ele está em posição posterior, c/ suas costas voltada p/ as costas da mãe, ele precisa fazer duas rotações de 90 graus, característica de partos demorados, pressão anal e dor no sacro, ao invés de na pélvis. A explicação p/ esta posição posterior do bebê são os hábitos de vida e postura da mãe.
Ao longo da coluna e cabeça – parte mais pesada do bebê.
Posturas:
No fim da gestação é indicado às gestantes posições eretas, c/ a pélvis mais alta que os joelhos ou c/ o corpo p/ frente p/ ajudar o bebê a se posicionar.
O uso da bola de Pilates no pré-natal e no trabalho de parto – Posições.
O papel do acompanhante no trabalho de parto é oferecer apoio à gestante, pois o parto é um processo.
Assim, é benéfico trabalhar o Parto Ativo ao longo da gestação, c/ a Yoga para gestante, a partir da 16ª. semana, por exemplo.
Janet não gosta da denominação “fases” p/ o trabalho de parto/parto, pois a experiência é contínua.
1. Pré trabalho de parto > “Aquecendo”
Os hormônios se preparam p/ o parto – Ocitocina e endorfina, que aumentam no fim da gestação.
A mulher, nesse período, deve descansar, pois tais hormônios começam sua atuação no fim da gestação. A palavra é relaxar!
Nas últimas três/quatro semanas da gestação é iniciado o preparo p/ o trabalho de parto pelo próprio corpo. O pulmão do bebê começa a “amadurecer”, se expandindo, expelindo o fluído no líquido amniótico, que é aderido pela mãe até chegar ao cérebro materno, ativando a ocitocina – conexão.
Ansiedade, medo e stress dificultam o processo do trabalho de parto.
O colo uterino produz prostaglandina, que deixa macia a sua parte baixa.
2. “Amaciamento”
Colo do útero macio, contrações e afinamento desse colo.
* Janet não utiliza a expressão “contração”, e sim “ondas” (waves).
3. “Afinando” – Raiz do parto
Colo dilatado – 0-10 cm. O bebê desce, suas orelhas alcançam à pélvis e ajuda a abrir o colo do útero; c/ o bebê alto o colo tem dificuldade p/ abrir.
4. “Abertura”
Confiar no instinto durante a gestação.
5. “Completude”
Transição – Parto – Placenta
Reflexo de puxo do útero muito forte – retraí e empurra.
Na 1ª. hora até às quatro horas após o parto – Vínculo e amamentação.
Os Hormônios:
Janet cita Michel Odent que menciona o coquetel de hormônios produzidos durante o trabalho de parto/parto, como a ocitocina, produzida no hipotálamo, uma glândula situada atrás da cabeça.
Há um contínuo de ocitocina durante o trabalho de parto até a expulsão da placenta – Extraordinária produção. Através de pulsos chega até o útero da mulher, pela corrente sanguínea.
O ritmo do trabalho de parto é contração – descanso, como um ciclo.
A ação muscular do útero é Contração – Parto – Expulsão da placenta, c/ um pico de produção de ocitocina, que também está presente no orgasmo feminino e masculino, e na ejeção do leite, chamada por Odent como o “Hormônio do Amor”.
O processo do parto tem um efeito neurológico no cérebro, produzindo um comportamento maternal. A adrenalina inibe a ação da ocitocina.
Ansiedade, medo, ser observada estimulam o néocortex e inibem a produção de ocitocina. Proteção, silêncio, falta de estímulo, ambiente aquecido tornam o parto mais rápido, pois facilitam a liberação desse hormônio tímido.
Dar à luz envolve reflexos primitivos/animais, tal como quando se faz amor e ou se tem orgasmos – É necessário esquecer do mundo e deixar fluir, uma total entrega.
Privacidade e ambiente suave – Quente, escuro, isolado. Nada pode atrapalhar a atuação da ocitocina. As mulheres podem parir por elas mesmas, em um estado calmo, adormecido, introspectivo, em transe, c/ concentração e foco. A ocitocina dá alívio à dor, enviando ao sistema nervoso sinais, cujo efeito é a diminuição dessa sensação dolorosa.
Endorfina – Produzida na parte da frente da glândula pituitária, ao passo que a ocitocina na parte de trás dessa mesma glândula.
OCITOCINA – ENDORFINA > Química natural em nosso próprio corpo
Em todo o processo de nascimento mãe/bebê recebem altos níveis desses hormônios, estimulando o comportamento maternal e a liberação de prolactina, que produz o leite materno. A produção de ocitocina é contínua após o parto, nascimento e no contato c/ o bebê, assim, para a mulher passar por essa experiência é ir muito além da dor.
Os bebês nascem sem chorar, ficam c/ os olhos abertos, prontos, formando um grande vínculo.
Na Inglaterra, após 40 semanas, as gestantes são induzidas e as taxas de cesárea estão crescendo cada vez mais.
Terapias complementares p/ acelerar e entrar em trabalho de parto contribui e muito, como a Reflexologia, uso de Mocha, Acupuntura etc.
O corpo sabe à hora de nascer e o bebê também!
A gestante precisa relaxar e se ela souber a fisiologia de seu corpo terá confiança, mas como ajudá-la? A ansiedade não é um estado natural de uma gestante. Falta compreensão da fisiologia do parto.
Parto & Sexo – Condição médica nos dias atuais.
A preparação durante a gestação deve ser holística, e contribui p/ reduzir a ansiedade.
Janet se encontra uma vez por semana c/ suas gestantes no Active Birth Centre, por duas horas p/ praticar Yoga p/ o parto ativo, sendo que é a partir da 16ª. semana que as grávidas iniciam os exercícios, geralmente. Essas aulas são mistas, c/ gestantes em todas as semanas, onde há uma troca neste processo educativo. No grupo de grávidas todas trocam e aprendem, compartilham suas experiências, tomam chá; uma vez por mês também há um encontro c/ a presença dos pais. Doulas e obstetrizes presentes no grupo se apresentam às gestantes.
Ações Afirmativas – Afirmações (programar a mente):
MEU CORPO SABE PARIR
MEU BEBÊ SABE COMO NASCER
MEU BEBÊ SABE QUANDO NASCER
MEU BEBÊ ESTÁ DESCENDO
MEU BEBÊ ESTÁ DESCENDO FACILMENTE E C/ SUAVIDADE
MEU CORPO ESTÁ SE ABRINDO
O corpo grávido após as afirmações fica mais confortável e feliz! Este trabalho de suporte é um antídoto.
Na Inglaterra as opções de assistência neonatal são: Serviço Nacional de Saúde, c/ Parto Domiciliar c/ duas obstetrizes, que recebem treinamentos extras para PD, um supervisor fica no hospital e conversa c/ as parteiras por telefone, quando necessário. Também há a possibilidade de transferência, caso necessite. Além dessa opção também existem os Centros de Parto, para partos c/ baixo risco c/ obstetrizes, s/ epidural, c/ banheiras, em um trabalho de equipe. Por fim, pode-se parir no hospital ou contratar obstetrizes particulares. Fruto do resultado de três décadas de mobilização, campanhas e trabalho direto c/ as mulheres p/ se alcançar tais práticas, mesmo assim ainda existem problemas, como falta de recurso e de obstetrizes, sendo que apenas de 15 a 20 % das mulheres britânicas tem um parto ativo.
Ocitocina sintética – Efeito nos músculos, mas não no vínculo e na produção de endorfina, levando ao aumento do sofrimento fetal e, por fim, de cesáreas > Cascatas de intervenções.
Realizar movimentos em espiral durante o trabalho de parto e parto tem uma relação c/ a energia do Universo; entregar-se conscientemente e perceber a sexualidade no parto dá a mulher o controle da situação. Bebês que nascem c/ respeito tem uma inteligência inigualável!
Parto> Processo de coragem e de autodescoberta
* A Inglaterra é um dos Países europeus pioneiros no parto na água.
Dia 16
O local do trabalho de parto:
Chão – Tapetes, lugar limpo, c/ lençóis que possam ser higienizados facilmente.
A mulher precisa manter sua energia, dormir, comer, beber água p/ ficar hidratada e ficar relaxada. Descansar do lado esquerdo. Ter apoio e segurança. Tentar dormir. Ter uma doula. Ter ajuda c/ os outros filhos.
Posições verticais durante as contrações (“waves” – ondas). Suavidade nos movimentos, respiração abdominal. Entre as “ondas” a gestante descansa na bola suíça c/ uma toalha na bola.
O trabalho de parto fica cada vez mais profundo e o Yoga é uma ferramenta muito importante p/ meditação, respiração e relaxamento, também importantes p/ a gestante passar por este momento.
Na Inglaterra os Centros de Parto indicam p/ às gestantes ficarem em casa até as “ondas” ficarem ritmadas e padronizadas, em torno de quatro a quatro minutos.
Janet nos mostra uma foto de um iceberg, c/ a maior parte dele submersa pela água, e faz uma analogia ao útero – Educação através de uma nova linguagem c/ a mulher em trabalho de parto, se necessidade de ser medicalizada.
O uso da bola suíça p/ relaxamento e respiração – Um pouco antes da “onda” chegar à gestante relaxa e respira; no topo da “onda” ela estará preparada e focada na respiração, que deve ser intensa nesse pico. O bebê oxigenado tem energia p/ o parto. A mulher deve se concentrar no pico da “onda” – A “Zona”/Partolândia. A mulher deve ficar entregue, em transe, trabalhando junto c/ a energia do parto.
Em quatro apoios – Posição muito relaxada p/ o final do trabalho de parto, c/ “ondas” rápidas, estando à mulher aterrada ao chão, c/ a mandíbula solta e a boca aberta; os sons vem de dentro, não da garganta, são guturais e naturais. C/ a cabeça mais baixa que a pelve o parto fica mais rápido no expulsivo, além de contribuir p/ o bebê mudar de posição – Janet nos mostra uma imagem de um urso polar nessa posição (analogia).
Bebê em posição c/ as costas na coluna da mãe, ocasionando dor nas costas na gestante e pressão no ânus – No início do trabalho de parto usa-se essa postura de quatro apoios, ao invés de posições verticais.
Acupuntura, Hipnose, Reflexologia e exercícios p/ auxiliar a mudança de postura do bebê.
No Centro de Parto Ativo há uma clínica de Terapias Complementares, em Londres.
Exercícios na parede p/ virar o bebê pélvico – deitada de costas, pés na parede, almofada embaixo; posição urso polar.
Pulsatilla – Homeopatia tomada em dose alta, uma única vez, contribui p/ mudança; caminhar uma hora por dia devagar, Acupuntura.
Liberar os medos – Psicoterapia.
Trabalho individual c/ a gestante.
34 semanas – Evitar o cócoras qdo o bebê está sentado.
Preparar a gestante p/ a cesárea, p/ evitar desapontamento. O bebê vem 1º. Não idealizar o parto ativo. O bebê recebe mensagens da mãe constantemente. Acolher a mulher grávida, dar carinho e atenção.
Sobre versão externa – As parteiras tradicionais relaxam muito a gestante p/ a prática, algumas inclusive tomam uma dose de bebida alcoólica e oferecem à gestante. Janet não gosta desta técnica, pois é preciso ter muita delicadeza, p/ não ser agressiva.
O útero:
Como é seu funcionamento? Ação involuntária – reflexo.
- Fibras longitudinais que trabalham na parte superior no trabalho de parto, provocando a descida do bebê;
- Fibras oblíquas que se cruzam; presença de muitas veias, muito sangue;
- Fibras concentradas na parte baixa do útero, elípticas.
Não é necessário fazer força, mas a ação já está impregnada no inconsciente das mulheres.
O útero sabe como parir o bebê!
A consciência do parto natural está voltando e é por isso que estamos aqui hoje!”. Janet Balaskas
No Reino Unido as obstetrizes usam o Partograma.
Piscinas de parto – 75% dos hospitais ingleses tem piscinas p/ o parto.
* www.activebirth.com
Usar a piscina reduz a taxa de peridural e cesárea, baseado em muitas pesquisas, assim os hospitais aderiram por questões econômicas.
O uso da água no trabalho de parto/parto - A mulher não deve entrar na água no início do trabalho de parto; aguardar os cinco/seis dedos de dilatação. Água em temperatura pouco abaixo da temperatura ambiente, se necessário ver c/ um termômetro, de 32 a 36 graus. P/ o parto, de 35 a 36, em Países quentes. O bebê tem um grau a menos que a mãe.
O que se atentar em um parto na água:
- Qdo entrar?
- Temperatura
- Profundidade da água – água até o peito, c/ os ombros expostos. Em duas/três horas a dilatação total deve ser atingida p/ parir, se isso não acontecer, ou o trabalho de parto ficar lento é indicado sair da água.
Não dizer a mulher o que fazer, pois ela é guiada por sua intuição. O ambiente favorável contribui p/ isso. Dar sugestões, mas não prescrições; não criar regras e dar liberdade.
Odent diz que a água tem efeito sobre a ocitocina – redução.
Não ter a fantasia de parir na água, pois é preciso condições que só serão conferidas durante o parto.
Teste da piscina – “Água e Sexualidade”, Michel Odent.
Reflexo de mergulho – O bebê tem a laringe fechada e não respira pelo nariz nesse momento. O estímulo é dado quando ele sai da água e o ar toca seu rosto. Tempo do corte do cordão – Não há motivo p/ cortar o cordão umbilical antes da saída da placenta. A razão de cortar o cordão apressadamente é que após a saída do bebê é introduzida ocitocina sintética p/ dequitação da placenta, que é manual e controlada pelo médico.
“Completude”-Parto – Cabeça do bebê no assoalho pélvico – “Medo fisiológico”.
Primeiro vem o cocozinho, depois o bebezinho!”. Ina May
Dia 17
No 3º. trimestre de gestação – Relaxamento e respiração; habilidade p/ relaxar e estar calma, trabalhar o medo.
Posição de relaxamento p/ o fim da gestação – Deitar do lado esquerdo p/ o bebê ter suprimento de oxigênio. Encorajar o bebê a ficar na posição esquerda.
Muito dos problemas da amamentação começam c/ o uso de medicamentos durante o parto, como a ocitocina sintética e a peridural, que dão um efeito combinado no bebê. É muito importante encontrar formas holísticas p/ empoderar a mulher, s/ o uso de alopáticos.
As características da “Completude”:
Na 1ª. parte do trabalho de parto a adrenalina é ausente, pois está inibida, mas uma vez completa a dilatação a mãe tem uma descarga desse hormônio, mas o que produz esse efeito? Segundo Odent o “medo fisiológico”.
O último dos quatro partos de Janet foi assistido por Odent em casa, c/ uso de piscina p/ o parto, porém como o mesmo teve uma parada de progressão, o obstetra pediu q ela saísse da água. Em poucos minutos sua filha caçula nasceu! Três anos antes Janet tinha tido uma cirurgia de fibrose no útero, tinha já 42 anos, e o bebê pesava mais de cinco quilos, mesmo assim, não teve nenhuma laceração.
Parecia que eu dirigia uma Ferrari, s/ freio!”. Michel Odent
Não ter durante o trabalho de parto e parto pessoas ansiosas por perto. As obstetrizes precisam estar conscientes do silêncio e privacidade. O principal equipamento é a mudança de consciência. Ensinar a mulher a se soltar, e no parto em si só é preciso esperar!
A importância da respiração, do movimento da pélvis. No parto ativo é necessário espaço p/ se movimentar, inclusive na água/piscina.
Quando ter o parto na água?
- Se os batimentos cardíacos do bebê estiver ok;
- Se a mulher quiser;
- Gemelares e pélvicos são contra indicados na água;
O ponto é que condições as mulheres precisam p/ produzir os seus hormônios naturais.
Quando o bebê está de ombros presos – Posição em pé, c/ um joelho no chão. Duas outras pessoas fazem pressão no quadril p/ abri-lo.
O índice de morte materna/neonatal por cesárea é de 55%, segundo estudos científicos.
É sobre liberdade que a gente fala!”. Janet Balaskas
Hands off!” – Sem as mãos, mas a postos.
O futuro começa c/ um pequeno passo!”. Janet Balaskas

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"Sopre Rudá para mim"

Um dos muitos momentos emocionantes que vivemos na formação em Parto Ativo c/ Janet Balaskas, em Curitiba/PR, pelo Espaço Aobä foi o relato dos três partos de Luciana e Mario Lima, gestores da organização e coordenadores do evento.
A convite de Janet, Mario foi nos contar sua experiência como acompanhante nos três partos de sua esposa Luciana, c/ a vinda de Rudá, Serena e Aysso, o caçula nascido no Brasil, já que as duas outras crianças nasceram na França.

Foi realmente lindo! A mulherada se derreteu em lágrimas!
Abaixo publico o relato do 1o. dos três partos domiciliares do casal! Para ler os outros acessem - http://aobabebe.blogspot.com/2010/03/relato-de-parto-domiciliar-serena.html; http://aobabebe.blogspot.com/search?updated-max=2010-03-08T10%3A00%3A00-03%3A00&max-results=2.
Rudá – 13/12/05

Foi em uma consulta de rotina ao médico ginecologista que soube que todo o cansaço e fome que estava sentindo ultimamente podia ser uma gravidez.
Fiquei um pouco confusa com a novidade, pois a partir daquele momento já era uma certeza. Fui logo fazer o exame de sangue. Contei apenas para a minha irmã que já ficou bastante feliz com a possibilidade.
Me sentia sensível. Fui buscar o teste sozinha, um pouco antes de fechar o laboratório. Fui até o carro para abri-lo, hesitei alguns instantes...
Estava escrito “compatível”!? Eu voltei ao laboratório e perguntei para a moça da recepção o que queria dizer “compatível”, ela explicou que queria dizer compatível com gravidez!!! Fiquei eufórica, e já chorava com um grande sorriso no rosto, uma grande confusão no coração. Esperava ler no teste: Parabéns você vai ser mamãe!!! Seja muito feliz!
Liguei imediatamente para o Mário que já estava dormindo na nossa casa em Paris. Não consegui esperar para dar a notícia de uma forma mais bonita. Logo que ouvi a sua voz, já fui dizendo: Você vai ser papai, estou grávida, a culpa não foi minha, estou tão contente... do outro lado um silêncio! Acho que ele não entendeu muito bem. Repeti várias vezes entre choros e risos que íamos ser pais! Desliguei pensando que ele iria voltar a dormir e liguei para minha irmã, que estava impaciente a espera da notícia.
Quando anunciei o resultado senti seu coração batendo de alegria. Pedi que guardasse segredo até a hora de eu chegar, pois ia encontrar com as minhas amigas antes.
Eu, a De, a Ju, a Bia, a Ana e a Gel, lá na Casa di Bel, comendo muita besteira, caldo de feijão, frango a passarinho, brigadeiro na panela, eu só no suquinho de fruta acompanhada pela Ju. Tudo normal até a hora que eu perguntei se elas sabiam ler o que dizia o teste. A tal da “compatibilidade” fez muito feliz minhas amigas aquela noite, que desde então torciam por mim e pelo meu filho. E com toda alegria já começavam a surgir várias questões sem resposta. Muita angústia! No meio de nossas fofocas, toca o telefone e ouço minha mãe soluçando do outro lado. Ela me pergunta: É verdade? Eu vou ser avó?? Por que você não me contou? Nesse meio tempo o Mário já tinha anunciado a boa nova para toda a sua família que ligou na casa dos meus pais para dar parabéns. Imagina a cara da minha mãe, recebendo os parabéns por ser avó, antes mesmo de saber da novidade!?
Me despedi das minhas amigas e fui para casa. Meu pai estava me esperando no portão com um sorriso tão grande, que não lembro de algum dia tê-lo visto. Me abraçou forte. Já me sentia aérea, como se o mundo fosse uma fumaça de vapor em torno de mim, estava super sensível e não conseguia compreender todas as mudanças de uma só vez. Uma felicidade que embriagava a razão com sentimentos se espalhava por todo o ar. Muito carinho, muitas perguntas, muita certeza.
Fui me deitar com todo o cuidado do mundo, como alguém que carrega um cristal muito valioso nas mãos. Nesse dia demorei a dormir, pois era alguém que ganhou um presente tão maravilhoso e que não quer deixa-lo nenhum instante.
Na hora do banho me fechei em mim mesma para sentir e receber essa graça. Nosso primeiro momento de intimidade. Eu e meu filho formávamos um único ser. Sentia-me como a terra que nutre o grão para que ele brote. Era isso! Dai em diante era esse meu papel, cuidar da terra.
Muita coisa achou sua explicação depois dessa notícia. A fome insaciável, o sono constante, os desejos de comer barreado, bacalhau, os mal estares e os enjôos...
No dia seguinte voltei ao médico que me examinou, presumindo uma gravidez de oito semanas.
Pediu que eu fizesse uma ecografia.
Momento mágico! O barulho de um pequeno coração que bate como as asas de um beija-flor. Foi uma breve visita que fiz ao nosso filho que crescia no meu ventre e já demonstrava toda saúde e vitalidade.
Já dizia aos outros que era o meu filho, um menino lindo! As pessoas sempre a fazer perguntas que não tinha vontade de responder, pois uma mágica, quando mostramos como ela funciona já não tem graça!
No segundo dia que nosso bebê já estava presente nas nossas vidas, o Mário me mandou um e-mail com uma lista de nomes, de meninos e de meninas, respondi qual eu tinha gostado ao mesmo tempo em que ele, a partir de então nosso filho chamava-se Rudá e todos da família já sabiam a origem e o significado do seu nome. Certeza!
Voltei para Paris com a intenção de dar à luz em Curitiba. Não sabia como funcionavam as coisas em Paris e não sabia muito bem por onde começar, ao contrário, no Brasil já tinha o médico que me acompanhava há bastante tempo e todo o conforto dos familiares. Mas ao regressar, foi conversando com uma amiga, que muito naturalmente, me perguntou se eu sabia que podia parir em casa? Certeza! Me pareceu tão lógico! Já vim dizendo ao Mário que iria dar à luz ao nosso filho em casa. Ele nunca me disse o que pensou de verdade, mas me apoiou desde o início e disse que faríamos o que fosse melhor para mim.
Foi então que a Olivia me mandou uma lista de telefones de sage-femmes (parteiras). Liguei para duas delas, e com a primeira consegui marcar consulta para o mesmo dia, mas ela já não fazia mais partos em casa, então liguei para a Françoise Bardes, que me atendeu e já pudemos conversar um pouco. Marcamos a consulta para dali alguns dias. O Mário foi comigo. Foi bem diferente de uma consulta médica, foi como uma conversa bastante íntima, onde ela nos perguntava coisas que nos faziam realmente refletir sobre a nossa decisão. Quando saímos do seu consultório tínhamos de novo mais uma certeza, que seria ela que iria nos acompanhar e nos ajudar à dar a luz ao nosso filho.
A gravidez se passava tranqüilamente. Sentia um movimento enorme em meu interior. Uma ansiedade ao mesmo tempo que uma profunda paz no coração.
Comecei então a organizar a bagunça! Tinha muita coisa na casa que precisávamos arrumar, já que receberíamos nosso filho nesse lugar tão sagrado para nós. Foi uma prova, diria mesmo uma batalha entre o que eu gostaria de fazer e o que dava para fazer. Entre convencer o Mário a fazer e fazer! Nem eu acreditava que podia ser tão organizada.
Troca armário, faz a cozinha, caminha, joga fora muita coisa... A famosa máquina de lavar roupa! Nossos amigos ajudaram bastante, a bricolar, a montar e desmontar armários, a ouvir nossas descobertas!
A reforma também teve que ser feita também “na minha casa”. Tive que fazer uma faxina nos meus sentimentos, nas minhas memórias de infância, na minha criança. Com a decisão de receber nosso filho na nossa casa, fui à luta da consciência necessária para executar esse projeto. Natação, yoga, terapia, muita leitura. Não gostava muito de falar com as pessoas a respeito da minha decisão e muitas vezes nem de ouvi-las, preferia ouvir o que me dizia meu filho e tudo que sentia dentro de mim parecia mais importante.
Senti-me mais estrangeira do que nunca. Quando contávamos do nosso projeto, os franceses perguntavam se era normal no Brasil, e no Brasil perguntavam se era normal na França. Além de ser vista mais ainda como uma estrangeira, muitas vezes considerada como irresponsável, por não prever os “riscos”. Era um sentimento paradoxal, pois sabia que em casa eu já não corria risco de episiotomia, nem de infecção hospitalar e muito menos de erro médico. Sem contar a falta de respeito que existe com os bebês no momento do nascimento. Injeções, aspirações, exames desnecessários...
Sabia que o meu parto estava se construindo a cada momento da minha gravidez e que se tudo estivesse indo bem, não tinha nenhum motivo para que não desse certo na hora h.
Aprendemos a fazer haptonomia e já com 3 meses sentíamos o bebê mexendo na minha barriga, ficávamos impressionados com a rapidez com que ele nos respondia. Nossa intimidade foi crescendo, conversava com ele o tempo todo. Foi nessa época também que compramos um pingente de coração que carregava na altura do umbigo e que emitia um agradável som de água correndo. Sempre que saia de casa levava junto com a gente esse amuleto. Cantava enquanto tomava banho.
Embora nossa vida estivesse um pouco conturbada por problemas materiais, nunca nos deixamos abater. A partir do sétimo mês de gravidez vivi momentos de mais tensão, com a reforma do atelier de pintura do Mario, que ficou quase um mês parada, nos impedindo de poder organizar a casa. Foi um momento bastante difícil para mim, pois estava muito ansiosa e queria muito ver o rostinho do meu filho, por isso me forçava a acreditar que ele viria antes do tempo previsto. Estresses desnecessários, mas inevitáveis.
Conseguimos fazer as principais arrumações antes da minha mãe chegar. A reforma do atelier ainda parada.
Com a mãe perto, não paramos, todo dia eu inventava alguma coisa para resolver. Aproveitava enormemente cada minuto com a vontade de deixar tudo pronto, pois o bebê poderia chegar a qualquer momento.
De repente me vi com “tudo pronto” e o Rudá continuava tranqüilo dando seus chutes na minha barriga. Os dias passaram a ser ainda mais longos. Não sei como minha mãe e o Mário me agüentavam, pois não parava de inventar moda. Eu achava que o bebê nasceria dia primeiro, então deixamos tudo em ordem para esse dia. Chá de fralda, os materiais que a sage-femme ia precisar... Passou dia primeiro sem que nada de diferente acontecesse, então disse que nasceria dia 8. Passou dia 8, passou dia 11, que era a data prevista pela ecografia e nada, nenhum sinal. Só então decidi aproveitar meus últimos momentos de grávida! Acordei com vontade de comer ostras!! Comemos ostras e passamos a tarde no atelier do Mário. Ele estava pintando um quadro comigo grávida, consegui ainda posar alguns instantes, mas estava cansada e com frio. Preferi ficar confortavelmente sentada na poltrona lendo e cochilando. Momento de muita intimidade e conforto.
Fomos dormir depois de alguma cantoria do Mario e da minha mãe.
Na manhã seguinte, acordei cedo com o despertador do Mario que preferiu ficar na cama. Eu fiquei lendo e pensando o que faria durante o dia e decidi que iria comprar uma calça mais confortável para depois que o neném nascesse. Voltei a dormir. O Mario acordou e foi ao banheiro. Acordei e senti um pequeno estouro embaixo da barriga, achei que era a bolsa, mas esperei antes de dizer alguma coisa. Esperei o Mario sair do banheiro, e antes de chegar já sentia a água escorrendo e também a primeira contração. O Mario se preparava para ir trabalhar, quando lhe disse que era para ele ligar para a sage-femme porque a bolsa tinha se rompido. Ele não acreditou muito, perguntou se tinha certeza, então mostrei a água já tendo a segunda contração.
A partir daí, as contrações foram regulares entre 5 minutos.
Acordamos a mãe para levá-la a um hotel. Sabia que a presença dela seria importante depois, mas aquele momento era meu apenas, e ela sabia disso. O Mario a acompanhou. Aproveitei para fazer uma faxina. Passei aspirador, escovei nosso tapete de lã de ovelha e fiz almoço. Nesse meio tempo a sage-femme chegou, trazendo o seu material para medir a freqüência cardíaca do bebê e saber como ele estava suportando as contrações. Eu já tinha 2 centímetros de dilatação e o coração do Rudá batia a 140 por minuto, ele se mexia bastante.
Ela foi embora e nos deixou eu, o Mario e o Rudá. Montamos a banheira e o Mario me ajudou a fazer uns alongamentos e treinamos as posições que me aliviavam um pouco a dor das contrações. Tomei alguns banhos, as contrações foram se intensificando. Às 5 horas da tarde a sage-femme ligou perguntando se ela poderia ir até a casa de outra paciente ou se eu já precisava dela. Eu já sentia muita dor, principalmente nas costas e ficar deitada era insuportável. Então pedi que ela viesse.
Quando ela chegou, utilizamos nossa última alternativa para diminuir a dor, que era a banheira armada no meio da sala. Fiquei ali mais ou menos 4 horas, enquanto o Mario fazia crepe de maisena para eles comerem. Eu já não comia mais nada, estava super concentrada nas contrações e conseguia repousar entre uma e outra, o que deixava o Mario um pouco preocupado, pois pensava que eu estava me entregando. Comecei a sentir muita dor e já não quis mais ficar na água. Fomos para o quarto e a Françoise confirmou que já estava com a dilatação completa. Esses momentos foram mais difíceis, pois o bebê estava demorando para descer e todo mundo estava cansado.
Já de madrugada, uma da manhã, a Françoise sugeriu que fossemos para a maternidade, pois o bebê não estava descendo. Eu fiquei furiosa, nunca pensei que pudesse sentir tanta raiva de alguém! Não queria nunca mais vê-la na minha frente, e foi então que eu levantei para tomar mais uma ducha e nesse momento senti que não agüentava mais andar, acho que o fato de ter levantado ajudou o neném a descer. Então chamei o Mario que me ajudou a sair do banheiro e me segurou de cócoras, e me motivou, pedindo que eu soprasse o nosso bebe para ele, que estava tudo bem e que dali a pouco ele estaria ali conosco, que era apenas para eu ser forte mais um pouco.
As 2:40 da manhã, do dia 13 de dezembro de 2005, no 34, rue de Lappe 75011 em Paris, vimos pela primeira vez o maior presente da nossa vida. Nosso filho amado, que sem muito alarido, cuspiu fora a água do seus pulmões, nos olhou com seus grandes olhos negros, enquanto que o Mario o pegou e o colocou sobre o meu ventre ainda cansado, para que ele sentisse o calor e a segurança do nosso amor. Ele ainda era todo molinho, como uma gelatina. O Mario cortou o cordão, guardamos a placenta para plantá-la sob uma arvore. O Rudá já procurava a teta como um bezerrinho.
Rudá nos transformou em pais!

Luciana Lima
(suspiro)
Quando li esse relato a 1a. vez não acreditava que assim como meu pequeno Rudá tinha vindo ao Mundão em nosso lar, outro, de mesmo nome também! Luciana e eu lutamos por nossos partos, fomos donas de nossos corpos e tivemos uma das mais ricas e únicas experiências femininas, empoderadas! Mães de Rudá`s!
Que outras mulheres possam assumir para si a responsabilidade de seus partos, que possam experimentar essa vivência, que possam parir c/ respeito e amor!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Agenda Parto no Brasil

Confiram as datas dos próximos eventos, incluindo as novidades para o mês de maio!
Janet Balaskas em São Paulo, capital!
Aproveitem esta oportunidade única - Janet dará um palestra gratuita na FSP-USP hoje (saibam mais aqui), e amanhã fará um workshop p/ profissionais e casais grávidos pela manhã, pelo Espaço Aobä, que trouxe a autora de "Parto Ativo" e fundadora do Active Birth Centre pela 1a. vez ao Brasil.
Em Londrina/PR, todas as quartas-feiras tem Balanço de Pano:
No início do mês, dia 05, acontece a Marcha das Parteiras, das 9 às 11 horas, em frente ao Ministério da Saúde até a Praça dos Três Poderes, em Brasília/DF, com o objetivo de chamar a atenção de autoridades públicas e sociedade para a integração efetiva da profissional Parteira (tradicional e diplomada) na assistência básica à saúde materno-infantil contribuindo, assim, para a redução da mortalidade materna e neonatal, da violência obstétrica e das vergonhosas taxas de cesarianas brasileiras.
A Anep Brasil ministra na 2a. quinzena do mês sua Formação p/ Educadores Perinatais - módulo 2, c/ Laura Uplinger, em São Paulo, na Casa Ângela:
Encerrando a divulgação, em Bauru, interior paulista, no dia 17, teremos o 3o. Seminário de Humanização das Assistências Obstétrica e Neonatal, c/ apresentação de uma palestra, por Ana Carolina, de nossa pesquisa apresentada na última Conferência Internacional de Humanização pelo Parto e Nascimento, organizada pela ReHuNa, em Brasília/DF, em novembro passado - Obstetrícia, Internet e Empoderamento. Além disso, o Projeto Parteiras Caiçaras terá um poster exposto no local.

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