Georgia O'Keeffe "Leaves of a Plant"
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
I ENCONTRO DE MULHERES ESTUDANTES DA USP
21 a 23 de outubro de 2011
OFICINA: Narrativas da Vagina: Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos
Nosso corpo nos pertence!
O feminismo dos anos 60/70 incluiu a saúde das mulheres no rol dos temas políticos. Desde então, saúde e sexualidade, política e gênero, são pontos ‘controlados’ por um complexo sistema de valores sobre o exercício do poder.
Valorizar o histórico desta conquista. E situar os desafios presentes.
Foi em 1984, em Amsterdan, no International Women’s Health Meeting, que a noção de direito inaugurou um novo campo da saúde sexual e reprodutiva. Até então, esta era uma esfera considerada ‘natural’, regulada pela biologia, o Estado, a família e a religião.
O campo dos direitos sexuais e direitos reprodutivos é definido em termos de poder e recursos: poder de tomar decisões com base em informações seguras sobre a própria fecundidade, gravidez, educação dos filhos, saúde ginecológica, atividade sexual; e recursos para levar a cabo tais decisões de forma segura. Esse terreno envolve necessariamente a noção de integridade corporal ou controle sobre o próprio corpo. (Correa e Petchesky, Direitos Sexuais e Reprodutivos: Uma perspectiva Feminista, 1996).
Saúde das brasileiras e iniqüidades
O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM/MS, 1991) é o espaço em que a perspectiva das relações de gênero encontra abertura para ação. Sua proposta é ampla, trata da saúde para além do biológico, incorporando as dimensões culturais e simbólicas, o psicológico e o social. Propõe a crítica à medicalização dos corpos. E valoriza as diversidades e subjetividades tais como a geração, a classe social, etnia, sexualidades. Defende a maternidade voluntária e o direito a contracepção e ao aborto, preocupa-se com a saúde mental e ocupacional.
Além de ratificar tratados internacionais que privilegiam os direitos humanos e promovem eqüidades em saúde, o Brasil apresenta um histórico de implementação de políticas de Estado e publicação de documentos que recomendam práticas de saúde baseadas nas melhores evidências aos serviços de saúde. São exemplos destas ações: as recomendações da Organização Mundial da Saúde reunidas na publicação de 1996 intitulada “Maternidade Segura. Assistência ao Parto Normal: Um Guia Prático”; e as publicações do Ministério da Saúde: “Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanizada à Mulher (2001)” e “Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal (2004)”.
Apesar de passados trinta anos após o reconhecimento destes direitos, ainda hoje enfrentamos o drama de seu não cumprimento na prática: lei do acompanhante sem sanção pecuniária; episiotomia de rotina nas instituições de ensino e na prática da maioria dos serviços; ilegalidade e criminalização do aborto no país, entre outros.
Objetivos:
Promover a sensibilização das participantes para a possibilidade de auto-educação sexual e da promoção da saúde a partir da perspectiva do empoderamento feminino e comunitário.
Valorizar a beleza do corpo feminino, as diversidades do sexo, as manifestações do auto-cuidado saudável.
Para tal, às inscritas serão propostas atividades de sensibilização sensorial e cognitiva, por meio de troca de experiências e dinâmicas orientadas. Como produto final, as participantes da oficina produzirão cartazes (arte em tecido – imagem, desenho, colagens, etc.) de sensibilização para os temas da saúde e direitos sexuais e reprodutivos, que deverão compor uma Mostra Itinerante entre os vários campi da USP.
COORDENAÇÃO
Carmen Simone Grilo Diniz (PPGSP/FSP/USP - Docente e orientadora)
Ana Carolina Arruda Franzon (PPGSP/FSP/USP - mestrado)
Bianca Alves De Oliveira Zorzam (PPGSP/FSP/USP - mestrado)
Rosario Avellaneda (PPGSP/FSP/USP - doutorado)
Marília Reiter (jornalista e psicóloga, colaboradora GEMAS)
Bia Fioretti (publicitária e fotógrafa, colaboradora GEMAS)
GEMAS – Gênero, Evidências, Maternidade, Saúde - FSP/USP
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Mais informações sobre o evento e a oficina em http://eme-usp.blogspot.com/
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