terça-feira, 31 de maio de 2011

Comissão Perinatal e Movimento BH pelo Parto Normal

Em Bauru, no 3o. Seminário de Humanização das Assistências Obstétrica e Neonatal, no último dia 17, tivemos o prazer de ouvir a obstetra Gisele Maciel, que nos contou a experiência em Belo Horizonte c/ a Comissão Perinatal, que é formada por aproximadamente 30 entidades, c/ instituições públicas, líderes comunitári@s/ativistas e organizações da sociedade civil, que uma vez por mês, na quarta-feira, se reúnem p/ discutir a assistência obstétrica no município, que abrange sete maternidades conveniadas ao SUS, tendo como princípios básicos a humanização e as evidências científicas, c/ o foco na mulher, cuja legitimidade é propor novas alternativas, porém s/ autonomia p/ implantá-las.
A criação desta comissão é datada de 1994, c/ o Projeto Vida, que tinha um fórum inter institucional c/ vistas à atenção básica, sendo que em 1999 voltou seus olhos p/ a atenção hospitalar.
Assim, o Movimento BH pelo Parto Normal surgiu indagando-se:
"Que tipo de modelo de assistência oferecemos?".
Nesta medida o trabalho c/ as mulheres foi iniciado c/ o objetivo de informá-las, tendo um caráter itinerante e de voluntariado, mesmo porque informar às mulheres é uma obrigação da Secretaria de Saúde. Assim, surge o Projeto Doulas Comunitárias, no Hospital Sofia Feldman, maternidade filantrópica que já capacitou 500 pessoas, c/ a bravura do Diretor Administrativo Ivo de Oliveira Lopes, que em qualquer dificuldade salienta: "É possível!".
Também existe a Comissão Perinatal Metropolitana, mas pouco atuante.
Desde 2006/2007 existe o Controle Social e, em 2008 foi criado o Termo de Compromisso das Maternidades, além de estarem integrados ao Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal.
No que se refere aos ganhos e avanços tem-se a presença e permanência do acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato; presença da doula, garantida por uma Política Pública Municipal, e de enfermeir@s obstetras; métodos não farmacológicos; partograma; bola suiça; uso de banheira; ausculta de 2o em 20 minutos; posições verticais; uso de analgesia s/ bloqueio motor; diminuição das taxas de episiotomia; bons índices de Apgar; contato pele a pele; aleitamento na 1a. hora e alojamento conjunto. P/ parturientes de alto risco, c/ obesidade mórbida e pressão alta, por exemplo, há uma atenção diferenciada.
* Foto de Anderson Martins. Fonte: http://www.flickr.com/photos/portalpbh/sets/72157624977996483/detail/
O Hospital Sofia Feldman premiado como Hospital Amigo da Criança recebe a cada trimestre R$250.000,00 de incentivo pelas boas práticas oferecidas devido aos bons indicadores e a pontuação alcançada, sendo que as taxas de parto normal alcançam cerca de 80%.
A instituição também tem um prazo p/ cumprir a RDC 36, referente ao modelo assistencial.
Gisele, que passou por uma cesárea traumática, c/ aquele sotaque todo gostoso dos mineir@s afirma:
"Cada morte materna é p/ se indignar!".
E, ainda: " O médico tem que aprender c/ a enfermeira!" - salientando a importância das enfermeiras obstetras na atenção à saúde da mulher.
Ficamos maravilhadas pela apresentação e abastecidas de mais energia, pois por mais que às vezes pensamos que somos pouc@s neste imenso oceano do cenário obstétrico, repleto de violência institucional, impessoalidade, altas taxas de cesáreas eletivas etc., em oportunidades como essa também temos a certeza de que juntos somos fortes, como já disse a canção, assim, "continuamos a nadar, p/ achar a solução" - não é, Ana Carolina e Silmara?!
Depois de embebecidas por Minas, nada melhor do que escavar mais informações, que seguem compartilhadas:
- Matéria Sofia Feldman prioriza parto normal, na TV Conecta BH, c/ entrevista c/ a pediatra Sonia Lansky:
- No blog Yoga Bem Nascer podemos conferir como foi a comemoração dos 10 anos da Comissão Perinatal, por Cleise Soares - http://yogabemnascer.blogspot.com/2010/05/o-auditorio-do-bdmg-na-rua-da-bahia.html
- Vídeo preparado pela ABENFO-MG sobre o VII COBEON e a participação do Hospital Sofia Feldman como um dos organizadores do evento, junto da Escola de Enfermagem da UFMG e do COREN-MG, nos dias 06, 07 e 08 de julho - Inscrições em www.cobeon.com.br
Nós do Blog Parto no Brasil entrevistamos a feminista, militante e mestre em Ciências Sociais Monica Bara Maia, em 21 de dezembro de 2010, na época do lançamento de seu livro Humanização do Parto, por Ana Carolina, c/ apoio da Rádio UEL FM, e pudemos ter outras informações sobre a Comissão Perinatal. Baixem, ainda, a tese da pesquisadora no link - http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/CiencSociais_MaiaMB_1.pdf, e ouça, também, a conversa na íntegra - http://partonobrasil.blogspot.com/2010/12/convite-para-ouvir-humanizacao-do-parto.html - abaixo segue a Parte 2:

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Blog Parto no Brasil entrevista Kalu Brum - Abril de 2011

Hoje publicamos a entrevista c/ a jornalista, doula e fotógrafa Kalu Brum, também co-editora do Mamíferas, ao lado de Tata e Kathy. Desde dezembro viemos idealizando realizar entrevistas c/ algumas pessoas desde cenário do Mov. da Humanização, e em fevereiro contactamos Kalu p/ prosearmos sobre como foi sua escolha por um parto domiciliar e como essa linda história da vinda de Miguel mudou seus rumos (literalmente - de SP p/ MG!), tal como aconteceu c/ Ana e eu, tendo nossas experiências pessoais dado uma nova guinada em nossa carreira profissional.
E, assim, tecemos essa grande rede que busca resgatar o feminino e a confiança na fisiologia de nossos corpos! Confiram a deliciosa conversa:
PARTO NO BRASIL Kalu, sabemos que a mudança de São Paulo para Minas Gerais está relacionada com a gravidez de Miguel. Conte-nos como foi este processo, da ideia ao desfecho. E também, como você avalia, hoje, tudo isso?
KALU R: Na verdade demorei um tempo para despertar minha Mamífera interior. Já tinha entrado em contato com estas informações sobre parto natural quando estava responsável pela pauta na TV Cultura. Fiz a pauta para uma matéria sobre parto humanizado. Guardei os links dos sites pesquisados em um diário. Quando minha chefe, na agência Folie Comunicação, engravidou, oferecei para ela os contatos destes sites e ela acabou mergulhando e compartilhando comigo do universo da humanização. Um ano depois eu estava grávida, no susto. Tinha um médico de família, que me atendia desde 13 anos de idade. Eu sabia das dificuldades de se conseguir um parto normal, afinal na minha família até minha avó teve cesárea. Sabia que teria que batalhar para conseguir parir meu filho. A princípio parti para um plano meio maluco: ficar mais tempo possível em casa, com uma doula e ser atendida por este médico no Hospital São Luís. Com 26 semanas fui a um encontro do GAMA. A minha chefe tinha tido a Ana Cris Duarte como doula e Dr Jorge Khun como obstetra e me indicou o GAMA. Neste encontro falei dos meus planos de parto para Ana Cris e ela me disse que minhas chances de parir com este médico eram mínimas. Saí de lá meio desesperada e fui pesquisar sobre os valores de ter um parto particular. É o preço de um carro popular. Resolvi que ia tentar parir com plantonista porque aos poucos fui percebendo que este médico estragaria meu parto e que não deixaria a doula trabalhar. Com 33 semanas fiz meu chá de bebê e foi a melhor (e pior) experiência para mim. Todo mundo me falava dos perigos de um parto normal, da maravilha da cesárea. Aquele dia eu estava fragilizada porque minha mãe tinha assumido o evento e eu não gosto que assumam as coisas por mim. Finalmente alguém me perguntou qual era meu plano de parto. Vale ressaltar que eu morava na casa dos meus pais, meu então namorado morava em Belo Horizonte. Eu achava que precisaria estar perto da minha mãe para os primeiros dias para cuidar de um recém nascido. Afinal eu não teria apoio familiar, nem de amigos em BH (afinal não conhecia ninguém). Então quando disse que meu plano de parto era ficar em casa com a doula e ir para o Hospital com uma dilatação mais avançada, meu pai disse que ao menor sinal de trabalho de parto me levaria ao hospital. Que doula nenhuma ficaria na casa dele. Foi a minha salvação e desespero final. Liguei para a Ana Cris que me deu a ideia de parir em BH, porque lá tinha o Sofia Feldman, uma maternidade pública referência em Parto Humanizado e que tinha uma casa de parto ótima. Me passou o telefone de uma doula também. Falei com Maurício, meu marido, sobre essa ideia. Ele ficou desesperado porque há muito preconceito contra SUS e um mito de que parto é perigoso. Fomos conhecer a Casa de Parto, que fica há 40 km da minha casa em BH. Adoramos a Casa de Parto e em todo momento eu pensava: nossa isso parece uma casa. Falei com uma das enfermeiras: pena que BH não tem parto domiciliar e que seja tão caro. Ela me disse que ela fazia parte de uma equipe de parto domiciliar e que cobravam mil reais. Eu fiquei maravilhada. Aí foi trabalhar com o marido que tinha medo de complicações. As enfermeiras foram lá em casa e explicaram tudo, os equipamentos que levavam para primeiros socorros. A doula, que acabei não chamando no parto, emprestou para meu marido o livro Nascer Sorrindo, do Leboyer. No final da gestação, com 37 semanas, reencontrei a Aurea Gil, que foi minha colega de infância (estudamos na mesma escola). Ela já tinha o Samuel e logo me apresentou a lista Parto Nosso e Materna_sp. Fui devorando os relatos de parto, tirando minhas dúvidas, sanando meus medos. Com 37 semanas cheguei a BH e 15 dias depois nascia Miguel, em 20 de fevereiro de 2007, em um parto que durou não mais que 40 minutos e apenas uma enfermeira conseguiu chegar (elas atuam em dupla). Foi um parto maravilhoso que me senti poderosa, dona da minha história. A mudança para BH foi o rompimento com a minha herança familiar. Foi a virada de mesa para assumir o protagonismo da minha vida. Poderia ter sido ao contrário (de BH para SP). E quando Miguel era recém nascido não precisei de ajuda alguma (só alguém para cuidar da casa, e então contratamos uma empregada). Com meu parto poderoso nasceu uma mãe segura. Assumir o protagonismo é a grande chave para a vida. Isso pode acontecer em muitos momentos da vida. E no parto é quando morre a filha para nascer a mãe/mulher.

Há 4 anos, arrumava as malas entre lágrimas e medo. Dentro e fora de mim uma nova vida a surgir. O que acumulei em 27 anos cabia em um porta malas de um corsa velho. Alguns livros, artigos de Yoga e meditação. Dentro de mim muita história. Dentro de mim uma nova vida. Com 37 semanas descobri um desejo ardente por parir em casa e uma coragem indescritível para romper com tantas verdades. Parir sozinha, em casa, a 700 km da família. Nascer como mulher, como mãe, como esposa tudo junto ao mesmo tempo agora. Mudar de estado, estado civil. Tantos lutos com tantos nascimentos. Escrever a minha história com consciëncia, coragem, perseverança e ousadia. Não sabia o que esperar de um relacionamento que existia há 1 ano. Nao sabia o que iria sobrar e se formar do incêndio da vida. E cá estou eu, mais madura, grata por mim, por meu caminho, por minhas escolhas. Como cantou Maria Betânia, acordei na noite escura para ver a lua. Brilhante e bela, escura e assustadora como a vida é.
PARTO NO BRASIL Como foi para você a decisão de ter um parto domiciliar? Que tipos de transformações a maternidade lhe trouxe?
KALU R: Eu brinco que meu parto domiciliar nasceu em 2001 quando tive uma dor de garganta com fechamento da glote que me levou a ser internada por três dias. Eu me sentia tão mal naquele hospital, com pessoas que nem me olhavam nos olhos, sem afeto, sem informação. Lembro que um dia fui passear pelo hospital e fui na maternidade (berçário) aqueles bebês sozinhos chorando atrás do vidro ativaram talvez uma lembrança do meu próprio nascimento. Eu não queria aquilo para mim, nem ser tratada como uma inválida, nem passar por uma cirurgia, nem que meu filho fosse deixado sozinho em sua chegada ao planeta. Mas, eu não sabia que existia Parto Domiciliar na cidade grande. Antes da gente engravidar a gente não sabe de nada, muito menos da profundidade que é toda essa história de parto/nascimento. Depois desta internação eu passei a fazer Yoga, me tratar com homeopatia e Reiki. Eu deixei de acreditar na medicina tradicional. Quando engravidei, apesar de ter demorado para descobrir o que eu realmente queria, minha jornada me levou para o parto mais natural possível, que é o domiciliar. Eu acho que toda mulher que pudesse deveria viver este parto. Ele é maravilhoso, incrível, transformador. Tem o cheiro da casa da pessoa, as músicas da pessoa, os objetos, cada detalhe íntimo, pessoal. É um portal de poder. Assim foi para mim. A maternidade mudou completamente a minha vida. Até então eu tinha sido programada para trabalhar e ser bem sucedida. Mas, quando eu engravidei eu vi que tinha uma responsabilidade maior: cuidar de uma vida e isso mudou o foco dos meus objetivos. Acho que quando nosso destino encontra a nossa alma o universo conspira para a realização. Jornalismo casou com maternidade, e eu com a Áurea e a Renata, pessoas que conheci na Materna_sp, assim nasceu o Mamíferas que aos poucos mostra que poderá ser até uma fonte de renda. Mudei de estado, mas como blogueira consegui um trabalho na agência que eu trabalho e trabalho em casa, o que é maravilhoso, porque estou todos os dias perto de meu filho. A maternidade me deu a chave para ajudar as pessoas, que já era um desejo meu. Fiz vários trabalhos voluntários, mas ainda não tinha achado o destino da minha alma. Quando meu destino encontrou minha alma, nasci doula. E desta paixão, a fotografia para registrar esse momento tão lindo.
PARTO NO BRASIL Quais as principais diferenças nos movimentos de humanização dos quais você participou em São Paulo, e, em Belo Horizonte? E como você percebe o movimento nacional pela humanização do parto e nascimento?
KALU R: Acho que em São Paulo temos mais doulas experientes, mais obstetrizes, mais médicos que atendem plenamente um parto humanizado. Mas, tudo isso pelo sistema privado a um valor bem alto. Em São Paulo há poucas Casas de Parto e elas são bem diferentes da Casa de Parto de Belo Horizonte. Em Sampa há mais mulheres com demanda de partos humanizados. Aqui em BH o movimento é bem mais recente e conta com a atuação da ONG Bem Nascer, da qual sou voluntária. Não existem médicos, nem pediatras que atendem em Partos domiciliares, por exemplo. Os médicos que são humanizados tem restrições. Atendem a planos de saúde, cobram um valor por fora, mas só fazem em partos hospitalares. Em contrapartida tem enfermeiras obstetras que atendem a poucos PDs. A Casa de Parto do Sofia tem sido uma alternativa para quem quer parir como se estivesse em casa. Em quatro anos que estou lá o movimento tem se intensificado. Em 2010 tivemos dois cursos de doulas. Com mais doulas atuando aumenta-se a demanda por partos humanizados. Em 2010 atendi dois PDs. Em 2011 foram dois, com mais três à vista. O mineiro é mais conservador. Mas, acho que estamos conseguindo expandir muito o acesso à informação.
PARTO NO BRASIL O quê a experiência de doula-fotógrafa tem lhe mostrado? Que tipo de situações você tem vivenciado com esses outros e novos rumos em sua carreira profissional?
KALU R:Minha experiência de doula-fotógrafa vem me mostrando que as mulheres estão acreditando mais em seus corpos e acordando para a importância das escolhas para um nascimento mais respeitoso. Acho que o grande desafio ainda é saber o limite dos médicos que nos atendem em Partos Hospitalares. Não tive boas experiências. Os Hospitais não querem a humanização. Então somos uma ilha (médico, doula, mulher) pressionados pelo sistema. Às vezes é triste ver um parto se perder por limite de um profissional. Quem perde é a mulher, o bebê e o mundo. Ser doula-fotógrafa era um hobby. Hoje já tem sido mais freqüente minha atuação, o que mostra que mais mulheres desejam um nascimento mais humanizado. Quero investir agora em equipamentos profissionais de fotografia e em cursos para aprimorar minha técnica/olhar. São rumos lindos com diferenciais. Eu estou amando seguir este caminho. Como jornalista eu descobri como posso informar as pessoas e como desejo mudar o mundo: mudando a forma de nascer, de como as pessoas encaram as dores, de como a gente favorece a fisiologia. Meus textos nascem da alma, do fundo do coração. Às vezes são ácidos e saculejam, como fui saculejada. Como doula posso fazer a informação virar ação. E como fotógrafa eu posso registrar a transformação da mulher em seu momento mais íntimo, transformador e inesquecível. Eu me sinto realizada com a minha maternagem e com a minha forma de maternar o mundo!

Fotos: Acervo Pessoal de Kalu Brum.

sábado, 28 de maio de 2011

Multimídia Parto no Brasil: Toca da Raposa & Kuikuru

No dia 15 de maio, a equipe PnB estava completa, entre as crias Iara e Rudá, a vó(bisa) de Ana e meu companheiro, p/ nosso passeio de domingo na Toca da Raposa - http://tocadaraposa.com.br/, a 100 km de São Paulo, na estrada p/ Juquitiba, na BR 116.
Na oportunidade a escola Arte de Ser - http://artedeser.com.br/, da , levou suas crianças e familiares p/ conhecer a localidade e o projeto desenvolvido há 14 anos - Intercâmbio Cultural Índios do Xingu - http://tocadaraposa.com.br/xingu.php, onde pudemos conhecer a etnia Kuikuru, que vive no Parque Nacional Indígena do Xingu, pertendente a família linguística caribe.
O espaço também abriga um criadouro conservacionista registrado pelo IBAMA, c/ diversas espécies, além de uma vasta vegetação c/ ervas medicinais e aromáticas espalhadas por canteiros - salve salve nosso Euterpe edulis!
Confiram as lindas fotos (modéstia a parte!) deste domingo em família:

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Post Extraordinário: Poster Parteiras Caiçaras


* Apresentado no 3. Seminário de Humanização das Assistências Obstétrica e Neonatal, em Bauru/SP, em 17 de maio, como parte das atividades do Projeto Parteiras Caiçaras - ProAC 2010.

Impressões e imagens do 3o. Seminário de Humanização das Assistências Obstétrica e Neonatal, em Bauru/SP

Ainda pelas nossas incursões... No último dia 17, terça-feira, em Bauru, interior paulista, a convite de Celma Regina S. Godoy Araujo (psicóloga, educadora perinatal e doula) do GAAME, para apresentarmos a palestra www.PartoNoBrasil.com.br: Internet, Obstetrícia e Empoderamento e o pôster do Projeto Parteiras Caiçaras, no 3o. Seminário de Humanização das Assistências Obstétrica e Neonatal, em parceria c/ o Senac Bauru.
No evento, outros incríveis trabalhos foram compartilhados, entre eles: a obstetra Claudia Magalhães, da Unesp de Botucatu, abriu as atividades do dia; a Dra. Janaina Marques apresentou a sua pesquisa p/ o doutorado - Violência Institucional em Maternidades Públicas (confiram o assunto neste post e baixem a tese!); em seguida, Ana Carolina divulgou nossa pesquisa (acessem aqui!) apresentada na III Conferência Internacional de Humanização do Parto e Nascimento, da ReHuNa, em novembro passado e, ainda, incorporou outros estudos sobre como a internet tem nos servido como instrumento e ferramenta p/ a obtenção de boas e seguras informações sobre a Saúde da Mulher e Materno-Infantil, contribuindo p/ o empoderamento feminino. Após o café ,a psicóloga e doula Eleonora de Moraes exibiu o documentário dirigido por ela - De volta para casa, sobre o parto domiciliar baseado em evidências científicas, c/ relatos de enfermeiras obstetras e casais que vivenciaram esta linda experiência - neste momento o auditório, que contava c/ aproximadamente 100 pessoas, entre profissionais da saúde, ficou todo eufórico, e, era comum ouvir borburinhos do tipo: "Isso é coisa p/ rico!", "Mas, será seguro? E os riscos?".
Quando ouço opiniões como essas, baseadas no senso comum e na crença de que nossos (imperfeitos) corpos não podem parir naturalmente fico irritada (p/ não dizer emputecida!), pois me parece que as pessoas, especialmente as mulheres, esqueceram que é recente essa medicalização do parto, e, desde que existe Humanidade sempre foi assim que parimos, em casa, c/ nossos familiares, tendo o hospital há pouco mais de 70 anos como espaço de nascimento. Ainda se desconhecem que países europeus, como a Inglaterra e/ou a Holanda, por exemplo, tem em suas assistências a opção pelo parto domiciliar, seguro e acompanhado por obstetrizes, com baixíssimas taxas de morte materna e neonatal.
Enfim, nós brasileir@s temos um longo caminho pela frente, no que se refere a trazer a tona as boas práticas de atenção obstétrica, e momentos como esse nos dá um baita fôlego!
Após o almoço, a médica obstetra Gisele Maciel nos apresentou a experiência mineira da Comissão Perinatal e o movimento BH pelo Parto Normal (conheçam aqui!), sobre o trabalho inovador do hospital Sofia Feldman (aguardem, teremos um post especial sobre o tema!), reconhecido e premiado como Hospital Amigo da Criança (confiram aqui outras informações), além do depoimento do casal de p@is que tiveram sua filha em casa, doulad@s por Denise Cardoso, do Grupo MaternAtiva e, também, as ações da Parto do Princípio, c/ a psicóloga e doula Heloisa Salgado, que nos contou como foi o nascimento de seu filho Gabriel por uma cesárea e como suas marcas lhe impulsionaram p/ buscar outras e novas possibilidades, através do Movimento de Humanização.
Novas partilhas, novos contatos, encontrar c/ nossas amigas virtuais (não é , e foi tão pouco e corrido!) foi maravilhoso! E, mais ainda por saber que este trabalho de formiguinha é realizado em muitos cantos deste País, p/ que outras mulheres-mães possam parir c/ dignidade e respeito, pois temos direito - assistam os vídeos da Humpar apresentados por Ana em sua apresentação.
Abaixo as imagens deste delicioso encontro:

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Casa Angela: o sonho de uma parteira

Hoje vamos contar como foram nossos (deliciosos) dias juntas, com atividades maravilhosas e integrantes de nosso aprendizado diário no universo da humanização às assistências obstétrica e neonatal. (Texto de Bianca Lanu e Ana Carolina; Fotos: Bianca Lanu).
Nos dias 13, 14 e 15 de maio a Casa Angela - Associação Comunitária Monte Azul, na Estrada p/ Itapecerica, em São Paulo, capital, contou c/ a presença de aproximadamente 30 mulheres que participaram do 2o. módulo da formação em Educação Perinatal pela ANEP Brasil, c/ a presença das psicólogas Eleanor Luzes e Laura Uplinger e também da terapeuta Carla Machado, que coordenou os trabalhos cujo tema foi Concepção Consciente - confiram a programação em http://partonobrasil.blogspot.com/2011/05/fomacao-em-educacao-perinatal-pela-anep.html.
Na casa, também estavam expostas fotos do livro recém-lançado Parto com Amor, do casal Lucina Benatti e Marcelo Min - que logo será sorteado pelo blog!
Além da companhia de Laura e sua prosa baseada na Ciência Iniciática, que pode ser conferida em seu site Wonder Soft the Womb - http://www.wondersofthewomb.com/index.html, também pude conhecer Bia Fioretti, fotógrafa e coordenadora do projeto Mães da Pátria (acessem aqui!), que fotografa parteiras e já tem cerca de 1000 imagens registradas, com parteiras da América Latina. Para firmar o elo, Bia nos recepcionou c/ saborosas mexiricas, sem ao menos saber o quão simbólica é para mim a fruta, já que passei os últimos dos nove meses da gestação de Rudá comendo muitas mexericas, e nossa placenta num pé foi plantada, 15 dias depois de seu nascimento em nossa casa. Nem preciso dizer o quanto meu coração ficou acalentado! Bia, foi um grande prazer ter por perto aquela que há alguns anos já apreciava o inovador e magnífico trabalho, sem ao menos saber que também trilharia esse caminho de partejar!
É... nada é mesmo por acaso!
Assim, 30 mulheres, 30 histórias, 30 singularidades em um rico e lindo (micro)Cosmos!
Todas nós ali presentes, naquele final de semana frio e ensolarado na capital paulista, nos entregamos à experiência de pensar sobre o ato consciente de ser mulher, filha e mãe.

Laura Uplinger e Carla Machado nos brindaram com seus conhecimentos sobre a concepção, sobre todo o processo que compreende o momento exato em que nossos corpos deixam de ser dois, exatamente, e passam então a ser três.... sobre o momento exato em que nosso corpo de mulher recebe, materialmente, a entidade, nossa cria, que em termos médicos-objetivos-científicos-desprovidos de emoção ou individualidade é chamado concepto ou produto da concepção.

Sim, querid@s, é possível nos beneficiarmos também da percepção e vivência consciente e ativa dos processos que antecedem o nascimento, de nossos filhos sobretudo, mas de nossa própria existência. É possível e prazeroso estar atento às sutilezas de nossos gestos e pensamentos, e o nosso contexto.
E participar daquela roda organizada pela Anep-Brasil foi um mergulho intenso nas origens de nossas maternidades... Falando agora por mim, Ana Carolina, não é mesmo à toa que ambas as editoras deste blog trataram de rumar a casa de suas respectivas progenitoras tão logo fosse possível. (Em Bauru-SP, o delicioso III Seminário de Humanização era nosso único compromisso pendente).



Além da partilha intensa de relatos, com mistos de lágrimas e risos, pudemos conhecer a Casa Angela (suspiro!), uma casa de parto aconchegante, onde cada detalhe foi pensado e sonhado pela parteira alemã Angela Gehrke, mas que sem recurso não pode operar, já que a Secretaria Municipal da Saúde não firmou convênio com a instituição. A Casa Angela foi criada para atender a comunidade Monte Azul, na Zona Sul, tendo capacidade p/ 14 partos de baixo risco diários, em suítes PPP, c/ banheira, bola suíça, cavalinho, banqueta, além de um ambulatório de aleitamento materno e uma ambulância a postos, em um ambiente acolhedor que poderia ser atendido por enfermeir@s obstetras e obstetrizes, porém por questões políticas não é disponibilizado seu uso.







No sábado, após a formação com a ANEP, a querida Dal, enfermeira obstetra Romilda Dias, nos guiou pelo edifício, contando-nos das dificuldades que enfrentam para trabalhar. Também relatou experiências super gratificantes, como por exemplo, da chefe de enfermagem que foi conhecer o local após ter recebido em sua maternidade 04 parturientes que informaram terem frequentado o pré-natal da Casa, e que, segundo seu julgamento (claro!) estavam muito bem preparadas para o parto vaginal em maternidade padrão brasileira.

A Dal também tem um história que ficou famosa na obstetrícia paulistana: uma versão externa aos 45 do segundo tempo, sabe? Médico alemão, amigo da Angela, maternidade tradicional (pública) UTI de prontidão. Mas..... deu certo! E o bebê nasceu duas semanas depois! Esta é apenas uma de todas as tantas histórias que conhecemos nesta oportunidade. Gratidão!

No site encontramos como esse lindo projeto teve início, e agradecemos muito a Dal, que nos acolheu e nos contou como funciona a Casa Angela atualmente.
Nascida e formada na Alemanha, a parteira Angela Gehrke chegou ao Brasil em 1983 para trabalhar na área de saúde da Associação Comunitária Monte Azul e logo passou a se dedicar ao acompanhamento da gravidez, do parto e do pós-parto das mulheres da favela de mesmo nome, na zona Sul de São Paulo.
Inspirada em sua formação com o médico obstetra francês Frederick Leboyer, um dos pioneiros do parto humanizado, e comovida com a falta de acesso das mulheres da comunidade a serviços de saúde adequados, Angela passou a oferecer assistência ao parto e ao nascimento no ambulatório da Associação Comunitária Monte Azul.
A divulgação desse serviço sem precedentes entre as mulheres e adolescentes da favela e dos bairros adjacentes foi enorme, atraindo um número cada vez maior de interessadas. Com o tempo, a fama do parto humanizado oferecido por Angela na Monte Azul ultrapassou os limites da região e chegou até os bairros mais ricos da capital, de onde muitas mulheres passaram a se deslocar para ter seus bebês com a parteira na favela.
Primeira casa de parto
Em junho de 1997, foi inaugurada a primeira casa de parto da Associação Comunitária Monte Azul, na rua Vitalina Grassman, onde hoje fica a Casa da Trilha, que oferece orientação e tratamento para dependentes químicos e seus familiares.
A proposta da casa de parto era dar prosseguimento ao trabalho desenvolvido por Angela durante 10 anos no ambulatório da Monte Azul. Nesse período, ela realizou um total de 1500 partos normais, com baixos índices de intervenção, alto grau de satisfação das mulheres e nenhum caso de morte materna ou neonatal.
Em 1998, Angela adoeceu. No ano seguinte a casa de parto da Associação Comunitária Monte Azul fechou suas portas. A parteira alemã, que se tornou uma das pioneiras do movimento pela humanização do parto no Brasil, morreu vítima do câncer em 2000. Seu trabalho constitui um importante legado que até hoje, mais de dez anos depois, continua inspirando mulheres de todas as classes sociais, profissionais de saúde e pessoas dedicadas à elaboração de políticas públicas em prol da humanização do parto e do nascimento no Brasil.
Casa Angela: o projeto
Em 2003 a Associação Comunitária Monte Azul, em cooperação técnica com o Hospital Municipal do Campo Limpo e com a Secretaria Municipal da Saúde elaborou o projeto de uma nova casa de parto, batizada de Casa Angela, em homenagem à parteira Angela.
O primeiro passo foi realizar um levantamento da situação da assistência materno-infantil na região em termos de oferta e de qualidade. Foram encontrados números alarmantes: taxa de cesárea por volta de 50%, taxa de mortalidade materna acima da média do município, além de altos índices de prematuridade e baixo peso ao nascer. Analisando diversos indicadores como esses, chegou-se à conclusão de que existia demanda por uma casa de parto na região.
Em 2004 o projeto foi apresentado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Na época, houve o entendimento de que, para garantir a manutenção do serviço, inclusive o custeio da equipe profissional, a Prefeitura incluiria a Casa Angela no Programa Saúde da Família por meio de um convênio entre a SMS e a Associação Comunitária Monte Azul. Em contrapartida a entidade, com a ajuda de parceiros internacionais, assumiu os custos com as obras de construção e a aquisição de equipamentos básicos e mobiliário. Em setembro de 2005 o projeto de edificação da Casa Angela foi aprovado pela Vigilância Sanitária. A construção inciou-se em 2006.
Casa Angela: a realidade
A Casa Angela ficou pronta em 2008 e começou a funcionar parcialmente em março de 2009, com os primeiros atendimentos de pré-natal e pós parto.
No primeiro ano de funcionamento, de março de 2009 a março de 2010, foram realizadas 734 consultas de pré-natal e 369 de pós-parto (incluindo visitas domiciliares e orientação em planejamento familiar). Os grupos de apoio, oficinas e palestras para gestantes e pais atraíram 763 participantes. Além disso, 60 adolescentes foram atendidos a cada semana no programa de educação sexual “Jovens Tecendo Laços”.
Em 2008 a Casa Ângela também se tornou sede das reuniões do Comitê de Mortalidade Materna e Infantil da Supervisão Técnica de Saúde M´Boi Mirim. Desde então, 1490 profissionais de saúde participaram de palestras e cursos de capacitação voltados à saúde materno-infantil, realizados pela Casa Angela.
Pronta para funcionar
A organização, a infraestrutura física, os materiais e equipamentos, bem como a qualificação dos profissionais da Casa Angela estão de acordo com os padrões estabelecidos na RDC 36/08 da Anvisa que estabelece padrões para o funcionamento de serviços de atenção obstétrica e neonatal.
A planta arquitetônica foi elaborada de acordo com as normas estabelecidas na Portaria nº 985/GM, de 5 de agosto de 1999, que cria a figura do Centro de Parto Normal, e aprovada pela Anvisa em setembro de 2005. Desde dezembro de 2008, a Casa Angela possui o alvará de funcionamento da Anvisa.
Assim, a Casa Angela possui toda a documentação necessária para funcionar como Centro de Atenção Integral à Saúde Materno-infantil com Centro de Parto Normal e Núcleo de Educação Sexual e Aconselhamento para Adolescentes.
Apresentado em 2004 à Secretaria Municipal da Saúde, seu projeto de implantação obteve, na época, parecer favorável da Prefeitura. De lá para cá, num contexto de mudanças na gestão municipal, ao primeiro parecer favorável seguiram-se cinco respostas negativas da Secretaria Municipal da Saúde. Na mais recente delas, de novembro de 2009, a Prefeitura alega que não existe esgotamento da capacidade pública de atendimento que justifique investimento privado na região. Em outras palavras, que não existe demanda pelo serviço de uma casa de parto nesse local.
Sem o convênio que possibilitaria o repasse de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), a Casa Angela funciona atualmente de forma parcial, oferecendo atendimento pré-natal, mas sem realizar partos.
Fonte: http://www.casaangela.org.br/?page_id=64


Para conhecer também um pouco da vida desta parteira acessem: http://www.casaangela.org.br/?page_id=62
O Blog Parto no Brasil, em novembro de 2010 noticiou o lançamento de sua biografia, em Brasília/DF: http://partonobrasil.blogspot.com/2010/11/livro-reune-historias-da-parteira.html
Conheçam também a localidade:
A Casa Angela fica ao lado da Estrada de Itapecerica, a aproximadamente 300 metros do terminal de ônibus João Dias e da estação Giovanni Gronchi do Metrô (Linha 5 – Lilás), na Rua Mahamed Aguil, 34, Jd. Mirante, CEP 05801-060, em São Paulo/SP. Para contato: Tel.: (11) 5852-5332 - Email: casaangela@monteazul.org.br - Site: http://www.casaangela.org.br/
Vejam também a entrevista apresentada por Juliana Cardoso no Programa Expresso Paulistano, da TV Câmara, com a enfermeira obstetra Romilda Dias, em fevereiro deste ano:


Nós desejamos imensamente que este sonho se concretize, e que muitas mulheres-mães possam parir c/ amor e respeito, como deve ser!
É exatamente como foi destacado em The Lancet, Série Saúde no Brasil (acesse aqui os PDF's em português, até 31 de maio!): os desafios para melhorar a assistência à saúde de brasileir@s é essencialmente político.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Agenda Parto no Brasil

Confiram as novidades e eventos para este fim de maio!
A Rede de Mulheres Parto do Princípio organiza em 16 municípios brasileiros a Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento 2011 (SMRN), c/ exposições fotográficas em vários estados, de mulheres brasileiras na hora do parto, que retratam o vínculo afetivo entre mãe e filho.
A campanha, neste ano, tem a missão de informar a importância do protagonismo da mulher na hora do parto. Hoje a cultura da saúde privilegia mais a escolha do médico que da parturiente. Fizemos inclusive um material de apoio às mulheres para que elas possam fazer suas escolhas e reforçar nosso slogan de 2011: Meu Parto, Meu Corpo, Meu Bebê. A Escolha é Minha!”, informa Thayssa Rocha, membro da Rede Parto do Princípio e organizadora da exposição na cidade de Belém.

A Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento é uma iniciativa da AFAR (Alliance Francophone pour l'Accouchement Respecté), entidade francesa sem fins lucrativos fundada em 2003. O evento acontece em diversos países durante o mês de maio. No Brasil, a Rede Parto do Princípio promove exposições de fotos desde 2009 em diversos locais durante o período, além das campanhas de conscientização.
Entre as cidades que sediarão a exposição estão Americana, Brasília, Belém, Campinas, Cananéia, Curitiba, Divinópolis, Dourados, Garanhuns, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Salvador, São José dos Campos, Salvador, Sumaré, Niterói e Uberlândia. Em algumas cidades, a exposição acontecerá junto com palestras e eventos relacionados à SMRN.
Em maio temos também os encontros do Grupo de Apoio ao Parto Ativo Boa Hora, em Ribeirão Preto/SP, c/ reuniões mensais abertas para troca de informações sobre parto, debatendo temas como: parto normal X cesárea, intervenções hospitalares, cesárea necessária e "desne-cesárea", tipos de parto, humanização da assistência, alternativas na cidade e região. Eventualmente recém-pais vem com seus bebês contar como foi o parto e como estão lidando com a aventura de amamentar e cuidar do recém-nascido.
Aberto à grávidas e grávidos em qualquer tempo de gestação, recém-pais com seus filhos pequenos e futuras grávidas, sempre na última quinta-feira do mês, das 19 às 21 horas. Confiram o Calendário 2011:
26 de maio - Filme "De Volta para Casa" e debate.
* De Volta para Casa é um documentário sobre o retorno do parto domiciliar nos dias atuais. Produzido pelo Despertar do Parto e dirigido pela psicóloga e doula Eleonora Moraes, o filme mostra imagens de partos e depoimentos de diversos casais e profissionais que viveram esta experiência no interior do estado de São Paulo. As imagens e depoimentos são permeados por textos com referências científicas, mostrando por exemplo o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz sobre esta forma de nascer e quais os resultados de diversos estudos - confiram o trailler aqui.
30 de junho - Roda de conversa sobre a dor do parto.
29 de julho - Roda de conversa.
25 de agosto - Roda de conversa com participação da obstetra Carla Polido, de São Carlos/SP.
29 de setembro - Roda de conversa.
27 de outubro - Filme "Orgasmic Birth" e debate.
24 de novembro - Filme "De Volta para Casa" e debate.
Para participar ligue ou envie um email para se inscrever e confirmar datas através dos contatos: (16) 3878-0886, em horário comercial e/ou contato@despertardoparto.com.br.
Agendem a programação do CineMaterna:
Curitiba/PR
Dia 26, quinta-feira, às 13h30 - Unibanco Arteplex Crystal, na R. Comendador Araújo, 731
Filme: Os Agentes do Destino
Sessões quinzenais às quintas, 13h30 e mensais aos sábados, 11h.
Fortaleza/CE
Dia 26, quinta-feira, às 13h30 - UCI Ribeiro Iguatemi Fortaleza, na Av. Washington Soares, 85
Filme: O Noivo da Minha Melhor Amiga
Porto Alegre/RS
Dia 26, quinta-feira, às 13h30 - Unibanco Arteplex Bourbon Country, na R. Túlio de Rose, 80 - 2º piso
Filme: O Noivo da Minha Melhor Amiga
Sessões quinzenais às quintas, 13h30 e mensais aos sábados, 11h.
Recife/PE
Dia 26, quinta-feira, às 13h30 - UCI Kinoplex Shopping Recife, na Av. Padre Carapuceiro, 777
Filme: O Noivo da Minha Melhor Amiga
Rio de Janeiro/RJ
Dia 26, quinta-feira, às 14 horas - Kinoplex Fashion Mall, na Estrada da Gávea, 899
Filme: O Noivo da Minha Melhor Amiga
São Paulo/SP
Dia 26, quinta-feira, às 13h30 - UCI Anália Franco, na Av. Regente Feijó 1759 - Nível Lírio
Filme: O Noivo da Minha Melhor Amiga
Dia 26, quinta-feira, às 14 horas - Cinemark Market Place, na Av. Dr Chucri Zaidan 920
Filme: O Noivo da Minha Melhor Amiga
Ainda no dia 26, às 9 horas, no Windsor Barra Hotel, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro/RJ palestra sobre Aleitamento Materno. Já no dia 28, às 18 horas - A paternidade, os profissionais e os serviços de saúde; ambos os eventos c/ o Dr. Marcus Renato de Carvalho.
Na mesma data, em São Paulo/SP:

No dia 28, sábado, também acontece o 7º Encontro GestaLondrina, em Londrina/PR, sobre Pós-parto: ganhos e perdas, às 14 horas, no Centro Londrinense de Arte Circense (Clac), na R. Prof. Samuel Moura, 451. É essencial confirmar presença através dos telefones (43) 3357-4498 e (43) 3341-5665 ou pelos emails gestalondrina@gmail.com e/ou maribmercer@gmail.com.
Os encontros são gratuitos!
Conheçam o blog - http://gestalondrina.blogspot.com.
Também no dia 28, em Bauru/SP, no SESC:

terça-feira, 24 de maio de 2011

Depois da ponte: o melhor de viajar é voltar!

Eita, o blog anda desatualizado, não é?!
Pois bem, suas editoras, depois de poucos dias juntas, c/ madrugadas a dentro em papos monotemáticos sobre (adivinhem?!) parto e obstetrícia, c/ duas crias, dois eventos e, também, alguns passeios, estiveram atribuladas, e, fora de casa, já que tanto Ana e eu fomos visitar nossos p@is, depois de nosso encontro em São Paulo, em nossas terras natais - Londrina/PR e Ourinhos/SP, passando por Bauru, onde participamos do 3o. Seminário de Humanização das Assistências Obstétrica e Neonatal, c/ a apresentação de uma palestra e de um pôster.

E, enfim, em casa, pois nada melhor do que viajar é voltar p/ seu lar, seu cantinho!
Ou seja, muita prosa p/ contar, fotos p/ mostrar, angústias p/ desabafar! Eu, em minha santa ingenuidade, nunca pensei que esta viagem fosse tão significativa, c/ encontros e certezas de que lindos caminhos estão sendo travados. Mas, hoje o dia esta atribulado, c/ mala p/ desfazer, roupa p/ lavar, casa p/ arrumar!
Aguardem nossos novos posts!
* Imagens da internet.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

19 de maio - Dia Mundial da Doação de Leite Humano


Hoje comemoramos o Dia Mundial da Doação de Leite Humano e para celebrar compartilho inúmeros sites e blogs c/ posts sobre o tema da promoção do aleitamento materno, mesmo porque o assunto tem sido divulgado em vários meios de comunicação, em especial pelo Mamaço, promovido no Itaú Cultural, em São Paulo, por mulheres-mães que se juntaram e, unidas, colocaram os peitos para fora para alimentar suas crias, dado que uma delas foi proibida de amamentar seu filho na instituição antes do acontecido. O Mamíferas também promoveu uma campanha nas redes sociais, o Mamaço Virtual, pois uma foto de uma de suas editoras que amamentava seu filho, a Kalu Brum, foi retirada do Facebook.
Mulheres unidas e empoderadas, lindo de ver! Porque teta é tudo de bom!
Confiram:
Info Brasília - http://avalarini.blogspot.com/2011/05/hoje-e-o-dia-mundial-de-doacao-de-leite.html
Mamíferas - Parto e Amamentação fazem parte da Sexualidade Feminina, por Kalu Brum - http://www.blogmamiferas.com.br/2011/05/parto-e-amamentacao-fazem-parte-da-sexualidade-feminina.html
Mamíferas - Mamaço Virtual, por Kathy - http://www.blogmamiferas.com.br/2011/05/mamaco-virtual.html
Mamíferas - Mamaço na Mídia, por Kathy - http://www.blogmamiferas.com.br/2011/05/mamaco-na-midia.html
Mães da Pátria - Mamaço Poderoso, por Bia Fioretti - http://maesdapatria.wordpress.com/2011/05/13/mamaco-podereso/

Buena Leche - Amamentação e Sexualidade, por Claudia Rodrigues - http://buenaleche-buenaleche.blogspot.com/2011/05/amamentacao-e-sexualidade.html?spref=fb
Ministério da Saúde/FIOCRUZ/Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano - Doação de Leite Humano - http://www.redeblh.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=360 e Aleitamento Materno - http://www.fiocruz.br/redeblh/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=384

Confiram, ainda, outros posts no Blog Parto no Brasil sobre amamentação:
Vídeo Quiero teta - http://partonobrasil.blogspot.com/2010/02/quiero-teta.html
Leite de Mãe - http://partonobrasil.blogspot.com/2010/06/leite-de-mae.html
Para as recém-paridas - http://partonobrasil.blogspot.com/2010/08/para-as-recem-paridas.html
Dona das divinas tetas - http://partonobrasil.blogspot.com/2011/01/dona-das-divinas-tetas.html
Sobre Bancos de Leite - http://partonobrasil.blogspot.com/2011/01/sobre-bancos-de-leite.html
Lactância Selvagem - http://partonobrasil.blogspot.com/2011/02/lactancia-selvagem.html
Álbum Teta, no Facebook - https://www.facebook.com/profile.php?id=100001575006549#!/media/set/?set=a.109836839078816.11947.100001575006549
LEITE É VIDA!

terça-feira, 17 de maio de 2011

3o. Seminário de Humanização das Assistências Obstétrica e Neonatal, em Bauru/SP

HOJE, PARTO NO BRASIL EM BAURU!
18 de abril de 2011

Seminário no Senac Bauru aborda saúde da gestante e do recém-nascido
Motivado por estudos e experiências de trabalho dos membros, o Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno Exclusivo (Gaame) realiza dia 17/5/2011, das 8 às 17 horas, o 3º Seminário de Humanização da Assistência Obstétrica e Neonatal, no Senac Bauru, que aborda a realidade dos partos e nascimentos no Brasil. A participação é gratuita.
O objetivo é promover uma reflexão sobre fatores que envolvem o ciclo gestação, parto e puerpério para contribuir na redução da taxa de cesárea e auxiliar na melhoria do atendimento à mulher e ao recém-nascido.
O evento é dirigido a profissionais de obstetrícia e neonatologia, estudantes da área, pessoas que atuam na promoção, proteção e apoio ao parto humanizado e à amamentação, como aos demais interessados.
A programação é a seguinte:
8 horas – Recepção
8h15 – Abertura, com Cláudia Magalhães
8h45 – Palestra Violência Institucional na Atenção Obstétrica, com Janaína Marques
9h30 – Apresentação Experiências Bem-sucedidas: Comissão Perinatal, Movimento BH pelo Parto Normal e Aleitamento Materno, com Gisele Maciel
10h45 – Apresentação www.PartonoBrasil.com: Obstetrícia, Internet e Empoderamento, com jornalista Ana Carolina Franzon
14 horas – Exibição do vídeo De Volta para Casa, documentário sobre parto domiciliar à luz da evidência científica e da vivência emocional do parto e do nascimento, com a psicóloga e doula Eleonora de Moraes
15 horas – Depoimento
15h45 – Apresentação Parto do Princípio – Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa, com a psicóloga e doula Heloisa Salgado
16h15 – Encerramento
Para ver os perfis dos participantes, clique aqui.
Clique aqui para se inscrever.
Fonte: Senac Bauru.
Av. Das Nações Unidas, 10-12 – Centro – Bauru – SP
Tel.: (14) 3321-3199 – E-mail: bauru@sp.senac.br

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Parto no Brasil entrevista Janet Balaskas - Abril de 2011

Com imensa satisfação que publico a entrevista inédita que a educadora perinatal inglesa, Janet Balaskas, cedeu ao Blog Parto no Brasil em Curitiba, PR, no dia 17 de abril, na Formação Profissional em Parto Ativo, pelo Espaço Aobä.
Um domingo inesquecível que com certeza ficará na memória ao ver aqueles lindos olhos verdes tão expressivos daquela incrível mulher que clamou que nós mulheres precisamos de parteiras! A entrevistadora aqui (rs) não se conteve e confirmou: "Simmm!!!".
Confiram abaixo!
(re)Leiam também outros posts sobre Janet:
Anotações da Formação Profissional em Parto Ativo, c/ Janet Balaskas;
Parto Ativo: a História e a Filosofia de uma Revolução;
Manifesto pelo Parto Ativo, por Janet Balaskas.
Baixe partes de Parto Ativo: guia prático para o parto natural - aqui! Ou adquira em nossa Loja Virtual - aqui!
PARTO NO BRASIL Já falamos do Parto Ativo e do teu trabalho no Blog Parto no Brasil, e eu queria que você contasse p/ nós como que o Parto Ativo é mais do que uma aplicação do Yoga na gestação e posturas verticais no trabalho de parto/parto, mas sim uma filosofia, um novo paradigma de atenção obstétrica?
JANET R: É fisiológico p/ a mulher que ela tenha liberdade de se movimentar durante o trabalho de parto e parto, e que ela tenha um ambiente onde ela possa ter o parto de forma fácil e de forma natural, mesmo que a princípio seja uma questão de se manter vertical, a diferença entre ficar em uma postura vertical e ficar deitada, é que deitada a mulher fica passiva e ela perde o poder. Ela está vulnerável às intervenções das outras pessoas. Ela perde a privacidade e a sua dignidade. Ela também perde muitas vantagens, como por exemplo, melhor fluxo sanguíneo do bebê p/ a placenta, mais possibilidades do seu corpo se abrir, e todo o processo do parto é mais fácil quando a mulher pode seguir seus próprios instintos. Quando a mulher segue seus próprios instintos ela sabe exatamente como parir seu bebê. Esse é um conhecimento instintivo de todas as mulheres, que todas as fêmeas de mamíferos tem. O bebê também tem reflexos inatos, ele sabe como nascer, e, eu sempre falo p/ as mães que o corpo delas foi perfeitamente desenhado p/ darem conta de parir um bebê. O corpo foi perfeitamente desenhado p/ conceber o bebê e nutrir o bebê na gravidez, assim como dar à luz e nutrir o bebê depois. Isso é algo que as mulheres sabem fazer, então o Parto Ativo reconecta a mulher c/ suas habilidades instintivas de ser mãe e de dar à luz. Porque quando tem intervenções médicas desnecessárias, essa cadeia de eventos fisiológicos fica interrompida. É um desenho da natureza muito delicado, e envolve uma liberação hormonal especial, e quando nós usamos uma intervenção médica sem ter a necessidade real inibimos a liberação desses hormônios naturais. Quando uma mulher está assustada, ou ela está ansiosa, também a liberação desses hormônios fica inibida. Então, o objetivo principal do Yoga no Parto Ativo é permitir que as mulheres possam relaxar e liberar medo e ansiedade, que elas acreditem mais na capacidade de dar à luz, daí elas querem que este evento aconteça, porque vai ser uma das experiências mais maravilhosas da vida delas. E, foi assim que a natureza desenhou o parto, é um momento importante na vida da mulher, um momento de desenvolvimento, e é o nascimento de uma criança. Nós não deveríamos deixar isso ser levado, tirado de nós e de nossos bebês, ainda mais porque o Parto Ativo é mais fácil e mais seguro, e ele é totalmente baseado em estudos e evidências de que é assim mesmo que deveria ser. È preciso achar um novo equilíbrio, onde a maioria das mulheres que estão saudáveis possa dar à luz de forma natural e normal, no ambiente certo, onde a ajuda obstétrica está lá para os casos mais difíceis, quando realmente é necessário. A natureza não é perfeita, nós precisamos da Obstetrícia moderna, e nós precisamos de obstetras competentes, mas não p/ o parto normal, p/ o parto normal nós precisamos de parteiras!
PARTO NO BRASIL Como esse modelo de Parto Ativo poderia ser aplicado como uma Política Pública num País como o nosso, com elevadas taxas de cesárea, que correu o risco agora de perder o curso de Obstetrícia, o único do País, da USP, e como que esse modelo poderia ser transformado p/ todas, porque hoje ainda é p/ poucas, ainda é elitista, p/ quem tem aquisição, p/ quem tem acesso a informação, enquanto a maioria da população fica a deriva?
JANET R: Eu acho que as parteiras e as mulheres tinham que protestar muito contra o fechamento desse curso, porque esse movimento deveria incluir treinamento das parteiras, condições e locais p/ o Parto Ativo acontecer. Eu acho que as mulheres devem ser educadas a respeito disso e que elas devem mesmo exigir essas mudanças nos hospitais públicos. Trinta anos atrás era assim também no Reino Unido, nós fomos p/ as ruas, nós tínhamos passeata, nós fizemos conferências, nós insistimos nos nossos direitos de fato. Isso não é um método, ou uma técnica, esse é o modo com que as mães humanas devem dar à luz, o modo como elas foram desenhadas p/ dar à luz. E vem acontecendo assim há milhões de anos, no mundo todo, c/ todas as culturas, em todos os países, é universal, global, basicamente é a verdade! Então, até que nós tenhamos o Parto Ativo possível p/ todas as mulheres existe um abuso do direito do parto natural, e é preciso encontrar um novo equilíbrio entre a Natureza e a Ciência, de modo que os dois possam nos servir, em nossa Humanidade.
PARTO NO BRASIL Qual é a sua expectativa nos eventos em São Paulo, na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e no workshop no dia seguinte?
JANET R: Estou super empolgada p/ ir p/ São Paulo, e empolgada p/ ajudar o curso de Obstetrícia da USP, porque é muito importante que as mulheres tenham parteiras que sejam comprometidas c/ o trabalho, que sejam apaixonadas pelo trabalho, que acreditem e que confiem no poder das mulheres de dar à luz! È muito importante que existam parteiras, esse curso não pode fechar! Estou louca p/ conhecer essas pessoas, pois em São Paulo tem pessoas muito ativas e participantes. Também estou muito feliz pelo workshop profissional em Curitiba, onde encontrei pessoas do Brasil todo super comprometidas e que conhecem muito e que trabalham muito pela melhoria das condições de nascimento no Brasil, então estou muito feliz de estar aqui!
PARTO NO BRASIL E, nós também!!!

* Tradução de Talia Gevard.
Foto de Mario Lima - Talia, Janet e eu após a deliciosa prosa!

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