quarta-feira, 30 de junho de 2010

E dr., como vai ser o parto?

Tenho lido que várias pesquisas brasileiras indicam que um dos maiores problemas relacionados à assistência ao parto e nascimento é a comunicação entre médico e parturiente. Mas, no caso de quem não pariu no SUS, a interação começa na gravidez, e é uma relação que rende um caldo de considerações...
Sobre o que conversamos com o médico durante o pré-natal?
Vitaminas, alimentação, pressão arterial, e todo aquele universo mágico do desenvolvimento do filhote na barriga. Misteriosa e esotérica imagem ultrassonográfica! Cria linda e amada...
“- Mas, dr. e como vai ser o parto? - Ainda é muito cedo, sobre isso conversaremos mais adiante!”.
Quem nunca levou esta, levanta o mouse, por favor!
Passam alguns meses, queremos falar do assunto, sempre, por motivos óbvios.
A sensação é que, de fato, há uma indisposição para o assunto. Os olhos que brilham ao falar que a fisiologia do nosso corpo está funcionando suficientemente bem mudam imediatamente quando a pergunta corta o ar. O dr. encosta-se na poltrona e de lá responde sobre a dinâmica da internação, do expulsivo, da episiotomia, economizando palavras.
A impressão que dá é que somos tolas, o dr. não dedica importância para estes nossos anseios (e nestas horas, ainda bem que existem as amigas das listas de discussão, os blogs e sites com quem dialogar).
Mas, voltando ao pré-natal, é melhor pensar em outros termos. Temos que insistir na conversa sobre o parto, mesmo que rapidamente, em toda consulta. Insistir na conversa que queremos. Temos que ser exigentes de nossos direitos. Infelizmente, eles não são auto-exercidos.
A internet é nossa ferramenta de transformação, quantas de nós começamos nossas buscas no Google. Mas, o padrão da consulta pré-natal (e no caso deste texto, no sistema de saúde privado) também tem que ser transformado. E você que leu este post pode ser responsável por uma mudança.
Para finalizar, só porque eu comecei falando destas pesquisas que tenho lido, compartilho que os outros grandes problemas da assistência ao parto são as experiências de parto anterior (maioria que teve primeira cesárea, tem segunda; e também, maioria que teve primeiro parto normal, tem PN de novo), falta de informação e medo. São pesquisas qualitativas, realizadas nos últimos 10 anos, tanto em instituições públicas como privadas, de várias partes do Brasil.
Ilustração de Bruno Nunes.

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