Por Uyara Queiroz Costa, mãe de Janaína Felipe Queiroz, ganhadoras da Promo em Dobro.
"Desde que descobri que estava grávida foi uma coisa muito louca. Eu vinha desejando um filho há muito tempo, acho que desde antes o curso de doula. Mas, eu planejava engravidar no início de 2010, quando tivesse terminado a faculdade. Mas, o destino se apressou e passou na minha frente e nos meus planos. A Janaína foi concebida uma semana antes de meu marido se mudar para São Paulo. Nem imaginávamos que ela já estava com a gente, porque meu médico havia dito que eu estava com cistos no ovário e outros problemas. Seria até difícil engravidar. Difícil? Não pra Janaína, rs. Então estávamos passando por dificuldades com essa mudança, tanto emocionais quanto financeiras, eu também estava em uma super crise na faculdade, quase formando e sem saber o que fazer... Foi uma gravidez super tranquila porque eu me dispus a isso. PAREI com tudo. Tranquei faculdade, fui pro grupo de gestante, yoga, curso de chacraterapia, terapia, hidroginástica, enfim esse foi o início da NOSSA RELAÇÃO. Eu sabia que o momento não era o melhor para uma gravidez, mas ela merecia o melhor de mim sempre. Eu não fui de conversar muito com ela na barriga, nem passar um creme/óleo na barriga eu conseguia (ainda bem que não apareceu nenhuma estria). E eu me sentia mal com isso. Parecia que eu não conseguia me conectar com ela. Mas, parece que assim que uma mulher fica grávida vem junto com o bebê um monstrinho chamado "culpa". Sentia-me culpada por não conversar, por não colocar músicas para ela ouvir (não tinha paciência), por não fazer visualizações e massagens na barriga – todas essas coisas que a gente sempre planeja antes de engravidar, rs. Mas, hoje eu percebo uma coisa: fiz o melhor de mim no que eu podia fazer e isso foi de grande diferença pra vida dela. É impossível fazer e ser SEMPRE perfeita. E a vida é boa por causa disso, a gente traça uma linha reta e ela nos desvia mostrando outras paisagens, outros aromas, outras experiências que vão enriquecendo. Depois que ela nasceu (Parto Domiciliar) também foi assim. Tudo que eu imaginava, todas as teorias desaparecem para dar lugar a uma mãe e uma filha únicas no universo. Não vai existir em nenhum lugar nenhuma relação igual à nossa, porque somos únicas – somos dois universos distintos se encontrando e formando algo muito belo: o amor de mãe e filha. Só que essa relação se constrói beeeem devagarzinho. Ela vai sendo mesclada pelo medo de errar, vai sendo impulsionada pela vontade de acertar. Os primeiros dias são difíceis: existe um super cansaço e muita novidade. Eu sei que quase tudo que li eu esqueci no momento que eu peguei ela nos braços. Com a amamentação meio difícil nos primeiros dias a relação também se dificulta, porque querendo ou não eu a associava com a dor na hora de mamar. E era muita dor. O melhor é observar e cuidar da pega logo na primeira mamada. Porque depois que fica tudo bem é uma delícia, maravilha amamentar. É muita doação e amor... E tem o sono perdido que faz tudo ficar um pouco mais difícil. Mas, o sono da Janaína foi ficando uma maravilha, com uns dois meses... sem forçar nada ela passou a dormir a noite toda, mas a cama é compartilhada e ela mama comigo quase dormindo. Sempre dormimos juntas.Quando meu marido está ela dorme no berço do meu ladinho. Quando ele não está dorme na minha cama, no meu lado. Isso também nos une até na respiração. Em relação a lidar com as coisas práticas do dia a dia é fácil, a gente vai se habituando ao tempo. Banho, limpeza, trocas de fraldas, roupas... tudo isso a gente pega o jeito."
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