A qualidade da atenção ao parto e nascimento foi o tema do encontro que reuniu as cinco maternidades de Londrina e duas universidades, no Auditório do Hospital Universitário da UEL
Ana Carolina Franzon*
No dia 11 de maio, no Auditório do HU/UEL, o evento "Atenção ao parto e nascimento: A qualidade da assistência em debate" reuniu 120 participantes, entre enfermeiras e outros profissionais da saúde da mulher, pesquisadores, estudantes de enfermagem, o movimento de mulheres, servidores municipais da Secretaria de Saúde e de Políticas para as Mulheres, servidores estaduais da Secretaria de Saúde.
O filme do Hospital Sofia Feldman mostra as boas práticas na atenção ao parto vaginal, além da rede municipal de assistência à gestante e ao nascimento |
Contou com a exibição do filme do Ministério da Saúde "Hospital Sofia Feldman - Experiências do SUS que dá certo", instituição premiada por diversas entidades nacionais e internacionais pela adoção de boas práticas na assistência ao parto.
Em seguida, a mesa redonda reuniu sete enfermeiras: duas docentes pesquisadoras da saúde pública das mulheres (Thelma Malagutti Sodré, Enfermagem/UEL; e Maria Angélica Esser, Coord. Enfermagem/Pitágoras), e cinco enfermeiras representantes de cada uma das maternidades londrinenses: Valéria Evangelista da Silva (enfermeira do HU/UEL); Regina Adelaide Adário (enfermeira obstetra da Maternidade Municipal Lucilla Ballalai); Andrielle Martins Barbieri (enfermeira obstetra do Hospital Evangélico de Londrina); Lígia Elayne Ananias (enfermeira do Hospital Araucária); Patrícia Hernandes Penasso (enfermeira do Hospital Mater Dei).
Mesa reúne representantes de todas as maternidades de Londrina, e duas pesquisadoras da saúde das mulheres |
Durante uma hora, as enfermeiras apresentaram os dados e indicadores de cada serviço, as boas práticas já adotadas e os desafios que permanecem. Também foi apresentada uma dissertação de mestrado defendida em 2010 na Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto, de autoria da Profa. Ms. Maria Angélica Esser. Seu estudo investigou as competências e habilidades de 63 profissionais de Enfermagem de três maternidades londrinenses, e está inserido em um projeto maior da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) intitulado “Mapeamento dos serviços de obstetrícia/Parteria nas Américas”.
Entre os participantes, enfermeiras e estudantes de enfermagem, pesquisadores, movimento de mulheres, servidores municipais e estaduais, gestores de serviços |
Ao final, o debate com o público se estendeu por mais de uma hora, e abordou os seguintes temas: pré-natal e preparo das gestantes para o parto, posição para o período expulsivo do parto, episiotomia, consentimento esclarecido sobre procedimentos, números e taxas de parto normal e cesárea das maternidades londrinenses, altas taxas de cesáreas eletivas nos hospitais privados, presença dos acompanhantes, aleitamento na primeira hora de vida, com destaque para a atuação do CALMA - Comitê de Estímulo ao Aleitamento Materno de Londrina, métodos não-farmacológicos para alívio da dor, UTIs, centros cirúrgicos e leitos disponíveis, Rede Cegonha e Rede Mãe Paranaense, Centros de Parto Normal (CPN) e seus desafios políticos, teste rápido HIV e amamentação na sala de partos, qualidade da gestão dos serviços, protocolos de organização do trabalho, projeto de construção da nova maternidade do Hospital Universitário da UEL.
O evento ocorreu nove dias após o lançamento do programa Rede Mãe Paranaense, cuja Linha Guia apresenta os dados e indicadores estaduais de mortes materna e neonatal para os anos de 2006 a 2010. No documento, trazido à Londrina por meio da Profa. Dra. Thelma Malagutti Sodré, localizamos os motivos para a realização deste encontro:
“Em relação á mortalidade materna, em média 85% dos casos são considerados evitáveis e 71% desses óbitos são atribuídos à atenção pré-natal, puerpério e assistência hospitalar; 23% relacionados a causas sociais e 6% ao planejamento familiar e outros”.
Seguindo as recomendações de organismos de saúde internacionais, sob coordenação geral da Confederação Internacional das Parteiras/Enfermeiras Obstetras/Obstetrizes (ICM-International Confederation of Midwives), o encontro também marcou o Dia Internacional das Parteiras, comemorado em 05 de maio. A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde em 1991, e tem importância estratégica para a redução global da mortalidade materna.
Profa. Dra. Thelma Malagutti Sodré, durante coordenação da mesa no Auditório do HU/UEL |
O evento “Atenção ao parto e nascimento: A qualidade da assistência em debate” foi uma promoção da associação civil londrinense Instituto CRIAS.
Apoio e realização da Universidade Estadual de Londrina, Faculdade Pitágoras de Londrina, SICOOB Londrina, Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, GestaLondrina - Grupo de Apoio à Gestante e ao Parto Ativo e Blog Parto no Brasil.
* Ana Carolina Franzon, jornalista e estudante de Mestrado em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP. Membro do Instituto CRIAS e da Comissão Organizadora do evento.
Fotos de Fransny Marcelino - Fotógrafo HU/UEL
Acesse aqui o Relatório deste evento em PDF.
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