terça-feira, 19 de junho de 2012

Nós parimos em casa!

A soberba médica exige que o relacionamento entre pacientes e médicos seja de total autoridade: o especialista assume sua superioridade técnica e intelectual perante o sujeito à quem o corpo pertence, aquele que sente, dor e prazer. Por sua vez, a mente cede, em submissão, pouco questionável - o corpo então, padece.

A humanização do parto é um modelo de assistência, também uma política pública, incompatível com o domínio exclusivo de saberes. O padrão de parto normal (de prestação de serviço e de experiência de vida) que estas mulheres defendemos pressupõe que as pacientes tenham o domínio de informações estratégicas, para que possam dialogar com os profissionais sobre o processo fisiológico que lhe acomete.

A Marcha do Parto em Casa é uma expressão da autonomia feminina - e das famílias democráticas, permeáveis à igualdade entre os gêneros - sobre os riscos e benefícios dos diferentes tipos de modelos de atenção ao parto. É exatamente este o tema da pesquisa desenvolvida atualmente pelo Grupo de Pesquisa do CNPq Gênero, Maternidade e Saúde, liderado pela Profa. Dra. Simone Diniz, na Faculdade de Saúde Pública da USP, e do qual tenho imenso prazer em participar.

São milhares de pessoas espalhadas por quase todas as regiões do país, que acreditam no direito à segunda opinião médica, que aprenderam o valor que essa atitude tem. Diferentemente do que manifestam alguns cidadãos conectad@s às nossas redes, assinantes da Fanpage Blog Parto no Brasil e do Perfil Parto no Brasil, no Facebook, nós não somente acreditamos, como sabemos, que podemos sim questionar qualquer indicação de procedimento, antes, durante e após a sua realização.

"Total confiança" no profissional de Obstetrícia encarregado pelo seu parto, não me parece ser a melhor qualidade para sua relação com ele ou ela. Primun non nocere, respeito aos direitos humanos e reprodutivos e escuta atenciosa, devem ser mais importantes. Além da clareza sobre a parte da relação que cabe como consumidor de serviços de saúde - no setor privado, saúde suplementar e SUS. 

O Blog Parto no Brasil publica hoje, uma coletânea das mais belas manifestações do parto e nascimento como eventos prazerosos, seguros, quando atendidos de modo respeitoso e individualizado à cada contexto familiar. Uma história construída em defesa do direito de escolha que as mulheres têm sobre toda sua vida sexual e reprodutiva. Nossa imensa gratidão a todas aqui presentes!

Porque nós não precisamos mesmo de Conselhos, o que queremos são MAIS parteiras, obstetrizes e enfermeiras obstetras, cuidando da absoluta maioria das brasileiras - todas aquelas 90% de risco habitual. Por que não? 

São os pequenos grupos organizados que lideram, transformam e (re)produzem o mundo, sempre, e afinal.

Porque o parto é nosso!

Carol
Ana Paula
Thany
Kelly

Bianca

Letícia

Carla



Patricia

Gabriela

Mariana

Elaine

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