sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Post Extraodinário - Rosana Oshiro de bolsa rota!

Queridos leitores, post extraordinário prá lá de especial...
Está a caminho, o bb5 de Rosana Oshiro, a mamãe brasileira-blogueira que vive no Japão, e que vai compartilhar a experiência do nascimento deste filhote com o mundo!
Rosana, estamos na boa expectativa por aqui também! Que seu bb5 nasça com respeito e amor! Que seja inebriante e delicioso! Que o seu plano prá lá de empoderado (é minha gente, super mulher!!), seja um feliz sucesso!
Mas, como chegamos a esta informação?
Poucos dias atrás, via listas de discussão, muitas de nós ficamos sabendo do Projeto Empoderando. O Blog Parto no Brasil logo tratou de colher mais informações sobre Rosana Oshiro. A entrevista foi produzida-respondida com certa urgência, já que a DPP era 28 de fevereiro.

Programamos que o post especial seria publicado amanhã, mas diante destas palavras, não houveram dúvidas de que agora é o momento mesmo de divulgar o início do processo:
Minha bolsa acaba de romper. To sem contrações ainda e vou dormir um pouco porque aqui é de madrugada, mas logo as coisas vão apertar. Fica na torcida ai.
beijo Rosana Oshiro
Confiram então, mais sobre o Projeto Empoderando, e também mais sobre Rosana e suas experiências de parto.
Blog Parto no Brasil Entrevista: Rosana Oshiro - 25 de Fevereiro de 2011

PARTO NO BRASIL Rosana, em primeiro lugar, agradeço a oportunidade de ter sua participação no Blog Parto no Brasil. Desejamos uma boníssima hora, muita luz, ocitocina e felicidades! Eu começo rebatendo uma pergunta sua publicada em http://maternajapao.blogspot.com/2011/02/o-parto-e-seu-e-de-mais-ninguem.html:“O que falta para essas mulheres alcançarem a realização em seus partos?”
ROSANA R: Falta empoderar! Lutar pelo que elas acreditam, independente do que a sociedade fale, do que os médicos digam ou os amigos pensem. Acredito que falta “auto-estima” e confiança em si mesma. O corpo feminino hoje é visto como uma maquina velha,do século passado, que não funciona e precisa da medicina moderna para ajudar. A grande maioria das mulheres acredita que precisa de um médico para “fazer” seu parto!!! Onde isso vai parar? Quem faz o parto é a mulher, não é o médico, nem a parteira, é a mulher!!! Só devolvendo o protagonismo do parto à mulher é que ela vai se sentir realizada ao parir. Eu acredito nisso!
PARTO NO BRASIL Como foram suas experiências de parto anteriores?
ROSANA R: Tive uma cesárea por ter passado da DPP (41 semanas), o qual aceitei por acreditar na palavra da médica sem questionar. Dois anos depois tive outra porque não agüentei a pressão médica dentro de um hospital do meu convênio quando estava com 8cms de dilatação, amarrada em uma cama com monitoramento contínuo, ocitocina sintética, sem marido e nem ninguém para segurar minha mão. Pedi “pelo-amor-de-deus” para a médica fazer logo uma cesárea quando ela começou um discurso de que eu era louca por querer um parto normal, e que eu estava só experimentando o que eu queria, para aproveitar e “curtir” o momento. Quase 3 anos depois eu tive um parto domiciliar com uma parteira. Foram 9 horas de TP ativo, num processo natural sem intervenções, sem lacerar, com o apoio de minha mãe e minhas irmãs. Meu filho nasceu com 3,700gr num parto muito tranqüilo e realizador e eu me senti mulher de verdade ali. Senti que minhas cesáreas tinham cicatrizado de vez. Principalmente as cicatrizes da alma. No quarto parto eu estava morando no Japão e não vi solução melhor do que um parto desassistido. Eu que já tinha vivido todo protocolo de hospital durante um parto horroroso, queria evitar a todo custo e junto do meu esposo tive um parto rápido e realizador também.
PARTO NO BRASIL No final das contas, como você avalia o fato de ter acabado por “ficar sem assistência”: favoreceu sua experiência de parto natural? Como?
ROSANA R: Ficar sem assistência foi positivo para mim. No fundo eu queria parir sem assistência antes de ter certeza de que não conseguiria o auxilio de uma parteira. A idéia foi muito bem pensada e ponderada, mas ao mesmo tempo era uma coisa romântica e sublime que eu queria mesmo realizar. No parto desassistido eu pude seguir melhor meus instintos, eu me entreguei mais facilmente, eu sabia que o parto dependia (e depende) acima de tudo da minha entrega. A entrega do corpo, da mente e da alma. Eu pude me entregar melhor parindo sozinha. Eu senti essa diferença entre o parto assistido e o último. Para mim o parto é muito mais instinto do que qualquer outra coisa.
PARTO NO BRASIL Como foi o momento em que você assumiu-se como ativista pelo respeito ao nascimento e pelo parto ativo?
ROSANA R: Eu vim para o Japão com o propósito de ser mãe em tempo integral e cuidar da família. Eu sabia que aqui ninguém sabia nada de humanização pelo que tinha pesquisado pela internet e desde o Brasil já tinha decidido que ia começar algum trabalho aqui. Um blog, um site, uma Ong, qualquer coisa que pudesse mostrar as brasileiras que parto podia ser bom e não aqueles relatos horrorosos que eu tinha encontrado quando pesquisei no Google: parto no Japão. Depois do PD desassistido, com a ocitocina à flor da pele, eu encontrei duas parceiras para me ajudar e comecei o meu ativismo com o blog Materna Japão.
PARTO NO BRASIL Você é uma grande defensora do compartilhamento de experiências e saberes entre mulheres, gestantes. Porque escolheu a internet como ferramenta de trabalho, ativismo e empoderamento?
ROSANA R: O Japão é um país que tem alta tecnologia ao alcance de todos. Quase todo mundo tem internet no celular. A vida dos brasileiros aqui é trabalhar e navegar na internet, então achei que seria a melhor forma de alcançar as pessoas seria usando a web desde o começo. É também o jeito mais fácil e rápido de alcançar o Brasil e o mundo né? Eu já tinha virado uma ativista on-line há alguns anos, então juntei uma coisa com a outra. Meu trabalho é on-line sempre e sei que através da internet mais e mais pessoas estão estudando, lendo, fazendo amizades e se informando. A informação corre muito rápido e alcança milhões em pouco tempo.
PARTO NO BRASIL Tens algo especial a dizer sobre os relatos de parto?
ROSANA R: Eu adoro relatos de parto, dificilmente passo por um sem ler. É um vício... ;o) Ler os relatos foi o que mais me ajudou quando não tinha vivido ainda a experiência de parir, foi o que me ajudou com o VBAC’s e com o parto desassistido. Com um pouquinho de cada experiência eu escrevi as minhas histórias e meus relatos. Acho super válido toda mulher contar sua experiência de parto e partilhar para que outras possam se espelhar, aprender, amadurecer e poderem fazer também suas histórias.
PARTO NO BRASIL Quantas pessoas estarão na sua casa no momento do TP e do nascimento do bb5? Qual o plano A?
ROSANA R: O plano A é o parto desassistido com o marido, os filhos e duas amigas que irão fotografar e filmar. Isso seria contar com 8 pessoas, sendo que as crianças eu não conto porque estarão por perto, mas eles são super sossegados e já sabem que precisarei da colaboração deles no momento do parto. ;) As amigas sabem também que serão coadjuvantes e já tenho uma listinha das coisas “proibidas” durante o TP. São pessoas de confiança e de muita discrição.
PARTO NO BRASIL Porque este parto vai ser diferente (do que se vê por ai como parto normal)?
ROSANA R: O meu parto será diferente daquilo que se vê por ai, em vídeos da internet, com o título de parto natural, mas que de natural não têm nada! Tem um exemplo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=a2ibPJIeUK8 E outro aqui: http://www.youtube.com/watch?v=jV1NIjbTnwk. Pavorosos! Veja, eu não estou dizendo que a mãe que passou por um parto normal no hospital com o pacote todo, seja uma mãe frustada ou errada, e que eu por ter parto sozinha sou melhor, PELO-AMOR-DE-DEUS! As pessoas costumam tirar conclusões erradas das coisas que escrevo. Estou dizendo que a mulher que tem parto no hospital com todas as intervenções, na grande maioria das vezes acha a experiência de parto normal horrível, e pensa que foi tudo pelo seu bem e de seu bebê, o que não é verdade. É isso que eu quero mostrar para quem assistir meu parto. Quero mostrar que o “verdadeiro” parto natural é instintivo, é um processo único e deve ser vivenciado pela mulher em sintonia consigo mesma e com seu bebê e que se os profissionais que acompanham partos no Brasil e no mundo respeitarem isso, o parto vai ser melhor para todo mundo. Quero mostrar a diferença em poder se movimentar livremente, comer, beber, ter o marido dando apoio, essas coisas todas que depois quero enumerar quando assistir ao vídeo. ;) Acredito que até profissionais que acompanham partos mais naturais tenham algo a aprender com minha experiência mostrada ao vivo, eu não sei, só vou poder tirar mais conclusões depois que tudo acontecer.
PARTO NO BRASIL Já tá fazendo escalda-pés? Passa a receita? rs
ROSANA R: Escalda-pés? Sinceramente não entendi. É piada? Rsss Eu tomo muito banho de ôfuro, é uma delicia e me ajuda a relaxar bastante. Exercícios com a bola suiça, exercícios de respiração... Só o básico mesmo. ;)
PARTO NO BRASIL Muitíssimo obrigada!
ROSANA R: Obrigada a vocês pela oportunidade e apoio para divulgar o Empoderando. Um beijo. Rô Oshiro

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