segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Texto inédito: Os Benefícios Comparativos de um Parto Ativo, por Janet Balaskas


O Blog no Brasil compartilha nesta segunda-feira, c/ grande satisfação, um texto inédito, de 2001, traduzido por Talia Gevaerd de Souza, da educadora perinatal inglesa, Janet Balaskas, sobre os benefícios de uma gestante ter um parto ativo.

Janet também é autora do livro "Parto Ativo: guia prático para o parto natural" - disponível em nossa Loja Virtual, além de coordenar o Active Birth Centre, e estará no Brasil novamente, em abril, p/ palestras, imersões e encontros, nos Estados do Rio de Janeiro e Paraná! Confiram no site Parto Ativo Brasil a agenda e as inscrições.



Apreciem, ainda, a entrevista que fiz c/ ela, em 2011, no 1o. módulo em Parto Ativo, em Curitiba/PR, e a publicação autorizada do Manifesto pelo Parto Ativo!



Os Benefícios Comparativos de um Parto Ativo

Janet Balaskas 

Posições Verticais - Cócoras, de pé, de joelhos

* Atuação eficiente da gravidade
O peso da cabeça e do corpo do bebê fazem pressão por igual e vinda de cima sobre o colo do útero, o que resulta em uma dilatação mais rápida.

* O útero pende para frente durante as contrações
Quando a mãe inclina o tronco para frente, isto pode acontecer sem resistência. As contrações então são mais eficientes, e com menos dor.

*Não há pressão sobre as artérias e veias
Inclinar o tronco para frente permite melhor fluxo de sangue para o bebê e a placenta, e melhor oxigenação. Portanto, há menos risco de sofrimento fetal.

*O sacro está móvel
O canal pélvico pode se alargar e se ajustar ao formato da cabeça do bebê.

*As articulações da pélvis podem se expandir
Menos pressão nas articulações diminui a dor (principalmente das costas). Mais espaço, já que aumentam as proporções pélvicas internas.

Segundo estágio – o parto

* Pélvis na vertical
O ângulo de descida do bebê é o mais fácil – para baixo e para fora.
O útero pode aplicar o máximo de sua força, tornando o esforço para parir mais eficiente, e diminuindo o tempo do segundo estágio.

*O períneo expande uniformemente
Diminui o risco de lacerações.

*O bebê no nascimento está em ótimas condições quando o parto é ativo
Menor necessidade de anestesia, analgesia e intervenções, o que reduz o risco de efeitos colaterais. A mulher se sente orgulhosa, com poder e satisfeita.

Mantendo-se em posição vertical para o terceiro estágio  - a saída da placenta

*A gravidade ajuda na separação e expulsão da placenta e na retração do útero, reduzindo a necessidade de sintometrina (no Brasil, é usado atualmente apenas a ocitocina pura)

*Os fluidos são drenados eficientemente do útero, reduzindo o risco de infecção.

*Fica fácil posicionar bem o bebê para a primeira mamada. Sugar o peito estimula o útero a contrair e reduz a perda de sangue.

Posições Reclinadas - Semi-reclinada, supina

*Oposição à gravidade
Menos pressão do peso do bebê sobre o colo do útero. Pressão desigual no colo uterino leva `a dilatação mais lenta e maior propensão a um ‘lábio anterior’ (pedacinho do colo uterino que ainda falta dilatar)

*O útero trabalha contra a gravidade
Estas posições se opõem à gravidade, e a resistência resultante torna as contrações menos eficientes e mais dolorosas.

*O peso do útero comprime as artérias e veias
Pode comprometer o fluxo sanguíneo para o útero, aumentando o risco de sofrimento fetal.

*O sacro está imóvel
Com o peso da mãe sobre o sacro, a passagem pélvica fica mais estreita.

*Pélvis menos móvel
Maior pressão sobre os nervos aumenta a percepção da dor. Menos espaço para o bebê, já que diminuem as proporções internas da pélvis.

Segundo estágio – o parto

Pélvis na horizontal

*O ângulo de descida do bebê é mais difícil – para cima
A força feita para parir se mostra menos eficiente, prolongando o segundo estágio.

*O períneo não pode expandir uniformemente
A cabeça do bebê faz pressão direta sobre o períneo, e o risco de laceração aumenta.

*O bebê no nascimento pode estar comprometido caso o parto seja passivo
Maior necessidade de analgesia, anestesia e intervenções, com possíveis efeitos colaterais.

Deitar-se após o parto

*Separação e expulsão da placenta menos eficientes. Retração mais lenta do útero pode criar a necessidade de sintometrina (no Brasil, atualmente se usa ocitocina pura) para prevenir perda de sangue excessiva.

*Os fluidos tendem a represarem no útero, aumentando o risco de infecção.

*Fica mais difícil posicionar bem o bebê para amamentá-lo.

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