O Blog Parto no Brasil também está em luto, pelas mães e pais que agora choram e por suas crianças que tiveram a vida tão impunemente tiradas!
Como não comentar sobre o terrível massacre acontecido no Rio de Janeiro na manhã de ontem, também Dia Mundial da Saúde, naquela escola que recebia todos os dias os filhos e filhas de mães e pais para estudarem, ter educação e instrução, e, assim, ser nossos futuros cidadãos?
Impossível não ser tocado por este triste fato, acompanhado por uma mídia tão sanguinária quanto o próprio assassino, que tampouco respeita tais vítimas e suas famílias, que nem chorar em paz podem! Sensacionalista, oportunista, em flashes e tomadas retrata a indignação do povo brasileiro, e, também, de nossa Presidenta que chorou por estes brasileirinhos e brasileirinhas que, agora, moram no céu!
Sou mãe de dois filhos, um deles em idade escolar e, cada vez que o noticiário nos bombardeia meu coração fica pequeno, pelos que foram e por essas famílias que perderam seus frutos, seus filhos amados!
Esta semana mesmo Tata, no Mamíferas, falou sobre a perda em Da Morte, da Vida e das Perdas, comentando sobre o filme As Mães de Chico Xavier, assunto que me assola, pois desde que me tornei mãe passei a ter um profundo medo da morte, de morrer e de perder meus filhos, medo esse que não me recordo de sentir anteriormente.
Mais um desafio imposto a mim, em lidar com essa sensação, em compreender que a vida é mais uma passagem, um estágio, e que daqui partiremos, sim...
Li duas matérias muito interessantes e reflexivas, que nos fazem parar e pensar não só com esse coração que doí e se pergunta "Porque?", mas também com a razão, que responde onde está a Segurança e a Saúde Pública de nosso País, que nos arma, não nos protege, e, ainda, não proporciona tratamento àqueles que dele necessitam!
Ser humano... bicho estranho e estúpido às vezes (muitas vezes!)!
Leiam o texto de Duarte Pereira postado por Florestan Fernandes Junior, no Facebook:
Uma visão materialista sobre o massacre em Realengo
A dor pelas mortes e pelos ferimentos, brutais e gratuitos, das crianças e pré-adolescentes da Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro do Realengo, na cidade do Rio de Janeiro, não deve obscurecer nossa consciência crítica.
Nada que é humano é somente individual. É individual e social. Mesmo a loucura e suas consequências.
Em que exemplos de violência e insensibilidade, reais e fictícios, o rapaz Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, ex-aluno da escola atingida, buscou inspiração? Onde conseguiu informações sobre o manejo de armas e o planejamento de massacres? Como adquiriu os dois revólveres e a farta munição que utilizou? Por que Wellington, filho de uma paciente psiquiátrica, arredio desde criança, e que já apresentava há vários meses, após o falecimento dos pais adotivos, sinais perceptíveis de descontrole e decadência pessoal, foi esquecido sozinho numa casa herdada, sem apoio nem assistência?
A forma capitalista de vida social, sobretudo em seus traços contemporâneos, engendra um individualismo cada vez mais exacerbado e uma perda crescente de atenção e solidariedade das pessoas entre si. Não é possível outra forma de sociabilidade humana, que reduza tragédias como a que ensanguentou ontem pela manhã o bairro carioca de Realengo?
Abraço sofrido,
Duarte Pereira - 8/4/2011.
Confiram, também, Realengo: Diante de nossa inabilidade com o antes, nos preocupemos com o após, de Maria Frô - http://mariafro.com.br/wordpress/2011/04/08/realengo-o-que-me-preocupa-e-o-apos-com-nossa-inabilidade-diante-do-antes/.
Imagem de http://www.orm.com.br/projetos/cirio/2009/tradicaosimbolos.asp, sobre o Círio de Nazaré e suas crianças vestidas de anjo, como pagamento por suas promessas alcançadas.
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