lançamos para o mês de março uma nova premiação a vocês!
A Zazou Moda Gestante, parceira dessa iniciativa, fornecerá ao sortead@ um Vale-Compras no valor de R$100,00 para ser gasto durante a Liquidação de Verão 2010 em uma de suas duas lojas, em São Paulo ou no Rio de Janeiro.
A Zazou é uma grife especializada em moda gestante para mulheres grávidas que querem exibir a nova silhueta com charme e elegância, mantendo-se na moda, sem abrir mão da qualidade, do conforto e que queiram manter seu estilo de se vestir e ao mesmo tempo seguir as tendências da moda de cada estação.
Gravidez não significa perder a sensualidade e o bom gosto, tão pouco mudar seu estilo de vestir, por isso, a Zazou cria roupas modernas, com modelagem própria e especializada focada nas necessidades das grávidas para valorizar sua beleza e para que se sintam mais felizes.
Na loja da Zazou em São Paulo ou no Rio de Janeiro as novas mamães irão descobrir uma nova forma de se sentirem bonitas e charmosas.
A Loja da Zazou em São Paulo fica na Vila Olímpia, que se tornou um polo segmentos de moda gestante, decoração e enxoval do bebê, onde se concentram as principais e melhores lojas do mercado. Já a loja no Rio fica na agitada e antenada Ipanema a dois quarteirões da praia.
Endereço em São Paulo:
Rua Prof. Atílio Innocenti, 952 - Vila Olímpia - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3846-6511
* De segunda à sexta-feira, das 10:00 às 19:00hs e aos sábados das 10:00 às 18:00hsEndereço no Rio de Janeiro:
Rua Visconde de Pirajá, 351 - Sobre-Loja 202 - Galeria do Fórum de Ipanema - Ipanema - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2247-4645
* De segunda à sexta-feira, das 10:00 às 20:00hs e aos sábados das 10:00 às 18:00hs.
O sorteio acontece dia 13 de março, sábado, à noite!
O contemplad@ deverá na semana seguinte (15/03 a 20/03) realizar a aquisição das peças com seu Vale-Compras; caso suas escolhas ultrapassem o valor é só pagar a diferença, mas se não chegar ao valor estipulado não poderá ter o troco!
Para participar vocês devem responder nesse post a pergunta:Quais os diferenciais da Zazou no mercado em termos de moda gestante?
É isso mesmo Van, você e seu filhote Matheus, que completa um mês nesse dia, vão poder slingar muito com o sling petit da Casulinho que acabaram de ganhar!
Parabéns!
Aguarde que entraremos hoje em contato com você por correio eletrônico para combinarmos o envio dessa lindíssima peça!
Abaixo deixamos em suas palavras porque slingar é tudo de bom!
"Slingar é tudo de bom, porque aproxima o coração da mamãe e do bebê, a conversa se torna mais olho no olho, o tom da voz da mãe é mais baixa e acolhedora, o bebê é automaticamente embalado pelo ritmo natural do corpo da mãe em movimento.
Slingar é carinho, é começar bem e estreitar o relacionamento mãe-pai-filho, é mostrar amor e disponibilidade, por isso e por tantos outros motivos é tudo de bom".
"Meu amado filhote Matheus, que nasceu num emocionante VBAC, completará exatos 1 mês de vida no dia do sorteio. Tomara que sejamos sorteados...rsrsss".
Com muita alegria, informamos que 39 leitor@s estão concorrendo a um sling petit da Casulinho.O sorteio acontece logo mais à noite.
O nome do ganhador@ será divulgado aqui no Blog Parto no Brasil, a partir das 20h, horário de Brasília.
Confira!
Boa sorte!!!
Querid@s leitor@s,
ainda dá tempo de participar e concorrer ao sling petit da Casulinho cedido gentilmente por Mariana ao Blog Parto no Brasil, basta postar um comentário e responder:
Porque slingar é tudo de bom?
O sorteio acontece amanhã, dia 28, à noite.
Participe!
Ao contrário do que alguns meios de comunicação e profissionais da saúde alertam para os riscos de um parto domiciliar alguns grupos como o Ishtardefende a prática e instrue casais quando essa escolha é feita.
Confira máteria de Will Montenegro, de 21 de fevereiro de 2010, extraída do Amazônia Jornal.
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Na banheira ou dentro de casa. As modalidades de partos normais são diversas, no entanto, o que modifica, é à maneira de como o parto é conduzido e realizado. O mito de uma vez cesárea, sempre cesárea, em pouco tempo, pode ser quebrado, com a efetivação do parto ativo ou mais conhecido como parto humanizado. O nascimento normal sem intervenções cirúrgicas também é caracterizado como humanizado e independe do espaço em que é realizado. Pode ser no hospital ou em outro local adequado. É claro que em casos extremos e de complicações, a cesárea é a cirurgia salvadora da mãe e do bebê. Entretanto, métodos alternativos estão, cada vez mais, sendo implantados no segmento da saúde brasileira.
Prova disso, é o reconhecimento do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) dos benefícios do parto normal, tanto para a mãe como para o seu bebê. Os benefícios podem ir desde uma melhor recuperação da mulher e redução de riscos de infecção hospitalar até vantagens financeiras quando o assunto é parto normal. Com base em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a prática custa R$ 291, enquanto a cesárea, R$ 402. A cesariana inclui também infecções e hemorragias e até risco para o bebê, durante o corte da parede uterina.
De acordo com o gerente de toco-ginecologia da Santa Casa de Misericódia do Pará, Antônio Sérgio Carvalho, o parto humanizado conforme o que determina o Ministério da Saúde começa com assistência pré-natal, depois o acolhimento da gestante e, finalmente, o direito ao acompanhante de ficar com a gestante desde a internação até a alta hospitalar. 'E o trabalho é direcionado para fazer com que se reduzam as intervenções no trabalho de parto. Tais como a colocação de soro com hormônio que acelera a contração, lavagem intestinal, raspagem dos pêlos pubianos e minimizar a taxa de cortes realizados na vagina', afirma.
Entretanto, mais do que o simples acompanhamento adequado da gravidez, o parto humanizado preconiza um trabalho biopsicossocial realizado ao longo da gestação com a mulher. Além de ressaltar a necessidade do processo da natureza humana de parir. Caso mais recente foi da top model brasileira Gisele Bündchen, que preferiu, na hora do parto, estar em casa com o marido e usando banho quente para aliviar a dor.
Servidora passou 22h em trabalho de parto
A bolsa rompeu às 21 horas e o bebê só nasceu às 19 horas do dia seguinte. Foram 22 horas de trabalho de parto até ouvir o primeiro choro do filho. Para a servidora pública Ana Paula Gaia, a internet foi a principal ferramenta que a apresentou às modalidades de parto e informações sobre a gravidez, em especial, o parto humanizado. A partir das informações disponibilizadas na rede mundial de computadores, ela começou a frequentar grupos de apoio e participar de discussões com outras mulheres sobre a prática.
'Minha bolsa se rompeu à noite e só fui para o hospital às cinco horas da manhã, porque não tinha necessidade de ir logo. A bolsa rompida requer um pouco mais de cuidado, mas depende muito de cada caso. Até as 10 horas da manhã, ainda não estava em trabalho de parto. A minha médica esperou entrar em trabalho no final da manhã', relata.
Ana Paula é integrante da rede Parto do Princípio, que está presente em 16 Estados brasileiros e no Distrito Federal. A rede é formada essencialmente por mulheres que crêem na sua capacidade de tomar para si as decisões sobre o seu corpo nos processos de gestação, parto e pós-parto. Sem vínculos com profissionais, organizações e planos de saúde, a rede busca oferecer informações às usuárias. 'São mulheres que buscam informação e orientações sobre a capacidade de parir e de amamentar. De resgatar o processo de parir', diz.
Segundo ela, as mulheres sofrem intervenções ao serem entregues, no trabalho de parto, nas mãos de médicos e enfermeiros e, consequentemente, acabam não seguindo a sua natureza de parir. 'Quando ela está nas mãos dos profissionais, a mulher fica o tempo todo passiva. Fica recebendo ordem e o processo de parir não é natural, leva anestesias, procedimentos cirúrgicos e isso quando ela não vai para uma cesárea. Buscamos informar que ela é capaz de parir, de se movimentar na hora do trabalho de parto. O corpo simplesmente expele o bebê e não precisa ficar sedada. Basta que ela aceite essa condição e deixe o corpo agir naturalmente. Lógico que ela precisa de liberdade e privacidade', explica.
A cesárea não é condenada pela rede, que divulga o seu trabalho através do endereço eletrônico: www.partodoprincipio.com.br. Pelo contrário, considera a cirurgia salvadora. 'O que condenamos é uma cesárea eletiva', afirma.
Obstetra: menor risco para as mães e bebês
'Não é uma preferência e, sim, um compromisso'. É desta forma que a obstetra, Neila Dahas Jorge, se refere ao parto normal. Ela atua na especialidade há 29 anos e teve a formação voltada para prática por se tratar de uma via natural e de menor risco à mãe e ao bebê. Para a médica, a cesárea foi inventada para salvar a vida - de mãe e filho - nos casos em que o parto normal os expunha aos riscos.
'A cesárea foi banalizada e, devido a vários fatores ligados à mãe e ao médico, tornou-se indicação básica. A mãe não quer sentir dor e escolhe o dia e a hora do nascimento. Ela acredita que o parto normal possa danificar-lhe a genitália comprometendo sua atividade sexual', justifica.
Apesar disso, Neila considera que a cesariana tem indicações nas gestações de alto risco e ainda durante o trabalho de parto. São elas: desproporção entre a cabeça fetal e a bacia materna, sofrimento fetal agudo, irregularidades incorrigíveis nas contrações e/ou na dilatação do colo, entre outros. Segundo a obstetra, um parto normal conduzido corretamente e humanizado, possibilita melhor e mais rápida recuperação para a mãe, menos riscos de prematuridade e de angústia respiratória do recém-nascido. A médica não sabe mensurar o número de partos realizados ao longo da carreira.
'A família reforça o elo do casal, e mais rapidamente é estabelecido o vínculo mãe e filho através da amamentação precoce. Não faço idéia de quantos partos ou cesáreos já realizei. Nunca contei, porque quando jovem, no Rio de Janeiro, fazia plantões seguidos e a quantidade era absurda de procedimentos (10 a 20 pacientes por 24 horas), diz Neila Dahas.
Analista funda grupo que já atua em Belém, do Pará
A internet também foi a porta de entrada sobre o parto humanizado da analista de sistema Thayssa Rocha. Ela começou a frequentar os grupos de apoios sobre a temática em 2006, quando ainda morava na cidade de Olinda, em Recife. Thayssa ressalta a importância de grupos de apoio para auxiliar a grávida, já que estava em busca de uma alternativa de parto, que não fosse a cesárea nem o parto normal.
Após freqüentar os grupos de discussão e o nascimento do filho, Thayssa quis retribuir os conhecimentos adquiridos durante a gravidez. Juntou-se às amigas e fundou o grupo Ishtar-Recife, que tinha o objetivo de oferecer informações para grávidas sobre o parto humanizado. Em 2008, Thayssa se mudou para a capital paraense e deu início às atividades do Ishtar-Belém.
O grupo Ishtar trabalha com reuniões semanais com o intuito de trocar as experiências do parto humanizado. Além de contar com uma equipe de profissionais de saúde multidisciplinar. Entre eles, obstetras, enfermeiros, fisioterapeutas, educadores físicos e demais profissionais de saúde adeptos do parto sem intervenções cirúrgicas desnecessárias. Segundo Thayssa, as reuniões são compostas, em média, de 10 mulheres que buscam informações sobre o parto normal e, então, que queiram desmistificar a prática cesariana. 'Basicamente elas chegam procurando informação. São reuniões quinzenais e temáticas. É importante para a mulher grávida se sentir parte de um grupo. Para mim, isso foi muito importante', diz.
Thayssa afirma que a presença de maridos, avós e parentes é constante no grupo e é um apoio para a mulher imersa na sociedade que preconiza a cesárea. Ela não é contra a cesárea, no entanto, considera como uma cirurgia de resgate, quando indicada.
Além de atuar no grupo, Thayssa é doula (palavra grega, que significa: 'mulher que serve'). São mulheres voluntárias com experiência em ajudar e tranquilizar as gestantes. A doula, segundo explica, tem o objetivo de acompanhar a grávida desde o pré-natal até o pós-parto, minimizando as consequências do estado.
Nascimento em casa volta a ser incentivado por profissionais
Condução é a palavra mais adequada para definir quem auxilia no parto humanizado. O enfermeiro-obstetra e professor da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Horácio Bastos, já conduziu três partos em casa. Ele também participa dos encontros do Ishtar e afirma que não é toda grávida que pode fazer o parto em casa. 'É preciso acompanhar a mulher desde o pré-natal até o pós-parto, e para isso uma equipe de profissionais precisa acompanhá-la. Nem toda mulher poder fazer isso. Ela precisa ser muito bem atendida. Há uma maternidade de retaguarda para caso aconteça alguma complicação', explica.
O professor conta que foi partir de uma exposição fotográfica de partos normais que despertou o interesse, principalmente, em bibliográficas científicas que abordassem o assunto. Hoje, ele repassa os conhecimentos adquiridos aos alunos e demonstra que existem alternativas que não é somente a cesárea.
Foi através de uma amiga que trabalha com grupo de mulheres, no Rio de Janeiro, que a professora Edna Abreu tomou conhecimento do parto humanizado. Hoje, aos 40 anos de idade, ela tem dois filhos. Todos nascidos de parto humanizado e realizados dentro de casa.
Na época, ela morava no Rio de Janeiro, quando engravidou da primeira filha. Depois, no segundo filho, o parto foi realizado em Belém. Segundo ela, as duas experiências foram pensadas no bem-estar dos filhos. 'Eu e meu marido, optamos por isso em respeito a mim e aos nossos filhos que nasceram na companhia de profissionais que respeitaram o meu processo fisiológico e tudo foi feito com muita informação, esclarecimento e diálogo. Dentro de casa nós temos total liberdade de movimento, posição e toda disponibilidade de tempo, temos o direito a fazer as escolhas que consideramos melhores', relata.
Rede ajuda mulheres a perder medo de ter filho naturalmente
A usuária da rede considera que as mulheres têm medo do trabalho de parto, principalmente de como ele é demonstrado para a sociedade. De acordo com Ana Paula, isso ocorre quando a mulher está entre uma equipe médica fora dos padrões de humanização. 'As mulheres precisam se sentir seguras no trabalho de parto. Ela sente o corpo, mas, é claro, que ela geme, dá aqueles sinais naturais de uma mulher que vai ter um filho e é por causa disso que muitas mulheres temem o parto normal, além de que não têm informações suficientes de quando precisam de uma cesárea', completa.
Para ela, os profissionais de saúde precisam ter confiança na capacidade natural de parir, além de disponibilidade de tempo para a realização do parto natural, sem precisar induzir o nascimento do bebê com intervenções cirúrgicas, como por exemplo, a injeção de ocitocina para acelerar o trabalho de parto, aumentando a força das contrações. Ou ainda o períneo (corte vaginal) para facilitar a passagem da criança.
Para mais informações sobre os filmes:
http://www.cinematerna.org.br/web/FilmesCartaz.aspxPorto Alegre
04/03, quinta-feira, 14h
Unibanco Arteplex Bourbon Country
Filme: O segredo dos seus olhos
R. Tulio de Rose, 80
O bate-papo após a sessão acontece no café do próprio cinema.
Sessões quinzenais às quintas, 14h
Rio de Janeiro
04/03, quinta-feira, 14h
Unibanco Arteplex Botafogo
Filme: O segredo dos seus olhos
Praia de Botafogo 316
O bate-papo após a sessão acontece no bistrô do próprio cinema (somente às quintas).
Sessões quinzenais às quintas, 14h e mensais aos sábados às 11h.
São Paulo
27/02, sábado, 14h
Cine TAM
Filme: Simplesmente complicado
Av. Roque Petroni Jr 1089
Não há café nas sessões aos sábados.
Sessões mensais aos sábados, 14h.
02/03, terça-feira, 14h
Unibanco Arteplex Frei Caneca
Filme: O segredo dos seus olhos
Rua Frei Caneca 569
O bate-papo após a sessão acontece no café do próprio cinema (somente às terças).
Sessões quinzenais às terças, 14h e mensais aos sábados, 11h.
04/03, quinta-feira, 14h
Cinemark Shopping Villa Lobos - Lançamento
Filme: Simplesmente complicado
Av. das Nações Unidas 4777
O bate-papo após a sessão acontece no café Havanna, em frente ao cinema.
Sessões quinzenais às quintas 14h
O texto foi passado hoje à lista de discussão da Parto do Princípio. A obstetra Melania Amorim escreveu diretamente à direção do portal Guia do Bebê UOL, solicitando sua publicação - e claro, deixou evidente suas críticas: "Acho muito importante a divulgação de uma segunda opinião médica sobre o tema,uma vez que foi ouvida somente uma colega que se mostra contrária ao parto em casa, sugerindo diversos efeitos deletérios e complicações, porém sem apresentar evidências confiáveis."
O artigo é muito bom, publico aqui na íntegra. São vários parágrafos expondo resultados de estudos embasados no preceito da "Saúde Baseada em Evidências Científicas". Para quem adora o tema ou, tem dúvidas sobre qual o melhor tipo de assistência ao parto disponível no mercado. Recomendo uma passadinha pelo Lattes também.
Li com atenção a interessante matéria do Guia do Bebê sobre Parto em Casa. Efetivamente, a recente notícia de que o parto da modelo Gisele Bundchen foi assistido nos Estados Unidos em sua própria residência, dentro da banheira, teve grande repercussão na mídia e despertou grande interesse em diversas mulheres, além de debate por diversas categorias profissionais.
Entretanto, mesmo bem preparada, a matéria peca por apresentar apenas o ponto de vista de uma única obstetra, sem considerar a visão de diversos outros profissionais que podem participar da assistência ao parto e, sobretudo, sem analisar a opinião das mulheres.
Como obstetra, pesquisadora e integrante do Movimento de Humanização do Parto no Brasil, não poderia deixar de contrapor a este ponto de vista, digamos, “oficial”, por refletir a opinião de grande parte dos médicos-obstetras em nosso País, considerações baseadas não em “achismos” ou receios, mas em evidências científicas.
O parto em casa, conquanto seja uma modalidade ainda pouco freqüente no Brasil, representa uma realidade dentro do modelo obstétrico de diversos outros países, como a Holanda, onde 40% dos partos são assistidos em domicílio, dentro do Sistema de Saúde. Mas vários outros países europeus e até os EUA contam com estatísticas confiáveis pertinentes aos partos atendidos em casa, e é impossível falar em RISCOS ou SEGURANÇA sem considerar os resultados dos diversos estudos já publicados sobre o tema.
Em 2005, chamou a atenção a publicação de um interessante estudo analisando os desfechos de partos domiciliares assistidos por parteiras na América do Norte: "Outcomes of planned home births with certified professional midwives: large prospective study in North America"[http://bmj.bmjjournals.com/cgi/content/full/330/7505/1416?ehom]. O estudo incluiu 5418 mulheres. A taxa de transferência para hospital foi de 12%, com uma taxa de cesariana de 8, 3% em primíparas e 1,6% em multíparas. A frequência de intervenções foi muito baixa, correspondendo a 4,7% de analgesia peridural, 2,1% de episiotomias, 1% de fórceps, 0,6% de vácuo-extrações e uma taxa global de 3,7% de cesarianas. A taxa de mortalidade perinatal (intraparto e neonatal) foi de 1,7 por 1.000, semelhante à observada em partos de baixo risco atendidos em ambiente hospitalar. Não houve mortes maternas. O grau de satisfação foi elevado (97% das mães avaliadas se declararam muito satisfeitas). A conclusão deste estudo foi que os partos domiciliares assistidos por parteiras têm os mesmos resultados perinatais que os partos hosp italares de baixo risco, com uma frequência bem mais baixa de intervenções médicas. Entretanto, alguns críticos comentaram que o número de casos envolvidos seria insuficiente para determinar a segurança do parto domiciliar em termos de mortalidade materna e perinatal.
Seguiram-se vários outros estudos, publicados em diversas regiões do mundo, comparando a morbidade e a mortalidade tanto materna como perinatal entre partos domiciliares e hospitalares. A conclusão geral é que o parto domiciliar NÃO envolve mais riscos para mães e seus bebês, e cursa com vantagens diversas, relacionadas sobretudo à expressiva redução de intervenções e procedimentos. Partos assistidos em casa têm menor risco de episiotomia, de analgesia de parto, de uso de fórceps ou vácuo-extrator, de indicação de cesárea e a taxa de transferência hospitalar fica em torno de 12%. Destaca-se ainda o conforto e a satisfação das usuárias, que vivenciam uma experiência única e transformadora em seu próprio lar.
O estudo mais recente publicado no British Journal of Obstetrics and Gynecology (2009) analisou a morbimortalidade perinatal em uma impressionante coorte de 529.688 partos domiciliares ou hospitalares planejados em gestantes de baixo-risco: Perinatal mortality and morbidity in a nationwide cohort of 529,688 low-risk planned home and hospital births. [http://www3.interscience.wiley.com/journal/122323202/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0]. Nesse estudo, mais de 300.000 mulheres planejaram dar à luz em casa enquanto pouco mais de 160.000 tinham a intenção de dar à luz em hospital. Não houve diferenças significativas entre partos domiciliares e hospitalares planejados em relação ao risco de morte intrapa rto (0,69% VS. 1,37%), morte neonatal precoce (0,78% vs. 1,27% e admissão em unidade de cuidados intensivos (0,86% VS. 1,16%). O estudo conclui que um parto domiciliar planejado não aumenta os riscos de mortalidade perinatal e morbidade perinatal grave entre mulheres de baixo-risco, dese que o sistema de saúde facilite esta opção através da disponibilidade de parteiras treinadas e um bom sistema de referência e transporte.
Parteiras treinadas ou midwives, em diversos países, são aquelas profissionais que cursam em nível superior o curso de Obstetrícia e são treinadas para atender partos de baixo-risco e, ao mesmo tempo, desenvolvem habilidades específicas para identificar os casos de alto-risco, providenciar suporte básico de vida em emergências, tratar potenciais complicações e referenciar ao hospital, quando necessário. Essas profissionais, como a que atendeu Gisele Bundchen, estão aptas para prestar o atendimento à mãe durante todo o parto, bem como para assistir o bebê imediatamente após o nascimento e nas primeiras 24 horas de vida. Embora não haja necessidade de equipamentos sofisticados ou de UTI à porta da casa da parturiente, o material básico de reanimação neonatal é providenciado pelas parteiras certificadas. Parteiras também podem atender em hospital, de forma independente ou associadas com médicos.
Uma revisão sistemática recente encontra-se disponível na Biblioteca Cochrane com o título de “Midwife-led versus other models of care for childbearing women” [http://www.cochrane.org/reviews/en/ab004667.html]. Esta revisão demonstra que um modelo de cuidado com parteiras associa-se com vários benefícios para mães e bebês, sem efeitos adversos identificáveis. Os principais benefícios são redução de analgesia de parto, menor número de episiotomias e partos instrumentais, maior chance de a mulher ser atendida durante o parto por uma parteira já conhecida, maior sensação de manter o controle durante o trabalho de parto, maior chance de ter um parto vaginal espontâneo e de iniciar o aleitamento materno. A revisão conclui que se deveria oferecer à maioria das mulheres (gestantes de baixo-risco) a opção de ter gravidez e parto assistidos por parteiras.
Em resumo, as evidências científicas disponíveis corroboram a segurança e os efeitos benéficos do parto domiciliar. Apenas criticar e apontar possíveis complicações, sem comprovar as críticas com evidências bem documentadas, publicadas em revistas de forte impacto, não pode ser mais aceito em um momento da história em que os cuidados de saúde devem se respaldar não apenas na opinião do profissional mas, ao contrário, devem se embasar em evidências científicas sólidas. Este é o preceito básico do que se convencionou chamar de “Saúde Baseada em Evidências”, correspondendo à integração da experiência clínica individual com as melhores evidências correntemente disponíveis e com as características e expectativas dos pacientes”. Embora iniciado na Medicina (“Medicina Baseada em Evidências”) esse novo paradigma estende-se a todas as áreas e sub-áreas da Saúde.
Melania Amorim, MD, PhD
Currículo Lattes
Médica formada pela UFPB
Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo IMIP
Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO
Mestre em Saúde Materno-Infantil pelo IMIP
Doutora em Tocoginecologia pela UNICAMP
Pós-doutora em Tocoginecologia pela UNICAMP
Pós-doutora em Saúde Reprodutiva pela OMS
Professora de Ginecologia e Obstetrícia da UFCG
Professora da Pós-Graduação em Saúde
Materno-Infantil do IMIP
Colaboradora da OMS e revisora da Biblioteca Cochrane
Foi publicado ontem um artigo no portal Guia do Bebê UOL. Acesse aqui.
O texto é claramente opinativo, há apenas uma fonte de entrevista.
Sua opinião sobre o parto domiciliar ou em casa de parto deveria ser rebatida pela de outros profissionais da mesma categoria, ou então, o artigo deveria estar assinado.
As brasileiras têm o direito de consumir infomações claras e justas sobre a gravidez e o parto.
Mandei essa sugestão para o site.
Espero que consertem a falha ética.
4º Encontro de 2010 – GestaCuritiba
Na próxima quinta-feira, dia 25, acontecerá o 4º encontro deste ano do grupo
GestaCuritiba.
Tema: Tipos de parto (normal, natural, de cócoras, na água).
Local: Rua Paula Gomes, 850, São Francisco (próxima ao prédio da
antiga Telepar e ao Largo da Ordem), das 19:00h às 21:30h.
Coordenação: Patricia Bortolotto e Felicitas Kemmsies.
O encontro é gratuito, mas pedimos a gentileza de confirmar presença pelo
e-mail ou pelo telefone (41) 9113-6364.
Solicitamos ainda que com a confirmação da presença seja enviado um telefone
para contato, pois estamos acompanhando quatro gestantes que podem entrar em
(trabalho de parto) a qualquer momento!
Com muita alegria comunicamos que desde o último encontro nasceram dois
bebês de gestantes que freqüentaram o Gesta!
Sejam bem vindos Ananda e Leonardo! Parabéns Katiúscia e Ruth!
Mais informações: www.nascercomrespeito.com.br
Belo Horizonte
23/02, terça-feira, 14h
Cinemark Pátio Savassi
Filme: Invictus
Av. do Contorno, 6061
O bate-papo após a sessão acontece no Café do Ponto, um piso abaixo do cinema.
Sessões quinzenais às terças, 14h
Campinas
23/02, terça-feira, 14h
Cinemark Iguatemi Campinas
Filme: Idas e Vindas do amor
Av. Iguatemi, 777
O bate-papo após a sessão acontece no Havanna Café, no primeiro piso.
Sessões quinzenais às terças, 14h
Curitiba
25/02, quinta-feira, 14h
Espaço Unibanco Crystal
Filme: Invictus
Rua Comendador Araújo 731 - Piso Lj 1 - Shopping Cristal
O bate-papo após a sessão acontece no Café da Esquina, em frente ao cinema.
Sessões quinzenais às quintas, 14h.
Porto Alegre
25/02, quinta-feira, 14h
Cinemark Barra Shopping Sul
Filme: Idas e vindas do amor
Av. Diário de Noticias 300
O bate-papo após a sessão acontece no café do próprio cinema.
Sessões quinzenais às quintas, 14h
Rio de Janeiro
23/02, terça-feira, 14h
Cinemark Downtown
Filme: Idas e vindas do amor
Av. das Américas, 500 - Bloco 17 2º Piso - Barra da Tijuca
O local do bate-papo após a sessão está em definição.
Sessões quinzenais às quintas, 14h.
Salvador
23/02, terça-feira, 14h
Espaço Unibanco Glauber Rocha
Filme: Hanami, cerejeiras em flor
Praça Castro Alves S/N
Salvador - BA
O bate-papo após a sessão acontece no café do próprio cinema.
Sessões mensais às terças, 14h.
Santo André
23/02, terça-feira, 14h
Cinemark ABC Plaza
Filme: O fada do dente (dublado)
ABC Plaza Shopping, Av. Industrial 600
O bate-papo após a sessão acontece na Casa do Pão de Queijo, no piso do cinema.
Sessões quinzenais às terças, 14h
São Paulo
23/02, terça-feira, 14h
Espaço Unibanco Augusta
Filme: Hanami, cerejeiras em flor
Rua Augusta 1470, próximo à Av. Paulista
O bate-papo após a sessão acontece no Starbucks do Center 3, no piso Augusta.
Sessões quinzenais às terças, 14h
25/02, quinta-feira, 14h
Cinemark Market Place
Filme: Idas e vindas do amor
Shopping Market Place, Av. Dr. Chucri Zaidan 920
O bate-papo após a sessão acontece no Vipiteno Café, no mesmo piso do cinema.
Sessões quinzenais às quintas, 14h
Para mais informações sobre os filmes:
http://www.cinematerna.org.br/web/Default.aspx
Criei hoje no orkut a Comunidade Parto no Brasil.
Participem!
O intuito é agregar-se a essas outras formas de redes que dispomos atualmente, como orkut, twitter, enfim, ao modo como hoje nos comunicamos!
Matéria publicada no portal MSN Mulher. Informação coerente e embasada, mais uma vitória para as brasileiras.
O texto chegou até mim via lista de discussão da Parto do Princípio, postado pela Thayssa Rocha.
Parto sem dor por Mônica Vitória 18/02/2010 Relaxe, mamãe: dar à luz não é mais sinônimo de sofrimento
Que mulher nunca sentiu um frio na espinha ao pensar em como seria o nascimento de seu filho? Para algumas futuras mamães, o medo de sentir dor na hora do parto é tão angustiante que, não raro, a idéia de fazer uma cesariana, mesmo sem necessidade real, torna-se tentadora. Mas podemos dizer que esse temor feminino é quase infundado. Ao contrário do que acontecia com nossas avós, hoje contamos com outros métodos que facilitam a chegada do bebê ao mundo e reduzem muito a dor física, tornando o parto muito menos traumático para a mãe e para a criança.
No trabalho de parto há progressivas contrações do útero e dilatações do colo uterino, o que faz com que a intensidade da dor aumente e diminua constantemente. De fato, parece um sonho viver este momento único e mágico sem preocupações, dar à luz ao seu filhote sem aqueles gritos e expressões de sofrimento que fomos acostumadas a ver no cinema e na TV, não é? E a possibilidade é real.
O ginecologista e obstetra Alexandre Pupo Nogueira, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, afirma que o parto normal sem dor não só é possível, como deveria ser a regra para todas as mães que assim o desejassem. Mais: dá para escolher como isso será feito. Segundo o médico, os métodos em que se minimizam as dores podem ser lúdicos, de bem-estar ou medicinais.
“O terceiro trabalho de parto, também em casa, foi bem dolorido e intenso, mas ficar embaixo do chuveiro foi fundamental. Assim que minha filha nasceu, não senti mais nada”
De forma lúdica, todo o trabalho de parto é feito como se fosse um momento de relaxamento da mãe. Existe o parto em banheira de hidromassagem, presente em algumas das maternidades, ou aquele em que a mulher senta-se sobre grandes bolas de borracha macias, por exemplo. Há os métodos que promovem maior humanização. O obstetra explica: "Esse tipo de procedimento conta com acomodações que lembram mais um quarto do que um hospital, camas ergonômicas, equipe médica e enfermeiras dedicadas ao acompanhamento do trabalho de parto, que se identificam e gostam desta tarefa", diz. As mães que preferirem ainda podem ter a companhia de doulas, mulheres que são acompanhantes de parto profissionais, responsáveis por levar maior conforto físico e emocional.
Parto humanizado
O anestesiologista Cássio Régis, criador do site Parto Sem Dor conta que uma das formas de se fazer o parto humanizado sem sofrimento é com o método psicoprofilático ou Lamaze, desenvolvido nos anos 50 por especialistas russos e aprimorado pelo médico francês Fernand Lamaze. "Infelizmente, essa prática foi sendo deixada de lado por exigir muito tempo e treinamento mental e físico da gestante. É preciso fazer exercícios de respiração e relaxamento, e exercícios perineais durante o pré-natal. E para aprender tudo isso deve-se buscar pessoas que saibam a técnica", comenta o médico.
Um dos princípios do parto psicoprofilático é estimular a participação ativa e completa da mulher neste momento de sua vida, ensinando-a a equilibrar seu cérebro, a adaptar-se e a ter controle sobre si.
A psicóloga Andrea de Almeida Prado, de 37 anos, é doula e defende o chamado "parto natural", sem intervenções e apenas com o acompanhamento do obstetra, muitas vezes feito em casa mesmo. Dois de seus três filhos nasceram assim e ela garante que, apesar de ainda ter sentido algumas dores, a decisão pela método mais humanizado foi recompensadora. "O primeiro parto foi no hospital, induzido e com injeção anestésica só no final. Senti dor. O segundo foi em casa, sem indução nem anestesia. As contrações incomodaram na última meia hora, mas não me lembro do parto como sendo doloroso. A alegria foi muito grande. O terceiro trabalho de parto, também em casa, foi bem dolorido e intenso, e ficar embaixo do chuveiro foi fundamental. Assim que minha filha nasceu, não senti mais nada. Valeu a pena, estava com meu marido e uma profissional em quem confiava", relata Andrea, que é uma das idealizadoras do site Amigas do Parto.
De acordo com ela, existem várias técnicas que ajudam a aliviar a dor no parto natural. "Em primeiro lugar, a mulher precisa sentir-se segura e bem amparada. Massagem pode ajudar, especialmente na lombar. Entrar no chuveiro ou na banheira também é muito bom, assim como movimentar-se à vontade, experimentando qual a melhor posição... E respirar bem, naturalmente", diz. Por isso, quem costuma praticar yoga, por exemplo, sabe que terá vantagens na hora de parir seu filho.
Andrea ainda ressalta que o local onde o bebê irá nascer é capaz de influenciar as sensações da mãe: "Um ambiente em que a mulher fique estressada vai aumentar sua percepção da dor. Barulho, gente estranha em volta, tudo isso pode atrapalhar. Um lugar calmo, tranqüilo, onde ela se sinta segura é o ideal. A mulher precisa se sentir respeitada", destaca a psicóloga.
Lindo lindo o texto de Kalu publicado hj no Blog Mamíferas, para dar água na boca um trechinho procêis:
Cada mãe é uma verdadeira heróina. Superamos (ou não) as dores do parto, as dificuldades de amamentação. Quantas vezes não experimentamos o desespero, o cansaço? Somos heroínas do cotidiano, aclamadas por uma horda de anjos. E isso é mais importante que qualquer conquista humana: saber que a maior delas é realizar com completude a experiência de ver desabrochar a grande obra de arte - seu filho.
O sistema de saúde ingles, através do King's College, não pretende renovar o contrato com o grupo de parteiras inglesas Albany midwives.
Segundo fonte eles se basearam num relatório estatístico com viés para tomar essa decisão de não renovação. Trata-se de mais uma batalha coorporativa.
Há um movimento na Inglaterra para não fechar, sendo que vai haver uma passeata em
7 de março.
A notícia está nesse link abaixo
http://www.guardian .co.uk/society/ 2009/dec/ 07/albany- midwives- kings-college- hospital
Voce pode contribuir assinando uma petição de apoio.
O link é
http://www.gopetiti on.co.uk/ online/32641. html
Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho dessas parteiras no capítulo 5 do último
livro de Robbie Davis-Floyd - "Birth Models that Work", intitulado "The Albany Midwifery Practice", terá mais informações.
Reuniões mensais abertas e gratuitas para troca de experiências entre mulheres e casais.
Informações importantes sobre gestação, parto e humanização, com o objetivo de reunir e apoiar aqueles que busquem viver a maternidade de forma ativa e consciente.
Pode levar acompanhante, bebê, familiar ou amiga grávida ou aspirante.
Data: 27/02 - das 1o:00 às 12:00 horas
Onde: Rua Guararapes, 634 - Brooklin
Organização e participação: Márcia Koiffman, Katia Barga e Drika Cerqueira
Informações: (11) 50632000/50962318 /37911211
Tema do mês: Parto na água: mitos e verdades. Quem acompanha esse tipo de parto, quem pode tentá-lo. Com depoimento de convidadas que tiveram parto na água em ambiente hospitalar e domiciliar.
Na próxima sexta, dia 19 de fevereiro, é dia de reunião de mães no Museu da República, no Catete, às 9 da manhã.
Ainda que você não esteja mais amamentando, é nossa convidada para participar desta rica troca com as outras mães, assim como são bem vindas as crianças, papais, vovós, titios, babás etc.
A intenção da discussão é compartilhar dúvidas, sugestões, alegrias e aventuras relativas aos nossos pequenos.
Seguem abaixo os detalhes oficiais do encontro, retirados do site www.amigasdopeito.org.br
*GRUPO DO CATETE*
Local: Museu da República - Palácio do Catete, Rua do Catete, 153
*Dicas*
O grupo se reúne na varanda interna do Museu, mesmo em dias de chuva! O Parque é lindo e tem uma Brinquedoteca para crianças maiores, além de exposições, livraria, lanchonete e cinema. Este é o grupo mais novo das Amigas do Peito, mas tem tido uma frequência muito grande. Várias integrantes do antigo Grupo de Santa Teresa estão participando, o que torna o grupo mais forte, interessante e comprometido!
O Museu fica pertinho da nossa sede e tem muito a ver com a história das Amigas do Peito. Foi lá que comemoramos nossos 20 anos durante um mês de celebrações, com a exposição de Humor e Amamentação, debates, filmes e a nossa linda Colcha de Retalhos!
*Como chegar*
O Museu tem entrada tanto pela Rua do Catete como pela Praia do Flamengo. A entrada principal fica em frente à estação Catete do Metrô. De ônibus, basta pegar qualquer linha que passe na Rua do Catete ou na Praia do Flamengo. De Niterói, pegar a linha Charitas-Leme ou Charitas-Copacaba. Se você vem de carro, o Museu oferece estacionamento rotativo, ao preço de R$4,00 por duas horas.
VENHAM!!!
"Queria comentar aqui com você sobre o trabalho feito pelo Blog Parto no Brasil, criado recentemente com o intuito de discutir questões relacionadas ao parto e nascimento no Brasil, assim como o papel da mulher como protagonista do nascimento, a vivência de uma maternidade consciente, além de propagar campanhas em favor ao parto normal, aleitamento materno e cuidados com o bebê que lhe dêem segurança, carinho e proteção!"
Por um gestar, parir e maternar com respeito!
Visitem em: http://partonobrasil.blogspot.com/
Além disso, firmamos uma parceria e em março sortearemos aos noss@s leitor@s um vale-compras no valor de R$100,00 para ser gasto na loja Zazou Moda Gestante de São Paulo (Rua: Atílio Innoncenti, Vila Olímpia) ou no Rio de Janeiro (Galeria do Fórum de Ipanema).
Não percam!!!
A Casa de Parto de Sapopemba chama a tod@s para assinar o abaixo-assinado que será enviado a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo devido ao precário estado das ambulâncias.
Car@s leitor@s,
é com alegria que divulgamos a vocês o sorteio de um sling petit da Casulinho!A artesã e mãe de Antonio, Mariana Mesquita, aderiu à campanha e nos forneceu uma peça de seus produtos, que podem ser encontrados no Blog Casulinho.Para concorrer, basta responder e postar em nossos comentários:Slingar é tudo de bom porque...No dia 28 de fevereiro, domingo, realizaremos o sorteio e Mariana enviará o prêmio!Participem!
Porque slingar é tudo de bom!_Caso tenham dúvidas escrevam para: lunabianka@yahoo.com.br ou anafranzon@yahoo.com.br
O sling é uma faixa de pano com cerca de dois metros de comprimento, com argolas reguláveis que permitem formar uma espécie de saco ou rede, onde se carrega o bebê em várias posições. Trata-se de uma "novidade" que tem raízes bem antigas. Em diversas culturas da África, da Ásia e da América, é comum transportar os bebês junto ao corpo, usando para isso vários tipos de “faixas”. Instintivamente, essas mães procuram fortalecer a conexão com seus bebês, criando uma espécie de “barriga de transição”, exatamente como a que os cangurus e outros marsupiais possuem.
Pesquisas recentes demonstram a sabedoria desse costume: é o caso de teorias como a de exterogestação, que afirma que os bebês humanos nascem muito mais imaturos do que outros filhotes de mamíferos, pois do contrário não conseguiriam passar pelo canal de parto, e a gestação teria de continuar externamente até os nove meses após o nascimento – época em que a maioria das crianças já engatinha ou mesmo começa a andar.
Extremamente indefesos e ligados às suas mães, os bebês sofrem menos e se desenvolvem melhor se puderem manter contato direto com elas. Isso ainda é mais visível no caso de crianças prematuras – existem trabalhos científicos realizados em UTI’s neonatais, como no caso do Projeto Mãe Canguru, do Imip (PE), que coloca mães e filhos “colados” 24h, e o contato pele-a-pele faz com que os bebês se recuperem mais depressa, facilitando também a amamentação.
Carregando seus bebês, as mulheres das culturas tradicionais têm outras vantagens: podem se locomover mais facilmente e realizar suas tarefas diárias sem maiores preocupações, contando com seus braços livres. Estes bebês costumam ser mais relaxados, dormir melhor à noite e sofrer menos de cólicas e de morte súbita, pois estão sempre em contato direto com suas mães, ouvindo sons semelhantes ao que escutavam quando estavam na barriga e aprendendo com a respiração continuada delas. Dentro do porta-bebê, o pai ou a mãe compartilha calor, cheiro, aconchego com o filho, mostrando que está disponível e que o ama.
Nos Estados Unidos e Europa, o uso de porta-bebês variados tem se popularizado nos últimos anos. Um dos mais conhecidos é o sling, que pode ser ajustado em várias posições e imita a posição natural dos braços que carregam uma criança. Ao contrário dos “cangurus”, que não podem ser usados por recém-nascidos e bebês sem firmeza no pescoço, ele pode e deve ser usado sem restrições já a partir do nascimento. O sling também respeita o desenvolvimento do bebê que começa a sentar, pois não força as perninhas a se manterem abertas nesta fase de formação das articulações do quadril.
Além de ser muito mais barato que um carrinho, cadeirinha ou outros meios de transportar seu bebê, o sling tem uma vida útil mais longa: pode ser usado até cerca de 25kg, o que vai depender principalmente da capacidade física do pai ou mãe de sustentar esse peso. Prático, pode ser lavado sempre que se desejar, à mão ou na máquina, e é muito mais fácil de se carregar que qualquer outro “substituto”.
Experimente! Nada é mais gostoso que ter seu filho pertinho de você.
_Texto extraído do Blog Casulinho.
O Plano de Parto (PP) é um documento criado pela parturiente junto de sua família para designar os procedimentos escolhidos durante o trabalho de parto, parto e nascimento do bebê, assim como os cuidados no pós-parto, desta maneira, deve ser discutido com o obstetra e pediatra caso tenha que ser feito algum "acordo", visto os protocolos, especialmente hospitalares, a serem cumpridos.
No dia do parto leve uma cópia para ser apresentada na Maternidade, Hospital ou Casa de Parto, e também ao obstetra/pediatra.
Não importa se seu filho/a for nascer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), convênio ou particular, faça seu PP e lute pelas suas escolhas e decisões!
Criamos na página ESPECIAL um tópico sobre o PP onde é explicado o que é, para que serve (ONG Amigas do Parto), além de outras informações fornecidas por Pati Merlin e pela HumPar, de Portugal. Lá vocês poderão se orientar e criar seu próprio PP.
Meu segundo filho, nascido em casa com o amparo de uma obstetriz/parteira, antes mesmo de seu nascimento já tinha providenciado nosso PP, apesar de ter escolhido parir em nosso lar, isso mostra que onde quer que você irá parir, seja no hospital ou em casa, faça um documento redigido com suas preferências para quem for lhe acompanhar e discuta com ele/ela antes da data provável do parto (DPP).
FAÇA VALER SUAS ESCOLHAS!
Confira na página ESPECIAIS > PLANO DE PARTO.
Abaixo forneço nosso PP como modelo para eventuais consultas e dúvidas:
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Plano de Parto
Parto domiciliar na residência cito à Rua Castelo Branco, n° 610, Bairro Nova Cananéia, no município de Cananéia, Estado de São Paulo; caso seja necessária a transferência será para o Hospital Regional do Vale do Ribeira (HRVR), em Pariquera-Açu.
Parturiente: Bianca Cruz Magdalena.
Acompanhantes em todos os procedimentos: Juliano Silva do Nascimento (esposo), Kátia Zeny Assumpção (obstetriz/parteira) e Silmara Guerreiro (amiga/cumadre).
Temos a ciência e consciência de que o parto pode tomar rumos diferentes daqueles que idealizamos e aguardamos para a vinda de nosso filho, de qualquer forma listamos abaixo nossas preferências e escolhas em relação ao nascimento de Rudá, para que ele possa ser recebido com amor e respeito, tranquilamente, sendo assim caso os planos não possam ser seguidos gostaríamos de ser previamente comunicados e consultados sobre as supostas alternativas que deverão ser feitas.
Durante o Trabalho de Parto:
* Fazer lavagem intestinal somente se eu achar necessária, caso meu intestino esteja sem funcionar a alguns dias.
* Realizar infusão intravenosa de ocitocina apenas se for preciso e houver indicação médica; sem perfusão contínua de soro.
* Liberdade para beber água e sucos enquanto for tolerado por mim, permanecendo sem jejum.
* Sem restrição de movimentos com a possibilidade de caminhar e mudar de posição, fazendo uso do chuveiro.
* Receber massagens e outros métodos alternativos, como uso de óleos essenciais, chás e bola de Pilates que auxiliem no alívio da dor.
* Monitoramento fetal eletrônico apenas se necessário e houver indicação médica, tendo preferência auscultação com sonar Doppler.
* Rompimento espontâneo da bolsa d’água.
* Analgesia somente se for solicitada por mim.
* Tricotomia realizada somente se o parto evoluir para uma cirurgia cesariana, sendo feita na região do corte cirúrgico.
Durante o Parto:
* Escolher a posição para a saída do bebê no momento expulsivo que seja mais confortável e eficiente para mim, considerando relevantes as verticalizadas (cócoras e cócoras sustentada).
* Prefiro que não seja feita episiotomia e gostaria que o períneo fosse amparado na fase de expulsão, permitindo o desprendimento lento e progressivo da cabeça do bebê.
* Parto Leboyer, suave e humanizado.
* Após o nascimento gostaria que o bebê fosse colocado imediatamente em meu colo para o contato pele a pele e, se houver necessidade de succionar as vias respiratórias prefiro que seja feita enquanto ele estiver comigo.
* Amamentação assim que o bebê nascer e estiver em meus braços.
* Clampeamento do cordão apenas quando ele parar de pulsar.
* Não realizar os procedimentos neonatais como aplicação de antibiótico oftálmico ou nitrato de prata, Vitamina K (Potássio) e Hepatite B.
No Pós Parto:
* Aguardar a expulsão espontânea da placenta com auxílio da amamentação.
* O bebê deverá ficar comigo o tempo todo, mesmo para avaliação e exames pediátricos.
* Liberação para o quarto o quanto antes.
Caso seja necessária cesária:
* Gostaria da presença do meu marido e das obstetrizes que me acompanham.
* Anestesia peridural, sem sedação.
* Rebaixamento do protetor quando o bebê estiver sendo retirado para que eu possa ver e acompanhar esse momento do nascimento, caso não seja possível visualizar o bebê com a ajuda de um espelho.
* Após o nascimento gostaria que colocassem o bebê sobre o meu peito e que minhas mãos estejam livres para segura-lo e amamenta-lo.
* Como o bebê nasceu por via alta e não teve contato vaginal desejo que não seja utilizado o nitrato de prata nos exames neonatais.
Cuidados com o bebê:
* Amamentação sob livre demanda sem o oferecimento de água glicosada ou outros tipos de leite e chupeta.
* Alojamento conjunto o tempo todo.
Agradecemos à compreensão da equipe envolvida por participarem desse momento tão importante para a nossa família.
Não me levem a mal, apenas juntei algumas das justificativas que ouvi nessa última semana...
Se eu for cantar essa música com alguns obstetras que eu conheço, as rimas serão totalmente diferentes. Sei que existem muitos MARAVILHOSOS!!!
Coisa linda e divina o trabalho da parteira mexicana Naoli Vinaver.
Vale a pena conhecer o site, é inspirador.
“Toda mujer desea que su bebé nazca saludable.
Toda mujer espera tener una
buena experiencia de parto cuando le llegue el momento...
Sabemos que es posible desear aún más que eso:
El vivir el dar a luz y el nacer como
experiencias transformadoras y empoderadoras
"Sou um ser que está convicta de que a melhor maneira de colocar um filho no mundo foi e continua sendo, parindo-o naturalmente.
Me revolta perceber o quanto as mulheres são desacreditadas de sua capacidade de parir.
Acreditam piamente em seus médicos, que na maioria das vezes estão mais preocupados com a organização de suas agendas do que com a importância do momento de vir ao mundo dos nossos bebês.
Você pode me dizer que a cesárea salvou sua vida e a do seu filho, mas não diga que esta foi a melhor maneira dele vir ao mundo.
As cesáreas foram inventadas para isso mesmo, salvar aquela mulher que por algum motivo, não pode parir, mas infelizmente tem sido realizada em grande escala e em 90% dos casos sem a menor necessidade.
Minha filha nasceu em casa, e ficou comigo recebendo todo o meu amor e não recebendo estímulos doloridos durantes as quatro ou seis horas que ficam no berçário respeitando a rotina do hospital.
Será que as mamães sabem quais são as rotinas do hospital?
Será que sabem por quanto tempo seus lindos bebês choram sem serem amparados enquanto elas estão se recuperando de toneladas de drogas que injetaram em seu corpo?
Será que seu filho esta sendo manipulado com carinho pelas funcionárias do berçário lindo todo cheio de bichinhos e tons pastel?
Talvez nem pensem nisso né. Tem coisas mais importantes para pensar como, por exemplo, o kit de berço ou o brinquedinho educativo da Fischer Price que o filho precisa para ser o melhor de todos.
Desculpa se ofendo alguém. Não é minha intenção. Minha intenção é abrir os olhos de amigas e pessoas que amo para que busquem viver a experiência da maternidade de maneira responsável e consciente de seus direitos e dos direitos do seu filho tão esperado".
*Juliana Ribeiro, estudante de Psicologia, mãe de Lorena, com pouco mais de um ano – PD e a espera de Bia, com 33 semanas.
Matéria publicada na revista Pais e Filhos na internet. O texto está bastante afinado com as perspectivas da humanização da assistência à saúde. E serve de complemento ao meu post anterior - que confesso, foi escrito em momentos de pura e intensa militância.... O texto chegou até mim via GestaPR, postado pela Renata Frossard.
(desne)Cesárea
MAIS DE 70% DAS BRASILEIRAS QUEREM FAZER PARTO NORMAL, MAS SÓ 10% CONSEGUEM. FOMOS INVESTIGAR OS PRINCIPAIS MOTIVOS QUE LEVAM A ESSE DESCOMPASSO
por Larissa Purvinni, mãe de Carol, Duda e Babi, com reportagem de Cíntia Marcucci, filha de Mariza e Emiliano, Paula Montefusco, filha de Regina e Antonio, e Sofia Benini, filha de Maria Paula e Nery
A maioria das brasileiras (70%) gostaria de tentar o parto normal, mas muito poucas(10%) conseguem. O dado vem de pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública com colaboração do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, e da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Nosso país é campeão em partos cirúrgicos, com índices que atingem 43% do total de nascimentos e chegam a 80% nos hospitais particulares. Em certas maternidades, a taxa ultrapassa 98%, quando a Organização Mundial da Saúde recomenda que não passe de 15% dos partos. As razões esbarram em questões culturais e na realidade do nosso sistema de saúde. As mulheres também levam parte da culpa, segundo os médicos. "A mulher latina suporta mal a dor, a encara como sofrimento, não como algo que depois a leva a uma grande realização pessoal", aponta o ginecologista e obstetra Carlos Czeresnia, pai de Débora, Liora, Diana, Jonathan e Ricardo. O obstetra Jorge Kuhn, pai de Renata, Clara e Otávio, concorda: "Muitas mulheres esperam um parto utópico: rápido e sem dor".
Parto no convênio
O outro lado da questão envolve o sistema de saúde brasileiro, em especial os convênios médicos. "Um parto normal pode demorar de 8 a 12 horas e ocorrer a qualquer momento. O médico faz as contas e conclui que é mais econômico programar a cesárea", avalia Czeresnia. Por outro lado, o obstetra Jorge Hodick-Lenson, pai de Íris e Rebeca e avô de Sofia, que vieram ao mundo pelas suas mãos, afirma que, mesmo para médicos particulares, pagos diretamente pela paciente, sem depender da tabela dos planos de saúde, a incidência de cesáreas é alta - cerca de 80%. "A cliente está pagando pelo tempo necessário para o médico ficar com ela durante o trabalho de parto e, ainda assim, ele faz a cirurgia sem indicação efetiva, já que não existem 80% de indicações médicas para cesariana. Isso poderia ser considerado uma verdadeira epidemia de patologias obstétricas". Ou seja: seria como dizer que as brasileiras têm algum defeito de fábrica: não entram em trabalho de parto, não têm dilatação e por aí vai...
O obstetra vai além: "Há alguns anos eu fiz uma pesquisa com 2.000 mulheres, fiz duas perguntas durante a execução de exames de ultrassonografia de rotina ginecológica. A primeira foi: 'Seu parto ou partos foram normais ou cesarianas?'. Quase que 80% responderam que foram cesarianas. A segunda pergunta foi: 'Por que foi cesariana?'. Quase 80% responderam quase com as mesmas palavras: 'Não tive dilatação'. Ou seja, dá a impressão de que a mulher brasileira tem um 'defeito' no colo do útero - que dilata em todas as mulheres do mundo, menos nela. Isso denota uma falsa informação e indicação quanto aos motivos da cesariana". Traduzindo: os médicos indicam o parto cirúrgico sem real necessidade e minimizam os riscos.
Cesárea segura?
Muitos profissionais insistem que, no caso do Brasil, a cesárea é tão segura quanto o parto normal, quando estudos mostram risco de morte quase 11 vezes maior em comparação às que fizeram parto vaginal. Há casos em que o doutor chega a dizer que não há diferença entre os dois tipos de parto, ambos têm vantagens e desvantagens, quando a evidência científica é a de que o parto normal é o melhor para mãe e bebê. Bebês nascidos por meio de cesárea têm risco quase 5 vezes maior de precisar ficar na UTI ou na semi-intensiva. Para os nascidos a termo, o risco de desenvolver desconforto respiratório é 7 vezes maior nos nascidos de cesáreas programadas do que nos nascidos de parto normal, porque o trabalho de parto serve para terminar o amadurecimento do bebê, principalmente dos sistemas respiratório, imunológico e nervoso. Muito disso ocorre por outro fator cultural, que é a confiança quase cega nos
médicos, que faz muitas mulheres só se basearem no que seu obstetra lhes diz. Quando perguntamos sobre como convencer a mulher de que o parto normal deve ser a primeira opção, o dr. Kuhn, pai de Renata, Clara e Otávio, aponta que esse não é o caminho para reverter o alto número de cesáreas. "A palavra não é convencimento. A mulher precisa se informar adequadamente. Mas aí vem a comodidade tanto dela quanto do médico. Para o Ministério da Saúde é interessante investir no parto normal, pois, além de ser o melhor para o bebê e para a mulher, é mais barato e não apresenta os riscos de uma cirurgia. Os médicos não explicam sobre possíveis hemorragias e infecções, pois não é conveniente". Ou seja: muitos médicos, no mínimo, omitem informações importantes.
O papel do acompanhante
Uma das investidas do Ministério é implementar a Lei do Acompanhante, que prevê a entrada de um acompanhante da escolha da mulher na sala de parto - sem custo adicional. "A mulher tem de confiar em si mesma e em quem está com ela. E se sentir acolhida no ambiente para ter a tranquilidade de esperar o curso natural do parto", comenta Daphne Rattner, filha de Henrique e Miriam, especializada na área técnica da Saúde da Mulher do Ministério da Saúde. Desde o ano passado, quem tem convênio médico tem direito a uma enfermeira obstetra e a uma acompanhante de parto. A meta do governo é reduzir de 80% para 60%, até 2011, o percentual de cesarianas em partos cobertos por planos e seguros de saúde. Na rede pública, em que o percentual já é menor, a meta é reduzir de 30% para 25%. No entanto, neste ano, dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostraram um novo aumento da taxa de cesarianas: em 2008, 84,5% dos partos cobertos por planos de saúde foram cesarianas; em 2004, a taxa era de 79%. Claro que a culpa não é só do médico. Muitas vezes, a própria paciente demonstra em suas atitudes, mesmo que diga que quer o parto normal, que não está realmente disposta a passar por tudo que ele implica. O que vale a pena, sempre, é ir atrás de informações e buscar, o mais cedo possível, um médico que esteja de acordo com a sua ideia de como deve ser o parto do seu filho. Conversamos com mulheres que queriam muito ter feito parto normal, mas acabaram fazendo o que, desconfiam, foi uma "desnecesárea" - e identificamos alguns dos principais motivos que levam a esse desencontro.
Quatro problemas, quatro soluções
MÃES QUE QUERIAM QUE SEUS FILHOS NASCESSEM POR PARTO NORMAL CONTAM AS DIFICULDADES QUE ELAS ENFRENTARAM. A GENTE TE AJUDA A ENTENDER CADA CASO - E COMO RESOLVÊ-LO, SE FOR POSSÍVEL
1. A escolha errada do médico
"Confiei na minha médica, que me disse que a prioridade era sempre o parto normal. Em quem mais eu confiaria? Com 39 semanas, ela me fez um exame de toque e disse que não havia nada de dilatação. Como eu havia passado por uma cirurgia para a retirada de um suposto tecido cancerígeno do útero (diagnóstico nunca confirmado), bastou. Ela me disse: “Se com 39 semanas você não tem nem sinal de dilatação é porque seu útero é enrijecido. Vamos marcar a cesárea, porque você nunca vai ter dilatação”. Eu me lembro de sair aos prantos do consultório. Após a cirurgia ela me disse: “Querida, você realmente não teria um parto normal, pois, além de não dilatar, seu bebê não estava encaixado”. Na hora, ainda anestesiada, nem percebi o absurdo dessa declaração." Renata Suarez, mãe de Pedro e Léo.
O PROBLEMA. Muitos planos de saúde pagam entre R$ 300 e R$ 500 pelo acompanhamento de um parto e poucos médicos se dispõem a trabalhar mais de dez horas por essa quantia. Alguns, para não perder a paciente, dizem que só na hora do parto é possível saber como proceder. Há bons médicos, que não exporiam mãe ou bebê aos riscos de uma cirurgia desnecessária. Mas não é tão fácil encontrá-los.
A SOLUÇÃO. Peça indicações a grupos de apoio ao parto normal, como o Amigas do Parto (http://www.amigasdoparto.com.br/). Outra maneira é selecionar médicos do convênio e ligar para o consultório perguntando: “Você sabe dizer se ele faz mais partos normais ou cesáreas?”. Se a resposta for que ele faz cesárea de vez em quando, mas a maior parte é de partos normais, é uma boa pista. Converse com as pacientes na sala de espera; se a maioria fez cesárea, é mau sinal. Outra opção é ligar para a maternidade e pedir para falar com a enfermeira obstetra. Ela poderá indicar médicos adeptos do parto normal.
2. Dificuldade de lidar com a dor
"Desde que soube que estava grávida, tinha vontade que meu filho nascesse por parto normal. O dia do nascimento chegou e, depois de doze horas de trabalho de parto, a dor estava insuportável. Quis anestesia, o que me trouxe alívio da dor, mas atrapalhou na progressão das contrações. Continuei tentando por mais um tempo, mas, com quase 24h de trabalho de parto, estava exausta, no meu limite e acabei optando pela cesárea. Hoje, Flávia está com 8 meses; mas, se engravidar de um segundo filho, quero tentar dar à luz por parto normal". Eliane Midori Tanaka, mãe de Flávia.
O PROBLEMA. A percepção da dor varia muito de mulher para mulher. Algumas as descrevem como cólicas menstruais intensas, mas suportáveis; outras a consideram intolerável. É importante que a mulher esteja preparada para sentir alguma dor. O fato de ficar imobilizada na cama de parto atrapalha também. A anestesia barra a sensação dolorosa, mas pode diminuir a intensidade das contrações e a progressão da dilatação, aumentando o risco de cesárea. Por isso, ela é dada com o trabalho de parto bem avançado.
A SOLUÇÃO. Contar com um acompanhante de sua confiança ajuda a tolerar a dor. A presença de uma doula (profissional que acompanha o parto) é associada a menor necessidade de anestesia e de cesarianas. O corpo tem anestésicos naturais, as endorfinas, cuja produção é incentivada por um ambiente tranquilo e bloqueada pela presença de estranhos e pelo medo. Estudos mostram que o principal fator que faz a mulher não precisar de anestesia é ela acreditar que não precisa. A liberdade de posição ajuda: poder mudar de lado, caminhar, ter alguém que faça uma massagem, ficar naquela bola tipo Pilates ou na banheira de hidromassagem facilita controlar a sensação de dor.
3. Bebê "grande demais", com mais de 3,5 kg
"Chegando perto da 41ª semana, fiz o cardiotoco (exame que avalia o bem-estar fetal) e um ultrassom e, então, fui ao consultório. Estava com 1 cm de dilatação, mas, ao ver o ultrassom, a médica decretou: “Seu bebê está muito grande, com 3,980 kg e só faço partos normais em bebês até 3,5 kg”. Perdi o chão. Não tinha lido nada sobre até quantos quilos um parto normal não seria arriscado. Eu pedia calma, que precisava pensar, e ela disse: “Priscila, eu te disse que a apoiaria em um parto normal, desde que não oferecesse risco para você ou para a bebê. Nem mesmo pelo SUS fariam um parto normal com um bebê tão grande, pode quebrar algum ossinho e ela pode ter um problema para o resto da vida. É isso que você quer? Tente a sorte com um plantonista do hospital, talvez algum louco aceite.” Sem respostas, ela marcou minha cesárea. Recebi um documento dizendo: bebê macrossômico. A Lívia nasceu no mesmo dia, "salva por uma cesárea". Priscila Moraes, mãe de Lívia.
O PROBLEMA. Um bebê é considerado macrossômico (muito grande e pesado) acima de 3,7 kg, mas, ainda assim, é possível fazer o parto vaginal. A questão do feto macrossômico deve ser vista sempre em conjunto com o fator materno. Existem gestantes que conseguem dar à luz crianças grandes, porque têm uma boa bacia, o canal de parto. Há gestantes que, mesmo com bebês de peso normal (em tormo de 3 kg) não conseguem, por ter bacia estreita.
A SOLUÇÃO. É preciso se informar sobre se o médico apoia o parto normal e tem experiência em realizá-lo. Muitos profissionais sentem-se inseguros em fazer um parto normal por desconhecimento. Também existe o medo de processos. É mais fácil um médico ser processado por não fazer uma cesárea do que por tê-la feito desnecessariamente.
4. A gravidez ultrapassou o tempo previsto
"Deixei claro para o meu médico que queria um parto normal sem anestesia. Com 39 semanas, ele me examinou e disse que minha filha já estava encaixada e que o parto seria, muito provavelmente, naquele final de semana, mas não rolou. Ele tinha me dito que, se eu chegasse às 41 semanas, seria internada. Três dias antes disso, fui ao consultório e não tinha dilatação. Ele me disse que a cabeça estava muito alta e ele achava que ela não iria descer, porque meu quadril era muito estreito e informou que, para ele, o tempo de espera tinha acabado. Perguntei se não iria tentar induzir e ele disse que não, pois em seus 30 anos de experiência isso não adiantaria e ele não saberia se havia mecônio ou se iria causar sofrimento no bebê. Acabei fazendo cesárea. Soube, depois, que não havia mecônio, mas na hora fiquei em dúvida. Não acho que o meu médico me enganou, mas chegou ao limite de sua crença médica e achou mais prudente fazer a cesárea". Elenira Peixoto, mãe de Dora.
O PROBLEMA. A gestação humana normal vai de 37 a 42 semanas. Para que seja considerada passada da data provável (pós-data), precisa exceder 42 semanas ou 294 dias a partir do primeiro dia da última menstruação. Nem toda mulher dá à luz na chamada data provável de parto: 58% têm o bebê até o final da 40ª semana. Há a possibilidade de o “atraso” se dever à inexatidão do cálculo. Numa cesárea marcada antes que a mãe entre em trabalho de parto, há risco de o bebê nascer prematuro.
A SOLUÇÃO. É possível fazer exames para acompanhar o bem-estar do feto e a situação da placenta, que pode deixar de realizar a função respiratória e de propiciar os nutrientes essenciais de que o bebê necessita quando a gestação se estende muito. Se tudo estiver bem, ainda é possível tentar induzir o parto.