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quarta-feira, 30 de junho de 2010
E dr., como vai ser o parto?
domingo, 27 de junho de 2010
Mamãe eu quero
a
ntes de mais nada: leite, só de mãe. Todo animal mamífero mama no peito até poder alimentar-se sozinho, mas é no peito de sua própria mãe. As histórias de Rômulo e Remo, amamentados por uma loba, e de Tarzan, criado por uma macaca, e de Mowgli, criado também por uma loba, são meras exceções que confirmam a regra: leite, só de mãe.
Leite é sangue que deixa de correr pelo umbigo e sai pelo bico do seio. Até do masculino, afirmam as Amigas do Peito, se for bem sugado: a glândula desperta. As mães-de-leite que o digam, se é que ainda existem, criando no peito o filho dos outros – que passava a ser seu, com seu sangue circulando pelas veias.
E na boca a criança começa a aprender. Tem que puxar, tem que querer, às vezes chora de tão difícil que é no comecinho. Para a mãe às vezes também é difícil, encontrar a melhor posição às vezes leva uns dias, às vezes cansa. Mas sempre acabam se ajeitando. Da boca do neném o leite desce para o estômago, de lá para os intestinos, ativando no corpinho tudo aquilo que está pronto a funcionar. Devagar, devagarinho, deixando o tempo passar...SONIA HIRSCH.
sábado, 26 de junho de 2010
Chupeta: eis a questão
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Leite de Mãe
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Parto Normal vs. Cesárea: a magnitude do problema - PARTE I
Para ler, clique no título acima em destaque.
Confira um trecho: "Ao longo das últimas décadas, as taxas de cesárea têm se elevado em todo o mundo, chegando a atingir taxas superiores a 50% em alguns países da América Latina (1). Esta elevação tem sido vista com preocupação por muitos profissionais de saúde e organizações internacionais incluindo a Organização Mundial de Saúde, uma vez que cesarianas desnecessárias podem se associar a riscos maternos e perinatais (1)."
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Babás
terça-feira, 22 de junho de 2010
Workshop com Michel Odent em São Paulo/SP
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Nascimento: da fisiologia à prática - PARTE I
Foi assim que o obstetra Michel Odent iniciou sua conversa com um grupo de pessoas no Espaço Aobä, em Curitiba/PR, de diversas áreas, incluindo obstetras, enfermeiras, doulas, psicólogas, cientistas sociais etc. em abril, em seu workshop Nascimento: da fisiologia à prática, desta forma, o post de hojé é o resultado da compilação dessa prosa boa (demorou, mas saiu!)!
Nossa sociedade, tecnocrata e cartesiana, não pode aguardar, com naturalidade, a vinda de nossos bebês. A indução do parto, pelo uso de ocitocina sintética, hormônio que contribui com as contrações uterinas, é uma das intervenções mais corriqueiras, mas não aparece nos estudos científicos e nas estatísticas de parto e nascimento, assim, é impossível saber quem teve o processo de Trabalho de Parto (TP) induzido, e, por que não falamos disso? Será apenas "um detalhe"? Por que tantas mulheres precisam de ocitocina sintética? Elas não conseguem naturalmente liberar esse hormônio fundamental para o parto? Será que o lugar em que elas estão parindo influencia? A ocitocina atravessa a placenta? Atinge o bebê? A quantidade introduzida de ocitocina é muito maior do que a produzida pela glândula perianal?
Na literatura médica encontramos apenas um estudo de 1996, de um jornal de Medicina Fetal e Materna em que foram relacionados os índices de ocitocina produzida pela mãe e a sintética introduzida na veia e na artéria umbilical e o que se concluiu, portanto, é que a ocitocina atravessa sim a placenta, assim, quando a mãe recebe ocitocina sintética o bebê também recebe, indo para seu cérebro e ocasionando durante seu efeito estresse nesse precioso momento de vida extra uterina, com a interação dos genes e do ambiente.
Desta forma, interferimos rotineiramente e continuamente no sistema ocitocinógeno dos humanos, que também interfere na vida social e na capacidade de amar.
Atualmente, passamos por um momento de revolução cultural e questionamos o uso demasiado dessa substância, utilizada mundialmente, e reavaliar as estatísticas é de suma importância, pois esse fato não é um "mero detalhe".
Algumas doenças comuns em nossa sociedade estão associadas ao sistema ocitocinógeno, como o autismo e a anorexia, então, vale questionarmos o uso de ocitocina sintética durante o TP. Como conclusão, podemos perceber que estamos no caminho de redescobrir o que há de básico na fisiologia do parto e esquecer tudo o que já foi dito e estudado.
Fisiologia - Período Perinatal: qual a necessidade da mulher no TP?
Podemos redescobrir hoje essas necessidades depois de tantos anos de aplicação científica/cultural/ritualística?
No século XX, descobrimos através de um acúmulo de informações que o bebê precisa da mãe, mas algumas sociedades separam mãe e bebê após o parto, tendo a amamentação atrasada, seja por mitologias culturais ou tecnologias científicas, assim, o instinto protetor agressivo da mãe, inato, é reprimido, anulado pelas culturas, crenças e rituais, sendo o colostro, considerado nos cinco continentes, um fluido que faz mal, justificando, portanto, a separação, mesmo sendo tão precioso... outras crenças também são transmitidas, ritualizadas e difundidas, como o corte do cordão umbilical e a expulsão da placenta.
Nos anos de 1953 e 1954, em um hospital de Paris, ainda como estudante de Medicina, Odent pode acompanhar os procedimentos de parto e nunca os bebês ficavam com as mães após o nascimento, a parteira cortava o cordão e o bebê era separado, comprovando o condicionamento cultural pelo qual sofremos.
A partir de testes de controle randomizados, e a introdução do contato entre mãe/bebê, pele a pele, através da autorização de cômites éticos e a defesa de que o bebê precisa de sua mãe verificou-se a presença de hormônios que flutuavam nesse período perinatal e a produção de anticorpos, assim, se não interferimos na relação mãe/bebê e o filhote encontra o seio na primeira hora após o parto uma imunização bacteriológica natural acontece.
O bebê precisa de sua mãe!
Essa descoberta de suma importância é também aceitável?
Os exemplos tem demonstrado que sim!
Alojamento conjunto: mãe e bebê juntos versus Berçário.
Cuidado Mãe Canguru: criado em Bogotá, na Colômbia, em 1979, sendo a mãe a melhor incubadora.
Mesmo essas práticas serem aceitas intelectualmente tais descobertas culturalmente não foram tão aceitáveis.
Um outro ponto nesta discussão é a presença do pai durante o TP e parto, sendo uma nova "doutrina" aplicada, além das atendentes de parto, com uma nova geração de parteiras e doulas. Desta forma, se foi possível no século XX redescobrir que o bebê precisa da mãe também podemos redescobrir as necessidades da mulher durante o TP.
Nesta perpectiva temos dois entraves que atrapalham o processo fisiológico do parto e nascimento: a Ciência e a cultura, portanto, qual a razão para otimismo?
A fisiologia ultrapassa e supera as intervenções científicas e culturais! A grande questão é o antagonismo entre ocitocina e adrenalina, visto que quando os mamíferos liberam adrenalina não podem liberar ocitocina, o hormônio que facilita as contrações uterinas para o parto e expulsão da placenta e sensações como medo, frio, sentimento de estar acuado ativam o neocórtex, parte do cerébro responsável por "pensar", que garantiu o desenvolvimento dos humanos, produzindo mais adrenalina!
Durante o parto ou outros processos sexuais inibições do neocórtex interferem no desenvolvimento dos mesmos, assim, quando falamos de fisiologia do parto temos que centralizar na ocitocina, como ocorre sua liberação, quais são os fatores para a sua produção, tendo em vista que em pessoas tensas e ou observadas age como um "hormônio tímido", portanto, temos que verificar as situações que dependem da liberação da ocitocina.
Tanto a ocitocina como a endorfina estão presentes em todos os processos sexuais, reflexo de ejeção, como da ereção, do esperma, da lubrificação vaginal, do feto, do leite.
Em todas as sociedades, até àquelas em que são mais livres, casais se isolam para copular. No reflexo de ejeção do leite, por exemplo, quando a mulher está sozinha, em um lugar escuro, com portas e janelas fechadas esse processo é mais fácil.
Mas, existem estratégias para não observação quando se está parindo? Em sociedades pré agriculturas, mulheres se isolavam para parir, comprovados em documentos antropológicos, assim, os partos ocorriam na floresta, em casas específicas para o parto e quando acompanhadas eram de uma figura materna, como a mãe, avó, tia, parteira ou outra mulher, nesta medida a origem do ofício das parteiras surge como protetoras do espaço.
Mas, as coisas mudaram de lá para cá...
Atualmente, o parto é um evento socializado! Esqueceram que a ocitocina é um hormônio tímido.
E o papel da parteira ganha outros contornos. Antes ela era a mãe ou outra mulher experiente, hoje ela tem o controle do processo, guia a mulher, realiza alguns procedimentos de intervenção, como o uso de ervas, massagens, toques para acelerar o TP ou aliviar as dores da parturiente; quando as mulheres começaram a parir em suas casas o processo de socialização do parto se desenvolveu, e isso historicamente é recente, tendo início em meados do século XX, quando ainda parto era assunto de mulher e ser obstetra era usar o fórceps; ninguém, ainda, antes disso, tinha pensado no acompanhante de parto e na presença do homem nesse momento.
Foto: Acervo Espaço Aobä.
* Quer ler mais sobre Michel Odent no Blog Parto no Brasil? Clique aqui! *
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Estrelinha lá no céu
Meu bebê é como um vício
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Vale a pena espiar as leituras
"Tirania da mãe perfeita": maternidade e feminismos
"A filósofa acusa os movimentos ecológicos de contribuir para a regressão do papel da mulher na sociedade ao 'impor' a amamentação, o uso de fraldas de pano, e a necessidade de alimentar os bebês somente com produtos naturais preparados em casa."
"Não somos todas iguais, como os chipanzés. Há mulheres que não gostam de amamentar."Acesse aqui a matéria completa. O outro polêmico livro de Elizabeth Badinter ("Um amor conquistado: o mito do amor materno") está disponível na internet, o link você encontra aqui no Blog Parto no Brasil, na seção Estante. Boa leitura!
quarta-feira, 16 de junho de 2010
O corte por cima e o corte por baixo
“Se eu fosse mulher já teria, sei lá, pegado em armas, porque é muita violência... Ela vai para a maternidade e ou lhe fazem um corte na barriga, desnecessário na maioria das vezes, ou no períneo. De todo jeito alguém vai atacá-la com uma faca” Álvaro Atallah (Lattes), do Centro Cochrane do Brasil, em seminário (Práticas Obstétricas Baseadas em Evidências), no Instituto de Saúde de São Paulo, 1999.Dias atrás, conheci uma mulher que teve seu primeiro filho por um parto "natural" que a traumatizou. Aconteceu há mais de dez anos, nos EUA, segundo ela, num centro de referência para o parto natural, todo "estiloso-natureba". O TP foi longo, a episio infeccionou. Foram mais de seis meses de tratamento da cicatriz. Advinha como nasceu o segundo filho? Em Florianópolis, cidade que é referência para os partos natural, domiciliar e vertical, ela teve dificuldades em encontrar um GO que topasse marcar a data da cesareana. "A recuperação foi bem melhor!", disse ela enfatizando muito o "beeeeeem melhor". É o tipo de encontro que nos faz rever todo o cenário do parto. Eu fiquei imaginando quantos meses mais foram necessários para tratar "da alma" daquela mulher da episio infeccionada... e o que o corte passou a simbolizar para esta mulher ainda não cicatrizou. Nesse climão pesado de violência contra as mulheres, e sobre o assunto do "corte por cima ou corte por baixo", indico a leitura do artigo da profa. Simone Diniz da Faculdade de Saúde Pública - FSP/USP: http://www.mulheres.org.br/rhm1/revista1/80-91.pdf, que é de onde tirei a citação do Atallah. Também indico o vídeo que a Bianca encontrou no Youtube, de um parto tenebroso, e infelizmente, ainda comum. Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=_7BkISrU1Tg&NR=1
domingo, 13 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
quinta-feira, 10 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Direitos da gestante
Acompanhante no parto: todas nós temos direito
XI Encontro Nacional de Aleitamento Materno
Palestra com Jean-Paul Rességuier
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Chuva e internet
Estou de saco cheio
Por aí
Visita Aberta e Direito ao Acompanhante
Visita aberta é um dispositivo da Política Nacional de Humanização, do Ministério da Saúde, que amplia o acesso dos visitantes às unidades de internação para garantir o elo entre o paciente, sua família, amigos, enfim, sua rede social e os serviços da rede de saúde. O acompanhante representa a rede social da pessoa internada e está com ela durante toda sua permanência nos ambientes de assistência a saúde.
Para que serve esse dispositivo?
Visitas e acompanhantes fazem bem à saúde! São representantes legítimos da pessoa internada e ajudam na sua reabilitação. A presença de um visitante no ambiente hospitalar possibilita que a equipe de saúde capte dados do contexto de vida da pessoa internada e do momento existencial por ela vivido, possibilitando um diagnóstico abrangente. Ela auxilia ainda na identificação das necessidades da pessoa internada e, através das informações fornecidas pela família e amigos, a equipe de saúde pode elaborar e acompanhar com mais eficácia seu projeto terapêutico singular.
A presença de visitantes/acompanhantes de forma mais constante no ambiente hospitalar traz o 'cheiro' da comunidade a este ambiente, tornando a comunidade também responsável e co-produtora do cuidado, aumentando a autonomia dos membros da família quanto ao seu papel de cuidadores leigos. O acompanhante colabora na observação das alterações do quadro clínico e comunica-os a equipe. Além disso, esse dispositivo mantém a inserção social do doente durante sua internação, que pode perceber a participação dos familiares no tratamento, fortalecendo sua identidade e auto-estima.
Então, todo paciente do SUS tem direito a visita e acompanhante?
De acordo com a carta dos direitos dos usuários em saúde, as crianças, adolescentes, pessoas com deficiência e idosos têm direito a acompanhamento durante todo o período de internação. A lei 11.108 de 07 de abril de 2005 dá à mulher o direito de ter, durante o trabalho de parto, parto e pós-parto, um acompanhante de sua escolha, e recomenda que toda maternidade adapte seu espaço físico para receber este acompanhante. Os demais usuários têm direito a visita diária de no mínimo duas horas durante as internações, com exceção para situações técnicas contra indicadas. A proposta da visita aberta é mais ousada e tem demonstrado ser possível. Hospitais têm ampliado seus horários de visita para até dez horas por dia, constatando que este dispositivo de inclusão traz novos padrões de comportamento, aumentando a solidariedade e o compromisso de todos para com o cuidado.
Como implantar a visita aberta e direito ao acompanhante?
• Conhecer experiências de hospitais que já implantaram este dispositivo, e os dados referentes aos dias de internação, infecção hospitalar, satisfação dos usuários e trabalhadores;
• Promover atividades de sensibilização com todos os setores do hospital;
• Construir de forma coletiva os passos para a implantação, envolvendo o pessoal da portaria, administração, enfermarias, copa, laboratório, etc.;
• Adequar espaços para a permanência de visitas/acompanhantes fora dos quartos, como por exemplo, áreas verdes que podem ser adaptadas, varandas;
• Informar à comunidade e abrir espaço de discussão permanente sobre o dispositivo (rodas de conversa no hospital).
Para mais informações sobre visita aberta e direito ao acompanhante, acesse o site da Política Nacional de Humanização.
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/dicas/165visita_aberta
Biblioteca Multimídia
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Renascença
Sou mulher, sou mãe, sou deusa, e assim mereço ser cuidada. Se parir faz parte da natureza, que esta força seja respeitada. Respeitada pelos homens e por mim mesma, pois fazemos a humanidade crescer. Que as cesáreas, induções, tecnologia, sejam usadas com magia e saber. Saber que os médicos dominam, e nós, mulheres, também. Conhecendo nosso corpo e instinto, sabemos mais do que ninguém. Portanto, minha gente, é hora de parir como e com quem quiser. Se durante a noite ou na aurora, a ordem é esperar quando vier. Chega de intervir na natureza! As mulheres precisam compreender, receber o bebê no coração, experimentar o "dar à luz e renascer".