sábado, 31 de março de 2012

Multimídia Parto no Brasil - Michel Odent na Fiocruz

Saúde Primal: da concepção até o primeiro ano de vida

Foto: Michel Odent, Laura Uplinger e Maria do Carmo Leal
Informe ENSP  

Confiram a palestra que Michel Odent, médico e pesquisador do Primal Health Research Centre, Londres, na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. 

A mesa foi coordenada pela pesquisadora da ENSP, Maria do Carmo Leal, responsável pelo Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento. 

Tradução consecutiva de Laura Uplinger, psicóloga e educadora no campo de consciência pré-concepção, pré-natal e perinatal.

O evento foi realizado no dia 28 de março de 2012, na ENSP, Rio de Janeiro.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Violência Obstétrica na Espanha

Foto do Calendário 2012 La Revolución de las Rosas
Pelo Fim da Violência Obstétrica


Em setembro de 2011, a Associação El Parto es Nuestro da Espanha, denunciou publicamente, por meio de nota à imprensa, uma coleção de charges publicadas na Revista Eletrônica da SEGO (Sociedad Española de Ginecología y Obstetricia): são reproduções das mulheres em imagens degradantes.

As 21 ilustrações, todas de autoria de um infeliz Dr. Javier - médico associado à SEGO - foram publicadas sob o título infeliz 'Um Toque de Humor'. Confira as ilustrações na página Violência Obstétrica é Violência contra a Mulher. Segundo a denúncia da El Parto es Nuestro,  
"Em quase todas as revistas aparece uma charge, assinada pelo mesmo médico, em que a imagem da mulher é exibida com base em estereótipos machistas e misóginos. 
Mostra a mulher como um ser inferior, pouco inteligente, de aspecto abandonado. Ridiculariza mulheres gordas, prostitutas, idosas ou de baixo nível sócio-econômico e cultural.
Oferecem imagens de 'más práticas', que são desaconselhadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e também pela própria SEGO, como padronizadas e realizadas rotineiramente (por exemplo, parto com a mulher deitada em posição de litotomia). 
Ridicularizam as recomendações da OMS sobre o nascimento (consentimentos esclarecidos, o protagonismo ativo da mãe no parto, etc.) e suprime as mulheres da cena do parto (em muitos dos partos desenhados, das mulheres só aparecem seus genitais).
Dizer que essas caricaturas são uma clara falta de respeito pelos corpos e mentes das mulheres que buscam diariamente suas consultas, fica muito aquém do desejado.
Permitindo sua divulgação, a Sociedad Española de Ginecología y Obstetricia claramente faz piada dos processos fisiológicos femininos e das doenças e enfermidades das mulheres, menosprezando e pisoteando sem pudor sobre a genitalidade e a dignidade de suas pacientes.
Consideramos intolerável a publicação de charges de tão mau gosto em qualquer meio informativo, mas é particularmente revoltante que a origem dessas imagens com pretensões humorísticas seja uma publicação oficial da Sociedad Española de Ginecología y Obstetricia."
Fonte: Nota para a imprensa, em tradução livre

Muitos jornais repercutiram o enfrentamento desta violência institucional, midiática, simbólica, ginecológica e obstétricaA sociedade espanhola reagiu fortemente contra as (des)graças ridicularizadas nos desenhos: acesse aqui a clipagem com mais de 20 veículos da imprensa e 50 blogs


Entretanto, nenhuma ação judicial foi movida, nem mesmo no órgão de classe. Além de impune, a situação permanece silenciada por parte da SEGO há 193 dias. Nem mesmo um pedido de desculpas. 


Segundo Claudia Pariente, coordenadora de comunicação da El Parto es Nuestro, "Nossa intenção foi tornar pública a nossa rejeição da caricaturização dos problemas das mulheres por parte daqueles que buscamos para nos atender. A SEGO protegeu o caso, e salvo pelo impacto midiático, realmente não houve nenhum outro tipo de penalização neste tema."

O movimento de mulheres continuou sua luta por meio das mídias sociais. No Facebook, as mulheres criaram o grupo 'Sres. y Sras. de la SEGO no somos un chiste', e de lá, a intervenção social para o reconhecimento e enfrentamento da Violência Obstétrica 'La Revolucion de las Rosas'.


A ideia da Revolução das Rosas é coletar denúncias de violências no formato: Nome; Breve relato do caso (5 linhas no máx.); Data e maternidade. Em uma data marcada, são enviadas rosas para as maternidades denunciadas, e em cada rosa, o nome de uma mulher que tinha o direito de ter uma lembrança digna. Também articularam o envio postal de centenas de cartões com imagens de rosas para a sede da SEGO. Em cada um, uma denúncia, uma história de vida marcada pela violência obstétrica. Outra ação é a contagem dos dias que se passaram desde a denúncia pública da El Parto es Nuestro até hoje: são 193 dias sem posicionamento oficial da SEGO para com as mulheres e a sociedade espanhola.
Fonte: La Revolución de las Rosas, em tradução livre 
Jesusa Ricoy-Olariaga ('matriativista online', doula e educadora perinatal), é a fundadora da plataforma Revolução das Rosas. Em conversa para a produção deste post, Jesusa informou, de Londres, que algumas mulheres de países distantes estão fazendo contato neste mês de março de 2012: "Parece que todas as mulheres do mundo sentiram necessidade de visibilizar a este tema". 

Não dá mais para ignorar esta forma de violência contra as mulheres. Temos muito trabalho a fazer! Concorda e vem com a gente?

Estamos atualizando a página Violência Obstétrica é Violência contra a Mulher com notícias e imagens sobre o tema, posts de blogs maternos, e relatos de partos que deveriam ter sido diferentes, porque não podem ser qualificados como "assistência adequada e de boa qualidade técnica". Será um canal permanente para discussão e enfrentamento do tema. 



quarta-feira, 28 de março de 2012

Agenda Parto no Brasil

Compartilhamos em nossa agenda semanal alguns poucos eventos, entre eles o encontro p/ gestantes do Grupo MadreSer, que encerra o mês de março, e outros p/ meados de abril!





Destacamos, também, a vinda de Janet Balaskas p/ o Brasil, novamente, p/ diversas atividades e palestas, pelo Parto Ativo Brasil, que se iniciam em 11 de abril, no Rio de Janeiro/RJ - informações aqui!

terça-feira, 27 de março de 2012

Cesárea: Para Além da Ferida

Cesárea - Para Além da Ferida

Uma obra de Ana Álvarez-Errecalde em colaboração com a Associação El Parto Es Nuestro 


Estamos em festa no Blog Parto no Brasil: parimos o projeto www.partonobrasil.com.br!

Para dar boas-vindas a esta nova configuração, escolhemos brindar com vocês, nossa querida e poderosa rede de leitura, articulação e aprendizado!
O presente é este belo livro de fotografias, capa dura, que virá direto da Espanha para a sua casa! Eba! 


Recentemente, a arte desta mulher de quem você vê as fotos, explodiu diante de nossos olhos! Foi preciso revisar a obra de Ana Álvarez-Errecalde, suas repercussões, pesquisar imagens, para então apresentar El Nacimiento de mi Hija aqui no Blog Parto no Brasil, com o carinho e respeito (entre outras sensações) que também sentíamos diante do quadro.



Hoje, apresentamos um outro projeto da mesma autora. 
O livro fotográfico "Cesárea: Para Além da Ferida", produzido em colaboração 

A série inclui 30 fotografias de mulheres que tiveram cesárea, acompanhadas de curtos e precisos comentários das protagonistas.  
As imagens mostram a cicatriz física e emocional, convidando à contemplação da ferida e para além dela, em busca da reconciliação e do compromisso com uma atenção ao parto respeitosa. 
Fonte: Ana Álvarez-Errecalde   


Um grupo de mulheres me convidou para fotografar suas cicatrizes de cesáreas. Como eu não tenho experiência com parto hospitalar (meus filhos nasceram em casa), fiquei pensando em como eu poderia homenageá-las (re)tratando cada vivência com respeito. 
Nasci por uma cesárea em um época e em um país onde a cirurgia era realizada em poucas ocasiões, comumente em situações comprometedoras para a saúde. Certamente devo minha vida à esta intervenção.
Quero mostrar a história que, depois da ferida, questiona, se informa, cresce e sobretudo, ama. Me implico. O projeto me envolve. Seu ritmo acelera e me surpreende. A história encontra um maneira de contar-se, e eu a registro.
Desejo que o mostrar/ver/compartilhar/escutar seja o começo de uma reversão dos 'estigmas' e,  que, a partir da aceitação, iniciemos uma transformação.
Ana Álvarez-Errecalde (em trecho do livro) 


A Organização Mundial de Saúde recomenda que esta prática deve ser limitada a 10 a 15% dos nascimentos, mas em países como a Espanha e os EUA as cesáreas são feitas em cerca de 23% de todos os nascimentos, subindo 33% nas clínicas privadas.
Fonte: Ob Stare

Com alegria ou dor, alívio ou raiva, sempre fica uma marca (...) Com a força que surge de lembrar-se da ferida e saber-se curada.
Fonte: Ibone Olza, na Introdução 

Quer ganhar o exemplar do livro de fotografias?
Compartilhe a foto do sorteio que está em nossa página no Facebook, deixando seu nome e contato nos comentários. Acesse a foto aqui.

Serão apenas 08 dias para as inscrições! Participe!
O resultado será divulgado no feriado da Sexta-feira Santa, dia 06 de abril! 


Não tem Facebook? Escreva para partonobrasil@yahoo.com.br e saiba como participar!


Sobre a autora:
Ana Álvarez-Errecalde é mãe de três crianças que são a fonte de inesgotável inspiração. Sua obra artística inclui fotografia, vídeo e instalações. Seu livro fotográfico "Cesárea, más allá de la Herida" produzido em colaboração com a Associação El Parto es Nuestro, editado pela Ob Stare, recebeu excelentes críticas a nível internacional. Ana nasceu na Argentina e, atualmente, reside em Barcelona, na Espanha.

Sobre a editora:
"A Editora Ob Stare, fundada em 2001, é especializada em maternidade e paternidade. De Santa Cruz de Tenerife (Espanha), apoia o conhecimento e a liberdade de escolha."

Muito mais:
http://www.alvarezerrecalde.com/index.php?/projects-proyectos/cesarea-mas-alla-de-la-herida-/
http://www.facebook.com/pages/Ana-Alvarez-Errecalde/299304243282

http://blogelpartoesnuestro.com/2010/02/11/cesarea-mas-alla-de-la-herida/
http://www.facebook.com/elpartoesnuestro

http://www.obstare.com/
http://www.facebook.com/OBSTARE

segunda-feira, 26 de março de 2012

"... bactérias no meio é cultura"

Antes de dar o start, bora passar um cafezin!

Pronto. Vamos lá!

Hoje trago a publicação "Parteiras Caiçaras: relatos e retratos sobre parto e nascimento, em Cananeia, SP" lançada em 06 de dezembro de 2011, p/ baixar - aqui, onde podem ser encontrados relatos sobre partos e práticas de algumas das parteiras tradicionais caiçaras, que foram registrados e compilados, além de outros textos que narram o cenário obstétrico de nosso Brasil, por pesquisadores e profissionais da área. Trabalho apoiado pela Secretaria de Cultura, do Governo do Estado de São Paulo, pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) - 2010.

Divulgo, também, a página c/ fotos e imagens do Blog Parto no Brasil - Sessão Multimídia, que Ana c/ dedicação postou uma a uma - eita, lindeza de parceria!

Compartilho, ainda, a alegria de ter almoçado neste domingo c/ Ligia, do Cientista que virou mãe, a pequena simpática Clara e seu companheiro Frank Maia, c/ nossa família, em um delicioso e gastronômico passeio pelo Centro Histórico de Cananéia - da blogesfera p/ a vida de carne, osso, sentimentos, emoções, reencontros! Ê, mais que beleza!



E, que venha uma semana próspera p/ tod@s nós! 

sábado, 24 de março de 2012

Multimídia Parto no Brasil - El Nacimiento de mi Hija

 Díptico Fotográfico. Autorretrato "El Nacimiento de mi Hija" - 2005

Inauguración Exposición MATER, Universidad de Jaén, 2009
Fotografía de la expo: Francis J. Cano  


Tenhamos o prazer de conhecer Ana Álvarez-Errecalde
(Também no Facebook)
Desde el comienzo de mi embarazo soñaba con hacerme una foto unida a mi bebé por el cordón umbilical.
Esto surgió en un intento de contrarrestar tantas maternidades “de película” (literal y metafóricamente hablando) que tanto el cine, la publicidad y toda la historia del arte vienen enseñándonos.
Estas maternidades refuerzan el estereotipo surgido a partir de las fantasías heterosexuales masculinas, en donde existe la dualidad madre/puta, siendo sacralizado todo lo relacionado a la “madre” (maternidad con velo incluido).
Se refuerza la imagen de la mujer no como protagonista y héroe, sino como alguien enfermo, fuera de control, alguien que requiere asistencia. Una vez más, se toma a la mujer como objeto, y el objeto no sangra.
Con estas fotos me interesaba mostrar una maternidad desde mi experiencia, en donde para parir me abro, me transformo, sangro, grito y sonrío. Sonrío porque el dolor me acerca a mi hija, sonrío porque el dolor me demuestra lo fuerte que soy, sonrío porque soy protagonista, sonrío porque soy héroe.
Refutando la idea de fragilidad culturalmente aprendida, me interesa mostrarme en control de mi experiencia. Estoy de pie, con la placenta aún dentro mío, con mi bebé unida a mi por el cordón; y hago lo que me da la gana, decido cuando detenerme, hacer la foto y mostrarme.
A un nivel más histórico me interesa levantar el “velo”.
Mostrar una maternidad menos virginal. Una maternidad vista desde el arquetipo de la mujer-primal, la mujer bestia que no tiene NADA prohibido. Una maternidad no desde los ojos de Eva (el castigo divino de “parirás con el dolor de tu cuerpo“) sino vista a través de los ojos de Lucy (la primer humanoide).
Ana Alvarez-Errecalde




sexta-feira, 23 de março de 2012

O Panorama Obstétrico em Portugal


Por Maria João, autora do blog Rituais Maternos, de Portugal

A Bianca e a Carolina pediram-me para escrever sobre o panorama obstétrico português, e apesar de sentir que não tenho os conhecimentos necessários (não sou médica, nem enfermeira, nem doula), decidi aceitar o desafio baseando-me na minha própria experiência e nos testemunhos que li de outras mulheres.


O parto em Portugal ainda é muito medicalizado, quer nas instituições públicas quer nas privadas. À excepção de casos muito específicos, nos hospitais públicos tenta-se sempre 1º o parto normal, e nos hospitais privados, regra geral, prevalece a "vontade" da mulher. Mas antes de falar sobre o parto, gostaria de referir o que acontece durante a gravidez.

Confesso que não sei percentagens, mas um grande nº de mulheres em Portugal é seguida por um médico obstetra particular, mesmo que depois optem por ter o bebé num hospital público. Durante as consultas é realizada a auscultação fetal e a grávida é sempre sujeita ao toque vaginal, independentemente do tempo de gestação. Fazem-se várias ecografias ao longo da gravidez, no consultório do próprio médico ou em centros especializados. Algo que agora é muito procurado pelas futuras mães são as ecografias a 3 e a 4 dimensões.  As mulheres que optam pelo serviço nacional de saúde, são acompanhadas pelo médico de família (clínico geral) e o enfermeiro obstetra do centro de saúde da sua área de residência. Nestas consultas por vezes são feitos alguns toques vaginais e apenas são realizadas 3 ecografias obrigatórias. A partir das 37 semanas as grávidas são encaminhadas para o hospital público, onde fazem CTG e começam a ser sujeitas a toques vaginais em todas as consultas. Independentemente da mulher ser seguida no público ou no privado, é aconselhada a fazer o rastreio bioquímico, para despiste de algumas doenças genéticas do bebé. Muitas mulheres são sujeitas desnecessariamente à amniocentese (exame muito invasivo, com uma pequena probabilidade de aborto espontâneo) devido a falsos positivos do rastreio.

Aborda-se a questão física, mas raramente se dá importância à questão Emocional e Espiritual da Gravidez e do Parto. A Intuição e o Instinto há muito que desapareceram e a confiança e a segurança são apenas sentidas através dos médicos e da tecnologia. A mulher portuguesa (talvez o correcto seja, a mulher ocidental) está distante da sua Feminilidade, da sua Sexualidade, do seu Corpo e principalmente está muito muito sozinha nesta caminhada que é a Maternidade. Existe uma alienação feminina, a responsabilidade perante a gravidez e o parto tem uma carga demasiado pesada para a Mulher na nossa sociedade e por isso coloca-se inteiramente nas mãos dos médicos que ilusoriamente assumem a responsabilidade.

Esperar até às 42 semanas de gestação (tendo uma gravidez de baixo risco, sem qualquer problema) é uma raridade em Portugal. Nos hospitais públicos espera-se no máximo até às 41, mas assim que é alcançada a meta das 40 semanas, a grávida começa a ser "pressionada" sobre a indução do parto, estando ela e o bebé saudáveis. É por volta desta altura que se faz o chamado toque "maldoso", em que os profissionais de saúde tentam acelerar o início do trabalho de parto, fazendo o descolamento das membranas. Este procedimento é feito muitas vezes sem o consentimento informado da mulher.

Ainda antes de chegarem às 40 semanas, muitas mulheres são aconselhadas a fazerem induções ou cesarianas desnecessárias, sendo que estas últimas acontecem principalmente nos hospitais privados. Os motivos são os mais variados: a ecografia mostra que o bebé já está muito grande (sabe-se que as ecografias não dão valores exactos, mas sim uma aproximação), o obstetra determina que há incompatibilidade feto-pélvica (isto só é possível de saber quando a mulher já está em trabalho de parto e nunca antes), verifica-se a presença de circulares do cordão umbilical (muitas vezes não representam perigo de vida para o bebé), o médico vai de férias e a grávida precisa de sentir a segurança que o seu obstetra lhe transmite... Apesar de em 2010 a taxa de cesarianas ter descido de 33% para 31,5%, ainda está muito acima do valor recomendado pela Organização Mundial de Saúde (15%).

O parto é visto como um momento de sofrimento, a mulher é constantemente bombardeada com histórias de terror, por isso a maioria das grávidas portuguesas já dão entrada no hospital decididas a levar epidural. Claro que há partos difíceis e por vezes uma dose mínima de epidural pode, de facto, ajudar no processo. Mas o verdadeiro terror não são as dores das contracções e sim praticamente todas as intervenções que a mulher sofre quando está a parir num hospital. Em Portugal a parturiente é sujeita a vários procedimentos médicos de forma rotineira: enema, soro com ocitocina, CTG contínuo, toques vaginais constantes, amniotomia... A mulher em trabalho de parto passa o tempo todo deitada, mesmo antes de levar epidural, pois é obrigada a estar ligada ao CTG. Normalmente só permitem à mulher beber uns golinhos de água ou chá servido num mísero copinho. Raras são as mulheres que não sofrem uma episiotomia e normalmente aquando da expulsão a parturiente encontra-se deitada ou numa posição semelhante, já para não referir a manobra de Kristeller (fazer força com os braços na barriga da mulher para supostamente ajudar o bebé a nascer), muitas vezes usada pelos enfermeiros e médicos.

Normalmente a mulher portuguesa não encontra apoio e carinho quando dá entrada num hospital público para ter o seu bebé. Até pode ter a sorte de lhe calhar uma equipa simpática, mas de um modo geral está sujeita à indiferença, frieza e conhecimentos em nada respeitadores da fisiologia do parto. À parturiente só é permitido um acompanhante, que é obrigado a sair aquando da administração da epidural e no caso de se recorrer a ventosa/fórceps ou ter que se fazer uma cesariana. A juntar a isto, muitas vezes a mulher ouve comentários desagradáveis e irónicos por parte dos profissionais de saúde. Claro que também existem histórias de parto em que as mulheres se sentiram respeitadas pela equipa médica, mas acredito que sejam uma minoria. Nos hospitais privados a mulher pode ter 2 acompanhantes e normalmente permitem 1 acompanhante no caso de ser cesariana, mas também aqui não se respeita a fisiologia do parto, aliás é nestes hospitais que ocorrem a maioria das cesarianas eletivas.

As Doulas surgiram em Portugal há cerca de 7 anos, mas infelizmente ainda pouco ou nada podem fazer pelas mulheres que optam por ter os seus filhos nos hospitais. Nestas instituições a Doula é vista como uma ameaça, como alguém que vai atrapalhar o trabalho dos profissionais de saúde, com questões e sugestões nada bem-vindas. Penso que são poucas as mulheres acompanhadas por uma Doula durante o parto no hospital, mas há alguns casos (eu fui uma dessas mulheres).

Desconheço números recentes sobre o parto domiciliar em Portugal, mas segundo dados do INE (Instituto Nacional de Estatística) verificou-se um aumento destes partos até 2007. No ano 2000 houve 511 partos em casa, em 2002 nasceram mais de 700 bebés no domicílio e em 2007 nasceram 1012 bebés em casa, mais 299 do que em 2006. Penso que o motivo por trás deste aumento se relaciona com o facto da mulher querer fugir aos procedimentos invasivos e desnecessários a que é sujeita no hospital, embora acredite que existam alguns casais que optam por ter o seu bebé em casa porque é o que faz sentido para eles. No entanto, o parto domiciliar em Portugal não é regulamentado, existem poucos enfermeiros obstetras a acompanharem este tipo de parto e praticamente não há informação sobre isso.

O movimento pelo Parto Respeitado, está a crescer aos poucos em Portugal, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Existe apenas um hospital público que permite à parturiente fazer a dilatação dentro de água, numa piscina insuflável, em que os profissionais de saúde tentam respeitar a fisiologia do processo e permitir à mulher ter um parto natural. Também existe uma clínica e um hospital privado, onde mais recentemente começaram a fazer partos aquáticos, mas não sei como têm sido os desfechos da maioria desses partos. Já há alguns anos que tem vindo a ser divulgado nos meios de comunicação a possibilidade do parto natural em algumas instituições públicas e privadas, mas de um modo geral, depois na prática não é isso que acontece. Os profissionais de saúde na área da obstetrícia ainda não estão preparados de forma académica nem emocional para aceitarem o papel de serem observadores, guardiães do parto e apenas intervirem quando é, de facto, realmente necessário.

Já várias mulheres portuguesas vêem a Gravidez e o Nascimento como processos naturais, sentem-se empoderadas e questionam-se sobre os procedimentos médicos realizados nos hospitais. Mas é necessário que se dê uma mudança de mentalidade por parte dos profissionais de saúde, com uma abordagem mais humilde, sem preconceitos e aceitação de que a parturiente não precisa de (regra geral) ser tratada, mas sim acompanhada e respeitada no seu processo de parto. Sonho com o dia em que haverá "casas de parto" no meu país, locais onde as mulheres possam parir os seus filhos num ambiente respeitador, tanto da fisiologia como da espiritualidade do Nascimento. "Casas de Parto" onde os conhecimentos ancestrais sobre Gravidez e Parto sejam aliados da medicina obstétrica moderna, porque tudo seria mais fácil se pudessemos ter o melhor dos 2 mundos.

O meu nome é Maria João, sou portuguesa e autora do blog Rituais Maternos. Bióloga de formação (e vocação), acredito no poder da Mãe Natureza, no Instinto e na Energia Feminina. Mãe a tempo inteiro de um menino que nasceu de parto normal hospitalar, muito intervencionado. Escrevo para informar, empoderar e ajudar outras Mulheres, mas o que mais gosto é de aprender com as partilhas de outras Mães, porque a Maternidade é um processo de constante aprendizagem. :-)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Cesárea ou Parto Normal - Vídeo do Hospital Albert Einstein SP

Estamos em plena ação de reconhecimento e enfrentamento da Violência Obstétrica. Uma forma de violência contra a mulher ainda invisível, não legislada, não tratada da forma como gostaríamos e temos direito.

Todas as mulheres têm direito de saber as taxas de cesárea, parto, episiotomia, condução, indução e parto no leito praticadas pelas maternidades brasileiras.

O Blog Parto no Brasil está publicando hoje, aqui e nos canais do Facebook, um vídeo do Hospital Albert Einsten que compara riscos e benefícios das vias de parto: vaginal e cesárea. Veja, o hospital pratica 81% de cesáreas, e contraditoriamente, divulga muitos riscos associados à cirurgia.

O convite então é assistir ao vídeo, conferir a tabela de indicadores de 10 maternidades paulistanas (publicada recentemente pela obstetriz Ana Cristina Duarte, em seu perfil no Facebook) e refletir sobre as seguintes categorias:

Direitos reprodutivos  ·  Escolhas Esclarecidas  
Primum Non Nocere   ·   Ética Médica
                   
Fonte: Tabulações SISNAC
TabNet Win32 2.7: SINASC Nascidos Vivos
(Município de São Paulo Dados de 2011 até Outubro)
http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//cgi/deftohtm.exe?secretarias%2Fsaude%2FTABNET%2FSMS%2Fnasc_sp.def

          


O Blog Parto no Brasil defende a autonomia das mulheres! 

Todas as mulheres têm direito a informações adequadas e justas sobre os procedimentos fisiológicos ou médicos que são inerentes ao processo de parto e nascimento.

52% dos nascimentos do país ocorrem via cesariana. 
Diante deste quadro, é impossível responsabilizar apenas as mulheres por estes indicadores. Mesmo em defesa da autonomia que garante direito de escolha até para realização de uma cirurgia eletiva, pergunto: Seria possível um resultado como este, se as mulheres e as famílias fossem realmente esclarecidas?

Definição de Direitos reprodutivos: Poder de tomar decisões com base em informações seguras sobre a própria fecundidade, gravidez, educação dos filhos, saúde ginecológica, atividade sexual; e recursos para levar a cabo tais decisões de forma segura.

E você, teve essa oportunidade de escolha real?

quarta-feira, 21 de março de 2012

Agenda Parto no Brasil

... são as águas de março fechando o verão

é promessa de vida no meu coração..."


Confiram os eventos p/ este fim de março!

Audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte/MG, no dia 22/03/2012, quinta feira, às 13 horas, no plenário Amynthas de Barros, na Avenida dos Andradas, nº 3.100, Bairro Santa Efigênia, com a finalidade de debater o alto índice de cirurgias cesáreas no país, tendo em vista que, segundo o Ministério da Saúde, em 2010, o número de ocorrências desse procedimento superou o de partos normais





Sexta, dia 23, das 14:00 até às 17:00 horas, na Rua Bento Gonçalves, 48 - Monte Castelo - Campo Grande/MS, a Casa da Luz, ONG de cuidado a mulheres em todos os seus ciclos de vida, com o apoio da ReHuNa – Rede Pela Humanização do Parto e Nascimento, apresenta a proposta do Curso de Formação de Doula, em Campo Grande – Mato Grosso do Sul.

Dirigido às mulheres que desejam acompanhar mulheres grávidas na gestação, parto e pós-parto e doulas que queiram se atualizar.

O Curso de 80 horas será distribuído em 48 horas de encontros teóricos – vivenciais; 16 horas de encontros inter-módulos em grupo e 16 horas de acompanhamento a uma mulher grávida e acompanhante de escolha da cursista ou indicada pela Coordenação.








segunda-feira, 19 de março de 2012

Parto vaginal depois de cesárea

Pode?

É possível?

Mas, e os riscos?

Pois bem, nesta segunda-feira não iremos tratar dos argumentos p/ justificar um parto normal após cesárea. Iremos toca-l@s pelas imagens!

O blog El Parto es Nuestro trás belíssimas campanhas e, uma delas foi bordada por mim nesta última semana, utilizando o ponto corrente e o ponto atrás, também chamado de reverso - bora espiar! Confiram também outras fotos e trabalhos sobre o tema.




Informações - aqui!

Para finalizar, meu relato pessoal de um parto normal após cesárea - aqui!

Foto de Silmara Guerreiro

E você, também gestou e pariu depois de uma cesariana? Se sim, compartilhe conosco seu relato de parto!

sexta-feira, 16 de março de 2012

A violência invisível

Violência obstétrica é violência contra a mulher

Ter acesso à informação e aos meios para decidir e gozar do mais elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva, livre de discriminações, coerções ou violências. (Direitos Reprodutivos no Brasil, Miriam Ventura)

Hoje à tarde, na divulgação da participação ao vivo na Rádio UEL FM, lancei as seguintes inquietações aqui no Blog

i) O país, de fato, só reconhece e regulamenta as formas de violência contra as mulheres praticadas no espaço doméstico e familiar?
ii) Uma mulher brasileira que sofre maus-tratos durante internação para parto, tem mesmo é que 'se virar como pode'?
iii) A única saída de uma mulher violentada no parto/pré-natal é mesmo encaminhar sua denúncia para a direção ou ouvidoria do serviço de saúde? Ou seja, para os gestores dos serviços, que muitas vezes são também profissionais da saúde, da mesma categoria daquele que está sendo acusado? 
Respostas sugeridas: Ignorar a especificidade do gênero na questão da violência obstétrica é desconectar o problema da realidade social. Não abordar a violência no parto como "violência contra a mulher" é contribuir para a preservação do silêncio, da aceitação e da produção deste tipo de notícia aqui
Então, convido a todas e todos a ouvirem as entrevistas produzidas nos últimos dias, com Lígia Moreiras Sena, para a Rádio Brasil Atual; e, na Rádio UEL FM, o bate-papo ao vivo que Marisse Queiroz e eu tivemos com a jornalista Patrícia Zanin. E também a conferirem algumas tabulações preliminares da pesquisa informal que a Ligia publicou ontem à noite. Confiram no Cientista que Virou Mãe.

Clique aqui para ouvir a entrevista de Lígia
Clique aqui para ouvir a entrevista de Ana Carolina e Marisse
Na entrevista, nós repercutimos a lei venezuelana para erradicação de todas as formas de violência contra a mulher, que inovou ao tipificar a 'violência obstétrica' e também a 'midiática', entre outras, regulamentando mecanismos jurídico-processuais específicos. É linda. Tá aqui. E precisa nos inspirar.


Em tempo, nossa participação hoje é resultado de uma nova parceria entre o Blog Parto no Brasil, a Rádio UEL FM e o Grupo Crias na Roda: foi o início do projeto Parto Seguro e Prazeroso, uma coluna mensal dentro do programa diário Modos de Vida - Comportamento e Cultura. Será um novo espaço de comunicação por uma cultura mais amigável às mulheres e às famílias na hora do nascimento. E vocês serão sempre nossos convidados! =)

quinta-feira, 15 de março de 2012

Violência Obstétrica hoje na Rádio UEL FM

Na estreia da coluna radiofonica Parto Seguro e Prazeroso, o tema não poderia ser outro: Teste da Violência Obstétrica - Uma denúncia pública inédita em forma de Blogagem Coletiva 

Boas novas hoje no Blog Parto no Brasil!

Continue participando e
divulgando esta causa
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Há uma semana, no Dia Internacional da Mulher 2012, publicamos a Blogagem Coletiva - Teste da Violência Obstétrica, com pesquisa e chamada dos blogs Cientista que Virou Mãe, Mamíferas e Parto no Brasil, e realização de mais de 60 blogueiras de todo o país. 

Hoje, somamos mais de 1500 respostas ao Teste, e seguimos com a observação dos debates suscitados a partir da ação - e, em muitos espaços, encontramos um caminho nunca antes aberto: são vários os relatos que confirmam a naturalização e a invisibilidade dos maus-tratos que as mulheres sofrem durante pré-natal e parto. Ontem, Ligia Moreiras Sena, co-autora do Teste, publicou algumas considerações iniciais, com resultados preliminares,  no Cientista que Virou Mãe. Confira aqui.


Dia Internacional da Mulher, Rio de Janeiro, 1993
Acervo Memória e Movimentos Sociais
Fotojornalista Claudia Ferreira
Ok, o princípio da dignidade da pessoa humana garante que "nenhum ser humano pode ser submetido a tratamento desumano ou degradante", especialmente nos espaços em que ela busca acolhimento e/ou cuidado técnico especializado. 

Concordo, está na Constituição Federal de 1988, inclusive! Mas infelizmente, percebo que garantir às parturientes a defesa dos direitos dos "consumidores da saúde" ou de sua "condição de pessoa, que merece dignidade", inserindo-a em um contexto maior e equiparando-a a 'todos os seres humanos', significa necessariamente desconectar a "atenção à saúde" da realidade social

Ora, nenhum ser humano, de fato, deve ter cuidados negligenciados ou ser mau-tratado durante sua internação em um serviço de saúde. Mas, de fato, quando isso ocorre, se dá de forma mais corriqueira, mais agressiva, lesiva e danosa contra as mulheres, as pessoas negras, portadoras de deficiências, as crianças e os idosos, entre outras 'populações' igualmente 'vulneráveis'.

Em agosto de 2006, o governo brasileiro decretou a Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Antes disso, toda mulher violentada (moral, física ou sexualmente), abusada, ameaçada ou roubada por pessoas do âmbito familiar ou doméstico, tinha que se dirigir até uma Delegacia de Polícia comum para realizar a sua denúncia. Isso significava, quase que necessariamente, estar diante de um homem qualquer (um policial, um delegado, um escrivão) para explicar sua vulnerabilidade social - que, no caso, acabara tornando-se uma violência íntima, individual.

Hoje, diante desta ação do Teste da Violência, surgem algumas inquietações:
i) O país, de fato, só reconhece e regulamenta as formas de violência contra as mulheres praticadas no espaço doméstico e familiar?

ii) Uma mulher brasileira, que sofre maus-tratos durante internação para parto, tem mesmo é que se virar como pode?

iii) A única saída de uma mulher violentada no parto/pré-natal é mesmo encaminhar sua denúncia para a direção ou ouvidoria do serviço? Ou seja, para os gestores dos serviços, que muitas vezes são também profissionais da saúde, da mesma categoria profissional daquele que está sendo acusado?

E seguimos em busca dessas respostas, com a provocação de novas reflexões, mesmo que tenham que ser produzidas, conjuntamente, ineditamente, assim como estamos todas juntas pela desnaturalização dos maus-tratos no parto, sua denúncia e enfrentamento.

Sobre este assunto e pelos motivos aqui expostos, o Blog Parto no Brasil inicia hoje uma nova área da trabalho e parceria. A convite da jornalista Patrícia Zanin, do Programa Modos de Vida - Comportamento e Cultura, da Rádio UEL FM 107,9 MHz, damos início, à coluna radiofônica "Parto Seguro e Prazeroso".


O Programa Modos de Vida - Comportamento e Cultura vai ao ar diariamente, sempre às 15h, ao vivo. Uma vez por mês, até o final do ano, teremos a oportunidade ímpar de estar no estúdio com a jornalista Patrícia Zanin, para tratar de saúde materna a partir de uma perspectiva feminista, e de Saúde Pública.

Hoje, na estreia da coluna Parto Seguro e Prazeroso, vamos falar sobre o Teste da Violência Obstétrica: sobre a naturalização deste tipo de violência contra as mulheres, e os caminhos que se mostram (im)possíveis para o enfrentamento do tema. 

Com a presença ao vivo da Profa. Ms. Marisse Queiroz (Direito PUC-PR) e trechos da entrevista gravada ontem com a Coordenadora de Enfermagem da Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, de Londrina-PR, Enfermeira Regina Adário.

A coluna Parto Seguro e Prazeroso tem produção e realização da Rádio UEL FM/Programa Modos de Vida - Comportamento e Cultura, do Blog Parto no Brasil e do Grupo Crias na Roda. Apoio do Grupo de Pesquisa CNPq Gênero, Maternidade e Saúde (GEMAS/FSP/USP).

Enquanto nos preparamos para entrar no ar, a pedida é sintonizar a Rádioweb Brasil Atual e apreciar, em bom som, as palavras da companheira Ligia Moreiras Sena, sobre o que nos motivou para esta grande ação que teve a realização de mais de sessenta blogs! Acesse aqui.

terça-feira, 13 de março de 2012

Colo e Despedida da Barriga - boas práticas brasileiras

Buenos dias!

Depois de alguns dias ausentes por aqui, por conta de uma vivência c/ mulheres muito especiais, no Estado de São Paulo, hoje trago mais uma boa prática brasileira, na assistência à mulher gestante e sua família!

Os posts anteriores nos trouxeram a discussão tão pertinente sobre a violência institucional, vivida por inúmeras mulheres em todo o País, sejam nos corredores frios dos hospitais, nas vozes caladas, nos corpos deitados, nas vaginas cortadas... Debate pouco (ou quase nada) discutido pelas e entre as mulheres, que velam suas dores... Assim, é hora de falar!

Mas, p/ também nos lembrar das alegrias de gestar p/ parir, trago a prática do Colo e Despedida da Barriga feito pelas Rodas de Casais Grávidos da ONG CAIS do Parto - Centro Ativo de Integração do Ser, realizada em Olinda/PE há 22 anos, fruto da parteira tradicional Suely Carvalho, que atua há mais de 40 anos, presidente da Rede Nacional de Parteiras Tradicionais, que já amparou mais de 5.000 bebês por todo o mundo!

Ana nos trouxe o exemplo do Chá de Bençãos, organizado em Minas Gerais, pela Roda Bem-Nascer e pelo Ishtar, e nos fez (re)pensar que tipo de cuidado uma gestante necessita neste momento singular e divisor de águas que é a gestação, o trabalho de parto e o parto.

Todas às terças-feiras, a partir das 19 horas o CAIS do Parto recebe casais grávidos, mulheres com seus filhos, doulas, aprendizes de parteira e interessad@s para debater sobre assuntos ligados ao universo da gestação e parto. Como facilitadoras parteiras tradicionais que trazem à tona os aspectos fisiológicos, culturais e espirituais do nascimento de um novo Ser. Além disso as parteiras da ONG também esclarecem as grávidas que serão atendidas por elas, nos meses seguintes, tendo Suely Carvalho e sua filha Marcely Carvalho como as parteiras da casa, informando-as sobre os cuidados, a alimentação, o dia-a-dia durante os próximos nove meses, o trabalho de parto e parto, a chegada do bebê, a amamentação.

Além disso, as gestantes que estão p/ parir recebem do grupo um colo e tod@s despedem-se da barriga, a espera do nascimento! Momento muito especial, de amor, carinho, cuidado!

Estive em outubro numa dessas rodas, em Olinda, e, em janeiro deste ano participei em Bauru/SP de outra. Muita emoção!

A roda começou!

Suely Carvalho em atendimento c/ a gestante que recebeu o Colo da noite!

Colo e Despedida da Barriga de Denise Cardoso.

Denise e Anahí, a espera de Ravi!

Assim, vemos e percebemos o que uma mulher que gesta necessita, em sua essência. Calma, coragem e amor!

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No dia 17, sábado, às 10 hs. Suely Carvalho estará em Jundiaí/SP p/ uma Roda de Casais Grávidos no espaço Gerar e Nascer Humanizado Jundiaí, coordenado pos Thiana Andreotti Ferrarezi - aqui!

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