quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Em tempo real!


E, neste momento nossa parceira e co-editora Ana Carolina A. Franzon está na Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo (FSP/USP) p/ sua defesa de dissertação de Mestrado em Saúde Pública, sob orientação de Simone Diniz, titulada:

"Pai e acompanhante de parto: 
perspectivas dos homens sobre o processo reprodutivo e a assistência obstétrica".


Com o nascimento de Iara, em janeiro de 2009, nasceu também uma pesquisadora, que vinda do Jornalismo migrou p/ outras terras e mares!

Entre os presentes, na banca, a Dra. Janaina Marques.

Um lindo dia p/ você, minha comadre querida! E, bora nos contar depois como é que foi mais esta conquista!!!


* Fotos de Deborah Delage.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Call the Midwife


A parteira é o elemento fundamental da vida.
Cada criança concebida no amor, ou luxúria, é nascida na dor seguida de alegria ou por uma tragédia e angústia.
Cada parto é acompanhado por uma parteira. Ela está no meio dele.
Ela vê tudo.

A série Call the Midwife, produzida por Hugh Warren, dirigida por Philippa Lowthorpe, pela BBC One retrata o dia-a-dia do Nonnatus House, c/ Jennifer Lee, por Jessica Raine, como uma jovem obstetriz que se muda p/ East London, em 1957, p/ partejar.

Em memória de Jennifer Worth (1935-2011) nos mostra o cenário de subúrbio, pobreza, e péssimas condições de vida e higiene, c/ diversos problemas de habitação, e de saúde pública, como gestantes c/ sífilis, mães c/ inúmeros bebês, como é o caso de Conchita, que pari no 1o. episódio da 1a. temporada o 25o. filho, desta vez, prematuro, em um emocionante parto.

No convento onde residem as freiras parteiras e as obstetrizes presta devoção a São Raimundo Nonato, sobrevivente por cesárea, como já nos contou Ligia M. Sena, no blog Cientista que virou mãe.

Eu comecei a ver o q o amor pode fazer.
O amor trouxe vida p/ o mundo e as mulheres p/ seus joelhos.
O amor tem o poder de machucar corações e de salvar.
O amor era como uma parteira, um elemento fundamental da vida e eu estava aprendendo a voar c/ ele.


Para quem ainda não viu, veja! Comovente, inspirador e imperdível!

* Na web é possível baixar, ou ver pelo Netflix.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mulheres na internet: uma rede ativa e cuidadora

A Maria João Almeida, do blog português Rituais Maternos nos escreveu via Facebook p/ ver a possibilidade de ajudar uma mãe brasileira que entrou em contato c/ ela, e q passa por problemas de amamentação:

"Estou a tentar ajudar uma mãe brasileira que me contactou através da página do Rituais Maternos. Ela tem um bebé de 2 meses e meio que amamenta, mas o médico receitou-lhe leite artificial devido ao baixo peso do bebé. Esta mãe gostaria muito de amamentar em exclusivo, ela vive em Goiania. Conhece ou pode indicar uma conselheira em aleitamento materno, ou consultora em lactação, ou parteira, ou doula com experiência em amamentação, ou um pediatra a favor da amamentação.... enfim alguém de confiança para ajudar esta mãe? E percebermos se de facto, neste caso, é mesmo necessário o suplemento? Obrigada! Beijinhos, Maria."

Em seguida, postamos em nosso perfil desta rede social, e também na fanpage, a procura de quem pudesse ajudar:

Quem souber de profissionais confiáveis na área, nesta localidade, por favor respondam ou repassem este post! Grata, Bianca Lanu.

Além disso, linkamos alguns profissionais q pudessem retornar, como Bianca Balassiano Najm, Aleitamento Materno, Aleitamento Promoção Proteção Apoio, Rebeca Charchar e Pati Merlin Pata.

E, quantas devolutivas tivemos! Bora conferir a prosa, q poderá auxiliar outras mães que passam por dificuldades ou falta de apoio p/ amamentar, especialmente em Goiânia.

Imagem disponível em El Parto es Nuestro.

Bianca Balassiano Najm - Vou procurar, mas enquanto isso elas pode buscar o Banco de leite mais próximo em- www.redeblh.fiocruz.br

Mariana Prata - Adicione o grupo aqui no Face Aleitamento Materno Solidário. Simone De Carvalho pode dar um help?

Rebeca Charchar - Michelle Guirado pode indicar uma consultora em Goiânia?

Flávia Ilíada - Marcela Flueti, doula experiente é possível que possa auxiliar nessa questão. Bjo e boa sorte.

Michelle Guirado - Procure o pediatra Sebastião Leite Pinto - Endereço: RUA 83, 603 - SETOR SUL - Goiânia - GO - Telefone(s): (62) 3218-2722.

Michelle Guirado - Em Goiânia temos 2 Bancos de Leite Humano, um no hospital Materno Infantil, outro na Nascer Cidadão, ambos com atendimento gratuito. A Marianna Barros, é fono e consultora de amamentação - Marianna Barros, Especializanda em Motricidade Orofacial e Consultora em Amamentação.
Celular: (62) 9980-9975.

Marcela Flueti - Meus telefones são: 3273-2276 e 8318-1717.

Simone De Carvalho - Não conheço ninguém em Goiânia, mas o Banco de leite pode ajudar muito na correção da pega.

Michelle Guirado - Eu já usei o Banco de leite do Materno e fui muito bem atendida. A Marianna participa do grupo de gestantes que eu participo, e a Marcela é uma querida, conhecida de todas, e o Sebs é o pediatra dos meus filhos, chefe do Banco de leite da Nascer Cidadão e super reconhecido quando o assunto é amamentação. Tenho certeza que por qualquer caminho ela será bem atendida, o mais importante foi pedir auxílio!!!!

Marcela Flueti - Sim, concordo com a Michelle. O Banco de leite e realmente uma opção maravilhosa e certeira. Estamos à disposição.

Aleitamento Promoção Proteção Apoio - Em Goiânia temos a Suelena Verano que poderá apoia-la.

Suelena Verano - Meu celular é 8118-0550. Pode me ligar a qualquer hora do dia ou da noite. Beijos.


Bia Câmara - Ela poderia entrar no "GVA - GRUPO VIRTUAL DE AMAMENTAÇÃO" aqui do Face... Lá pode ser que as meninas saibam de consultoras em Goiânia. Aqui vai o link para o grupo, passem para ela, ela precisa solicitar participação, para que possamos autorizar - http://www.facebook.com/#!/groups/266812223435061/

Bia Câmara - Ah! E outra dica ótima! Em Goiânia existem BANCOS DE LEITE! Ninguém melhor do que as profissionais dos Bancos de leite para ajudar! Basta ela ir até um deles... parece que em Goiânia existem DOIS bancos de leite... passe este link para ela... neste site ela pode procurar BANCOS DE LEITE em todo o Brasil - http://www.fiocruz.br/redeblh/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home&id=go

E, que lindeza de rede cuidadora que temos disponível! Basta estarmos também disponíveis p/ buscar ajuda, informar-se! É assim que nos empoderamos!

Confiram, ainda, uma postagem sobre Bancos de leite, publicada pelo Blog - Sobre Bancos de Leite.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Multimídia Parto no Brasil - Muito Além do Peso

Atual. Impactante. Reflexivo.

Muito além do peso.

Na íntegra!


Muito Além do Peso - acesse e assista!

Produção: Maria Farinha Filmes

Apoio: Instituto Alana


Leia, ainda: Se somos o que comemos, quem nossos filhos são? - De Ligia M. Sena, do blog Cientista que virou mãe.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Revista Coletiva, n. 09, um deleite

Nesta última sexta-feira pudemos conferir a Revista Coletiva, cujo tema deste número 09 é a humanização do parto, tipos de assistência, e uma gama riquíssima de material sobre o assunto!

No site, a revista se define como:

Coletiva é uma revista de divulgação científica produzida pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Nossas publicações oferecem um enfoque crítico a respeito das atividades científica e cultural, da produção e uso do conhecimento em diversas áreas do saber. Em seu conteúdo trimestral temático, apresenta reportagens elaboradas por estudantes de jornalismo, entrevistas e artigos redigidos por especialistas. Também traz seções de memória e vídeos.


Número 09 | set/out/nov/dez 2012


Gustave-Joseph Alphonse Witkowski, 1889.

"O fato de o parto ter se tornado assunto frequente na mídia, presente também nas redes sociais e rodas de conversa, pode ser encarado como um sinal de que algo vem mudando ou precisa ser mudado no cenário da assistência obstétrica brasileira.

Ao longo das últimas décadas, a mentalidade geral a respeito do parto foi se acostumando a interpretá-lo como evento médico e hospitalar. Instruídos pelos partos de novelas e filmes, nos habituamos a ligar as sirenes da preocupação ao menor sinal de trabalho de parto, como se isso fosse unicamente risco, e a corrermos para o hospital, onde, então, mulher e bebê estariam a salvo.

Cada vez mais, passamos a confiar no poder salvador do médico, na superioridade do ambiente hospitalar, na incapacidade do corpo feminino em resolver o parto por si mesmo. Aos poucos nos acostumamos a encarar com estranhamento e medo a fisiologia do parto espontâneo, e com naturalidade os nascimentos ocorridos por meio de uma cirurgia que abre, no ventre da mulher, uma via alternativa àquela já existente e que ao longo da história da humanidade veio se comprovando eficaz.

Essa acumulação de pequenas ou grandes convicções terminou por reforçar um imaginário a respeito do parto que muito condiz com o modelo de assistência médica vigente no país. Atualmente, mais da metade dos partos são cirúrgicos. Na rede particular, as estatísticas são ainda mais alarmantes: nove em cada dez mulheres dão à luz por meios operatórios. Esses dados colocam o Brasil na condição de país que mais pratica a cesariana. Se, por um lado, o aperfeiçoamento e domínio da técnica cirúrgica remete a certa ideia de progresso, cujos benefícios na redução das taxas de mortalidade materna e fetal são inegáveis; por outro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) encara como um inequívoco retrocesso a sua adoção generalizada e desregulada.

Frente a esse contexto, assistimos a um movimento de questionamento, desconstrução e desnaturalização da mentalidade que nutre e se espelha no nosso modelo de assistência. Esse movimento materializa-se na intimidade das decisões de gestantes, mães e casais que optam, por exemplo, por um parto domiciliar ou em casa de parto, pela assistência de uma parteira ou obstetriz, pelo acompanhamento de uma doula etc. É uma realidade que se consolida nos diversos grupos de discussão e apoio existentes pelo Brasil e voltados para educação perinatal.

Essa mobilização envolve profissionais de saúde, pesquisadores, feministas e simpatizantes da causa de humanização da assistência e de reflexão sobre a forma como o nascimento vem sendo tratado no país. Como tem se tornado comum em nossa época, tudo isso conta com o enorme poder da internet e das redes sociais, onde rotineiramente milhares de pessoas divulgam informações, vídeos e textos a respeito do assunto. Um movimento descentralizado e heterogêneo, que na verdade abarca várias lutas, desde as mais intimamente individuais, até as grandes causas coletivas. Trata-se de algo disforme, mas suficientemente concreto para passar a mensagem de que o modelo nacional de assistência ao parto e nascimento vem incomodando muita gente.

Com a intenção de contribuir para o debate, a Revista Coletiva dedica este número ao tema. Sendo o principal compromisso da Coletiva o de fomentar a divulgação científica na área das humanidades, o conjunto de artigos busca dar uma visão abrangente de algumas das questões levantadas no meio acadêmico a respeito do tema. A antropóloga Fabíola Rohden abre a série de artigos traçando um panorama histórico da chegada do médico à cena do parto. A popularização dessa nova configuração de assistência subjugou o modelo costumeiro, desempenhado exclusivamente por mulheres. Os dois artigos seguintes tratam justamente da atuação das parteiras tradicionais, que são realidade em várias cidades brasileiras, principalmente no Norte e Nordeste do país, quase sempre em localidades de difícil acesso. Enquanto a pesquisadora Socorro Araújo aborda o universo de atuação dessas parteiras em Pernambuco, a antropóloga Soraya Fleischer escreve a partir de sua experiência etnográfica com parteiras no Pará.

Os dois artigos seguintes aprofundam o debate sobre o cenário do parto acessível para a maioria da população. O texto das pesquisadoras Sonia Hotimsky, Janaína Aguiar e Gustavo Venturi aborda a questão da violência institucional nas maternidades brasileiras. Já o de Daphne Ratnner toma como foco os avanços das políticas públicas de humanização da atenção ao parto no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Finalmente, os dois últimos artigos abordam a questão do parto na perspectiva do feminino. O texto da socióloga Camila Melo explora a relação entre o modelo de atenção humanizada e o desenvolvimento de uma parturiente ativa, consciente de seus direitos e vontades. Já o da antropóloga Rosamaria Carneiro discute os deslocamentos conceituais em torno das ideias de risco e perigo entre as mulheres que buscam um parto humanizado.

O presente número traz ainda uma entrevista com a pesquisadora Simone Diniz e uma reportagem sobre a prática das festas de comemoração do nascimento em maternidades do Recife. A sessão Memória reúne alguns registros ligados às primeiras cesarianas realizadas com sucesso no Recife, na década de 1920. "

Fonte: http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=129&Itemid=72

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Em Entrevista, por Mariana Portella e Allan Monteiro, Simone Diniz em foco, e o debate sobre violência obstétrica:

"No Brasil, a prática obstétrica não é orientada unicamente pela ciência, mas principalmente por preconceitos de cor, gênero e status social. Esta é a opinião da pesquisadora Simone Diniz. Considerada uma das mais destacadas pesquisadoras em saúde materna, a entrevistada deste número é formada em Medicina Preventiva pela Universidade de São Paulo (USP) e há muitos anos dedica-se ao estudo da saúde pautada em questões de gênero. É professora da Faculdade de Saúde Pública, na USP, e autora de vários livros, entre eles Parto Normal ou Cesárea - o que toda mulher (e homem) deve saber (2004)."

Na íntegra: http://www.coletiva.org/site/index.php?option=com_k2&view=item&layout=item&id=127&Itemid=74

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Na sessão Artigos diversos textos:


Fragmentos da história da medicalização do parto: da indecência moral ao domínio médico
Fabíola Rohden

O ritual da caminhada: notas sobre o trabalho de parteiras marajoaras na atualidade
Soraya Fleischer

Parteiras de Pernambuco: sinopse de uma pesquisa
Maria do Socorro Araújo

A violência institucional no parto em maternidades brasileiras
Sonia Nussenzweig Hotimsky; Janaina Marques de Aguiar; Gustavo Venturi Jr.

A humanização da atenção a nascimentos e partos no SUS
Daphne Rattner

A mulher como agente do próprio parto: hierarquias de saberes e diversidade de práticas no universo de parturição
Camila Pimentel Lopes de Melo

E parto natural é arriscado, é? Notas etnográficas de experiências femininas de parto humanizado
Rosamaria Carneiro

Leiam e informem-se! 

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Além deste material a revista publicou uma sessão Memória e Vídeos!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

I Curso de Ecologia do Parto e do Nascimento, c/ Heloisa Lessa & Michel Odent, na capital paulista


O Blog Parto no Brasil tem o prazer de apoiar e convidá-l@s para:


O curso será realizado em seis encontros mensais, nas seguintes datas: 03/0307/0416/0604/0806/10;
10/11, c/ carga horária de 40 hs/aula, mais 30 hs de estudo dirigido.

Vagas limitadas a 35 pessoas. Inscrições prorrogadas, através do email: nucleodavida@casajaya.com.br, c/ Mayara Boareto.

Programação:

Fisiologia: gravidez, parto, e amamentação
A química do corpo. O coquetel hormonal e suas repercussões na mãe/bebê.
O efeito comportamental da ocitocina.
O cérebro primitivo e o neo córtex no processo do parto.
O ambiente na gravidez, parto e amamentação.

Nutrição na gestação ao pós-parto
A construção e não apenas a prevenção da saúde.
A poluição intra-uterina.
A hipótese de que somos seres adaptados à costa e para tanto necessitamos de alimentos de origem marinha.
As cadeias ômega três e ômega seis e o balanço com outras substâncias e minerais.
Hidratação e alimentação intraparto.
O ganho de peso na gestação. Como trabalhar a gestante no sentido de uma mudança de padrão alimentar que permaneça após a gestação. O olhar individualizado da cliente e das diversas fases da gestação.

História do parto e nascimento
A vivência da gestação e parto a partir das sociedades pré-agriculturais.
As midwives, surgimento e sua inserção no mundo contemporâneo.
A formação do campo obstétrico brasileiro. Médicos, enfermeiras, parteiras, doulas, educadoras perinatais, psicólogas, fisioterapeutas.
Os modelos de assistência obstétrica que coabitam o mundo contemporâneo: tecnocrático, humanista e holístico.

A Gênese do Homem Ecológico – A memória filogenética, a memória cultural
Wilheim Reich e a energia da vida.
A função do orgasmo. Crianças do futuro.
A interface do trabalho de Michel Odent / Wilheim Reich.

Pré-natal
A importância dos estados emocionais da gravidez.
O stress materno e suas consequências para o bebê.
Definição de risco obstétrico.
O efeito nocebo no pré-natal.
Os exames, quando é porque fazê-los. Ultrassonografia, cardiotocografia, Doppler, perfil biofísico fetal. O que indicam os novos estudos.
Um olhar sobre os protocolos de pré-natal no Brasil, Inglaterra e outros países.
O estabelecimento do vínculo com a cliente (na instituição ou no atendimento autônomo).
A possibilidade do plano B. Os riscos implícitos. Morte/Nascimento.
O processo do cuidar e suas implicações para quem cuida. Uma via de mão dupla.
A coleta de dados, anamnese.
A criação de uma rede de apoio com outros profissionais.
A formação de grupos e as equipes ou redes de profissionais.
Uma nova maneira de olhar os desconfortos associados á gestação.
Reconhecer / saber científico / o que fazer para aliviar .
Enjoos, cólicas, sono, azia, dores no corpo, insônia, prisão de ventre etc.

Parto
As necessidades básicas da mulher em trabalho de parto. Segurança, privacidade e proteção.
Os diferentes comportamentos da mulher em trabalho de parto de acordo com o nível de acesso a sua memória instintiva.
O reflexo de ejeção do feto e as possibilidades de experiências de transcendência.
Períodos clínicos do parto com base na fisiologia do parto.
A desmedicalização do processo de gestar e parir.
Alternativas para o alívio da dor.
Quem participa do parto? Como participa?
A participação do pai do ponto de vista fisiológico.
A masculinização do ambiente do parto.
A utilização da água nas suas diversas formas. As piscinas de parto, como surgiram. Como e quando usá-las.
O fenômeno das Doulas. Os estudos de Marshall Klaus e outros.
A epidemia de vídeos sobre a temática do parto e suas consequências nas novas gerações.
As adaptações do recém-nascido num parto fisiológico.
A primeira hora após o parto. Vacinas. Vitamina K.
O atendimento pré-natal pediátrico.
A amamentação. O Grupo de Apoio As Amigas do Peito e La Leche League.

Pós-parto
A volta a um novo ponto de equilíbrio. As transformações hormonais. O corpo tem suas razões.
O turbilhão de emoções e sensações. A angústia genital de mães que amamentam.
O entendimento do resguardo a partir de uma visão de outras culturas.
Criação de rede de apoio familiar e de amigos no pós-parto.
O vínculo com o profissional. A despedida do grupo e outras possibilidades.
A placenta. Seus significados. O que fazer com ela. Pílulas de placenta (China), descarte junto ao material de instituições de saúde, enterrar. O novo modelo: Lótus Birth.

O Período Primal
As conseqüências a longo prazo da maneira como chegamos ao mundo.
Um novo ramo de pesquisas: o Primal Health Research Center.
Aprendendo a formular novas perguntas.

Desenvolvimento fetal
A influência das experiências intraútero no desenvolvimento dos bebês.
O ambiente pré-concepcional.
Concepção consciente e a Ciência do Início da Vida.
O futuro das relações dos seres humanos com o mundo dos micro-organismos.
O estabelecimento da nossa flora intestinal e as consequências no desenvolvimento do nosso sistema imunológico.
A importância do contato pele a pele na primeira hora após o parto entre mãe e bebê.
A epigenética e as consequências nas gerações futuras da maneira como nascemos
A web como ferramenta de acesso ao conhecimento.
Os jornais científicos mais importantes e a arte de associar palavras chaves.

Observação: Os temas não necessariamente serão ministrados nesta ordem.

Sobre os palestrantes:

Heloísa Lessa é enfermeira-obstetra/parteira e Doutora em Enfermagem. Atende partos planejados em casa, no Rio de Janeiro, desde 1989. Tem experiência de trabalho com parteiras tradicionais e a população indígena. É internacionalmente conhecida.

Michel Odent é um obstetra francês conhecido pelos conceitos de sala de parto como a casa e da utilização de piscinas de parto. Fundador do centro de pesquisa Primal Heath Research Center em Londres. É autor de 12 livros publicados em 22 idiomas e mais de 50 artigos científicos.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Conexão Futura - Direitos da Grávida - 18/02/2013

Foi ao ar nesta segunda-feira, ao vivo, gravado no estúdio do Conexão Futura, no Rio de Janeiro, e apresentado por Thiago Gomide, um debate sobre direitos das gestantes, c/ a presença da Juíza do Trabalho Daniela Müller, do médico Renato Sá, da FEBRASCO, e tb Ana Carolina A. Franzon, q co-edita este Blog e está às vésperas de se tornar Mestre em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP/USP).

Ana Paula Garcia esteve, ainda, por telefone, direto de Belo Horizonte/MG e relatou c/ muita emoção a perda de seu bebê, após o parto, muito por conta das intervenções não autorizadas por ela, como falta de seu acompanhante por dado momento, uso de soro e analgesia, perca da mobilidade no trabalho de parto, estando atada a cama p/ parir, além de violências verbais ao discriminar o tipo de parto que ela e sua família desejavam, antes planejados e idealizados.

Mais que destacar os direitos constitucionais tivemos a oportunidade de ouvir sobre o trabalho das Doulas, seus benefícios e atuações, além do poder de decisão que nós mulheres temos na assistência obstétrica frente aos vários tipos de modelos disponíveis.

O tema da violência obstétrica também foi muito bem esclarecida, mesmo que rapidamente, principalmente ao ser frisado como algo velado, sendo rotineiro, e encarado como normalidade.

Fica o gosto de quero mais, e de que c/ dedicação, amor e luta de milhares seremos milhões!

Confiram, abaixo:



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Antes de ir ao ar na web, Ana compartilhou conosco um breve relato de agradecimento:

Um SUPER agradecimento aos jornalistas produtores, ao apresentador Tiago, e ao editor do programa Conexão Futura - por pautarem tão importante tema para as mulheres: os direitos daquelas que engravidam, direitos trabalhistas e especialmente o direito à saúde e a melhor assistência obstétrica disponível. E especialmente pelo contato acolhedor e recepcão cuidadosa - foi um grande prazer ter tido a oportunidade de conhecê-los. Nos bastidores, conheci uma juiza do TRT que teve parto domiciliar planejado com Heloisa Lessa (fala sério!!), e conversavamos felizmente sobre o Congresso de Honolulu, do qual ela participou, e outras coisitas caras aos defendores de uma assistência ao parto mais amigável as mulheres. Conhecemos também um GO da Febrasgo administrador da Maternidade Perinatal, do Rio. Em 25 minutos de conversa, tivemos como auge das emoções o relato ao vivo e por telefone de Ana Paula Garcia, de BH-MG, com a história de sua filha que nao conseguiu sobreviver aos danos iatrogênicos, e sobre como ela transformou o 'luto em luta'. Conversamos sobre as doulas, os acompanhantes, a qualidade do pré-natal e a importância da valorização das escolhas de parto das mulheres. O desafio é IMENSO - e é sempre desalentador ouvir o discurso que culpabiliza as mulheres pelas taxas de cesáreas, pelo não cumprimento das recomendações do pré-natal, por uma gravidez incompatível com os objetivos de lucro das empresas. MUITO felizmente, hoje somos milhares de brasileiras e brasileiros bem dispostos a fazer com que as informações estratégicas sobre a assistência ao/ a experiência de parto cheguem a cada vez mais mulheres. Obrigada a todos vocês que se importam com a qualidade dos nossos serviços de saúde, e com a MISSÃO de aumentar o número de mulheres satisfeitas com a experiência do parto normal. Sinto uma imensa gratidão por poder fazer desta rede de mulheres que lutam. Um abraço enorme em Ana Paula, e em todas as mulheres que não puderam levar seus bebês para casa. Nós somos todas vocês! Bianca Lanu e Vanessa do Canal Futura, obrigada do coração. O programa sera reprisado esta noite, e em breve, estará também nos canais do Blog Parto no Brasil. 

Por Ana Carolina Franzon

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Direitos das gestantes e violência obstétrica, no Conexão Futura, do Canal Futura

O tema do programa desta segunda-feira, dia 18, no Conexão Futura são os direitos das gestantes.


Mesmo garantidos por Lei, muitas delas não sabem, sendo que, de acordo com a Rede Cegonha, em 2012, 56% das gestantes atendidas pelo SUS foram impedidas de levar acompanhantes para o trabalho de parto, parto, e pós-parto imediato, assegurado pela Lei 11.108/2005, sendo esse um direito violado.

A prioridade no atendimento médico nas instituições públicas e privadas também é outro direito ainda desconhecido pela sociedade.

No ar, às 15h35. Também acessado pela internet em: 


Ana Carolina, a convite da produção do programa tb estará nessa prosa, ao vivo, no Rio de Janeiro, p/ falar sobre violência obstétrica, assim como Ana Paula Garcia, por telefone, nos contará sua história de luta, e coragem, bem como outros profissionais da área.

Imperdível!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Multimídia Parto no Brasil - Dois partos. Duas formas de assistência

Talvez os vídeos por si só não mereçam comentários.

Neles, duas mulheres, e dois bebês. Dois partos, e dois tipos de assistência. É preciso fôlego p/ vê-los.

Deixo frisado apenas uma pergunta:

Até quando as mulheres irão aceitar, 
deitadas, e dominadas, 
trazer seus filhos ao mundo, 
sendo mutiladas, e desrespeitadas?

Assista:

Birth of Serenity



Parto Vaginal



E, marchem neste Um bilhão que se ergue em São Paulo, neste sábado!


O "Um bilhão que se ergue" (One billion rising) é um protesto global para acabar com a violência contra mulheres e meninas. Terá sua 1a edição em São Paulo, sábado, dia 16 de Fevereiro, no Museu de Arte de São Paulo (MASP) das 14:00 às 18:00 hrs. 

Evento em SP no Facebook - aqui!

Site oficial (em inglês) - http://www.onebillionrising.org/

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Um livro, muitas histórias

Quarta-feira postamos por aqui sobre o post do Mamíferas, de Kalu p/ que seus leitores enviassem dicas de livros sobre maternidade ativa, p/ ser montada uma sessão de indicações de leitura.

Esta rata de sebo mais que depressa se recordou de tantas lindas leituras que estiveram contigo desde a gestação de Rudá, até os dias de hoje. E, também compartilhou os livros já citados no Blog, inclusive p/ baixar.



A convite de Kalu me propus a escrever sobre Quando o corpo consente, escrito há seis mãos francesas - de uma gestante, sua mãe terapeuta, e uma parteira - publicado em 1997, numa deliciosa trajetória, semana a semana, da gestação de Marie.



Mais que o enredo, este livro tem uma valor muito especial p/ mim. Presente de Ana Carolina, e comentado como: "Você TEM que ler!!!".

Eu, gestando Rudá, no início do 2o. trimestre, Ana, c/ Iara nos braços, c/ três meses e Paulinha, uma amiga nossa, em Londrina/PR, num doce encontro! 
Foto: Acervo pessoal de Bianca Lanu, por Fernando Henrique. 

A cada página muita emoção, pois você se espelha na narrativa da gestante, já que muitas sensações dela também são as suas, como angústias, inquietações, alegrias, e toda esta onda que nos cobre nesta fase. Ao seu lado estão a terapeuta, que por acaso é sua mãe, que lhe passa exercícios de respiração e relaxamento, e a parteira Paule, que lhe informa sobre os períodos e etapas gestacionais.

Me lembro de uma vez que fui em uma das consultas de rotina, que fiz pelo SUS, e na fila aproveitei p/ ler um capítulo, e ao sair do encontro c/ a ginecologista quanta diferença pude vivenciar da assistência lida e a que eu tinha disponível, daquela que te trata como um número, um protocolo, que apenas mede sua altura uterina, confere exames, receita vitaminas, e nem te olha nos olhos.

P/ enriquecer a história este mesmo livro fez c/ que a cientista que virou mãe, Ligia estreitasse seus laços c/ a gente, sendo ela quem divulgou na lista Parto em Casa, de Florianópolis/SC o link p/ baixá-lo, e nos conta c/ muito amor um pouco mais, em A internet, as mulheres e as comadres: ao Parto no Brasil com carinho!

Eu, Rudá, Ligia e Clara, na Av. Beira-mar, em Cananéia/SP, em nosso reencontro, em 2011.
Foto de Frank Maia.

"Queridas! Fui verificar se os links para o livro ainda estavam válidos (estão, ufa!) e me toquei de que vcs publicaram isso no dia do nascimento da Clara. Enquanto publicavam, e digitavam meu nome, eu estava em contrações... Não dava para não sermos amigas, não é? Grande companheiras. Um beijo grande. "

O exemplar em questão está carinhosamente emprestado p/ a comadre, q inicia seu 2o. trimestre de gravidez, e nos enche de felicidade ao ver o barrigão crescer!

Rudá e Fer, num belo dia de sol e mar, no Boqueirão Sul da Ilha Comprida/SP! 
Foto: Bianca Lanu.

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Quanta gente querida ilustrando esta postagem!!!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Livros para uma Maternidade Ativa, por Mamíferas

O Carnaval se foi. O Blog andou pouco acessado por suas editoras, mesmo porque uma delas está prestes a entregar sua dissertação de mestrado, rs - Bora, Anaaaaa! Enquanto a outra que vos fala se entregou a introspecção neste feriado, na companhia de Laura Gutman, em A maternidade e o encontro com a própria sombra.

Mesmo assim, diariamente, na fanpage, muitas informações sobre o universo da assistência ao parto e suas boas práticas são compartilhadas. É só acessar - https://www.facebook.com/BlogPartonoBrasil

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E, foi também, pelo Facebook, que a página Mamíferas Mãe Mulher compartilhou um post da jornalista, doula e fotógrafa, Kalu Brum sobre leituras bacanas p/ uma gestação consciente e ativa, bem como a maternidade.


Na publicação Livros para uma Maternidade Ativa, Kalu nos convida:

A idéia é que esse post cresça com os comentários das leitoras do Mamíferas. Tem algum livro que você leu na gestação, no pós parto que foi marcante para você? Mande uma foto (se puder) da capa do livro. Se não tiver, tudo bem. A gente procura. Uma pequena sinopse do livro. Não esqueça, no email de colocar seu nome completo, idade, profissão e cidade e estado. Mande para contato@mamiferas.com

Bora participar!!!

Por lá já estão as indicações de Nascer Sorrindo, de Frédèrick Leboyer, Memórias de um homem de vidro, de Ric Jones, A maternidade e o encontro com a própria sombra, de Laura Gutman, Parto Ativo, de Janet Balaskas, Lobas e Grávidas, de Lívia Penna Firme Rodrigues.


Em nossa Loja Virtual vocês poderão encontrar alguns desses títulos, e muito mais!!!


Confiram, ainda, nossas indicações de leitura, inclusive p/ baixar, já postadas por aqui -

Mulheres que correm com os lobos e A ciranda das mulheres sábias, de Clarissa Pinkola Estés

Parteiras: escola de mulheres, de Anayansi Brenes

Parteiras Caiçaras, organizado por Bianca C. Magdalena

Manifesto pelo Parto Ativo, de Janet Balaskas

Quando o corpo consente, de Marie Bertherat, Théresè Bertherat & Paule Brung

Parto com Amor, de Luciana Benatti & Marcelo Min

Cesárea: Para Além da Ferida, de Ana Álvarez-Errecalde

Mamãe eu quero, de Sonia Hirsh

E, no post Blog Parto no Brasil mais clean outros títulos, como Dar à luz... renascer, de Livia Penna Firme Rodrigues, Parto Ativo, de Janet Balaskas, Um amor conquistado, por Elisabeth Badinter, Humanizando nascimentos e partos, de Daphne Rattner & Belkis Trench, Parto normal ou cesárea, de Simone Grilo Diniz & Ana Cristina Duarte.

Na minha estante o que não falta é leitura sobre o tema :))

Acervo pessoal de Bianca Lanu.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Multimídia Parto no Brasil - O parto no decorrer da História

Compartilhamos hoje vários vídeos integrantes do canal Mother´s Advocate, no Youtube, onde podemos assistir, em poucos minutos, um panorama da assistência obstétrica, e seu desenrolar ao longo da História, desde a Idade Antiga.

Uma preciosidade!

Agradecemos a doula Marília Mercer, tb idealizadora do Slinguru por este achado!

Bora preparar a pipoca!

Birth Images from Ancient Times - Posições p/ parir na Idade Antiga



European birth images from 1500s - Imagens de parto europeias dos anos de 1500



Birth images from 1800s - Imagens de parto de 1800



Changes in Birth Practices - Mudanças nas práticas obstétricas



Consequences of Modern Birth Practices - Consequências das práticas obstétricas modernas

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Post Extraordinário - Estadão publica: Doula a quem doer

Doula a quem doer

Apesar da resistência de hospitais, as acompanhantes de parto têm papel fundamental


02 de fevereiro de 2013 | 16h 00

Ana Cristina Duarte

Quando em 2001 o primeiro curso de formação de doulas teve lugar no Brasil, por iniciativa de um médico obstetra, ninguém poderia imaginar a importância que essas profissionais teriam num futuro tão próximo. Naquela época raras pessoas sabiam o que era uma doula e sua função. Apesar de ainda hoje se fazer muita confusão, muita gente já conhece as funções a elas atribuídas, sua importância e seu papel no cenário da assistência ao parto.

A doula Maíra Duarte ajuda a mãe Alcione Agnes uma hora após o nascimento de Giulia - www.carlaraiter.com
Foto: www.carlaraiter.com.br
A doula Maíra Duarte ajuda a mãe Alcione Agnes uma hora após o nascimento de Giulia

Doulas são mulheres treinadas para dar suporte durante o parto. Embora elas não possam executar a parte técnica da assistência, têm papel importante durante o processo, o que faz a maior diferença nos resultados. Em outras palavras, pensando num mesmo público, mesma maternidade, mesma equipe de médicos e enfermeiras, são as mulheres acompanhadas por doulas as que serão mais beneficiadas. Os estudos mostram redução de 20% nas taxas de cesariana e de 30% nos nascimentos de bebê com baixa nota nos primeiros minutos de vida, para citar alguns parâmetros, tudo isso sem nenhum efeito deletério.

Os dois modelos de atuação são as doulas do setor privado, remuneradas por seu trabalho de atendimento a clientes que as contratam, e as doulas voluntárias, que trabalham no sistema público sem conhecer anteriormente as gestantes que vão atender. Nos países do primeiro mundo, como Estados Unidos por exemplo, as doulas já estão ativas na assistência há mais de 30 anos.

No Brasil existem entre 2 mil e 4 mil doulas atuantes entre os dois setores, embora não haja um número oficial ou um cadastro único. Neste 31 de janeiro, o Ministério do Trabalho lançou a nova versão da Classificação Brasileira de Ocupações onde figura, pela primeira vez, a ocupação de doula. Não existe uma profissionalização oficial, tal qual ocorre em outras ocupações em que não há execução de procedimentos de risco para a população. Tal qual fotógrafos e cinegrafistas que adentram o recinto do parto, as doulas não executam procedimentos médicos ou de enfermagem, não oferecendo, portanto, riscos à população. As funções básicas da doula são: acompanhar, acalmar, oferecer suporte emocional e físico, realizar massagem localizada, sugerir movimentos, respirações, atitudes, enfim, uma miríade de ferramentas que ajudam a mulher a atravessar o intenso processo que é dar à luz um bebê.

Uma grande polêmica ocorreu essa semana quando dois grandes hospitais privados da capital paulista proibiram a presença de doulas nos partos, alegando risco de infecção, e recuaram após imensa repercussão na mídia e nas redes sociais. A questão, no entanto, passa longe dos alegados riscos.

Estamos falando de relações de poder, de interesses econômicos, de falta de gerenciamento do setor privado.

Uma boa parte dos hospitais privados do Brasil apresenta taxas de cesarianas superiores a 90%. As cesarianas marcadas são o pilar de sustentação financeira das maternidades privadas. Partos normais, apesar de mais seguros, causam prejuízo, ocupam imprevisivelmente o leito por muito tempo, dão trabalho à enfermagem, não têm hora para ocorrer e não podem ser controlados. Doulas, acompanhando mulheres em trabalho de parto que querem muito um parto natural, perturbam a ordem natural de um centro cirúrgico estruturado para cesarianas pré-agendadas. Doulas pedem água, alimentos e explicações. Mulheres acompanhadas de doulas desobedecem às regras da instituição, questionam, desafiam. Pais acompanhados de doulas são mais protetores e questionadores. Doulas incomodam, partos normais incomodam.

Enquanto todos os setores do nosso país não assumirem que as mulheres estão sendo roubadas em seus partos, tanto no setor privado, com suas cesarianas agendadas, quanto no setor público, com seus partos altamente medicalizados e violentos, não poderemos avançar de fato nas crises profissionais. O problema não são as doulas e sua regulamentação. O problema não são as alegadas infecções provocadas pela presença de mais um acompanhante. Estamos falando de um processo de violência coletiva que vem se perpetuando há décadas em nosso país, sob os olhos semicerrados do governo, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, do Ministério da Saúde, das secretarias.

Se nem a Lei do Acompanhante é obedecida em mais da metade das instituições paulistas, o que se dirá de uma iniciativa que deve ser tomada de livre e espontânea vontade pelas instituições para melhorar a assistência às mulheres que desejam um parto suave, prazeroso, positivo, acolhedor? Ainda temos um longo caminho a percorrer, e as doulas continuarão a ter um papel fundamental nesse processo.

ANA CRISTINA DUARTE, OBSTETRIZ PELA USP E INSTRUTORA EM CAPACITAÇÃO DE DOULAS, É COORDENADORA DO GRUPO DE APOIO À MATERNIDADE ATIVA (GAMA) E AUTORA DE PARTO NORMAL OU CESÁREA? O QUE TODA MULHER DEVE SABER - E TODO HOMEM TAMBÉM (UNESP)

Fonte: Estadão, Caderno Aliás

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Multimídia Parto no Brasil - Saudações às Doulas!

Na imprensa



Mãe leva doula e é hostilizada na hora do parto no Pró-Matre






Mariana de Mesquita explica ao Jornal da Cultura a importância da atuação das doulas no suporte ao trabalho de parto, parto e pós-parto


Fonte: Jornal da Cultura


E no ciberativismo

Mulheres movimentam as redes sociais em defesa dos direitos reprodutivos, e pela presença das doulas em todos as maternidades brasileiras. Confira as imagens.











[Imagem de Janie Paula]

[Imagem de Janie Paula]

[Imagem de Janie Paula]







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