Piracicaba registrou no ano passado, 3.046 cesáreas contra 1.779 partos normais. O número corresponde a 63,2 % dos partos realizados no município em 2009 e supera a média nacional - 39% - e é quatro vezes mais que o preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que estabelece que o número as cesarianas deve representar até 15% dos partos. Os dados são da Vigilância Epidemiológica do Município e foram divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde. Em 2008, dos 5.080 nascidos, o número de cesarianas no município representou 61,8%. O JP consultou três hospitais da cidade. No ano passado, o índice de parto normal na Santa Casa foi de 54%. No HFC (Hospitais dos Fornecedores de Cana), os partos normais representaram 42% e no Hospital da Unimed, 12%. O ginecologista Guilbert Ernesto Freitas Nobre afirmou que o Ministério da Saúde tenta restringir o número de cesariana pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas o número do País ainda é elevado comparado com outros países.
“Nos convênios, os índices de cesáreas chegam a ser maior. Muitos profissionais e mães preferem agendar a cirurgia", explicou.
O médico afirmou que a cesariana precisa ser indicada pelo médico.
"O profissional vai verificar se há dilatação e se tem condições para realizar o parto normal que é o natural. Muitas mulheres temem a dor, mas a recuperação no parto normal é melhor e mais rápida. Na cesariana, a pós-cirurgia precisa de cuidados especiais para evitar infecções", explicou. Nobre defende programas e investimentos em políticas públicas mais próximas das gestantes para incentivar o parto normal.
Por Flávia Marques
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