quinta-feira, 25 de março de 2010

Vencedor@s do sorteio do sling petit da Casulinho slingando c/ o prêmio


Iniciamos no mês de fevereiro a primeira de uma série de parcerias para promover sorteios e campanhas em nosso blog, a fim de premiar noss@s leitor@s e incentivar o uso de acessórios que permitam o contato mãe/pai-bebê, como o sling, por exemplo. A primeira a abraçar a causa foi Mariana Mesquita, da Casulinho, que nos presenteou um sling petit maravilhoso! Os vencedor@s foram a mamãe Van e seu filhote Matheus, que após receberem o lindo presente enviaram fotos e um belo relato, parabéns!!! "Sou mãe da Sarah que tem 2a7m de idade e do Matheus que está com 1m25d. A Sarah começou a ser slingada com uns 3 meses de idade. Há um mês atrás, entrei no blog Parto no Brasil e fiquei empolgada com a promoção de um sorteio da Casulinho. Resolvi participar, mas sem muita esperança, porque nunca ganho nada em sorteios...rs O sorteio seria exatamente no dia que meu pequeno completaria um mês de vida, dia 28/02/2010. E não é que ganhei? Justo um prêmio tão bom e útil? No dia que o sling chegou, eu estava justamente tentando fazer o Matheus dormir há horas. Ele estava morrendo de sono, mas demorava a conseguir dormir e quando finalmente conseguia, a Sarah o acordava. Eu já tinha colocado ele para dormir na minha cama, no berço, no sofá, no bebê conforto, no carrinho, mas nada dava certo.
Ao abrir o pacote, amei a estampa. Já fui logo verificando se a argola, o tecido e a costura atendiam mesmo às orientações de segurança para o sling e fiquei feliz, porque estava tudo perfeito.
Enfim, coloquei o Matheus no sling e em dois minutos ele estava dormindo. Dormiu por mais de duas horas seguidas, confortavelmente, e acordou super feliz e disposto. Parabéns à Equipe Casulinho por aproximar os corações de pais e filhos, estreitar relacionamentos, promover o aleitamento materno através do sling, um produto feito com muito carinho e qualidade! Beijos,
Van
http://www.espacovidafeliz.blogspot.com

A saúde do bebê

Querid@s leitor@s, Como prometido na semana passada segue link de um outro artigo super bacana publicado no Periodicum da Weleda do Brasil sobre a saúde do bebê. Boa leitura!

terça-feira, 23 de março de 2010

Cesárea dói!


Por fim, depois de tanto tempo longe dos posts aqui no Blog Parto no Brasil, gostaria de lançar uma enquete.
Temos várias seguidoras, todas mulheres, paridas ou cortadas, no presente ou futuro, e também outras tantas que não são mães. Muitas de nós sabemos, e aqui no blog Bianca e eu reiteramos, que o foco do parto respeitoso é o que chamamos de protagonismo da mulher; de empoderamento.
Particularmente, eu sou um pouco "pé-atrás" com o termo Humanização - refere-se à assistência ao parto e nascimento, e, portanto, é outra história com seus muitos viesés.
Acredito que o parto natural possa ser FELIZ.
Acredito que as mulheres brasileiras estejam numa situação INFELIZ devido à nossa forte cultura cesarista.
Acredito que a informação JUSTA seja ESSENCIAL - não para inverter as taxas de via de nascimento do quadros de saúde pública nacional, mas para que VOCÊ, e suas/seus querid@s amad@s (amig@s, irmãs e irmãos, cunhad@s, leitor@s, maridos, pais), tenham, verdadeiramente, a real possibilidade de parir.
Assim, acredito que seja fundamental lutar contra ideias fundadas em papo-furado ou experiências mal-sucedidas, que propagem os perigos e mazelas do parto normal. Que parto normal dói. Que pode trazer sequelas para o bebê. Que pode matar a mãe e sei lá mais o que se ouve Brasil afora.
Repito: acredito na possibilidade de prazer no parto natural, sem intervenções - porque desconheço as sensações da ocitocina artificial, do corte no períneo, da extração a fórceps e do medo de estar sozinha em todos esses momentos.
Solicito, então, que tod@s vocês contribuam para com essa luta, citando fatos experimentados do porquê a cesárea dói.
Eu não tive cesárea, mas sei das dores de um pós-operatório (fiz um cirurgia de redução de mamas 11 anos atrás - foram duas semanas de dor, por causa dos mais de oitenta pontos, sem corte em músculos). Minha contribuição nesta enquente, então, vem de um relato postado em uma lista de discussão, a Gesta Paraná. Amamentar após cesárea dói. É um desprazer. Dói porque a sucção do bebê faz o útero cortado e costurado contrair. Dói.
Muitos bebês e suas mães precisam da sua contribuição.
Para ilustrar este post, escolhi a arte do site http://www.cesarean-art.com/, que há tempos queria postar aqui. Entretanto, hoje, o site encontra-se indisponível, não consegui acessar. A ilustração eu acabei copiando do Google Images. A autora fez as ilustrações a partir de sua experiência de duas cirurgias cesareanas. São várias imagens muito fortes e significativas. Espero que retorne à www em breve!

Michel Odent em Curitiba - 06 de abril

O evento "Nascimento: da fisiologia à prática" é um workshop com palestra de Michel Odent e será realizado no Espaço Aoba. Odent apresentará seus últimos trabalhos sobre a fisiologia e a prática de assistência ao nascimento, bem como mediará discussões de propostas de humanização dentro da realidade brasileira de assistência à saúde da gestante e da mãe. Nesse sentido, ele tratará, entre outros temas, das conseqüências para a sociedade brasileira dos exagerados níveis de cirurgia cesariana que se observam atualmente no nosso País. Michel Odent é o obstetra francês conhecido por introduzir no hospital de Pithiviers na França, o conceito de sala de parto como casa e da utilização das piscinas de parto. Autor da famosa frase "Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer". Vai falar também do caso brasileiro especificamente, das altas taxas de cirgurgias cesarianas. Fundador do centro de pesquisa Primal Health Research Centre em Londres, que tem como objetivo estudar as correlações entre o que ocorre no “período primal” a saúde e o comportamento adulto. Autor de 12 livros publicados em 22 línguas e mais de 50 artigos científicos. Não é grátis. Para participar: R$200,00 para inscrições até 31/03 ou R$250,00 após esta data. Inscrições e informações : (41) 3042 5559 ou mario@aobabebe.com O evento será dia 06 de abril, terça-feira, das 9h30 às 18h, no Espaço Aobä, na Rua Gal. Aristides Athayde Junior, 1025, Bigorrilho, em Curitiba-PR

Evento em São Carlos - SP

A jornalista Cláudia Rodrigues, do Blog Buena Leche, fez um lindo relato do I Simpósio de Humanização do Nascimento de São Carlos-SP. Foi nos dias 19 e 20 março e, pelo relato, reuniu diversos profissionais da saúde e militantes. A chamada Medicina Baseada em Evidências (MBE) teve destaque no evento, tanto para a saúde da mulher, quanto para o recém-nascido. Confira o texto aqui - vale a pena, e para quem não esteve lá (como eu), desperta uma vontade...
A foto é de Pollyana do Amaral Ferreira, que publicou esta e várias outras em álbum da Parto do Princípio no Picasa. Postei porque acredito muito na defesa do "períneo íntegro" e também porque fiquei com saudades da Pata, minha doula querida! rs

Canal Saúde esclarece dúvidas sobre a Gripe A

O Canal Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), debate na web a Gripe A nesta sexta-feira, dia 26, às 13h, ao vivo, acesse http://www.canalsaude.fiocruz.br/ e participe. Se preferir, antecipe perguntas pelo correio eletrônico: canal@fiocruz.br . No programa, a população terá a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre a vacina contra o Influenza H1N1, cuja campanha acaba de entrar na segunda fase. Durante duas semanas, até o dia 2 de abril, gestantes, crianças de 6 meses a 2 anos e doentes crônicos (exceto idosos) receberão as doses da vacina. Interativo – No programa Sala de Convidados, o público participa ao vivo pela web, no chat, ou assistindo pela NBR e ligando 0800 701 8122. Convidados – Para esclarecer as dúvidas da população, o programa vai contar com a participação de representantes do Ministério da Saúde entre outros especialistas da área da saúde. Vacinação – A estratégia de vacinação contra a influenza pandêmica foi dividida em cinco etapas, para públicos específicos. A primeira fase da vacinação começou no dia 8 de março e terminou na última sexta-feira (19), e foi direcionada a indígenas que vivem em aldeias e trabalhadores de serviços de saúde envolvidos diretamente na resposta à pandemia. Nas etapas seguintes, serão vacinados adultos de 20 a 29 anos (5 a 23 de abril); idosos, incluindo os que têm doenças crônicas (24 de abril a 7 de maio) e adultos de 30 a 39 anos (10 a 21 de maio). A iniciativa da vacinação tem gerado controvérsias, que podem ser notadas pelo grande número de mensagens enviadas através da internet com especulações a respeito da vacina. O programa do Canal Saúde será a oportunidade de esclarecer dúvidas ao vivo. Fonte: Assessoria de Comunicação – Canal Saúde/Fiocruz.

domingo, 21 de março de 2010

Gripe suína. Vale a pena se vacinar?

Por Ney Cavalcanti
Foi com este nome que ficou conhecida a gripe causada pelo vírus Influenza A H1N1. Até fevereiro deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) contabilizou apenas 16.226 casos de mortes decorrentes deste vírus. Mesmo se considerando que muitas pessoas possam ter morrido, por conta desta doença, sem que aquela Organização tivesse tomado conhecimento, a mortalidade foi extremamente menor, do que se esperava no início da pandemia. Apenas como comparação 4000 pessoas foram assassinadas em Pernambuco no ano de 2009. Enquanto que apenas 5 casos de morte no Estado, foram atribuídas ao vírus. Ou seja, um pernambucano quase 1000 vezes mais chance de morrer assassinado, do que por aquela virose. Outro aspecto importante é que a mortalidade por gripe de uma maneira geral, foi menor no mundo em 2009, ano do surgimento da epidemia, do que em anos anteriores. A prevalência da doença por outro lado se encontra estável ou diminuindo. As exceções são alguns países do norte da África e da Europa oriental. Teria a OMS exagerado no destaque que deu a aquela virose, quando do seu surgimento? Destaque este, que alem se tiver causado grande apreensão nas populações, imputou em muitos gastos. Na defesa da OMS, existe um forte argumento. No início, a epidemia sugeria ser muito grave, acarretando inclusive a morte em crianças, jovens e grávidas, grupos em que raramente ocorre esta terrível complicação com os vírus das gripes comuns. Felizmente esta expectativa não se confirmou. Os críticos da atuação da OMS, no entanto argumentam que o grande destaque, só ocorreu por conta de a doença acometer indistintamente, pobres e ricos e os jovens. Caso os grupos mais afetados fossem os idosos e ou os pobres, tamanho destaque não teria havido.Lembram inclusive o tratamento que a AIDS (jovens e ricos) e a varíola (pobres) recebem. Alem disso os críticos sugerem ter havido "lobby" por parte dos laboratórios farmacêuticos, em função de lucros, que o futuro tratamento vacinal ofereceria. A gripe comum também chamada sazonal, por ter um aumento de casos em uns determinados meses, os de menor temperatura. O agente infeccioso é um vírus Influenza dos tipos A, B e raramente C. Como sabemos, dura uns poucos dias e raramente acarreta complicações serias. As complicações estas, que quando ocorrem geralmente se manifestam em indivíduos, com imunidade diminuída: idosos, diabéticos, aidéticos, cancerosos etc. Por conta disso muitos países, inclusive o Brasil tem programas para vacinar, anualmente estes grupos de pessoas. A vacinação para este tipo de gripe confere uma imunidade que varia de ano para ano de 40 a 90%. O seu emprego, nestes grupos, conseguiu diminuir a incidência do numero de casos, de complicações e mortalidade, porém a sua eficiência, ainda é menor do que seria desejável. Nos Estados Unidos, nos últimos anos, se conseguiu aumentar a proporção de idoso vacinado se 25 para 65%. No entanto a diminuição da mortalidade por gripe foi diminuta. Quanto à vacina do vírus A H1N1 a interrogações são maiores. Em primeiro lugar, a experiência quanto a sua eficiência e segurança ainda é pequena, em razão do pouco tempo de sua descoberta. A doença não aparece ter uma gravidade maior, na maioria os casos, do que a gripe comum. Inclusive é possível que muitos já a tenhamos tido sem que soubéssemos. O numero de casos não vem aumentando. Por conta destes aspectos, parte das comunidades médicas e das populações, vem interrogando da validade de se vacinar contra o vírus A H1N1. Como resultado vários países estão com grandes estoques encalhados. Alemanha, Inglaterra, França entre eles a França comprou mais de 50 milhões de doses e só consegui vacinar 5 milhões de pessoas. Está inclusive procurando países para que lhe comprem a sua enorme sobra. Apesar da experiência destes países, o Brasil já comprou 83 milhões de doses desta vacina tendo gasto mais de um BILHÃO de reais. Cifra esta, superior a destinada a todos os nossos programas vacinais: pólio, difteria,tétano, sarampo, gripe comum etc. Em um País aonde ainda são escassos os recursos destinados a Saúde, caso a responsabilidade da decisão fosse sua, você faria esta compra? Duvido.
* Postado em:

Vacinação contra o vírus H1N1 - 2a etapa da Campanha Nacional de Vacinação


A partir de amanhã, dia 22 de março, até 02 de abril, a 2a etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus Influenza A H1N1 vacinará gestantes, sendo que as mulheres que engravidarem após esta data poderão ser vacinadas nas outras etapas da campanha, além de crianças de seis meses e menores de dois anos.
No entanto, outras informações a respeito deste tema foram comentadas no meio virtual e repassadas às listas de discussão sobre parto e nascimento no Brasil, confira abaixo e reflita!
Opinião de profissionais altamente qualificados sobre o vírus H1N1 e a vacina


A imprensa e as "autoridades" da saúde neste momento tentam defender a vacinação contra a gripe suína qualificando como rumores e teorias da conspiração as informações que estão assolando a internet neste momento em que o Brasil começa uma vacinação em massa, que deve cobrir mais da metade da população do País.
Para dar mais conteúdo e veracidade a esta montanha de desinformação, leia abaixo opiniões de profissionais altamente qualificados sobre o vírus e a vacina.
Philip Alcabes, PhD
Qualificações: PhD em epidemiologia de doenças infecciosas pela Universidade Johns Hopkins Mestrados em bioquímica e saúde pública. Professor na Universidade de Yale e na Universidade da Cidade de Nova York.
"Houve um tremendo exagero com a ameaça representada pelo vírus H1N1 que acabou como uma espécie de galinha dos ovos de ouro para os fabricantes de vacinas e as empresas farmacêuticas".
Tom Jefferson, médico e epidemiologista
Qualificações: Formado pela Universidade de Pisa na Itália. Professor de Medicina Preventiva no Royal Defence Medical College em Gosport, Inglaterra. Foi diretor da Unidade de Saúde do Exército em Aldershot, Inglaterra. É atualmente coordenador do instituto Cochrane Vaccines Field. É também mestre em Saúde Pública.
"Há toda uma indústria esperando por uma pandemia ocorrer. Desta indústria fazem parte a OMS, os oficiais de saúde pública, virologistas e as companhias farmacêuticas. Eles contruiram esta máquina ao redor das pandemias iminentes. E há muito dinheiro envolvido, e influência, e carreiras, e instituições inteiras. E bastou apenas um destes vírus de gripe sofrer mutação para este maquinário todo começar a funcionar."
"A definição de pandemia foi alterada em Maio de 2009, retirando a parte que se referia a alta mobilidade, grande número de casos graves e mortalidade, de forma que esta nova definição poderia muito bem se encaixar com a gripe sazonal".
Wolfgang Wodarg, chefe de saúde do Conselho da Europa
Qualificações: Chefe de saúde do Conselho da Europa. Médico formado pela Universidade de Hamburgo. Pós-graduado em medicina interna e pneumologia, em saúde pública, medicina social, medicina de higiene e ambiental na Alemanha. Formado em epidemiologia pela Universidade Johns Hopkins University em Baltimore, EUA. Professor na Universidade de Flensburg . Presidente do Rheuma-Liga de Schleswig-Holstein.
"O que tivemos foi uma gripe leve - e uma falsa pandemia."
"Para continuar a avançar os seus interesses, as principais fabricantes de medicamentos colocaram 'seu pessoal' nas "engrenagens" da OMS e outras organizações influentes. Essa influência poderia ter conduzido a OMS a suavizar a sua definição de pandemia - levando à declaração de um surto mundial em junho passado."
"A fim de promover os seus medicamentos patenteados e de vacinas contra a gripe, as empresas farmacêuticas influenciaram os cientistas e os órgãos oficiais, responsáveis pelas normas de saúde pública, para alardear os governos pelo mundo inteiro."
Kent Holtorf, médico e doutor
Qualificações: Médico, doutorado em medicina pela Universidade de St. Louis e especialista em doencas infecciosas.
"Eu me preocupo mais com a vacina do que com a gripe suína".
"Timerosal tem mostrado ser causa de autismo em crianças com disfunção mitocondrial".
Ron Paul, médico e membro do congresso americano
Qualificações: Formado em biologia no Gettysburg College. Formado em medicina pela Duke University School of Medicine.
"Na gripe suína de 1976, a gripe veio e a gripe foi embora, e apenas uma pessoa morreu, exceto pelos indivíduos que morreram por terem tomado a vacina, além de muitos que ficaram doentes, até que finalmente tiveram que suspender o programa".
* Matéria traduzida diretamente da CBCNews do Canadá:
Um ano após do primeiro caso humano de gripe H1N1 ser diagnosticado no México, os esforços de saúde pública no mundo inteiro focando campanhas de vacinação têm sido cada vez mais colocados em questão.
Até o dia 7 de março de 2010, 16.713 mortes de pessoas com a gripe suína H1N1 (testadas em laboratório) haviam sido relatadas à Organização Mundial de Saúde, um número muito menor do que muitos temiam. No mundo inteiro, muitos casos não foram nem diagnosticados ou testados.
"O surto de H1N1 foi bastante pequeno", disse Philip Alcabes, PhD em epidemiologia de doenças infecciosas pela Universidade Johns Hopkins, bem como mestrados em bioquímica e saúde pública e professor na Universidade de Yale e na Universidade da Cidade de Nova York.
"Houve um tremendo exagero com a ameaça representada pelo vírus H1N1", e que "acabou como uma espécie de galinha dos ovos de ouro para os fabricantes de vacinas e as empresas farmacêuticas" .
Alcabes insistiu em que a gripe suína foi um fiasco antes que a vacina fosse produzida e, conseqüentemente, fez com que a imunização em massa não fosse mais necessária. As campanhas só aconteceram, disse ele, porque as empresas farmacêuticas, os políticos e os meios de comunicação induziram o pánico de o H1N1 repetiria a mortal pandemia de gripe de 1918.
O especialista disse também que não é claro se a vacina teve qualquer efeito em impedir que o H1N1 se espalhasse.
Fonte:
CBC Canada: H1N1 fears worse than virus, expert says.


sábado, 20 de março de 2010

Assinem a petição online p/ a abertura da Casa de Parto de S. Sebastião

Assinem a petição solicitando que a Casa de Parto de S. Sebastião, no DF, não seja fechada. Enviem também esta mensagem para sua rede de contatos para que participem desse movimento. Nós podemos fazer a diferença! As enfermeiras da Casa de Parto precisam do nosso apoio. E principalmente as mulheres e crianças de São Sebastião. Contamos com voce!

Casa de Parto de portas fechadas no Distrito Federal

*Notícia do Correio Braziliense de 19 de março de 2010*

Encerramento das atividades do tradicional recinto criado em São Sebastião divide opiniões. Preocupadas, mães e representantes da comunidade local preparam manifestação para tentar mudar medida do Ministério Público. A Casa de Parto de São Sebastião será desativada. A determinação é da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, com base em uma recomendação feita pelo Ministério Público e no Conselho Federal de Medicina (CFM).

Segundo o subsecretário de Atenção à Saúde, José Carlos Quinaglia, a medida foi acertada durante reunião na última segunda-feira e deverá ocorrer no próximo mês, quando os oito enfermeiros da unidade serão transferidos para o Hospital Regional do Paranoá (HRPA). “O local onde funciona a Casa de Parto não é adequado. Ela deveria ficar acoplada a uma maternidade para que, toda vez que ocorresse uma complicação na hora do parto, a paciente pudesse contar com intervenção obstétrica, mas a unidade vinha funcionando de forma precária e agora os enfermeiros vão trabalhar com obstetras.

A ideia é oferecer mais segurança para as gestantes”, disse. A partir de abril, as gestantes que entrarem em trabalho de parto em casa terão de ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os médicos da ambulância atenderão as parturientes, como normalmente ocorre em todo o DF. A notícia trouxe desconforto para muitas mulheres de São Sebastião, principalmente para aquelas que não dispõem de carro particular e dependem de ônibus para se deslocar.

A dona de casa Ana Paula Marques, 25 anos, mora na zona rural Chapada. Para chegar ao centro de São Sebastião, ela gasta pelo menos meia hora de ônibus. Do Paranoá até lá, é quase uma hora. Onde Ana Paula mora, os ônibus passam três vezes ao dia, mas não existe linha direto para o Paranoá. “Se não fosse a Casa de Parto, eu teria ganhado minha filha (hoje, com cinco anos) na rua. Onde eu moro, teve uma mulher que ganhou neném em casa porque o Samu não chegou a tempo”, contou.

A Casa de Parto foi inaugurada em 2001 e ocupa uma dependência da Unidade Mista de Saúde da cidade. Ela tinha como missão humanizar o atendimento das gestantes e facilitar o acesso das mães. Desde então, cerca de 5 mil bebês nasceram no local. Segundo a coordenadora da instituição, Gerusa Amaral de Medeiros, a média é de 20 partos e 500 atendimentos mensais. Até o ano passado, 11 médicos obstetras acompanhavam o nascimento de crianças na unidade, mas todos eles foram remanejados para o Hospital do Paranoá.

Infraestrutura 

Para o subsecretário José Quinaglia, a falta de especialistas e o déficit de aparelhos médicos necessários para procedimentos de urgência impedem a Casa de Parto de continuar as atividades. Na visão do presidente do Conselho Regional de Saúde, Vilson Mesquita, porém, com o fechamento da casa, as gestantes de São Sebastião passam a correr risco dobrado, uma vez que elas terão de se deslocar para o Paranoá quando entrarem em trabalho de parto. “A distância entre São Sebastião e Paranoá é muito grande e quase não tem ônibus de uma cidade para outra. A maioria das pessoas não tem carro e então vai ser um caos para as mães.

Na Casa de Parto, tem profissionais excelentes e seria mais fácil enviar médicos em número suficiente para lá do que deixar a cidade 100% descoberta”, defendeu. Ainda segundo Mesquita, as mulheres grávidas são assistidas na unidade de saúde, fazem o pré-natal e são orientadas durante toda a gestação. Do ano passado até hoje, ele estima que pelo menos 200 crianças nasceram no local. “Cerca de 40% dos partos do Paranoá são de mães de São Sebastião. É a cidade onde mais nascem crianças”, disse.

A notícia do fechamento pegou muitas mulheres de surpresa, mas outras admitem ter medo de realizar parto sem a presença de um obstetra. É o caso da dona de casa Nataly Mara da Silva Sales, 21 anos. Ela preferiu ir até o Hospital Regional do Paranoá para ter a pequena Tayla, de seis meses: “Não tive coragem (de procurar um obstetra) porque, caso acontecesse alguma complicação, não tinha nem como bater ecografia, mas não tenho do que reclamar das enfermeiras da Casa de Parto, porque sempre me acolheram muito bem”.

Mobilização

Para sensibilizar a Secretaria de Saúde a manter a Casa de Parto, mães e diversas pessoas da comunidade organizam uma manifestação para a próxima quarta-feira, às 9h30. Com faixas e cartazes, a população promete se juntar para evitar que os enfermeiros deixem a Unidade Mista de Saúde. Segundo o presidente do Conselho Regional de Saúde, Vilson Mesquita, no próximo dia 24, integrantes da Comissão de Saúde da Câmara Legislativa do DF (CLDF) também marcaram de visitar a Casa de Parto.

Mesquita acredita que a instituição não pode deixar de existir. “São poucos os partos na Casa de Parto de São Sebastião, mas uma vida salva já é muita coisa. É melhor ter profissionais para atender as mães do que elas ganharem neném no meio da rua e pegarem alguma infecção. Se sem obstetra é arriscado, sem obstetra e enfermeiro fica muito pior”, acredita. Segundo José Carlos Quinaglia, uma nova conversa deverá ser agendada com enfermeiros de São Sebastião. Ele explica que a maternidade do Hospital do Paranoá está toda equipada para receber os profissionais, mas que eles terão opção de escolher para qual hospital do DF querem ir.

 O número

5 mil - Número estimado de crianças que nasceram na Casa de Parto desde sua fundação, em 2001

Para saber mais: Operação humanizada

Os chamados Centros de Parto Normal foram criados por meio da Portaria de Nº 985/611 do Ministério da Saúde, publicada em agosto de 1999 no Diário Oficial. Pelo documento, não há a obrigação dessas casas de partos serem vinculadas a hospitais, assim como não há a exigência de um médico. Atualmente, existem 14 unidades desse tipo no Brasil. O parto humanizado é muito valorizado em países como Japão, França e Países Baixos. No Brasil, a proposta ainda enfrenta muitas críticas e é alvo de discussões entre enfermeiros e médicos. A ideia é diminuir as cesarianas, as medicações e as intervenções desnecessárias, assim como permitir que as parturientes decidam sobre seu próprio corpo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Maternidade: reflexões antropológicas

-->O texto postado hoje são trechos extraídos do livro "Our Babies, Ourselves", de Meredith Small, com colaboracão de Andréia Mortensen. A forma como parimos e cuidamos de nossos filhos é fruto de nossa cultura e do meio em que estamos inseridos, bem como do momento histórico pelo qual estamos vivenciando. Nas passagens desta obra de Small podemos verificar como o Ocidente, com seu desenvolvimento tecnológico exacerbado, trata as crianças desde seu nascimento até quando se tornam adultas, para, enfim, entrar para o mercado de trabalho e passar o resto de suas vidas acumulando bens... recordo-me de uma tira de quadrinhos de Schulz, o criador de Peanuts, mais conhecido como Snoopy, em que um dos personagens, se não me engano Linus, refletia sobre a vida e que desde pequeno deveria ir à escola estudar, estudar e estudar, para, quando crescer, trabalhar, trabalhar e trabalhar, como seu pai! Boa leitura!

Nós, nossos bebês e a cultura

O bebê humano é o mais indefeso dos recém-nascidos. O cérebro ainda não se completou, ele é incapaz de ficar de pé ou de buscar o próprio alimento. Essa dependência exige alto investimento dos pais para criar um filho; para tanto, precisam estabelecer um vínculo íntimo como o bebê, já que este dispõe de poucos meios para expressar suas necessidades.

A própria Natureza determinou assim essa relação simbiótica entre os pais e a prole, criando esse vínculo característico da biologia humana para o crescimento e desenvolvimento do bebê. As maneiras de cuidar do bebê variam de cultura para cultura, mas giram em torno do trio: sono, cuidados e alimentação. A etnopediatria é o ramo que estuda a influência da cultura sobre a biologia, comparando as estratégias parentais ao longo da evolução. Quando nasce um animal quadrúpede, ele é capaz de ficar de pé imediatamente. Os humanos nascem com o cérebro imaturo, incompleto, com alta exigência calórica para seu metabolismo, já que seu crescimento continuará acelerado após o nascimento.

Na maior parte das culturas em qualquer época, o recém-nascido passa aos braços da mãe logo após o nascimento. É relativamente recente a ideia de separá-los e levá-los para o berçário, foi em 1896 que Martin Cooney inventou a incubadora e passou a advogar a separação de mãe e filho. A ideia logo se ampliou: idealizada para prematuros, passou a ser usada para todos os bebês. A hospitalização do parto, a fim de salvar as mães de hemorragias e infecções, tornou a gestação parte do modelo médico-hospitalar, ou seja, passou a ser tratado como “doença”, sujeita a normas hospitalares e à separação mãe-filho. O bebê só ia para a mãe 12 a 24 horas após o parto e, depois, a intervalos regulares para mamar, a maioria chegando nos ‘carrinhos’ com as respectivas mamadeiras.

O movimento feminista dos anos 70, as observações de Bowlby & Harlow sobre “attachment” e a observação de dois obstetras, Laus & Kennel, é que começaram a retomar o direito de o bebê ficar com sua mãe e estabelecer o que lhe é primordial: o vínculo. Depois, passou-se a admitir o ‘rooming-in’ (alojamento conjunto) que hoje é aceito universalmente.

Durante toda a gestação, a mãe produz uma quantidade enorme de hormônios, que culminam na liberação de ocitocina e prolactina no parto, que propiciam a maternagem. Embora a bastante citada Elisabeth Badinter negue o ‘instinto materno’, a gestação induz na mãe uma atitude de proteção e de cuidado para com o bebê, que se acentuam quando ela o toca, sente, cheira e lhe oferece o seio. Só que, tão logo o bebê nasce ‘nasce’ ao mesmo tempo uma legião de pitaqueiros, querendo ensinar a mãe a cuidar de SEU bebê: suas irmãs, sua mãe, cunhadas, tias, vizinhas, e até desconhecidos lhe dão conselhos. Sem falar no monte de revistas e livros especializados, e nos especialistas profissionais.

A grande diferença entre as culturas primitivas e as ocidentais modernas é o objetivo determinado para o filho. As mães mais ‘primitivas’ não se preocupam com ‘independência’: carregam o filho junto ao corpo o tempo todo e até vão trabalhar com eles nas costas, em slings, cangurus etc. As mães modernas e inteligentes estão voltando a buscar na Natureza o que foi perdido pela cultura: mais contato corporal, mais colo, dormir junto com o bebê e – a GRANDE SACADA – amamentar! Simples assim. Grande assim.

Somente nos últimos 150 anos, com o surgimento de casas com vários compartimentos, que começou a se separar os bebês e colocá-los para dormir longe dos seus pais. No século XX, as crianças das sociedades tecnológicas foram mais separadas de suas mães do que em qualquer época anterior na história da nossa espécie. Mais e mais nascimentos aconteceram em hospitais, e os berçários nos hospitais foram inventados para proteger as crianças de infecções.

Desde o nascimento, esperava-se que os bebês dormissem sozinhos, longe de suas mães. O declínio da amamentação, promovido em parte pela empresas produtoras de leites artificiais, também contribuiu para agravar esta separação entre mães e bebês. A revolução feminista também exerceu um grande papel nessa mudança. A defesa do aleitamento prolongado coincide com a política de segurança alimentar nos países subdesenvolvidos promovida pela mesma nação que promoveu o desmame, demonstrando como a cultura tem sido suprema em relação ao biológico. O resultado de todas estas influências é que, por volta de 1950, pouquíssimos bebês nas nações industrializadas ocidentais dormiam com suas mães.

Na cultura ocidental (como nos EUA e Brasil), a independência da criança é super valorizada. Numa pesquisa na qual se perguntou a pais americanos qual o objetivo na educação dos filhos, a maioria esmagadora dos pais respondeu algo que continha a palavra independência.

Esta visão se ajusta perfeitamente ao que a sociedade ocidental espera de seus indivíduos, ou seja, um indivíduo na sociedade ocidental tem chances de ser bem sucedido se for independente em vários aspectos. No mercado de trabalho, por exemplo, a concorrência é grande e a medida do sucesso é feita geralmente através da superação dos concorrentes.

Já em culturas não tão industrializadas, como tribos aborígenes na Austrália, ou indígenas em vários lugares do mundo (África, Equador, Brasil e outros), a meta principal de vida não é a independência. Não é esperado que o indivíduo cresça para uma vida individualista. Ao contrário, de preferência este continuará sempre num grupo, onde desempenhará uma função específica, porém numa posição interdependente. Dessa forma, o sucesso da sociedade não se mede em nível individual e sim em nível coletivo.

A industrialização global está mudando este aspecto mesmo nessas sociedades menos industrializadas, tendo uma grande influência na cultura e, em conseqüência, no modo de educação dos filhos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Sorteio da 2a quinzena de março

Querid@s, nessa segunda quinzena de março temos uma nova campanha promocional! O espaço -->OM SHANTI Yogashala, localizado em Londrina/PR, nos ofereceu um mês de aulas de Yoga para gestantes! Para concorrer pedimos a vocês que respondam a seguinte questão: Quais os benefícios do Yoga durante a gestação? O sorteio será dia 31 de março, quarta-feira, após às 20 horas.
Horário das aulas: a definir

Rua: Augusto de Souza Brandão, 35 (Próx. AREL – Lago Igapó 1) - Londrina/PR
Fone: (043) 3341-0270
O OM SHANTI Yogashala também oferece aulas de Yoga para Adultos, Crianças, Terceira Idade e Yogaterapia.
Abaixo mais informações: -->
YOGA PARA GESTANTES
Nessa fase mágica da vida, a mulher passa por grandes transformações. Seu corpo e mente mudam a cada dia. Essa mudança repentina pode gerar desgastes emocionais e físicos.
O Yoga para Gestantes oferece como bálsamo equilíbrio mental e os ajustes físicos progressivos para cada etapa da gestação.
Como resultado, a mulher poderá desfrutar os nove meses com muita paz, saúde e bem estar físico e mental. Além disso, o Yoga ainda lhe permite adaptar-se ao novo eixo; aliviar a prisão de ventre e gases; a melhora da qualidade do sono, da circulação sanguínea e linfática. A mãe e bebê ficam oxigenados; a coluna livre de dores e a gestante com ótima postura.
E mais, fortalecimento do assoalho pélvico; preparo do corpo e mente para o parto normal; equilíbrio das emoções pré e pós-parto (evitando, inclusive a depressão pós-parto) e retorno do corpo ao que era com maior rapidez.

Gestação, parto e Antroposofia


O post de hoje foi extraído do Periodicum, publicado pela Weleda do Brasil. Uma série com outros cinco artigos serão publicados semanalmente no Blog Parto no Brasil, leituras bem bacanas que tem como pano de fundo a Antroposofia. Como o site não permite que você copie o texto, segue o link sobre a matéria citada: Gestação, parto e Antroposofia Deleitem-se, caros leitor@s! Boa leitura!

sábado, 13 de março de 2010


Coleção Alto Verão 2010 A gestante premiada é Mari Castro, que nos respondeu, em 1° de março:
"O Diferencial da Zazou é sempre muito estilo, qualidade e modelagem, proporcionando as gestantes muito conforto e segurança com uma variedade de opções de escolha. Intensificando a beleza das gestantes!!!".
PARABÉNS!!! Agora Mari basta ir a uma das lojas da Zazou em São Paulo ou Rio de Janeiro para buscar tua premiação, mas não esqueça que você tem até o dia 20 de março!
Endereço em São Paulo: Rua Prof. Atílio Innocenti, 952 - Vila Olímpia - São Paulo - SP Tel.: (11) 3846-6511 * De segunda à sexta-feira, das 10:00 às 19:00hs e aos sábados das 10:00 às 18:00hs Endereço no Rio de Janeiro: Rua Visconde de Pirajá, 351 - Sobre-Loja 202 - Galeria do Fórum de Ipanema - Ipanema - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2247-4645 * De segunda à sexta-feira, das 10:00 às 20:00hs e aos sábados das 10:00 às 18:00hs.

Sorteio Zazou Moda Gestante

Não percam! Hoje, às 20h, teremos a premiação do vale-compras no valor de R$100,00 da Zazou Moda Gestante, basta responder ao post: Quais os diferenciais da Zazou no mercado em termos de moda gestante? Participem!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

III Curso de Atualização - A ecologia do parto e nascimento


Heloisa Lessa* e Michel Odent** convidam:
III Curso de Atualização
A ecologia do parto e nascimento
Objetivo: Oferecer evidências científicas atuais aos interessados em renovar/niciar sua prática profissional acompanhando mulheres, durante a gravidez, parto e amamentação. O curso tem como base a fisiologia da mãe e do bebê e as conseqüências à longo prazo na saúde do indivíduo do que ocorre no Período Primal (da concepção até o 1° ano de vida).
Aula Inaugural dia 9 de abril
Palestra com MICHEL ODENT: Razões para Otimismo - As conseqüências da Mid-Atlantic Conference on Birth and Primal Health
Encontro mensal: Sexta-feira, das 17h às 21h e Sábado, das 9h às 13 h.
Local: Gestos - Rua Conde Afonso Celso 99, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.
Revisão bibliográfica atual em português e inglês.
Trabalho corporal, dinâmicas e atividades interativas.
Investimento: Pagamento mensal (9 meses) de R$ 330,00.
Matricula: R$ 100,00 – a ser realizada durante entrevista e entrega de material.
Certificados fornecidos pelo Primal Health Research Center.
*Heloisa Lessa é enfermeira obstetra / parteira e mestre em Enfermagem. Atende a partos em casa planejados no Rio de Janeiro desde 1989. Tem experiência de trabalho com as parteiras tradicionais e a população indígena brasileira. É internacionalmente conhecida.
**Michel Odent, obstetra francês conhecido pelos conceitos de sala de parto como casa e da utilização das piscinas de parto. Fundador do centro de pesquisa Primal Health Research Center, em Londres. Possui 12 livros publicados em 22 línguas e mais de 50 artigos científicos.
Mais informações e programação completa escrevam para: heloisa.lessa@terra.com.br
Tel.: (021) 2232-2445
Ilustração: Zuza.

Seminário Promoção do Bom Parto no SUS

*Divulgando*
Seminário na Faculdade de Saúde Pública - USP "Promoção do bom parto no SUS: estratégias para mudanças institucionais"
Será realizado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, o Seminário: "Promoção do bom parto no SUS: estratégias para mudanças institucionais" - Subtítulo: "Assistência ao parto baseada em evidências" e lançamento do DVD do documentário do Projeto de Humanização da Maternidade ISEA, de Campina Grande (PB). Nas últimas décadas, houve uma mudança radical na compreensão do que é um parto saudável para mães e bebês: atualmente, conforme as melhores evidências científicas, um parto fisiológico, com um mínimo de intervenções, deve estar disponível a todas as gestantes saudáveis. O parto fisiológico e humanizado oferece os melhores resultados: experiências mais satisfatórias para a mãe e melhores resultados para o recém-nascido. Para isso, é importante garantir o cumprimento da lei do acompanhante no parto para todas as gestantes, e reduzir procedimentos dolorosos e invasivos (episiotomias, indução ou aceleração rotineiras do parto com drogas, imobilização da parturiente, entre outras), que ainda fazem parte da cultura de muitos serviços no Brasil. Melhorar a experiência do parto é a melhor estratégia para reduzir as abusivas taxas de cesárea, e oferecer às mulheres um atendimento seguro e respeitoso. Este seminário discutirá estratégias de mudança e experiências bem-sucedidas no SUS. Palestrante: Dra. Melania Amorim - Professora da Universidade Federal de Campina Grande (PB), integrante do Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (Genebra) e Revisora da Biblioteca Cochrane. Local: FSP/USP - Av. Dr. Arnaldo, 715 - Anfiteatro Auditório João Yunes Data: 22/03 das 14 às18h Coordenação: Profa. Dra. Carmen Simone Grilo Diniz. Comissão Organizadora: Daniela de A. Andretto e Heloisa Salgado. Organização: Comissão de Cultura e Extensão FSP Escola de Artes, Ciência e Humanidades da USP-EACH Rede Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos Rede pela Humanização do Parto e Nascimento - ReHuna Rede Parto do Princípio; Coletivo Feminista e Sexualidade Núcleo de Estudos da Mulher e das Relações de Gênero GEMAS - Gênero, Evidências, Maternidade e Saúde CONDECA - Conselho Estadual dos Direitos das Criança e Adolescentes * As inscrições serão isentas de taxa, e poderão ser feitas somente através deste site, até o dia 21/03. Será fornecido certificado de participação no evento que também será transmitido pela TV via Internet da USP (iptvusp). Mais informações pelo e-mail: svalunos@fsp.usp.br

terça-feira, 9 de março de 2010

Documentário "Vida"

Assistam o lindo documentário Vida feito no sul do País sobre parteiras tradicionais, parte da exposição "Mulheres e práticas de saúde", no Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, RS. Direção: Felipe Henrique Gavioli Roteiro: Felipe Henrique Gavioli/Marli Gavioli Pesquisas e Entrevistas: Éverton Quevedo




[Use o Keepvid para baixar o video]

Parto humanizado

Por Leonardo Boff
A discussão sobre Cesariana X Parto Normal é muito antiga aqui nas linhas cibernéticas. Quem milita nas listas de discussão há alguns anos sabe que este debate vai e volta, sistematicamente, como um ioiô ideológico. Esta ótica específica da humanização - como algo relativo ao "humano" - foi amplamente debatida nesta lista há alguns anos, e re-debatida sistematicamente de tempos em tempos. Eu tenho um ponto de vista bem claro sobre o assunto, expresso no meu livro e nas minhas palestras, de que a "Humanização do Nascimento" tem a ver com um movimento filosófico chamado HUMANISMO, que, contrapondo-se ao teocentrismo da idade média, coloca o ser humano em destaque e oferece a ele o protagonismo de seu destino. Meu colega Maximilian consagrou a frase "Humanizar o nascimento é restituir o protagonismo à mulher" exatamente para oferecer este direcionamento ao movimento que visa humanizar partos. Segundo ainda Maximilian, sem o protagonismo garantido à mulher somente conseguiremos a "sofisticação da tutela", que não oferece a profundidade das mudanças geradas pela insensibilidade do paradigma biomédico de atender as necessidades básicas de uma mulher parindo. Desta maneira fica claro entender que uma cesariana não pode ser "humanizada" exatamente porque a mulher NÃO POSSUI o protagonismo: ela está à mercê da técnica e da assistência ostensiva do profissional que a atende. Por outro lado, é certo que uma cesariana pode ser "humana", tanto na concepção óbvia espécie-específica (pois é feita em seres humanos) quando na conotação de "gentil e respeitosa". Muito da discussão que observei sobre esta questão deve-se aos conceitos, ora equivocados, ora confusos, sobre o que vem a ser humanização. Cesariana é cirurgia, e no conceito que queremos dar à humanização ela NÃO tem como ser humanizada, pois aliena a mulher da sua condução (mesmo quando bem indicada). Por outro lado, um PARTO VAGINAL pode ser deveras DESUMANIZADO, e mesmo DESUMANO, quando impede a mulher de tomar qualquer decisão sobre seu corpo, ou quando a trata de forma rude, grosseira e mesmo violenta. Humanizar o nascimento é colocar a mulher como condutora do processo; tornar o parto "humano" é tornar a assistência mais suave, gentil e adequada. Entretanto, uma atitude gentil pode ocorrer até mesmo em partos desumanizados (sem protagonismo). Eu acredito que esta discussão fica acalorada por causa de seu evidente conteúdo erótico. Explico: parto é constituinte da vida sexual normal de uma mulher. Quando falamos em nascimento, parto, dores, contrações, vagidos e gemidos, estamos falando do EROTISMO pulsante e vivo que permeia este momento. É por esta razão que a discussão fica tão forte, mesmo quando eu vejo nítidos vértices de contato nos discursos de muitos debatedores. Não há duvida que existem diferenças claras do ponto de vista emocional, afetivo, psicológico e físico entre um parto vaginal e uma cirurgia, a qual sem dó nem piedade rompe 7 camadas de tecido para atingir a intimidade uterina. É claro para todos, também, que uma mulher NÃO se define pelo tipo de parto que teve: ninguém é mais mulher por ter tido um parto normal. Por outro lado, ninguém é mais homem por ter as duas pernas, mas a ninguém parece justo negligenciar as suas, e tampouco existem pessoas para quem perder as pernas não tem importância. Assim podemos entender o parto normal: não define a qualidade de uma mulher, mas não pode ser entendido como supérfluo ou desprezível para ela. O evento do nascimento é um momento impressionante na vida de uma mulher; divisor de águas é capaz de fazê-la naufragar em uma depressão melancólica (por reforçar suas fantasias inconscientes de impotência) ao mesmo tempo em que pode alçá-la a um patamar inimaginável de segurança, auto-estima e determinação. Uma encruzilhada ímpar. É fácil ver que isso pode ser atingido SEM a experiência de um parto (que o digam Madre Teresa, Jesus Cristo, etc.), mas nem por isso podemos fechar os olhos à sua imensa potencialidade criativa. A ansiedade que percebemos no que tange a esta discussão se origina exatamente de sua dimensão sexual. Falar do próprio parto é falar do seu sexo, da sua intimidade, de sua competência feminina. Por esta razão é importante que tenhamos esta visão até para que possamos contextualizar o debate e não torná-lo tão duro. Ainda sobre os conteúdos sexuais, basta que estejamos presentes em um nascimento humanizado para perceber que TUDO ali transpira sexualidade. Uma mulher deixada vagar livremente pelos seus desejos pode encontrar o êxtase no nascimento de um filho. Permitindo-se que ela transite pelo gozo indescritível desta passagem - sem interrupção e sem censura - ela poderá descrever seu parto (como já fui testemunha tantas vezes) como o momento mais prazeroso de sua vida. Pois é aí que está o segredo tão bem guardado !! Aqui se encontra o mistério recôndito. Se as mulheres soubessem o quanto existe de realização e transcendência no ato de parir estas discussões terminariam da mesma forma como se dissipa a névoa com a chegada do sol. Foram os homens que inventaram as dores lancinantes de parto, apenas para fazer valer sua técnica e seus aparatos tecnológicos. Era preciso fazer a mulher descrer em si para que ela acreditasse na idéia que somente através da intervenção sobre este corpo defeituoso é que se alcança sucesso no nascimento. Que triste !! Tanta força e tanta energia sexual desperdiçadas !!! Mas eu dizia ao mestre Marsden que não acredito que possamos enganar todas as mulheres por todo o tempo. Um dia elas vão acordar de seu sono de menosvalia, e reclamar de volta o que sempre foi seu.Neste dia o nascimento humano voltará a ser um momento deslumbrante, para uma nova sociedade de paz. Minha amiga Simone Diniz me disse há muitos anos uma frase que muito me irritou e me obrigou a refletir, até que eu finalmente aceitei e entendi: "A escolha pela cesariana é uma opção pela dignidade". O que vemos na sociedade contemporânea ocidental, no que tange ao parto, é um FALSO DILEMA: de um lado um nascimento violento regulado por pressupostos mecanicistas e positivistas, onde se aniquilam o psiquismo e a afetividade maternas em nome de uma ilusória objetividade cartesiana, junto com uma falsa promessa de segurança. Do outro lado uma cesariana, que é o ápice da alienação feminina sobre o nascimento, e onde se oferece o total controle médico sobre o evento. Neste contexto, optar por uma cesariana pode ser simplesmente o desejo de que seu parto seja minimamente digno, onde não haja alarido e violência verbal (por vezes física) na sala de parto. Optar pela cirurgia é ter controle (sim, o controle de decidir-se a fazê-la) para poder fugir da grosseria e da humilhação de parir sob o olhar de uma platéia onde podem até estar presentes curiosos, ignorantes e outros despreparados. O drama é que estas são as DUAS ÚNICAS alternativas oferecidas nos dias de hoje: partos humilhantes ou cesarianas alienantes, "limpas e seguras". Quase NINGUÉM (ok, muito poucos) oferece um parto digno, bonito, prazeroso, carinhoso, afetuoso e digno. ESSA É A LUTA !!! Os humanistas do nascimento não se contrapões às cesarianas (sou deslumbrado por esta história, de Edoardo Porro, passando por De Lee até os neo-cesaristas, como Marcelo Zugaib), mas nos insurgimos contra o abuso e a falsa promessa de redenção implícita no oferecimento de uma cirurgia como esta. Lutamos contra a objetualização e coisificação da mulher, seja numa cesariana ou num parto vaginal "Frankenstein", como bem dizia a Roselene. Somos visionários que enxergamos o nascimento como ATO REVOLUCIONÁRIO e libertário, que se opõe ao sexismo do patriarcado abrahâmico castrador, e que oferece uma nova visão para o porvir da humanidade, onde os nascidos de mulher serão acolhidos com amor. A simples diminuição matemática do índice de cesarianas não parece ser algo adequado. Diminuir a incidência dessas cirurgias sem a concomitante modificação da ideologia da assistência ao parto só pode produzir uma situação mais dramática do que a anterior. A falta de compreensão do sistema biomédico contemporâneo das necessidades básicas de uma mulher ao parir está na gênese do descalabro na assistência. O problema reside no modelo cartesiano aplicado ao nascimento, que entende o psiquismo apartado da "Humani Corporis Fabrica", e define a mulher como um aparelho defeituoso, equivocado e falho em essência. Sem uma mudança radical na visão que temos da MULHER vamos apenas criar aberrações sobre aberrações, sem nunca atingir o núcleo do transtorno. Precisamos mudar a forma de entender o feminino, para assim modificar o olhar que lançamos às grávidas. A tese do "protagonismo devolvido" e o rechaço à idéia de sermos "contrários à cesariana" são pontos nevrálgicos na discussão sobre a humanização do nascimento. Além disso, é importante trazer à tona a idéia de que abolir ou dificultar o acesso às cesarianas é inútil e até perigoso, porque a falha não é no seu uso (que não é causa, e sim conseqüência), mas na própria visão que temos da mulher e suas funções femininas. Precisamos nos dedicar a uma tarefa muito mais complicada e difícil do que simplesmente baixar nossas taxas de intervenção: necessitamos criar a "nova mulher", liberta dos grilhões do patriarcado e longe do revanchismo do antigo feminismo antropofágico. Precisamos, por fim, oferecer às gestantes e parturientes o suporte afetivo, espiritual e emocional que foi a marca de nossa ancestralidade, e aquilo que nos define como 'humanos", que é a capacidade de cuidar dos semelhantes.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher

Hoje, dia 08 de março, muit@s comemoram o Dia Internacional da Mulher, mas esquecem que essa data é para relembrar e reivindicar nossos direitos enquanto mulheres, mães e trabalhadoras!
Afinal, essa celebração é originária das manifestações feministas estadosunidense e européia pela melhoria nas condições de trabalho e direito ao voto, no início do século XX, sendo que em 1975 as Nações Unidas adota esse dia em seu calendário, como forma de valorizar as conquistas sócio-econômicas deste gênero. Na temática da humanização do parto e assistência ao nascimento temos muito caminho a percorrer pela frente, mas na medida em que nos organizamos e nos agregamos em redes podemos somar forças em prol das mulheres parturientes e também àquelas que já pariram suas crias, mas que precisam amamentar e retornar a rotina profissional e levar seus filhos para creches. O Brasil é o segundo País da América Latina com as mais altas taxas de cirurgias cesarianas, perdendo apenas para o Chile; esse cenário se deve por falta de informação adequada e consciente tanto por parte das equipes médicas quanto das mulheres que confiam seus corpos e não se apropriam do processo fisiológico e natural que é a vinda de um ser. E como transformar esse paradigma? Como gerar uma nova maneira de compreender o nascimento, em uma perspectiva humanizada? As respostas podem ser conferidas no processo histórico que vivemos na atualidade, nos direitos adquiridos pelas mulheres, como a Lei do Acompanhante e Licença e Salário Maternidade, mesmo assim, não obstante, ainda vemos esses direitos garantidos por Lei não serem cumpridos, por isso, denuncie!

Minhas mestras ancestrais

Por Suely Carvalho* Foto de Bruna Maldonado


Herdei a Tradição das minhas bisavós e avós. Minha bisavó Joaquina do Espírito Santo foi uma mulher admirável, ajudou a povoar vários municípios no entorno de Itararé-Sengés onde nasceu, fronteira do Paraná com São Paulo. Era uma mulher determinada e vivia na contra-cultura. Meu bisavô Joaquim Roque construtor e instrutor voluntário de camponeses na construção civil era um homem sensível, apaixonado, admirava e respeitava o trabalho da minha bisa, aceitava que ela saía a cavalo sozinha para atender partos nos sítios da redondeza e muitas vezes passava dias fora de casa partejando e cuidando da recém parida até cair o umbigo do bebê. Foi o terceiro marido da bisa Joaquina, ele era 10 anos mais jovem que ela e se amaram profundamente. Ele morreu aos 50 anos na epidemia de tifo, ela ficou sozinha até morrer aos 89 anos, sempre partejando.

Bisavó Madalena dos Santos

Não tive muitos detalhes do trabalho da minha bisavó Madalena porque ela era descendente direta de índio e era nômade, vivia em pequenos vilarejos e atendia partos enquanto meu bisavô índio trabalhava em plantações e caçava. Minha bisa Madalena era arredia e teve pouco contato com sua nora, minha vó Maria do Espírito Santo que ao casar com meu avô Urias Santos, nômade barbeiro, teve 14 filhos, a maioria sozinha em lugares isolados; meu avô cortava os cabelos das pessoas do povoado permanecendo algumas semanas, depois seguiam caminhando para outros vilarejos por onde passavam e ajudavam mulheres a terem seus partos e meu avô além de barbeiro ensinava remédios caseiros. Minha vó Maria, filha da Parteira Joaquina do Espírito Santo, meu avô Urias, filho da Parteira Madalena dos Santos.

Meus avôs, também meus mestres

Meu avô Urias dos Santos era raizeiro, não permitia em sua casa o uso de remédios alopatas. Ensinou-me remédios caseiros, o uso das plantas medicinais porque eu insistia, era curiosa, perguntava tudo e ele pacientemente ensinava. Apesar de ser descendente indígena não tinha o hábito de comer carne, em nossa casa que era uma chácara a alimentação era natural. Meu avô Manoel Carvalho conhecido como seu Maneco, pai do meu pai, era devoto de São Cipriano, usava o livro de rezas da Cruz de Caravaca. Além de rezador ele era vidente e falava com os espíritos naturalmente e eu ficava o máximo de tempo que podia estar com ele para vê-lo conversar com os espíritos. Meu avô Maneco era nativo da Ilha das Peças e toda a linhagem do meu pai eram pescadores caiçaras da Ilha no litoral do Paraná. Na Ilha das Peças meu avô Maneco via e conversava com os espíritos dos padres Jesuítas do primeiro século do Brasil e ele mostrava enormes pedras onde haviam inscrições feitas pelos Jesuítas que os espíritos mostravam onde estavam. Minha infância foi povoada pelas histórias dos meus dois avôs um índio raizeiro e barbeiro o outro pescador caiçara nativo da Ilha.

Minha vó Ernestina Pereira Carvalho

Nativa da Ilha das Peças no litoral do Paraná teve seus nove filhos sozinha na Ilha, ajudava outras mulheres nativas a terem seus filhos e fazia rezas e simpatias para ajudar os pescadores a voltarem vivos do mar com muitos peixes. Fazia patuás e simpatias para crianças doentes e encomendava as almas dos que faleciam. Minha vó Ernestina e meu avô Maneco tiveram um longo casamento de 60 anos e se amaram a vida toda.
Eu ser parteira tradicional é uma missão herdada. Minhas três bisavós foram parteiras em tempo e lugares muito remotos, minha avó materna e paterna foi parteira delas e de outras mulheres. Era um tempo onde ser parteira era um ofício de muito respeito e poder, tempo onde parir na própria casa era o óbvio, nascer naturalmente era sagrado, abençoado. Quando o inevitável (naquele contexto) acontecia era perfeitamente compreendido mesmo com toda dor da perda.

Uma característica é que a maioria das Parteiras não tem marido, desde sempre foi assim, é difícil o marido aceitar que frequentemente sua mulher saia no meio da noite atendendo o chamado de um homem estranho que foi buscá-la para atender sua mulher em trabalho de parto, o marido ficava sozinho enquanto a mulher saía e não sabia quando voltaria.

Minha bisavó Joaquina, do Espírito Santo, foi casada três vezes e isso não era comum para a sociedade da época. Seu último marido, meu bisavô Joaquim Roque, era dez anos mais jovem o que também causava espanto na época. Foram apaixonados e felizes, minha bisavó saia a cavalo para atender parto, despedia-se dele sem saber quando voltaria, muitas vezes passou mais de um mês sem voltar pra casa, porque fazia parte do oficio de Parteira permanecer por sete dias na casa da mulher parida, até depois de cair o umbigo do bebê, e acontecia de chegar outra pessoa chamando-a para outro parto e ela emendava de um lugar para outro. Em casa, meu bisavô esperava por ela com saudades, mas ele a amava muito e tinha grande admiração pelo trabalho dela, ele ia comprando presentes, juntando para recebê-la e presenteá-la quando voltava. Seu maior presente para ela foi uma igreja que com um grupo de homens que ele ensinava o trabalho de construção ele construiu para ela. Minha bisavó Joaquina ajudou a povoar mais ou menos seis municípios na fronteira entre São Paulo e Paraná. Minha bisavó Madalena era indígena, nômade, teve muitos filhos e atendeu muitos partos entre um povoado e outro por onde passavam e permaneciam alguns meses, nenhum tinha documentos, a história era repassada oralmente. Eliane era minha bisavó Parteira por parte de pai, era caiçara da ilha das Peças. Ela ia para a casa da gestante vários dias, até semana antes do parto, alguém ia buscá-la a pedido da gestante, a viagem era longa e difícil entre uma ilha e outra, por toda a região onde era conhecida, a viagem era de canoa a remo, não havia motor.

Eu honro minhas ancestrais dando continuidade, respeitando e preservando a Tradição. Este ano de 2010 completo 35 anos que sou Parteira, atendi até agora 5.300 e alguns partos. Em casa em torno de 800, o restante atendi na maternidade. Todos os partos que atendi em domicilio eu lembro cada um, tenho com as crianças de diferentes idades uma relação familiar, são meus afilhados/as, existe um vínculo forte. Uma das minhas filhas é Parteira, minha herdeira e ela têm uma das filhas, minha neta, também aprendiz de Parteira. Assim, preservamos a cultura e a Tradição.

Convido as pessoas a resgatar seus/suas ancestrais e restabelecer esse vínculo entendendo que herdamos o que somos socialmente e o que temos de meio ambiente, não criamos nada apenas transformamos. Para estarmos aqui foi necessário que existissem nossos antepassados; mãe, pai, avós, bisavós, tataravós... a medida que vamos conhecendo nossa história vivida e construída pelos nossos antepassados a ideia de eternidade torna-se real e a sensação de plenitude nos preenche, ao mesmo tempo sentimos a força da responsabilidade que temos com os que vem depois de nós, nossos descendentes. Um dia seremos contadas/os em histórias pelos nossos filhos/as, netos/as, bisnetos/as... seremos antepassadas, seremos ancestrais.

Que possam nos honrar.

* Suely Carvalho é parteira tradicional em Olinda/PE e uma das organizadoras do Centro Ativo de Integração do Ser - CAIS do Parto.

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