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Na última terça-feira, dia 27 de dezembro, foi editada a Medida Provisória que institui o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna, e autoriza a concessão de benefício financeiro.
Governo institui cadastro para prevenir mortalidade maternaObjetivo é garantir a melhoria da atenção à saúde materna nas gestações de risco28 de dezembro de 2011 | 13h 24
Uma medida provisória publicada no Diário Oficial da União institui o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna. O objetivo é garantir a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade da atenção à saúde materna, principalmente, nas gestações de risco.O sistema é constituído pelo cadastramento das gestantes e das mulheres que tiveram parto recente, de forma a permitir a identificação daquelas em situação de risco, a avaliação e o acompanhamento da atenção à saúde recebida por elas durante o pré-natal, parto e logo após o parto.O cadastro também deverá conter informações sobre as mortes de gestantes e puérperas com dados sobre a investigação das causas do óbito e medidas a serem tomadas para evitar novas ocorrências. O cadastro deve ser informatizado, abastecido por estados e municípios e gerenciado pelo Ministério da Saúde.A medida provisória prevê ainda o pagamento de benefício, no valor de até R$ 50, para as mulheres cadastradas no sistema. O intuito é custear as despesas de deslocamento aos serviços de saúde para acompanhamento do pré-natal e assistência ao parto prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Caixa Econômica Federal será o banco responsável pelo repasse do benefício.O sistema, instituído pela Medida Provisória 557, integra a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher, coordenada e executada pelo SUS, e será gerido pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios.
As Feministas alertam para os perigos estratégicos que tal ferramenta pode significar - anunciam um atentado aos nossos direitos sexuais e direitos reprodutivos. E convenhamos que o dia 29 de dezembro, em via de Medida Provisória, é de lascar.
Será que, com o pretenso objetivo de vigiar as gestantes de risco, não estão mesmo querendo vigiar as mulheres que fazem aborto em casos de gravidez indesejada? E porque estão fazendo isso por Medida Provisória? É uma ação no mínimo estranha essa!
Em outra matéria questionam: “Já existem comitês de mortalidade materna em todo o país. Toda morte materna tem que ser registrada. Para quê criar esse cadastro?”.
E no Portal da Saúde do SUS, a explicação sobre como funcionará o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna:
No novo sistema, serão cadastradas todas as gestantes e puérperas para o adequado e rigoroso acompanhamento e avaliação da assistência prestada às mulheres durante o pré-natal, parto e puerpério.
O sistema é coordenado pelo Ministério da Saúde e executado em parceria com os estados e municípios, responsáveis pelo fornecimento e a atualização dos dados.
Para apoiar as ações de acompanhamento das gestantes será instituído o Comitê Gestor Nacional, que será composto por representantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS); dos conselhos nacionais de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e de Secretários Municipais de Saúde (Conasems); do Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), além de representantes da sociedade civil.
Este comitê vai avaliar e sugerir políticas, programas e ações de acompanhamento do pré-natal e de assistência ao parto e puerpério.
Alguns outros veículos comunicaram o fato, e no UOL Economia, de novo, há informação de que:
Todas as unidades de saúde, públicas e privadas, do Brasil deverão registrar as gestantes que internarem para operações de parto. Cada instituição precisará criar uma comissão de cadastro, vigilância e acompanhamentos das gestantes, que funcionará junto ao sistema que será disponibilizado no site do Ministério da Saúde.
Bebê nascido em Bali
The Power of a Gentle Birth
The Power of a Gentle Birth
Seria bom pensarmos em grupos de trabalho para 2012? Encontros virtuais estratégicos para reuniões presenciais nos municípios? Compartilhe suas experiências de trabalho!
- E viva Dr. Ivo, do Sofia Feldman (Belo Horizonte-MG), com sua frase: "Isso não é trabalho, é tão bom que eu tô sempre de férias."
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEita, post digno de jornalista porreta!
ResponderExcluirE, não é trabalho, é amor!
Ana Carolina, eu tinha lido por alto sobre esse Sistema e tinha ficado com a pulga atrás da orelha. E agora lendo com calma e atenção esse texto, confesso que fiquei com medo.
ResponderExcluirSou super a favor de um Estado atuante, participativo, eficaz, forte, mas totalmente contra ações que possam ser de controle das pessoas e não das políticas sociais, como aparentemente pode ser usado esse Sistema. E fico mais assustada ainda quando não vejo abertura para participação das mulheres e suas entidades representativas, ainda mais quando essa abertura é dada a órgãos no qual não confio nem um pouco, como CONASS, CONASEMS, CFM... Precisamos mesmo nos mobilizar com urgência e nos fazer representar.
Pois é Dani. Ainda tô tentando entender o caso. Tá incrível.
ResponderExcluirPenso que as instâncias municipais sejam mesmo o espaço onde podemos participar e discutir nossas ideias de modo mais produtivo. Temos nossa participação garantida por lei, basta ter disposição para conquistar sua garantia!
Em Londrina, PR, por exemplo, perguntei sobre o Comitê de Mortalidade Materna da cidade para as pessoas que trabalham na Secretaria das Mulheres ou nos Conselhos de Saúde e da Mulher. Quase ninguém sabia me responder. E são mulheres engajadas, "politicamente ativas", estavam nas Conferências de Políticas para as Mulheres. A única que conseguiu me dar uma informação, foi: é um comitê bloco-do-eu-sozinho - coordenado e executado por apenas um médico, dono de hospital privado. E aí? Isso também não pode ser assim. É lei. Norma Técnica do MS.
Confesso que não faço idéia sobre tal comite aqui em Campinas. Ano que vem vou tentar me informar, mas aqui, na atual conjuntura política da cidade, está tudo complicado...
ResponderExcluirMas para além disso, não tem como uma inserção de um órgão representativo no Sistema?
ResponderExcluirNão entendi tua pergunta, Dani. Mas é isso aí. Assim como aí, aqui também vereadores aumentaram seus salários em trocentos%, e a Secretaria de Saúde daqui foi manchete policial o ano todo, rs, eu nem consegui acompanhar nada. No momento só tenho vontade e disposição de conhecer esta realidade, mas sabendo que é um milagre a cada mil lágrimas.
ResponderExcluirChamei umas turma do grupo de mães para pensarmos juntas... 2012...
É um bom momento afinal para este trabalho que a gente quer construir.