sábado, 30 de junho de 2012

Multimídia Parto no Brasil - Un video que deberíamos dejar de ver


0 Views: Un video que deberíamos dejar de ver. from Amnistía Uruguay on Vimeo.



En el marco del Día Internacional por la eliminación de la violencia hacia las mujeres, Amnistía Internacional Uruguay actúa una vez más para poner fin a otra violación de los derechos humanos de las mujeres con un video que busca ser el menos visto en Internet.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Mais Políticas Públicas para as Mulheres e o nosso CRIAS

Em agosto de 2011, conhecemos as pessoas que fazem as políticas públicas para as mulheres em Londrina-PR.

20 de agosto de 2011
Foto de Marília Mercer

Na foto, na Câmara de Vereadores, com Marília, Laís e Marisse, participávamos da Conferência Municipal preparatória para a III Conferência Nacional, que ocorreu em novembro em Brasília.

Explicando e defendendo a saúde materna que valorizamos, de perspectiva da saúde integral, e dos direitos sexuais e direitos reprodutivos.

Dez meses depois, hoje, voltaremos à Câmara Municipal de Londrina para uma nova Conferência, que vai eleger as representantes do Conselho Municipal de Direitos da Mulher, para mandato de dois anos; e votar alterações e novas propostas ao Plano Municipal de Políticas para as Mulheres.

Nesse tempo que passou, muitas coisas lindas realizamos.

Fundamos nossa principal ferramenta para o trabalho apaixonado, O Instituto CRIAS - Cidadania, Direitos, Saúde.

Por ele, vivemos outras grandes realizações, como a participação na Marcha do Parto em Casa, na Marcha das Vadias, Dia Nacional pela Redução das Mortes Maternas, Dia Internacional das Parteiras, participação na Oficina de Capacitação para voluntários e profissionais que trabalham com Grupos de Gestantes de Londrina e região, entre outras atividades de divulgação e sensibilização.

16 de junho de 2012
Marcha do Parto em Casa, no Calcadão de Londrina
Foto de Vany Ito

02 de junho de 2012
Integrantes da diretoria do Instituto CRIAS participam da
Marcha das Vadias em Londrina, com as respectivas crias
Foto de Dúnia Valle

Dia 11 de maio de 2012
Auditório do HU/UEL
Todas as maternidades reunidas para assistir ao filme do Sofia Feldman e discutir sobre as boas práticas já implementadas e os desafios que permanecem
Foto de Fransny Marcelino - HU/UEL

Um grupo de amigos que está se organizando em reuniões deliciosas, das quais sempre nos alegramos em participar, e comemoramos!

12 de maio de 2012
Fundação do Instituto CRIAS,  diretoria em número já reduzido,
porque não é fácil conciliar agenda de gente sacudida não!
Foto de Renata Frossard


Hoje, agradecemos muito às instituições que nos autorizaram o uso de seu nome, nos indicando suas representantes em tão nobre oportunidade.

Marisse é delegada da Pontifícia Universidade Católica PUC-PR, instituição na qual exerce, há 7 anos, a docência para o bacharelado em Direito.

Eu estarei delegada pela Rede Feminista Sexualidade, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, organização à qual Marisse e eu nos filiamos em 2012.

É com muita satisfação que lutamos pela autonomia das mulheres, pelo muito e todo empoderamento que sempre é preciso nas mais diversas situações das brasileiras.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

E, por falar em parteira - Dia da Parteira e seus múltiplos - IV

A data 05 de maio último comemorou internacionalmente o Dia da Parteira, sendo uma celebração fomentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, e no Mundo tivemos uma série de encontros, campanhas lançadas, felicitações etc., bora apreciar, apesar do atraso, rs! E, caso vocês tb tenham festejado essa data enviem p/ o Blog, pelo email partonobrasil@yahoo.com.br imagens, c/ créditos, e um pequeno relato sobre a atividade! Será um prazer compartilhar!





by Stheffany Nering

sábado, 23 de junho de 2012

Multimídia Parto no Brasil - Médicas em defesa da saúde das mulheres


Nesta Seção Multimídia, o Blog Parto no Brasil valoriza a ação de duas médicas brasileiras, importantes nomes do modelo de atenção de atenção humanizado. Esta semana, elas circularam mensagens importantes que nos esclarecem sobre a dinâmica de trabalho dos sistemas de saúde, sobre como a organização dos serviços é estratégia eficiente para melhorar a qualidade da atenção e do cuidado que recebemos para o parto e nascimento.

Abaixo, a neonatologista Ana Paula Caldas, durante a Marcha do Parto em Casa, em Campinas-SP, no dia 17 de junho de 2012.


Em seguida, replicamos o post de Simone Diniz, médica e docente da FSP/USP, atualmente desenvolvendo a pesquisa "Riscos e benefícios dos modelos de atenção ao parto: Perspectivas de usuárias/os e profissionais". Publicado originalmente em seu perfil no Facebook.

Para quem viu a Marcha do Parto em casa esses dias, quando mulheres (e crianças, e homens, e profissionais de saúde) saíram às ruas de mais de 20 cidades no Brasil em nome do direito à escolha e ao próprio corpo.
Acaba de sair a versão resumida dos principais resultados da coorte de nascimentos do Reino Unido, um estudo aqui do SUS deles (NHS), incluindo as questões do acesso/equidade, os principais resultados maternos e neonatais, os estudos de custo efetividade, e de estrutura/processo/instituições, comparando o parto em hospital, em casa de parto (midwive-led units), e em casa. Em inglês - acesse aqui a pesquisa Birthplace in England.

Muito bom para entender o que está dizendo a turma do Marcha do parto em Casa. Vejam a diferença em segurança que faz ter um sistema que apoia a escolha, organiza a referência, faz seleção de risco e investe na formação de profissionais para este modelo.

Não são lindas estas mulheres que lutam? O Blog Parto no Brasil também é grato à Ana Paula e Simone por seu empenho, dedicação e comprometimento com as mulheres.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Contra a morte de mulheres no parto - Organização e Qualificação da Assistência

Para acalmar o coração das partólatras, em tempos de merecida intolerância para matérias capengas de ética, responsabilidade civil, e coerência de informações.

Excelente vídeo sobre as mortes de mulheres no parto. Com entrevista do médico obstetra João Batista, diretor clínico do Hospital Sofia Feldman - Belo Horizonte/MG.

O hospital é um modelo de serviço humanizado, sempre imperdível conferir as informações de seu contexto. Mais uma vez, vencedor do Prêmio Iniciativa Maternidade Segura, da OPAS/OMS 2012.


É sempre um prazer ouvir estes mineiros!


Eu  Comissão Perinatal

Eu    Sofia Feldman




[Use o Keepvid para baixar o vídeo]
O parto normal é mais seguro para as mães e crianças

É preciso organizar e qualificar a assistência ao parto

Sofia Feldman têm resultados 70% melhores que a média brasileira de mortes maternas



Mais informações em:


Iniciativa Maternidade Segura anuncia ganhadores




quinta-feira, 21 de junho de 2012

O conceito do continuum - A importância da fase do colo

Mother and Sara admiring the baby, de Mary Cassatt

A antropóloga americana Jean Liedloff estudou a tribo venezuelana dos Yequana e defende que para conseguir um desenvolvimento físico, mental e emocional ótimo, o ser humano e especialmente um bebê, necessita o tipo de experiências às quais a nossa espécie se adaptou durante uma longa evolução. Para uma criança são: constante contato físico com seu cuidador desde o nascimento, dormir com os pais até deixar de fazê-lo por vontade própria, amamentação a livre demanda, ser levado constantemente nos braços ou de maneira que possa observar a atividade do adulto, ter cuidadores que respondam aos seus sinais imediatamente sem julgá-la e finalmente, sentir que cumpre as expectativas dos pais, que é bem-vindo e digno. Segundo Liedloff, as crianças cujas necessidades "continuum" forem satisfeitas crescerão com maior auto-estima e serão mais independentes.

Nos dois anos e meio que morei entre os índios da idade da pedra na selva sul-americana – não consecutivos, mas sim em cinco expedições distintas com muito tempo entre elas para refletir – cheguei a compreender que a natureza humana não é o que nos fizeram acreditar. Os bebês da tribo Yequana, longe de precisarem de paz e tranquilidade para dormir, tiravam uma soneca tranquilinhos enquanto os homens, mulheres ou crianças que os carregavam dançavam, corriam, andavam ou gritavam. Todas as crianças brincavam juntas sem brigar ou discutir e obedeciam aos mais velhos no mesmo instante e de bom grado.
A essa gente nunca lhes passou pela cabeça a idéia de castigar uma criança e, no entanto, seu comportamento não deixa entrever permissividade nenhuma. Nenhum moleque faz escândalo, interrompe os outros ou espera que um adulto lhe mime. Aos quatro anos, contribuíam mais com as tarefas do lar que davam trabalho elas mesmas.

Os bebês nos braços quase nunca choravam e era fascinante comprovar que não agitavam os braços e as pernas, não arqueavam as costas nem flexionavam as mãos e os pés. Permaneciam sentados nos slings ou dormiam encostados nos quadris do seu cuidador, desmentindo deste modo a crença de que os bebês precisam mover-se e flexionar as extremidades para exercitar-se. Também observei que não regurgitavam a não ser que estivessem muito doentes e que também não tinham cólicas. Quando se assustavam nos primeiros meses de engatinhar, não esperavam que ninguém acudisse correndo, ao invés disso, iam sozinhos em direção à mãe ou cuidador em busca dessa sensação de segurança antes de seguir com suas explorações. Inclusive sem supervisão, nem os menorzinhos se machucavam.

Será que sua natureza humana é diferente da nossa? Algumas pessoas assim o creem, mas evidentemente só existe uma espécie humana. Que podemos aprender, então, da tribo Yequana?

Antes de tudo, podemos tentar compreender o poder educativo do que eu chamo da “fase do colo”, que começa no momento do nascimento e termina quando o bebê começa a mover-se, quando pode afastar-se do seu cuidador e voltar quando queira. Essa fase consiste, simplesmente, em que o bebê tenha contato físico durante as 24 horas com um adulto ou criança mais velha.
A princípio, vi que essa experiência tinha um efeito extraordinariamente benéfico para os bebês, que não eram tão difíceis de tratar. Seus suaves corpinhos se adaptavam a qualquer postura que fosse cômoda para quem o levasse. Em contraposição a esse exemplo, vemos a incomodidade dos bebês que, com sumo cuidado, dormem no berço ou no carrinho. Bem agasalhados, se encontram lá jogados e rígidos, com o desejo de abrigar-se a um corpo vivo e em movimento: o lugar que lhes corresponde por natureza. Um corpo, em definitivo, que pertence a alguém que acreditará no seu choro e aliviará o seu anseio com braços afetuosos.
Por quê nossa sociedade é tão incompetente? Desde a infância, nos ensinam a não acreditar nos nossos instintos. Condicionados para desconfiar do que sentimos, nos persuadem para que não acreditemos no choro de um bebê que diz: “ Me pega no colo!”, “Quero estar com você!”, “Não me deixe!”. Em lugar disso, recusamos a idéia da resposta natural e seguimos os preceitos da moda que são ditados pelos “especialistas” no cuidado infantil. A perda da fé em nossa experiência inata nos leva a pular de um livro a outro, à medida que vão fracassando todas e cada uma das modas passageiras.

É essencial entender quem são os verdadeiros especialistas. O segundo especialista em cuidado de bebês reside no nosso interior, assim como em cada ser vivo que, por definição, deve saber como cuidar de sua cria. É claro que o maior especialista é o próprio bebê, programado durante milhões de anos de evolução para demonstrar seu temperamento com sons e gestos quando gosta do cuidado que recebe. A evolução é um processo de perfeição que “afinou” nosso comportamento com uma precisão magnífica. O sinal do bebê, a compreensão deste por parte dos que o rodeiam e o impulso a obedecê-la formam parte do caráter da nossa espécie. Nosso intelecto presunçoso demonstrou-se mal preparado para advinhar as autênticas necessidades do bebê. A pergunta costuma ser: “Devo pegar o bebê quando chora?”, “Devo deixar chorar um pouco antes de pegâ-lo?” ou “Deveria deixar que chore para que saiba quem manda e não se torne um tirano?”.

Nenhum bebê concordará com essas imposições. De forma unânime nos fazem saber através de gestos e sinais que não querem que lhes façamos dormir e lhes ponhamos no carrinho. Como essa opção não foi muito defendida na civilização ocidental atual, a relação entre pais e filhos acabou marcada por essa confrontação.
O jogo se centrou em como fazer o bebê dormir no berço, mas nunca se debateu se é preciso respeitar ou não o choro do bebê. Apesar de que o livro de Tine Thevenin, The Family Bed (A Cama Familiar), entre outros, abriu a brecha com o tema de que as crianças durmam com seus pais, não se abordou com claridade suficiente o princípio mais importante: “Atuar contra a natureza como espécie conduz irremediavelmente à perda do bem-estar”.

Então, uma vez que compreendamos e aceitemos o princípio de respeitar as expectativas inatas, poderemos descobrir com exatidão quais são essas expectativas. Em outras palavras, saberemos o que é que a evolução nos acostumou a experimentar e sentir.

A Função Educativa

Como cheguei à conclusão de quão importante é a fase do colo para o desenvolvimento de uma pessoa? A primeira coisa que vi foi como era feliz essa gente nas florestas da América do Sul com seus bebês penduradinhos no corpo e, pouco a pouco, fui relacionando esse fato tão simples com a qualidade de vida. Mais tarde, cheguei a certas conclusões a respeito de como e por quê é essencial o contato contínuo com o cuidador na fase pós-natal do desenvolvimento.

Por um lado, parece que a pessoa que carrega o bebê (normalmente a mãe durante os primeiros meses e depois uma criança de 4 a 12 anos que devolve o bebê à mãe para que esta lhe alimente) está servindo de base para as experiências posteriores. O bebê participa passivamente nas corridas, passeios, risadas, bate-papos, tarefas e brincadeiras do cuidador que o carrega. As atividades, o ritmo, as inflexões de linguagem, a variedade de vistas, noite e dia, a variação de temperatura, secura e humidade, além dos sons da vida em comunidade, formam a base para a participação ativa que começará aos seis ou oito meses, com o arrasto, a engatinhada e depois o passo. Um bebê que passou todo esse tempo deitado no berço, olhando o interior de um carrinho ou o céu, terá perdido a maior parte dessa experiência essencial.
Devido à necessidade que a criança tem de participar, é muito importante que os cuidadores não fiquem olhando pra ele ou perguntando constantemente o que querem, mas sim que deixem que eles mesmos tenham vidas ativas. De vez em quando, não podemos resistir a dar-lhes um monte de beijos, no entanto, uma criança que está acostumada a ver passar a vida agitada que levamos se confunde e se frustra quando nos dedicamos a contemplar como ele vive a sua. Um bebê que não fez mais que contemplar a vida que vivemos, se submerge na confusão se lhe pedimos que seja ele quem a dirija.

Parece que ninguém se deu conta da segunda função essencial da experiência da fase do colo, inclusive eu mesma, até meados da década de 60. Esta experiência dota os bebès de um mecanismo de descarga do excesso de energia que não são capazes de fazer por si mesmos. Nos meses anteriores a poder mover-se sozinhos, acumulam energia mediante a absorção do alimento e a luz solar. É então quando o bebê necessita o contato constante com o campo energético de uma pessoa ativa que possa descarregar o excesso de energia que nenhum dos dois utiliza. Isso explica porque os bebês Yequana estavam tão relaxados e porque não ficavam rígidos, davam chutes ou arqueavam as costas.

Para oferecer uma experiência ótima nesta etapa temos que aprender a descarregar nossa energia de maneira eficaz. Podemos acalmar mais rapidamente um bebê correndo com ele, dançando ou fazendo o que seja para eliminar o excesso de energia próprio. Uma mãe ou pai que tem que sair de repente para buscar alguma coisa não precisa dizer: ”Fica com o bebê que vou correndo até a loja”. O que tenha que sair que leve o bebê. Quanto mais ação, melhor.
Bebês e adultos experimentam tensões quando a circulação de energia nos seus músculos não flui bem. Um bebê cheio de energia acumulada não descarregada está pedindo ação: uma volta pela sala dando pulinhos ou uma dança agitada. O campo de energia do bebê aproveitará imediatamente essa descarga do adulto. Os bebês não são as pessoinhas frágeis que costumamos tratar com luvas de seda. De fato, se neste estágio de formação tratamos a um bebê como se fosse frágil, acabará acreditando que é fraco de verdade.

Como pais, podemos conseguir a destreza para comprender o fluxo de energia do nosso filho. No processo, descobriremos muitas mais maneiras de ajudá-lo a manter o suave tônus muscular do bem-estar ancestral e de proporcionar-lhe a calma e o conforto que necessita para sentir-se confortável nesse mundo.

Publicado originalmente na revista Mothering, edição do inverno de 1989 

Leitura:

- Continuum Concept, The – Liedloff, Jean. Perseus Books (1986).

http://www.continuum-concept.org/

Tradução de Bel Kock-Allaman

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Agenda Parto no Brasil

Pois é que o Blog ficou algumas semanas sem divulgar a agenda semanal... soma-se falta de acesso a web, viagem longa, e filhote dodói. Mas, bora conferir o que temos p/ este fim de junho, e início de julho, c/ a entrada do solstício de inverno!








terça-feira, 19 de junho de 2012

Nós parimos em casa!

A soberba médica exige que o relacionamento entre pacientes e médicos seja de total autoridade: o especialista assume sua superioridade técnica e intelectual perante o sujeito à quem o corpo pertence, aquele que sente, dor e prazer. Por sua vez, a mente cede, em submissão, pouco questionável - o corpo então, padece.

A humanização do parto é um modelo de assistência, também uma política pública, incompatível com o domínio exclusivo de saberes. O padrão de parto normal (de prestação de serviço e de experiência de vida) que estas mulheres defendemos pressupõe que as pacientes tenham o domínio de informações estratégicas, para que possam dialogar com os profissionais sobre o processo fisiológico que lhe acomete.

A Marcha do Parto em Casa é uma expressão da autonomia feminina - e das famílias democráticas, permeáveis à igualdade entre os gêneros - sobre os riscos e benefícios dos diferentes tipos de modelos de atenção ao parto. É exatamente este o tema da pesquisa desenvolvida atualmente pelo Grupo de Pesquisa do CNPq Gênero, Maternidade e Saúde, liderado pela Profa. Dra. Simone Diniz, na Faculdade de Saúde Pública da USP, e do qual tenho imenso prazer em participar.

São milhares de pessoas espalhadas por quase todas as regiões do país, que acreditam no direito à segunda opinião médica, que aprenderam o valor que essa atitude tem. Diferentemente do que manifestam alguns cidadãos conectad@s às nossas redes, assinantes da Fanpage Blog Parto no Brasil e do Perfil Parto no Brasil, no Facebook, nós não somente acreditamos, como sabemos, que podemos sim questionar qualquer indicação de procedimento, antes, durante e após a sua realização.

"Total confiança" no profissional de Obstetrícia encarregado pelo seu parto, não me parece ser a melhor qualidade para sua relação com ele ou ela. Primun non nocere, respeito aos direitos humanos e reprodutivos e escuta atenciosa, devem ser mais importantes. Além da clareza sobre a parte da relação que cabe como consumidor de serviços de saúde - no setor privado, saúde suplementar e SUS. 

O Blog Parto no Brasil publica hoje, uma coletânea das mais belas manifestações do parto e nascimento como eventos prazerosos, seguros, quando atendidos de modo respeitoso e individualizado à cada contexto familiar. Uma história construída em defesa do direito de escolha que as mulheres têm sobre toda sua vida sexual e reprodutiva. Nossa imensa gratidão a todas aqui presentes!

Porque nós não precisamos mesmo de Conselhos, o que queremos são MAIS parteiras, obstetrizes e enfermeiras obstetras, cuidando da absoluta maioria das brasileiras - todas aquelas 90% de risco habitual. Por que não? 

São os pequenos grupos organizados que lideram, transformam e (re)produzem o mundo, sempre, e afinal.

Porque o parto é nosso!

Carol
Ana Paula
Thany
Kelly

Bianca

Letícia

Carla



Patricia

Gabriela

Mariana

Elaine

domingo, 17 de junho de 2012

Do Impeachment à Marcha do Parto em Casa

Dias 16 e 17 de junho de 2012. Brasil. 
25 cidades. Diferentes Estados. 

Cerca de 6 mil manifestantes, entre mulheres, gestantes, filh@s, companheiros e profissionais, caminhando e cantando, seguindo a canção...

Foto de Bela J. Zecchinelli


A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor

Trecho de "A Banda" - Chico Buarque

Com os olhos rasos d´ água escrevo hoje sobre dois dias que certamente não serão esquecidos por muitas pessoas, e, principalmente, por muitas crianças, que penduradas em slings e seios fartos foram às ruas pelo direito das mulheres decidirem onde, c/ quem e como terão seus partos e seus filh@s! Em apoio ao parto em casa, mas, essencialmente pela autonomia feminina!

Provavelmente muitas dessas mulheres são da Geração dos "Caras-pintadas", como eu. Essa Geração Coca-Cola, pós Ditadura Militar, das Diretas Já. Mulheres que tiveram muitos caminhos tidos como escolhas, entre o casamento e o mercado de trabalho conquistado, mas, ainda, em disparidade de gênero. E, elas escolheram parir em casa!

Modismo? Tendência? Neo-hipppies? Ou serão do ENCA?

Mas, moda atualmente é ter bebê c/ cesárea agendada. Antes, você capricha no enxoval, vai no cabeleireiro, na manicure, e combina c/ seu GO uma data pré-feriado, assim depois ele/a pode descer p/ o litoral e curtir c/ a família!

Rede pública de saúde, mais de 50%. Rede privada, mais de 90% de cirurgias cesarianas, tendo o Brasil atingido o ranking mundial!

Sim! 

Hoje é um dia histórico! 

Das gargantas engasgadas, das vaginas cortadas, 
das cesáreas desnecessárias!

Fim de semana de luta, na Marcha do Parto em Casa, de garra, de manifestação, de usuárias clamando por mudanças na atenção obstétrica brasileira, pelo fim da violência contra a mulher durante o parto, e pelo direito de escolha do local do parto, seja ele em casa, em uma Casa de Parto, ou no hospital. 

No chalezinho, uma criança de quase três anos, que me impulsiona, me motiva, e que me trouxe até aqui, c/ mais de 39 graus de febre, há dois dias. Apesar do aperto no coração, e a exaustão nos cuidados, a certeza de que quando o olho, o sinto, o cheiro, o amo, fiz a escolha mais importante e significativa em minha vida, nesses 32 anos: parir em casa, depois de uma cesárea anterior, do 1o. filho!

E, que bom que não estou, e nunca estarei sozinha em meus ideais...

Hoje, dormirei c/ a esperança de que estamos resgatando o poder feminino e a fraternidade entre os homens e as mulheres!

* Destaco, também, o lúcido texto de Alice Rubini (acunputurista, doula e aprendiz de parteira, mãe de Olívia e Laís, nascidas em casa), sobre a manifestação, e a democratização da assistência obstétrica humanizada, no link - aqui.

Confiram, ainda, na Fanpage do Blog Parto no Brasil imagens da Marcha em várias cidades!

sábado, 16 de junho de 2012

Multimídia Parto no Brasil - Vídeo de cuidados com o bebê após o parto

O atendimento em neonatologia gravado neste vídeo não atende às recomendações da Organização Mundial de Saúde, nem à Política Nacional de Humanização da Assistência ao Parto.

Se você é mãe ou pai, tem o direito de receber um outro tipo de cuidado: humanizado, que valoriza a saúde integral de mães e bebês. Neste modelo, mãe e filho, saudáveis, NÃO SÃO SEPARADOS após o parto, e os primeiros cuidados com o bebê são realizados de modo especial, ajustado à cada atendimento e situação materna e familiar.

Se você é profissional da saúde, pode sim prestar uma outra assistência para além desta, que é hegemônica - encontrada em qualquer serviço de saúde. Conheça e promova as boas práticas na atenção ao parto e nascimento, fortaleça-se em uma rede.

A informação está aí para ser transformada em conhecimento adquirido, traduzido em novas habilidades.

Esta é mais uma Seção Multimídia Parto no Brasil por mais respeito ao parto.
Por maior satisfação com o parto.
Para todas e todos.




sexta-feira, 15 de junho de 2012

Marcha do Parto em Casa


Mulheres marcham em favor da liberdade de escolha no parto


Manifestações serão realizadas em várias cidades brasileiras em repúdio aos Conselhos de Medicina que estão punindo profissionais favoráveis à escolha do local de parto.

No próximo fim de semana (16 e 17), mulheres de várias cidades brasileiras vão ocupar as ruas em defesa de direitos sexuais e reprodutivos, entre eles, a escolha pelo local de parto. A iniciativa vem de várias organizações representativas da sociedade civil, entre elas, a ONG Parto do Princípio - Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa, a ReHuNa - Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento, e do Ishtar - Espaço para Gestantes.

O movimento, que ganhou o nome de Marcha do Parto em Casa, surgiu em repúdio ao Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), que publicou nota na última segunda-feira (11) denunciando o médico-obstetra e professor da Unifesp, Jorge Kuhn, ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). O motivo foi a declaração favorável do profissional ao parto domiciliar, em matéria do programa Fantástico, da TV Globo, veiculada no domingo (10). Na reportagem, Kuhn afirmou que o ambiente domiciliar pode ser considerado um local seguro para o nascimento de bebês de mulheres saudáveis com gestações de baixo risco, assim como preconiza a Organização Mundial de Saúde.

A marcha também tem o objetivo de chamar atenção para a importância da humanização do parto e do nascimento e para a melhoria das condições da assistência obstétrica e neonatal no Brasil, que tem registrado altas taxas de cesarianas, alcançando a primeira colocação no ranking mundial em número de procedimentos. De acordo com a Tabela de Nascidos Vivos no Brasil de 2011, que inclui dados da rede pública e privada de saúde, 52% dos partos realizados no país no ano passado foram cesarianas, número que vem crescendo nas últimas décadas. Em 2000, esse índice era de 38%.

As manifestantes consideram a decisão dos conselhos de Medicina em punir profissionais que se colocam a favor do parto domiciliar arbitrária, por compreenderem que a mulher deve ter o direito de decidir sobre o local em que pretende parir.

Escolha baseada em evidências

Há vários estudos comprovando a segurança do parto domiciliar. Um deles, realizado na Holanda, analisou quase 680 mil mulheres com gravidezes de baixo risco cujos partos foram atendidos entre 2000 e 2007 e que tiveram chance de escolher entre parto domiciliar ou hospitalar. Os resultados evidenciaram que houve 0,15% de morte perinatal para o parto em casa e 0,18% para o parto hospitalar.

A pesquisa concluiu que um parto domiciliar planejado não aumenta os riscos de mortalidade e morbidade perinatal grave entre mulheres de baixo risco, desde que o sistema de saúde facilite esta opção através da disponibilidade de parteiras treinadas e um bom sistema de referência e transporte.

Petição Pública

Foi entregue ao ministro da saúde, Alexandre Padilha, uma petição abordando a necessidade de um debate cientificamente fundamentado sobre o local de parto e o movimento aguarda que ainda este ano se possa discutir essa questão na instância governamental. O endereço para assinar a petição é: http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=petparto

Links para referência:

http://www.bmj.com/content/343/bmj.d7400

http://journals.lww.com/greenjournal/Abstract/2011/11000/Planned_Home_Compared_With_Planned_Hospital_Births.11.aspx

MARCHA DO PARTO EM CASA


Rio de Janeiro - RJ
Local: Praia de Botafogo, altura do IBOL - Passeata até o CREMERJ (Rua Farani)
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 10h da manhã
Contatos: Ingrid Lotfi (21) 9418-7500

São Paulo - SP
Local: Parque Mário Covas
Av. Paulista, 1853 (entre a Pe. João Manuel e a Min. Rocha Azevedo) - Passeata até o CREMESP
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 14h
Contatos: Ana Cristina Duarte (11) 9806-7090

São José dos Campos - SP
Local: Praça Affonso Pena perto dos brinquedos
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 10h da manhã
Contato: Flavia Penido (12) 91249820

Campinas - SP
Local: Praça do Côco /Barão geraldo
Data 17 de junho, domingo
Horário: 14h da tarde
Contato: Ana Paula (19) 97300155

Ribeirão Preto - SP
Local: Esplanada do Teatro Pedro II
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 14h da tarde
Contato: Marina B Fernandes (16) 9963-9614

Sorocaba - SP
Local: Parque Campolim
Data 17 de junho, domingo
HOrário: 10h da manhã
Contato: Gisele Leal (15) 8115-9765

Ilhabela - SP
Local: Praça da Mangueira
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11h da manhã
Contato: Isabella Rusconi (12) 96317701 / Alejandra Soto Payva (12) 91498405

Vitória - ES
Local: Praça dos Namorados - Ponto de encontro em frente ao Bob´s
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 17h
Contatos: Graziele Rodrigues Duda (27) 8808-8184

Brasília - DF
Local: próximo ao quiosque do atleta, no Parque da Cidade - Passeata até o eixão
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 09h30h da manhã
Contatos: Clarissa Kahn (61) 8139-0099 e Deborah Trevisan (61) 8217-6090

Belo Horizonte - MG
Local: Concentração na Igrejinha da Lagoa da Pampulha
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 12h30 da tarde
Contato: Polly (31) 9312-7399 e Kalu (31) 8749-2500

Recife - PE
Local: Marco Zero, Recife Antigo
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15h da tarde
Contatos: Paty Brandão (81) 8838 5354 \ 9664 7831, Patricia Sampaio Carvalho

Maceió - AL
Local: Concentração no Alagoinhas, marchando até a Praça Vera Arruda.
Data: 17 de junho, domingo.
Horário: 10h
Contato: Fernanda Café (9107-3111)

Fortaleza - CE
Local: Aterro da Praia de Iracema
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 17h da tarde
Contato: Semírades Ávila (85) 9984.0694

Salvador - BA
Local: Cristo da Barra até o Farol
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 11hrs da manhã
Contato: Daniela Leal (71) 9205-9458, Anne Sobotta (71) 8231-4135 e Chenia d'Anunciação (71) 8814-3903 / 9977-4066

Natal - RN
Local: Parque das Dunas (ao lado da escultura Mãe-Terra)
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15:00
Contatos: Marina Viana (84) 9953-2041 e Rosário Bezerra (84) 9103-6140

Belém - PA
Local: Ao lado do Teatro da Paz - próximo ao Bar do Parque
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 9h da manhã
Contato: Sabrina Hosokawa (91) 8326-3339

Curitiba - PR
LOcal: Rua Luiz Xavier - Centro - Boca Maldita
Data: 16 de junho, sábado
Horário: 11 hrs da manhã
Contatos: Inês Baylão (41) 9102-7587

Florianópolis - SC
Local: Lagoa da Conceição - concentração na praça da Lagoa, onde acontece a feira de artesanatos
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 15h da tarde
Contatos: Ligia Moreiras Sena (48) 9162-4514 e Raphaela Rezende (raphaela.rnogueira@gmail.com)

Porto Alegre - RS
Local: Parque Farroupilha (Redenção), Concentração no Monumento ao Expedicionário
Data: 17 de junho, domingo
Horário: 15:00hrs
Contatos: Maria José Goulart (51) 9123-6136 / (51)3013-1344

Londrina - PR
Local: Calçadão em frente ao chafariz
Data: 16 de Junho, sábado
Horário: 12:00
Contatos: Marilia Mercer (43) 9995-4469 e Tami Somera (43) 9981-2961

Cascavel - PR
Local: Calçadão Catedral
Data: 17 de Junho, domingo
Horário: 10:30
Contatos: Mariana Martins Notari (45) 9990-6200

Aqui a matéria sobre a retaliação do CREMERJ: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/06/11/cremerj-abrira-denuncia-contra-medico-que-defende-parto-domiciliar/

Aqui está a matéria veiculada no Fantástico:

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/parto-humanizado-domiciliar-causa-polemica-entre-profissionais-da-area-de-saude/1986583/

APOIADORES:

Parto do Princípio - Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa
ReHuNa - Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento
Ishtar - Espaço para Gestantes
Núcleo Carioca de Doulas
NUPAR - Núcleo de Parteria Urbana
ANDO - Associação Nacional de Doulas
Doulas do Brasil
Coren/RJ
ABENFO
Casa de Parto
Rede Feminista de Saúde
Instituto Aurora
Parto Ecológico
GAMA - Grupo de Apoio à Maternidade Ativa
Posso Amamentar
BabyDicas
MAHPS - Movimento de Apoio a Humanizaçao do Parto em Sorocaba
Obstetricia USP Leste
Associacao de Obstetrizes USP
Pós Graduaçao Obstetricia PUC SP/Sorocaba
Roda BebeduBem
Maternamente
Instituto Nômades
Despertar do Parto
Casa da Luz
Espaço Acalanto - Brasília
R.A.M.A. - Rede de Apoio à Maternidade Ativa
GRUPO CURUMIM (RECIFE) 
Grupo de Pesquisa NARRATIVAS DO NASCER/UFPE
GAPN - Grupo de Apoio ao Parto Natural de São Carlos
Parto Ativo Brasil
Doula Curitiba
Nascer com Respeito
Anauê-Teino
Parto Luar
Blog Parto no Brasil

Fonte - https://www.facebook.com/events/103917906416661/

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A pressão do Conselho de Medicina contra o parto natural


Por Otavio Cavalcante Kuhn

Texto pra quem acredita (de verdade) na liberdade, se juntem a nós. Dispenso a leitura de quem acha que leva uma vida boa e não faria nada pra mudar:

Quando eu era pequeno, sempre que me perguntavam o que eu queria ser eu dizia: Médico e Professor da Escola Paulista de Medicina. Se bobear algumas vezes ainda devo ter falado que queria ser obstetra. Por quê? Pra mim parece simples, nasci na casa certa para crescer com esse diálogo, cresci vendo o homem mais apaixonado pela própria profissão que já conheci. E, para amar tanto assim uma profissão, ele ama, acima de tudo, a humanidade e a natureza. Num mundo em que todos correm pelo dinheiro, ele me ensinou que tudo o que eu fizesse com amor eu seria bem-sucedido. Esse exemplo de homem, Jorge Kuhn, é meu pai, meu maior exemplo, meu herói, meu melhor amigo. Ele casou com minha mãe, Esmerinda Cavalcante, ou Mema, outro exemplo na minha vida, nunca vi alguém amar o "ninho" desse jeito, exemplo de como criar com amor. E haja coração nessa mãe, porque o que ela reza pela gente não está escrito.


Bom, não só amando a profissão, mas amando a família acima de tudo, ele me mostrou o verdadeiro significado de "família", algo que foi esquecido hoje em dia. Não tenho vergonha alguma de dizer na frente do mundo todo que amo meu pai, que sempre vou amá-lo, que agradeço do fundo do coração por ter nascido nessa família.


Qual foi o resultado dessa criação? Bom, tenho duas irmãs magníficas, Clara Kuhn e Renata Kuhn, com os maiores corações que já conheci, que amam o que fazem e junto comigo, ainda nadam contra essa corrente acéfala que arrasta a maioria hoje em dia (ou alguém conhece um trio composto por: uma Pediatra que ama atuar na saúde pública por poder ajudar as pessoas com menores condições financeiras, sem pensar um tiquinho no dinheiro; uma hoteleira/marketing que atravessou o mundo e foi morar no Paquistão por amor, sem contar a organização de um projeto social que já dura anos; e um estudante de engenharia que nunca pensou em exercer essa profissão pelo dinheiro?).


Um dos grupos de humanização de partos do qual meu pai faz parte organiza todos os anos uma viagem, na qual se encontram pais, mães, e filhos (MUITOS!). Uma vez um dos pais veio me dizer que acha um barato eu e minhas irmãs participarmos destes eventos (tendo em vista que somos os únicos com idade maior que 20 anos). Eu participo mesmo, e participarei todas as vezes que puder, pois estar com minha família, e ver de perto a admiração que estas mães têm pelo meu pai é algo sem preço. Admiração por quê? Pois ele preza a liberdade de escolha das mulheres, ele respeita o parto, sabe que é um momento único na vida de uma mulher, e não vai simplesmente "passar a faca" no dia mais importante de sua vida para chegar em casa à tempo de ver a novela.


Se você teve paciência de ler até aqui, agora vai a explicação do por quê deste texto. Dois dias atrás meu pai apareceu em uma matéria no Fantástico, sobre o parto domiciliar. Ele falou com propriedade as contra-indicações e disse que "o parto não é um ato cirúrgico, o parto é um ato natural" (eu vivo 24 anos na mesma casa que este homem e sei a propriedade com a qual ele fala, ele ama estudar, e tudo aquilo que faz tem embasamento em Medicina baseada em Evidências e mais de 35 anos de estudos). Resultado? O CREMERJ (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) veio então, por nota oficial, comunicar que entrará com uma denúncia contra meu pai, uma denúncia por ele defender o parto domiciliar.


Vamos lá então, se meu pai será crucificado por estar entre a minoria que apóia a liberdade da paciente, que o Brasil seja crucificado por ser a minoria do mundo que prefere a cesárea ao parto normal (sim, o Brasil possui o maior índice, e não é pela cesárea ser o certo). Se meu pai será denunciado por amar o que faz, que denunciem todos aqueles que vivem com amor, e que esse mundo seja transformado em um inferno de ódio. Se meu pai será denunciado por passar horas trabalhando, enquanto o Fulano já fez sua cesárea e está em casa assistindo ao Jornal Nacional, que denunciem o Mandela, o Ghandi, Jesus Cristo, e todos aqueles que trabalharam forte por um mundo melhor.


Estou morando fora do país desde Setembro passado, minha vontade era estar no Brasil para batalhar por aqueles que amo, e, acima de tudo, por aqueles que AMAM. Convido a todos que participem da Marcha do próximo Sábado (16) e domingo (17) (http://www.facebook.com/events/103917906416661/). Essa marcha é muito mais que uma marcha pelo parto, é uma marcha pelo que foi esquecido há muito, a liberdade de expressão e escolha.Hoje cheguei à certeza de tudo o que sempre pensei, vivemos sim numa ditadura. Façamos barulho então, parem a Avenida Paulista e todas as principais avenidas do Brasil, e quem ficar em casa pois acha isso "bobagem de arruaceiros", tenho pena de vocês. Convido a todos para um luta pelo que foi esquecido há muito tempo, a liberdade! E para mostrarmos que não somos robôs deste sistema, no qual o CRM é um pretexto para se ter status, e para esquecer o um dia feito "Juramento de Hipócrates" (ou eu li errado em algum lugar e o nome é Juramento de Hipócritas?).

* Filho de Jorge Kuhn com orgulho!

Fonte - http://www.advivo.com.br/node/927885

terça-feira, 12 de junho de 2012

Parto em casa SIM - Obstetrícia Obsoleta NÃO!

Pesquisa: Desrespeito e Violência no Parto
Imagem da pesquisa de Doutorado em Saúde Coletiva, em desenvolvimento na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sobre o tema da violência obstétrica, sob responsabilidade de Ligia Moreiras Sena, do Blog Cientista que Virou Mãe


CARTA ABERTA À SOCIEDADE

Nós, médicos humanistas, enfermeiras-obstetras e obstetrizes, todos os profissionais, entidades civis, movimentos sociais e usuárias envolvidos com a Humanização da Assistência ao Parto e Nascimento no Brasil, vimos através desta presente Carta manifestar o nosso repúdio à  arbitrária decisão do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) de encaminhar denúncia contra o médico e professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) Jorge Kuhn, por ter se pronunciado favoravelmente em relação ao parto domiciliar em recente reportagem divulgada pelo Programa Fantástico, da TV Globo.

Acreditamos estar vivenciando um momento em que nós todos, que atendemos partos e/ou que defendemos o atendimento ao parto dentro de um paradigma centrado na pessoa, na defesa dos direitos humanos da parturiente e com embasamento científico, estamos provocando a reação violenta dos setores mais conservadores da Medicina. Pior: uma parcela da corporação médica está mostrando sua face mais autoritária e violenta, ao atacar um dos direitos mais fundamentais do cidadão: o direito de livre expressão.

Esse cerceamento da liberdade remete aos sombrios tempos da ditadura militar e não pode ser admitido na atual sociedade democrática. Médicos (como no recente caso no Espírito Santo) podem ir aos jornais bradar abertamente sua escolha pela cesariana, cirurgia da qual nos envergonhamos de ser os campeões mundiais e que comprovadamente produz malefícios para o binômio mãe bebê em curto, médio e longo prazo. No entanto, não há nenhuma palavra de censura contra médicos que ESCOLHEM colocar suas pacientes em risco deliberado através de uma grande cirurgia desprovida de justificativas clínicas. Bastou, porém, que um médico de reconhecida qualidade profissional se manifestasse sobre um procedimento que a Medicina Baseada em Evidências COMPROVA ser seguro para que o lado mais sombrio da corporação médica se evidenciasse.

Não é possível admitir o arbítrio e calar-se diante de tamanha ofensa ao direito individual. Não é admissível que uma corporação persiga profissionais por se manifestarem abertamente sobre um procedimento que é realizado no mundo inteiro e com resultados excelentes. A sociedade civil precisa reagir contra os interesses obscuros que motivam tais iniciativas. Calar a boca das mulheres, impedindo que elas escolham o lugar onde terão seus filhos é uma atitude inaceitável e fere os princípios básicos de autonomia.

Neste momento em que o Brasil ultrapassa inaceitáveis 50% de cesarianas, sendo mais de 80% no setor privado, em que a violência institucional leva à agressão de mais de 25% das mulheres durante o parto, em vez de se posicionar veementemente contrários a essas taxas absurdas, conselhos e sociedades continuam fingindo que as ignoram, ou pior, as acobertam e defendem esse modelo violento e autoritário que resulta no chamado "Paradoxo Perinatal Brasileiro".

O uso abusivo da tecnologia é acompanhado por taxas gritantemente elevadas de mortalidade materna e perinatal, isso em um País onde 98% dos partos são hospitalares!

Escolher o local de parto é um DIREITO humano reprodutivo e sexual, defendido pelas grandes democracias do planeta. Agredir os médicos que se posicionam a favor da liberdade de escolha é violar os mais sagrados preceitos do estado de direito e da democracia. Ao invés de atacar e agredir, os conselhos de medicina deveriam estar ao lado dos profissionais que defendem essa liberdade, vez que é função da boa Medicina o estímulo a uma "saúde social", onde a democracia e a liberdade sejam os únicos padrões aceitáveis de bem estar.

Não podemos nos omitir e nos tornar cúmplices dessa situação. É hora de rever conceitos, de reagir contra o cerceamento e a perseguição que vêm sofrendo os profissionais humanistas. Se o CREMERJ insiste em manter essa postura autoritária e persecutória, esperamos que pelo menos o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) possa responder com dignidade, resgatando sua função maior, que é o compromisso com a saúde da população.

Não aceitaremos que o nosso colega Jorge Kuhn seja constrangido, ameaçado ou punido. Ao mesmo tempo em que redigimos esta Carta aberta, aproveitamos para encaminhar ao CREMERJ, ao CREMESP e ao Conselho Federal de Medicina (CFM) nossa Petição Pública em prol de um debate cientificamente fundamentado sobre o local do parto. Esse manifesto, assinado por milhares de pessoas, dentre os quais médicos e professores de renome nacional e internacional, deve ser levado ao conhecimento dos senhores Conselheiros e da sociedade. Todos têm o direito de conhecer quais evidências apoiariam as escolhas do parto domiciliar ou as afirmações de que esse é arriscado – se é que as há.


http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=petparto

segunda-feira, 11 de junho de 2012

É maravilhoso! Mulheres vão às ruas pela segurança do parto em casa




O CREMERJ pode ter nos surpreendido rapidamente, mas as mulheres são como água - crescem quando se juntam!.. (ouço de uma colega da Rede Feminista Sexualidade, Direitos Sexuais e Reprodutivos - Elza Correa) e eis que o Blog Parto no Brasil publica esta atualização:

A Marcha do Parto em Casa está sendo organizada em várias cidades e Estados. Confira a programação, produza os cartazes, e defenda o direito de todas as mulheres, bebês e famílias, de acessarem seus direitos reprodutivos!


Confira as informações:


MULHERES!!!!

Chegou a hora de reinvindicarmos nossos direitos!

Uma matéria sobre o parto domiciliar veiculada pelo Fantástico em 10/06/2012, levantou o assunto brilhantemente. 
O CREMERJ aproveitou o momento para iniciar uma caça às bruxas que não só compromete um dos ícones do parto humanizado no Brasil, mas todo o movimento de liberdade de escolha da mulher pelo local de parto e equipe de assistência.
A hora é agora! 
O assunto está borbulhando, a mídia está de olho e precisamos nos mobilizar!



Não pedimos o seu CONSELHO!

É Fantástico: CREMERJ já se posicionou contra a reportagem de ontem!

Pelo direito das mulheres à autonomia.
Por escolhas esclarecidas, partos mais prazerosos, seguros e felizes.


Hoje, às 17h30 da tarde, deu no Jornal no Brasil: o CREMERJ não gostou nadinha de nada do que viu ontem no Fantástico. Vão caçar Jorge Kuhn à fogueira!

Isso porque ele participou da reportagem veiculada ontem (SUCESSO TOTAL!) no Fantástico, que tematizou os riscos e benefícios dos partos domiciliares planejados, e dos partos humanizados, e repercutiu o vídeo do parto de Sabrina Ferigato - o vídeo de parto humanizado brasileiro mais assistido no mundo - foram mais 2 milhões e 500 mil visualizações! =)


Veja bem, este mesmo Conselho - do Rio Janeiro - possui histórico de cassação a profissionais humanizados. Mas não são quaisquer profissionais humanizados. São grandes nomes da história da Obstetrícia, pessoas que conhecem, praticam e defendem as boas práticas na atenção ao parto e nascimento. Ou seja, são automaticamente contra o modelo hegemônico.

Pois é.... muito sucesso assim não pode não.... vai que vira moda de verdade... Imagina? Se as mulheres começarem, massivamente, a exigir partos naturais e assistência sem intervenções desnecessárias? O modus operandi da Obstetrícia Obsoleta perde suas bases estruturantes.

Tô de caaaaaara com esses caras. Incrível. Inacreditável.

Como disse a Cientista que Virou Mãe: Corram! Fujam para as montanhas!!!!, se quiserem exercer seus direitos de escolha esclarecida, e buscarem as melhores práticas. (Pelo jeito, a gente só pode escolher é cesa mesmo!!) 

E não tinha nem dado tempo da gente parabenizar o pelotão que, ontem, falou às massas em favor todas nós: Sabrina, Lucas e seu companheiro, Ana Cris, Lara, e Jorge Kuhn, Além D'olhar - nosso muito obrigada!


Agora basta que aproveitemos bem a boa onda de repercussões que, provavelmente, acometerão as emissoras locais filiadas à Rede Globo! =)



Observação: Em tempo, se tiver tempo sobrando, confira os vídeos produzidos pela TV Câmara de São Paulo, e que circularam pelo Facebook durante o feriadão (Vídeo 1Vídeo 2 - o pior!; Vídeo 3).

Compare atitudes e maneiras de mencionar o corpo e autonomia das mulheres, a perspectiva sobre a experiência de ter um bebê, e sobre como recepcioná-lo neste momento. Avalie.


Escolha o tipo de assistência que você quer. Não deixem que escolham por você.


--
O Blog Parto no Brasil defende o modelo de assistência ao parto preconizado pela Organização da Mundial e a Política Nacional de Humanização. 


Manifestamos nosso apoio aos profissionais que persistem contra-hegemônicos: é de vocês que nós mulheres mais precisamos. Para mudar a forma de parir e nascer.

domingo, 10 de junho de 2012

Plantão: A questão do (medo do) parto no jornal O Globo 2/2

Confiram a íntegra da matéria publicada na edição de sábado do jornal O Globo.

O Blog Parto no Brasil defende e valoriza as boas práticas na atenção ao parto vaginal.

Mulheres, não vacilem: a possibilidade de ter um parto prazeroso existe! E você tem direito de escolher como viver a SUA história! 
--


A questão do parto
Número de cesáreas confirma cirurgia como primeira opção das mulheres


VIVIANE NOGUEIRA
Publicado: 9/06/12 - 14h00


A informação é sua melhor aliada para a defesa de sua integridade física e bem-estar emocional. Não deixe que escolham por você. Busque apoio de outras mulheres, em grupos presenciais e virtuais de apoio ao parto.

Se você perguntar à grávida mais próxima como ela quer que seu bebê chegue ao mundo, ela provavelmente responderá que por parto normal. Ainda assim, dados sobre nascidos vivos do Ministério da Saúde mostram que, em 2010 (ano mais recente desse levantamento), nas redes pública e privada, 52,2% dos partos realizados foram cesarianas e 47,8% foram normais. O motivo pode estar entre os instintos mais básicos: o medo. 

Um estudo feito em 2008 no Rio e na Baixada Fluminense pela epidemiologista Maria do Carmo Leal, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, mostrou que no início da gravidez 70% das mulheres queriam parto vaginal, mas ao fim dos nove meses apenas 30% confirmavam seu desejo. A maioria dos bebês nascia mesmo por cesárea. Por que elas mudavam de opinião? Algumas queriam ligar as trompas, outras eram influenciadas por seus médicos, mas a maioria tinha medo da dor.
A cesárea já está no inconsciente coletivo, é a experiência da maioria. Os médicos aqui não sabem fazer parto, já aprendem a cirurgia na universidade. Nos outros países não há essa cultura intervencionista, mas as mulheres são mais bem assistidas no pré parto, ficam em banheiras de água quente, recebem massagem para relaxar e aprendem a respirar para conduzir o parto, isso diminui o medo — acredita a pesquisadora, que prepara para agosto uma pesquisa com 24 mil mulheres do país sem problema algum de saúde que optaram pela cesárea.
Pela Organização Mundial de Saúde, o recomendado é que apenas 15% das mulheres deem à luz por cesárea, uma cirurgia ótima para quando há algum problema. Quando não há, o ideal é o parto vaginal para evitar o estresse orgânico do corte de tecido, infecções, cicatrizes uterinas e a alienação da mãe na hora do nascimento do bebê por causa da anestesia. 

Para tentar atender a esta demanda, o Ministério da Saúde criou em 2011 o Rede Cegonha, que prevê consultas de pré-natal, a presença do acompanhante durante o parto, e centros de parto normal com leitos adaptados para num só lugar acolher a mulher antes, durante e depois do parto. Hoje, o valor repassado ao médico do Sistema Único de Saúde (SUS) no parto normal já é maior que nas cesáreas e, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já se pensa em remunerar as horas que o médico acompanha a mulher no parto normal.
— É preciso mudar a cultura dos médicos que hoje se aprimoram na cirurgia e deixam de lado o parto vaginal. O que vai reduzir o número de cesáreas é a gestante chegar segura à maternidade. Até 2014 queremos 80% das grávidas com no mínimo seis consultas de pré-natal e exames de sífilis, HIV e ultrassonografia feitos — anuncia Padilha.
Na experiência da professora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB) Daphne Rattner, presidente da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa), as mulheres cada vez mais reivindicam seus corpos e o direito de parir. E para isso a melhor opção seria o parto domiciliar. De acordo com a “The Cochrane Collaboration”, pesquisa da fundação sem fins lucrativos feita com 8.677 mulheres, quando comparados com os hospitais, os partos em casa apresentaram menos intervenções médicas e mais satisfação materna, com a ressalva de que cuidadores e pacientes devem estar atentos para sinais de complicações.
— Gravidez não é doença e parto não é cirurgia, mas a cultura influencia muito. Em 1997 participei de um encontro internacional e a representante do Nepal disse que lá o médico aprende que a dor é sinal de que algo está errado e é preciso intervir. Já a parteira diz ‘oba, as dores começaram, vamos ver o que há para fazer’ — conta Daphne.
Por aqui a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) é terminantemente contra partos domiciliares porque considera que um parto só é sem riscos depois de 24 horas que aconteceu.
— Muitas interferências podem acontecer mesmo num parto normal, como uma hemorragia e a consequente retirada do útero. E às vezes, na transferência de casa para o hospital, a morte da mãe pode acontecer — explica a diretora administrativa da Febrasgo, Vera Lúcia Mota da Fonseca, que defende a cesárea em indicações precisas e acredita que a gravidez acompanhada por uma equipe múltipla pode servir para aumentar o número de partos normais. — Dessa forma o médico não precisa largar o consultório e correr para a maternidade: a mulher entra em trabalho de parto, vai para a maternidade em que fez o pré-natal e lá o médico disponível faz o parto.
A ginecologista e obstetra Cláudia Araújo Bottino credita à vida moderna a opção das mulheres “ocupadas e estressadas” pela cesárea:
— A carga da mulher hoje não é só ser mãe. Ela é profissional, esposa, dona de casa e mãe. E por isso não quer sentir dor — diz.
A dor não desanimou a publicitária Simone Pinto, que queria que seu filho João, hoje com sete meses e meio, nascesse quando estivesse pronto. As contrações começaram às 3h, ela monitorou tranquilamente, chegou ao hospital às 8h30 e às 15h recebeu o bebê. 
Eu senti dor mas curti, foi um momento intenso de dor e prazer. Mas a todo momento eu sabia que se algo desse errado eu poderia contar que minha médica faria a cesárea — conta.
Fonte: A Questão do Parto - O Globo



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Opção polêmica

Portal O Globo
Publicado: 9/06/12 - 14h00

Dados: O número de cesáreas na rede pública vem aumentando na medida em que diminuem os partos normais. No SUS, os percentuais de cesáreas em 2009, 2010 e 2011 foram 34,6%, 36,7% e 38,3 enquanto o de partos normais, 65,3%, 63,2% e 61,6%. Nas redes pública e privada (os dados dos nascidos vivos) o percentual de cesáreas aumentou de 50% para 52,2% entre 2009 e 2010 e o de partos normais caiu de 50% para 47,8% no mesmo período.
Mãe: Como toda cirurgia, a cesárea pode ter como desdobramentos, além da cicatriz aparente, uma fibrose uterina, o que pode dificultar a implantação do embrião em uma próxima gestação. Por isso muitos médicos indicam que o no segundo parto de uma mulher que já tenha feito uma cesárea se repita a cirurgia.
Bebê: A idade gestacional do feto é determinada por ultrassonografia ou pela data da última menstruação da mãe, mas esses métodos não podem precisar a data exata do nascimento.
Natural ou normal: A nomenclatura natural é usada quando todos os processos biológicos do nascimento do bebê são respeitados. Ou seja: não há anestesia, não há corte para ajudar a passagem da cabeça. Já o parto normal é o vaginal, no qual o bebê sai pela vagina e a mãe pode contar com a interferência médica.
SUS: No primeiro ano do programa Rede Cegonha, houve queda de 21% na mortalidade decorrente de complicações na gravidez e no parto. No Estado do Rio, já há uma unidade em funcionamento no Hospital da Mulher, em São João de Meriti e a próxima será inaugurada em Mesquita. Em 2011, mais de 1,7 milhão de mulheres fizeram no mínimo sete consultas pré-natais pelo programa.
Dor: Segundo Daphne Rattner, a dor faz parte do processo de parto e, “quando a mulher se mexe por causa da dor, a cabeça do bebê se encaixa”. Mais importante que qualquer estratégia ou planejamento já traçado, é que o parto seja bom para a mãe e para o bebê.

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