sexta-feira, 29 de abril de 2011

Parto Ativo - A História e a Filosofia de uma Revolução

® Uso exclusivo concedido por Janet Balaskas
Parto Ativo - A História e a Filosofia de uma Revolução
Janet Balaskas na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo
20 de Abril de 2011
Na véspera do feriado prolongado da Semana Santa, a visita da educadora perinatal Janet Balaskas à Faculdade de Saúde Pública da USP lotou o Anfiteatro Paula Souza. Estudantes e pesquisadores, profissionais da obstetrícia, usuários da saúde, e até mães com bebês aproveitaram a oportunidade de conhecer a britânica fundadora do movimento internacional pelo Parto Ativo.
A palestra Parto Ativo, a história de uma filosofia e revolução durou aproximadamente duas horas, durante as quais, Janet Balaskas e sua tradutora falaram de pé, apresentando um belo registro iconográfico. Coordenadora do Active Birth Centre em Londres, Janet compartilhou com o público a história do movimento organizado de mulheres, que há 30 anos, conseguiu denunciar e abolir práticas obsoletas e agressivas na assistência obstétrica da Inglaterra. Algumas destas ainda são rotina nos hospitais brasileiros.
Dois episódios foram marcantes neste processo: em 1982, uma passeata mobilizou seis mil ingleses que foram às ruas de Londres protestar contra as episiotomias de rotina e a imobilização das parturientes no leito. Alguns meses depois, novamente milhares de pessoas participaram de duas Conferências Internacionais pelo Parto Ativo, provocando mudanças significativas na assistência ao parto na Inglaterra.
Na USP, Janet também demonstrou algumas vantagens que os partos normais em posição vertical oferecem, como por exemplo, maior abertura do canal pélvico. Todos os presentes se levantaram para tocar seu próprio corpo e comparar o diâmetro de seu crânio com o de sua pelve, em variadas posições.
Em debate com o público, Janet Balaskas reconheceu no Programa Cegonha uma boa oportunidade para que o Brasil dê um salto de qualidade na atenção ao parto. Isso porque foi informada de que o atual plano de governo prevê investir na construção de 72 Centros de Parto Normal. Estudos recentes defendem que o parto normal – aquele sem o uso obrigatório de drogas ou procedimentos cirúrgicos – tem os melhores desfechos de saúde materna e infantil, sendo indicador da qualidade da assistência obstétrica de um país. Como disse o Ministro Padilha recente passagem pela FSP, esta política também objetiva reduzir a violência institucional no parto, questão que ganhou ampla divulgação na mídia pela pesquisa de opinião Mulheres e Gênero nos Espaços Públicos e Privados (SESC Fundação Perseu Abramo), segundo a qual, uma em cada quatro mulheres brasileiras afirma ter sofrido algum tipo de violência durante o parto.
Por fim, Janet dedicou todo apoio às obstetrizes brasileiras, especificamente às profissionais formadas pela EACH: “All power to the midwives” encerrou. Em seguida, um intenso e prolongado aplauso, com todos de pé, emocionou às lágrimas uma das figuras mais emblemáticas da humanização do parto. Além de todos nós.
Simone Diniz e Ana Carolina Franzon






Fotos: Ana Carolina Franzon
Realização:
Curso de Obstetrícia EACH-USP
Associação de Obstetrizes da USP
Faculdade de Saúde Pública da USP
GEMAS – Gênero, Maternidade, Evidências, Saúde (FSP/USP)
Apoio:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...