Por DENISE MENCHEN da Folha de São Paulo, no Rio de Janeiro
A partir de 2010, o SUS (Sistema Único de Saúde) passará a oferecer de forma gratuita a todas as crianças com até um ano uma vacina contra a bactéria pneumococo, que provoca meningite bacteriana, pneumonia e otite média, além de algumas formas de bronquite e sinusite.Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), as doenças pneumocócicas são as principais causas de morte de crianças menores de cinco anos que poderiam ser prevenidas com a vacinação. A entidade recomenda que todos os países incluam a vacina contra doenças pneumocócicas em seus calendários pediátricos de rotina.
A medida é fruto de acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica britânica GSK (GlaxoSmithKline). O convênio prevê a transferência de tecnologia para a Fiocruz, que, no futuro, assumirá a produção do imunizante.
Para a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, o anúncio da vacina é uma boa notícia porque a inclusão do medicamento na rede era reivindicação antiga das sociedades de imunização e pediatria.
"Essa vacina [na realidade é uma similar, a 7-valente, que protege contra sete subtipos de bactéria] existe na rede privada há quase dez anos e o próprio Programa Nacional de Imunização já comprovou a relação favorável de custo e benefício. Onde incluída, sempre trouxe excelentes resultados", afirma.
Segundo o Ministério da Saúde, o pneumococo causa cerca de 1.500 casos de meningite, 20 mil hospitalizações por pneumonia e mais de 3 milhões de casos de otite média aguda por ano no Brasil. A estimativa é que a inclusão da vacina no calendário nacional leve a uma redução de cerca de 10 mil mortes por ano em todas as faixas etárias -com a imunização das crianças, a circulação da bactéria no ambiente diminui e o efeito positivo é sentido também entre os adultos.
A vacina 7-valente, produzida pela farmacêutica Wyeth, custa cerca de R$ 500 (por quatro doses) na rede privada de saúde. "Vamos oferecer no SUS uma vacina moderna, conjugada, que hoje está acessível a uma parcela muito pequena da população", disse o ministro José Gomes Temporão.
A vacina adquirida pelo ministério será eficaz contra dez sorotipos do pneumococo.
Com isso, a cobertura passará dos atuais 70% para 82,5% dos casos registrados no Brasil.
Há ainda uma terceira vacina, também da Wyeth, que protege contra 13 sorotipos da bactéria, mas que aguarda aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Pelo acordo oficializado ontem, o governo brasileiro se compromete a adquirir cerca de 13 milhões de doses por ano da vacina da GSK, batizada de Synflorix, até que o processo de transferência de tecnologia seja concluído, o que deve ocorrer em 2017. O custo anual da compra é de R$ 400 milhões.
Segundo o Ministério da Saúde, a quantidade é suficiente para imunizar todas as 3,2 milhões de crianças nascidas a cada ano no país, que precisarão receber doses aos dois, quatro e seis meses de idade. Uma quarta injeção, de reforço, deve ser aplicada até o 12º mês de vida.
A transferência de tecnologia terá início imediato, mas a conclusão só será possível após a construção de uma nova fábrica no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio.
Novas vacinas
O acordo prevê ainda a cooperação para o desenvolvimento de vacinas contra a dengue e a malária e o aperfeiçoamento da vacina contra febre amarela, já produzida pela Fiocruz.
Ainda não se sabe quanto tempo será necessário para o desenvolvimento dos produtos. Após o registro, a Fiocruz poderá distribuí-las ao sistema de saúde pública brasileiro e fazer doações a países africanos.
Colaborou CLÁUDIA COLLUCCI.
Extraído de Folha Online - Equilíbrio e Saúde.
Olá,
ResponderExcluirno caso do contagio do bebê por meningite ou virus streptococuus agalagniae logo ´no momento do parto, a vacina pode ser dada imediatamente?
veronicasantos.neri@hotmail.com
Olá Verônica, obrigada pelo contato e por nos prestigiar em nosso blog!
ResponderExcluirSobre sua dúvida, infelizmente, não posso respondê-la, peço q vc verifique c/ seu médico, visto q realizamos a divulgação dessas e outras informações, mas não somos da área da saúde, e tb não podemos indicar medicamentos/vacinas.
Att,
Bianca