Por Ney Cavalcanti
Foi com este nome que ficou conhecida a gripe causada pelo vírus Influenza A H1N1.
Até fevereiro deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) contabilizou apenas 16.226 casos de mortes decorrentes deste vírus. Mesmo se considerando que muitas pessoas possam ter morrido, por conta desta doença, sem que aquela Organização tivesse tomado conhecimento, a mortalidade foi extremamente menor, do que se esperava no início da pandemia.
Apenas como comparação 4000 pessoas foram assassinadas em Pernambuco no ano de 2009. Enquanto que apenas 5 casos de morte no Estado, foram atribuídas ao vírus.
Ou seja, um pernambucano quase 1000 vezes mais chance de morrer assassinado, do que por aquela virose.
Outro aspecto importante é que a mortalidade por gripe de uma maneira geral, foi menor no mundo em 2009, ano do surgimento da epidemia, do que em anos anteriores.
A prevalência da doença por outro lado se encontra estável ou diminuindo. As exceções são alguns países do norte da África e da Europa oriental.
Teria a OMS exagerado no destaque que deu a aquela virose, quando do seu surgimento?
Destaque este, que alem se tiver causado grande apreensão nas populações, imputou em muitos gastos. Na defesa da OMS, existe um forte argumento. No início, a epidemia sugeria ser muito grave, acarretando inclusive a morte em crianças, jovens e grávidas, grupos em que raramente ocorre esta terrível complicação com os vírus das gripes comuns. Felizmente esta expectativa não se confirmou.
Os críticos da atuação da OMS, no entanto argumentam que o grande destaque, só ocorreu por conta de a doença acometer indistintamente, pobres e ricos e os jovens. Caso os grupos mais afetados fossem os idosos e ou os pobres, tamanho destaque não teria havido.Lembram inclusive o tratamento que a AIDS (jovens e ricos) e a varíola (pobres) recebem. Alem disso os críticos sugerem ter havido "lobby" por parte dos laboratórios farmacêuticos, em função de lucros, que o futuro tratamento vacinal ofereceria.
A gripe comum também chamada sazonal, por ter um aumento de casos em uns determinados meses, os de menor temperatura. O agente infeccioso é um vírus Influenza dos tipos A, B e raramente C. Como sabemos, dura uns poucos dias e raramente acarreta complicações serias. As complicações estas, que quando ocorrem geralmente se manifestam em indivíduos, com imunidade diminuída: idosos, diabéticos, aidéticos, cancerosos etc.
Por conta disso muitos países, inclusive o Brasil tem programas para vacinar, anualmente estes grupos de pessoas.
A vacinação para este tipo de gripe confere uma imunidade que varia de ano para ano de 40 a 90%. O seu emprego, nestes grupos, conseguiu diminuir a incidência do numero de casos, de complicações e mortalidade, porém a sua eficiência, ainda é menor do que seria desejável.
Nos Estados Unidos, nos últimos anos, se conseguiu aumentar a proporção de idoso vacinado se 25 para 65%. No entanto a diminuição da mortalidade por gripe foi diminuta.
Quanto à vacina do vírus A H1N1 a interrogações são maiores.
Em primeiro lugar, a experiência quanto a sua eficiência e segurança ainda é pequena, em razão do pouco tempo de sua descoberta. A doença não aparece ter uma gravidade maior, na maioria os casos, do que a gripe comum. Inclusive é possível que muitos já a tenhamos tido sem que soubéssemos. O numero de casos não vem aumentando.
Por conta destes aspectos, parte das comunidades médicas e das populações, vem interrogando da validade de se vacinar contra o vírus A H1N1. Como resultado vários países estão com grandes estoques encalhados. Alemanha, Inglaterra, França entre eles a França comprou mais de 50 milhões de doses e só consegui vacinar 5 milhões de pessoas. Está inclusive procurando países para que lhe comprem a sua enorme sobra.
Apesar da experiência destes países, o Brasil já comprou 83 milhões de doses desta vacina tendo gasto mais de um BILHÃO de reais. Cifra esta, superior a destinada a todos os nossos programas vacinais: pólio, difteria,tétano, sarampo, gripe comum etc.
Em um País aonde ainda são escassos os recursos destinados a Saúde, caso a responsabilidade da decisão fosse sua, você faria esta compra? Duvido.
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