segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Retrospectiva Parto no Brasil 2012

Navegar é preciso.
Viver não é preciso.

Já narrou o poeta.

E, assim, nos despedimos de um grande ano, em todas as circunstâncias, das alegrias às tristezas, mas, principalmente, daquilo que nos fez amadurecer, reavaliar, decidir e buscar orientação, em mares nunca dantes navegados.

Em comparação aos anos passados, o Blog teve uma participação pontual, tendo meses com pouquíssimos posts, perto da produtividade de outrora. Imersas em suas vidas, tanto profissional, quanto pessoal, Ana Carolina e Bianca repensam continuamente os rumos que este trabalho voluntário, e de muita dedicação, irá tomar. As velas da nau navegaram frouxas, porém, o Mestre não se cansou de tocar o leme neste mar da vida, e quantos foram os aprendizados!

Pois bem, bora (re)ver as postagens mais significativas deste Ano do Dragão, e que a Serpente nos traga sabedoria p/ prosseguir e ressignificar o papel da mulher na História, e no mundo!

JANEIRO

O ano começou c/ uma rica notícia - o livro "Parteiras Caiçaras: relatos e retratos sobre parto e nascimento, em Cananeia/SP", organizado por Bianca C. Magdalena, fruto do apoio da Secretaria de Cultura, do Governo do Estado de São Paulo, pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), tem sua capa catalogada na Universidade de Ulster, por conta de ser confeccionada manualmente, através da técnica chilena chamada Arpillera - http://www.partonobrasil.com.br/2012/01/capa-de-parteiras-caicaras-e-catalogada.html

Em meados do mês a repercussão da Medida Provisória 557, muitas mídias comentam, indignadas, o assunto, compiladas por Ana Carolina, em - 




O Multimídia Parto no Brasil então trás lindíssimos registros fotográficos de movimentos sociais femininos - http://www.partonobrasil.com.br/2012/01/multimidia-parto-no-brasil-memoria-e.html


E, a episio? Bora informar e empoderar - http://www.partonobrasil.com.br/2012/01/episio-nao.html

O tema Sexualidade e Direitos Reprodutivos ganha parte II - http://www.partonobrasil.com.br/2012/01/poder-de-decisao-sexualidade-e-direitos.html

A partería tradicional também ganha foco c/ o Parto Aymara - http://www.partonobrasil.com.br/2012/01/parto-aymara.html

Para fechar o mês Anna Gallafrio nos inunda c/ sua poesia, Parto repartohttp://www.partonobrasil.com.br/2012/01/parto-reparto-uma-poesia.html


FEVEREIRO

O mês inicia c/ um audiovisual sobre os mitos do parto normal - http://www.partonobrasil.com.br/2012/02/multimidia-parto-no-brasil-mitos-sobre.html

Janet Balaskas, autora de "Parto Ativo" compartilha conosco um texto inédito, Os Benefícios Comparativos de um Parto Ativohttp://www.partonobrasil.com.br/2012/02/texto-inedito-os-beneficios.html

O Blog Parto no Brasil participa do site Minha Mãe que Disse, em O Blog do Diahttp://www.partonobrasil.com.br/2012/02/blog-do-dia-em-minha-mae-que-disse.html

Em nosso Multimídia Parto no Brasil a série argentina Temos Direitohttp://www.partonobrasil.com.br/2012/02/multimidia-parto-no-brasil-temos.html


Em meados de fevereiro três obstetrizes, graduadas pela EACH-USP nos contam, em um texto publicado originalmente em "Parteiras Caiçaras", Partejando: quais os caminhos para esta arte?, por Bianca Zorzam, Bianca Amaral e Maíra Bittencourt, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/02/partejando-quais-os-caminhos-para-esta.html

Indicamos a leitura de "A Ciranda das Mulheres Sábias", de Clarissa P. Estés, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/02/ciranda-das-mulheres-sabias.html


O Chá de Bençãos também é divulgado no Blog, como boas práticas brasileiras, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/02/cha-de-bencaos-boas-praticas.html

A parteira tradicional Suely Carvalho é foco numa entrevista, por Say Adinkra em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/02/entrevista-c-parteira-tradicional-suely.html


MARÇO

Iniciamos o mês c/ mais Janet, Afirmações para a gravidez e o trabalho de parto, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/afirmacoes-para-gravidez-e-o-trabalho.html

Próximo ao Dia da Mulher lançamos o Teste da Violência Obstétrica, c/ o blog Cientista que virou mãe, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/08-de-marco-teste-da-violencia.html

E, no dia 08, a Blogagem Coletivahttp://www.partonobrasil.com.br/2012/03/teste-da-violencia-obstetrica-dia.html

Outra boa prática brasileira é compartilhada, o Colo e a Despedida da Barriga, do CAIS do Parto, em Olinda/PE, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/colo-e-despedida-da-barriga-boas.html

Em 15 de março o tema da Violência Obstétrica é pauta da Rádio UEL FM, no Programa Modos de Vida, c/ Ana Carolina, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/violencia-obstetrica-hoje-na-radio-uel.html

No dia seguinte, bora dar continuidade a prosa c/ A violência invisível, onde vocês poderão ouvir outras entrevistas c/ pesquisadoras da área, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/violencia-invisivel.html

Parto vaginal após cesárea? Pode? Bora conferir, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/parto-vaginal-depois-de-cesarea.html

Maria João, do blog Rituais Maternos nos conta como é o panorama obstétrico em Portugal, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/o-panorama-obstetrico-em-portugal.html

A história do nascimento da filha de Ana Álvarez-Errecalde é contada em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/multimidia-parto-no-brasil-el.html

Em 26 de março um post todo especial, c/ "Parteiras Caiçaras" p/ baixar na web, álbum de nosso Multimídia Parto no Brasil p/ apreciar no Facebook, e visita da comadre Ligia, na Ilha de Cananéia, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/bacterias-no-meio-e-cultura.html

Ana Álvarez-Errecalde é tema novamente no Blog, c/ seu belíssimo livro "Cesárea: Para Além da Ferida" - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/cesarea-para-alem-da-ferida.html

P/ fechar as águas de março, Violência Obstétrica na Espanhahttp://www.partonobrasil.com.br/2012/03/violencia-obstetrica-na-espanha.html e Michel Odent na FIOCRUZ falando sobre saúde primal, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/03/multimidia-parto-no-brasil-michel-odent.html


ABRIL

Abrindo o mês um vídeo viral super visualizado web afora, Time Lapse de um nascimento, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/04/multimidia-parto-no-brasil-time-lapse.html

Parto em casa foi tema da Revista Público, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/04/aumentam-partos-em-casa-por-falta-de.html

O aborto de anencéfalos também foi discutido, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/04/stf-decide-nesta-quarta-feira-sobre.html

A Arte de Nascer, por Ieda de Abreu, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/04/arte-de-nascer.html

Ligia M. Sena e o emocionante relato Para minha filha, sobre o dia em que o Brasil reconheceu a dignidade das mulheres como preceito fundamental, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/04/para-minha-filha-sobre-o-dia-em-que-o.html

Talita Molinero e a matéria Brasil está entre os países que menos optam pelo parto normal, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/04/brasil-esta-entre-os-paises-que-menos.html

No Programa Vitrine Revista, Ana Carolina e a doula Marília Mercer falam sobre parto humanizado em Londrina/PR, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/04/parto-humanizado-em-londrina.html


MAIO

No Dia do Trabalho, Mulheres da Terra e a visita à parteira tradicional caiçara Cleuza da Silva dos Reis, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/mulheres-da-terra.html

A Revista Radis fala sobre a humanização da assistência ao parto, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/radis-fala-sobre-humanizacao-da.html

P/ comemorar o Dia da Parteira, em 05 de maio, duas postagens - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/05-de-maio-dia-da-parteira.htmlhttp://www.partonobrasil.com.br/2012/05/multimidia-parto-no-brasil-diana.html

No site Viomundo, por Vanda Albuquerque o debate sobre a qualidade e a segurança no parto, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/qualidade-e-seguranca-no-parto_08.html

Ainda p/ celebrar as parteiras, lindíssimo relato de Suely Carvalho sobre esse ofício milenar, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/dia-da-parteira-e-seus-multiplos-iii.html

Texto da dentista Ana Valéria, sobre a saúde bucal da gestante, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/saude-bucal-da-gestante-mitos-tabus-e.html e a aromaterapia na gestação, parto e pós-parto, por Maíra Darllen, psicóloga, aromaterapeuta e aprendiz de parteira, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/aromas-plantas-terapia-e-essencia-do.html 

E, mais autores integram maio! Sobre versão cefálica externa, c/ Melania Amorim, tb escritora do blog Estuda, Melania, Estuda, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/sobre-versao-cefalica-externa-vce.html

Atenção ao parto e nascimento é tema de debate, em Londrina/PR, na Universidade Estadual de Londrina, sob organização de Ana Carolina, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/multimidia-parto-no-brasil-album-de.html

Neste mês também foram divulgados os resultados do Teste da Violência Obstétrica, em uma requintada apresentação, compilada por Ana Carolina e Ligia M. Sena, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/teste-da-violencia-obstetrica.html

E, a Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento (SMRN 2012) trata sobre parto e economia, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/smrn-2012-parto-e-economia_23.html

No Dia Nacional pela Redução das Mortes Maternas, 28 de maio, um post que retrata, c/ profundidade, o assunto, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/adoecer-e-morrer-para-dar-luz.html

Divulgamos, por fim, o prêmio Iniciativa Maternidade Segura, sendo o Brasil premiado em três categorias, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/05/iniciativa-maternidade-segura-anuncia.html


JUNHO

Portal IG divulga Teste da Violência Obstétrica, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/violencia-obstetrica-no-portal-ig.html

Multimídia Parto no Brasil compartilha lindo acervo de mães em aleitamento, Leite de Mãe, Leite de Vida, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/multimidia-parto-no-brasil-leite-de-mae.html

O Globo trás texto da pesquisadora Maria do Carmo Leal, "Estar grávida no Brasil", em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/plantao-praticas-obstetricas-obsoletas.html e a questão do medo no parto, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/plantao-questao-do-medo-do-parto-no.html

CREMERJ, e a Marcha do Parto em Casa fazem barulho, Brasil afora:

http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/parto-em-casa-sim-obstetricia-obsoleta.html

http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/marcha-do-parto-em-casa.html

http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/do-impeachment-marcha-do-parto-em-casa.html

E, em solidariedade à causa mulheres que pariram em casa compartilham lindos registros pessoais, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/nos-parimos-em-casa.html

Fechando o mês políticas públicas p/ as mulheres pés vermelhos e o CRIAS, em Londrina/PR, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/mais-politicas-publicas-para-as.html


JULHO

SBT Repórter aborda opção de mulheres por partos humanizados, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/07/post-extraordinario-sbt-reporter-aborda.html

Resolução 266/12 e CREMERJ na blogesfera, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/07/repudio-resolucao-26612-do-cremerj.htmlhttp://www.partonobrasil.com.br/2012/07/cremerj-na-midia-e-na-blogesfera.html

E, p/ fechar julho a Carta de Sorocaba, do I Encontro Nacional de Parteria Urbana (ENAPARTU), em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/07/carta-de-sorocaba-2012.html


AGOSTO

Mês de publicações escassas, c/ exceção da Agenda Parto no Brasil, editada às quartas-feiras.

Mesmo assim, no fim de agosto compartilhamos informe da ABENFO sobre o Projeto Doulas no SUS, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/08/informe-da-abenfo.html

* Em 12 de agosto, em um parto domiciliar, em Cananéia/SP, na madrugada, nasce Dhyana <3 i="i">


SETEMBRO
OUTUBRO

Vale a pena (re)ver o mini doc. Parto Natural, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/10/multimidia-parto-no-brasil-parto.html

E, no Dia das Crianças lindo audiovisual, Minha mãe é parteira, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/10/multimidia-parto-no-brasil-dia-das.html

O poder das águas nas tradições culturais brasileiras e africana, em http://www.partonobrasil.com.br/2012/10/a-agua-nas-tradicoes-culturais.htmlhttp://www.partonobrasil.com.br/2012/10/a-agua-na-tradicao-africana-relato-de.html

Postagem coletiva no ar, Violência no parto: a voz das brasileiras, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/10/postagem-coletiva-violencia-obstetrica.html

* Em 26 de outubro, na capital paulista, de um parto natural hospitalar, no Amparo Maternal nasce Claudio <3 i="i">


NOVEMBRO

Ação coletiva p/ divulgar o doc. popular Violência Obstétrica: a voz das brasileiras, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/11/divulgacao-do-video-violencia.html

Lançamento de Violência Obstétrica: a voz das brasileiras, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/11/violencia-obstetrica-voz-das-brasileiras.html


DEZEMBRO

Quadro matinal no Programa Mais Você, da Rede Globo, repercute manifestações maternas pela web, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/12/repudio-ao-reality-show-game-de-bebes.html

Blog Parto no Brasil ganha novo layout, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/12/com-que-roupa.html

Amamentação é debatida no Blog, como forma de se contrapor às informações incoerentes pronunciadas no programa de Ana Maria Braga, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/12/mulheres-de-peito.html

No Dia da Doula, em 18 de dezembro, nossa homenagem, e de muitos outros sítios na internet, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/12/18-de-dezembro-dia-de-nossa-senhora-do.html

E, por fim, e c/ grande celebração o Blog Parto no brasil comemora três anos, em - http://www.partonobrasil.com.br/2012/12/encantadas-nossos-tres-anos-de-blog.html

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* Em 1o. de dezembro, ao findar à tarde, em Ourinhos/SP, em um parto em casa nasce Jasmim <3 i="i">


Mais de 200 posts em 2012!

Horas diárias, dedicação, conquistas e desafios superados!


Espiem, ainda, as retrospectivas dos anos anteriores:



E, os cinco posts mais acessados este mês:





http://www.partonobrasil.com.br/2010/07/quando-o-corpo-consente.html



Na coluna Achados & Perdidos pesquise, informe-se, e empodere-se, pq o 

PARTO É NOSSO!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Decisões de parto - Autoridade sobre aquilo que podemos/devemos escolher

Hoje foram publicados dois artigos de opinião sobre o modelo hegemônico de assistência ao parto. Confiram abaixo.



No Site do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), o texto "Cesarianas no Brasil: uma preferência das gestantes ou dos médicos?" repercute uma série de pesquisas nacionais as quais demonstram claramente COMO e POR QUE as brasileiras não têm tido a oportunidade real de tomar suas decisões de parto.

Seja no serviço público ou pelo plano de saúde, a atitude prescritiva inclui ainda o não-esclarecimento sobre as condutas clínicas, e traduzem a falta de autonomia das mulheres e o cerceamento de sua liberdade. São constrangimentos de ordem financeira, regionais, sócio-culturais e educacionais. Atingem a quase todas nós. Confiram alguns trechos retirados do artigo.

"Especialistas defendem que a cesariana tem indicações clínicas precisas como eclampsia ou nos casos da mãe sensibilizada pelo tipo sanguíneo (fator RH) do bebê. Entretanto, além da falta de consideração em relação à opinião da gestante, é possível encontrar o oposto a essa situação, onde mulheres que nem sequer entraram em trabalho de parto e já negociam a data do parto com o obstetra, marcando a cesárea previamente."
"Essa situação é comum e ocorre possivelmente devido a uma predisposição intervencionista dos médicos, que não seguem as recomendações para o parto cesáreo. Além disso, alguns agem de acordo com a sua própria conveniência, já que é possível constatar que cesarianas são realizadas com mais frequência em horários diurnos e em dias úteis (Nagahama e Santiago, 2011)."
"Ao contrário das gestantes com acesso a convênios médicos ou serviços particulares, aquelas que realizam o pré-natal pelo SUS frequentemente não têm a chance de escolher o médico que irá assisti-las e, provavelmente, não terão poder de negociação sobre o tipo de parto de sua preferência ou a forma de atendimento que desejam (Patah e Malik, 2011)."
"Sendo assim, de maneira geral, as mulheres que não interferem na decisão sobre o tipo de parto, ou simplesmente não são consultadas sobre sua opinião, são oriundas de classe social baixa e possuem menor nível de escolaridade."

Hospital birth photograph of a woman resting in hospital bed, black and white

Enquanto isso, no American Journal of Obstetrics and Gynecolgy (AJOG), o manuscrito "Planned home birth: the professional responsibility response" publica uma espécie de linha-guia para profissionais - do modelo tradicional tecnocrático tecnicista - lidarem com o recrudescimento dos partos em casa. Veja a tradução livre do resumo:

"Este artigo aborda o recrudescimento dos partos em casa por um novo modelo baseado na assistência de parteiras, o parto domiciliar planejado, nos Estados Unidos e os outros países desenvolvidos, no contexto da responsabilidade profissional.

Defensores do parto domiciliar planejado já enfatizaram a segurança das paciente, satisfação das pacientes, o custo-efetividade e o respeito pelos direitos das mulheres.

Nós fornecemos uma avaliação crítica de cada uma dessas reivindicações e identificamos respostas profissionais apropriadas para obstetras e outros médicos preocupados com os partos domiciliares planejados.

Começamos com o tema da segurança da paciente e mostramos que o parto domiciliar planejado tem aumentado risco de danos irreparáveis para as grávidas e os bebês - os quais seriam desnecessários e evitáveis.

Nós documentamos que as taxas persistentemente elevadas dos transportes de emergência debilitam a segurança da paciente e sua satisfação, justamente a razão de ser do parto domiciliar planejado, e que uma análise abrangente enfraquece os argumentos sobre o custo-benefício deste tipo de assistência.

Nós, então, argumentamos que os obstetras e outros médicos preocupados ​​deveriam:

(i) buscar compreender, identificar e corrigir as causas do recrudescimento do parto domiciliar planejado;

(ii) responder às manifestações de interesse pelo parto domiciliar planejado por parte das mulheres com recomendações baseadas em evidências contra este modelo de atenção;

(iii) recusar a participação do planejamento do parto em casa;
(iv) mas, contudo, proporcionar excelente e enternecido cuidado obstétrico no atendimento emergencial às mulheres transferidas de partos domiciliares planejados.

Nós explicamos porque os obstetras não deve participar ou fazer referência aos ensaios clínicos randomizados que compararam os partos domiciliares planejados com os partos hospitalares.

Chamamos a atenção de obstetras e outros médicos preocupados, das parteiras e outros prestadores de cuidados obstétricos, assim como de suas associações profissionais para que não apoiem os partos domiciliares planejado quando existem alternativas seguras e empáticas de alternativas com base hospitalar. Apelamos para que defendam uma experiência de parto hospitalar com as mesmas características de ambiência dos partos em casa."



Alguém já ouviu o CREMERJ papagaiar algo parecido? E o médico do pré-natal?

E desde quando é fácil - para as mulheres em geral, em consideração às suas necessidades específicas e diversas - exercer e garantir a proteção dos próprios direitos humanos, de seus direitos sociais, e direitos reprodutivos?

Concluímos então que há uma violação de direitos fundamentais. E retomamos o comentário que o leitor Adriano de Bortoli publicou no Blog do Nassif, quando da repercussão da reportagem sobre 'A falta de esclarecimentos sobre o parto humanizado', produzidas originalmente pela Rede Brasil Atualsobre a falta de informações e divulgação dos Centros de Parto Normal (CPN) em São Paulo-SP.

"A prefeitura, contudo, deve justificar esse sigilo que a meu ver não encontra fundamento jurídico algum para ser imposto pois não faz parte de nenhuma das exceções previstas na Constituição Federal ou na Lei de Acesso à informação.
O CRM/SP deveria abrir suas portas para o assunto da desospitalização do parto se aproximando, assim, das diretrizes da Organização Mundial de Saúde e se afastando de dpreconceitos, corporativismos, incompetências e, principalmente, da falta de cientificidade dos riscos atribuídos ao parto.
O parto está inserido no planejamento familiar e a CF é bem clara ao estabelecer que: Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas."
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Em 2013, a gente continua a luta.



Fotos Allbright Creative Imagery

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Adeus Ano Velho

Aos leitores, parceir@s, amig@s, e todas as mulheres e suas famílias que seguiram conosco este ano, em busca de um parto digno, e um nascimento respeitoso, nosso muito obrigada! E, que 2013 nos dê (mais) fôlego nesta caminhada, pelo protagonismo feminino e o resgate de sua sacralidade!



sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Encantadas - Nossos três anos de Blog Parto no Brasil

Em 21 de dezembro de 2009, poucos meses depois dos partos que havíamos vivenciado, criamos o Blog Parto no Brasil. Parto no Brasil? Que título mais audacioso, redigido por duas mulheres-mães de forma tão despretensiosa, movidas muito mais pela paixão que sentimos com nossas experiências maternais do que pelo ativismo transformador tão necessário à nossa realidade.

Eram outros tempos, tempos de amamentação em livre-demanda... e intensas descobertas sobre a organização dos serviços de obstetrícia em nosso país. A primeira materialização - ainda que virtual - desse percurso que temos construído para tensionar as nossas próprias reflexões com os trabalhos que envolvem os diversos aspectos da assistência e da experiência de viver o parto.

Pois é minha gente... a ocitocina endógena opera milagres, já diziam Leboyer e Michel Odent...

Bianca e Ana Carolina antes de parirem as crias e o Blog, mas já unidas pela amizade! Comendo ostras em Cananeia-SP, no verão de 2006.

PaixãoEla nos impulsiona. Nos guia. Percorre lado a lado conosco em nossos (novos) caminhos, nascidos com a maternidade, com nossos partos inspiradores que, longe de serem perfeitos, foram como haviam de ser: fortes, corajosos, empoderadores!

A jornalista, mãe de uma sereia que nasceu de um parto de cócoras amparado pelo pai, no chão do quarto do hospital,  hoje finaliza seu mestrado em Saúde Pública numa das instituições mais validadas do Brasil, a Faculdade de Saúde Pública da USP. Passou atuar na área dos diretos sexuais e direitos reprodutivos, por meio do ativismo científico proposto pelo Grupo do CNPq Gênero Maternidade e Saúde (GEMAS/FSP/USP), liderado pela orientadora Profa. Simone Diniz. Também no controle social das políticas públicas para as mulheres, pela Rede Feminista de Saúde, compondo a atual gestão diretora do Conselho Municipal de Direitos da Mulher (Londrina-PR). E por fim, no grande projeto de realização de uma série de oportunidades técnico-científicas e culturais, a associação civil pública Instituto CRIAS - Saúde, Direitos, Cidadania.

A cientista social, e educadora, mãe de dois meninos, nascidos cada qual num tipo de parto, tão diferentes, e ao mesmo tempo complementares na construção da maternidade, mora numa ilha pacata rodeada de montanhas, onde pôde conhecer o que os manuais de Antropologia ditavam na graduação. O nativo, e com eles seus saberes tradicionais! No encontro com o outro encontrou a si mesma - parafraseando Mintz, e a partería tradicional. A antropóloga virou costureira, e aprendiz de parteira!
Intercalando muito trabalho e funções foram, desde então, 880 posts, em mais de 241 mil acessos, com 355 leitores que assinam nossas postagens, com visitas não só do Brasil, mas também EUA, Portugal, China, México, Alemanha, França, Japão, Rússia e Espanha. No Facebook, nossas redes ultrapassam sete mil pessoas conectadas às nossas atualizações, entre seguidores da Fanpage, amigos e assinantes do perfil.

Paixão! Por ela, e com ela escrevemos e divulgamos o tema que mais gostamos de pensar, falar e sentir. E, Brasil afora vamos buscando informações sobre gestação, parto, cuidados com o bebê, aleitamento materno, e tudo o que nos relacione ao universo feminino, sob o prisma do resgate de sua ancestralidade e autonomia.

Em 2012, a violência obstétrica e a partería tradicional foram os assuntos sobre os quais mais nos debruçamos, ora em nossos caminhos individuais, ora em rede, pela blogosfera, unidas a coletivos, ações e manifestações. E quantos frutos colhemos!



À vocês, que estiveram conosco 
muito obrigada, com muita paixão!

Seguimos encantadas em defesa da autonomia das mulheres, e do respeito ao tempo de parir e nascer.

Seguimos admiradas pelos efeitos benéficos desta experiência interativa de ciberativismo, troca de experiências entre mulheres, divulgação e documentação dos temas que mais nos motivam.

Somos muito gratas por tudo isso!

<3

Em especial as companheiras Ligia M. Sena, do Cientista que virou mãe, acompanhado diariamente pelas comadres, com direito a homenagem no ano passado - aqui!, Nanda Café, Kalu Brum, e Renata Penna, do Mamíferas, pelas ações em conjunto, Sônia Hirsh, colaboradora em nossa Loja Virtual, com títulos do Correcotia, Mariana Massarani, ilustradora carioca que cedeu o uso de imagem de nossa logo, e também criou um desenho para o Projeto Parteiras Caiçaras, Pata Merlin, e sua empresa Artes da Pata, e aos inúmeros amigos, leitores, parceiros e profissionais, que acreditam em nosso empenho, e dedicação!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Reportagem - Parto humanizado: Falta esclarecimento e divulgação

O Blog Parto no Brasil publica, na íntegra, reportagem de Rodrigo Gomes para a Rede Brasil Atual, sobre assistência humanizada ao parto e nascimento, falta de informações sobre diferentes locais de parto (Centro de Parto Normal) - e o posicionamento contrário do Conselho de Medicina -, e a boa experiência das mães com o parto fora dos hospitais.

Uma série de matérias que nos falam sobre o cerceamento da liberdade de informações sobre as diferentes possibilidades de parto e, consequentemente, o constrangimento da autonomia das mulheres. Os grifos são nossos.

A primeira é simplesmente imperdível! Foi republicada hoje no Blog do Luis Nassif, com vários comentários.
A segunda é maravilhosa, sobre mães que tiveram experiências super satisfatórias com o parto natural assistido por enfermeiras obstetras e obstetrizes - com acompanhante e contato com o bebê permanentes.
A terceira é super interessante, trata de algumas das políticas públicas que preconizam serviços obstétricos em CPN, e as dificuldades para sua implementação.
A última dá voz a um Conselheiro do CREMESP. Prefiro não comentar - de novo.

Um grande axé para Rodrigo Gomes e a turma da RBA, eles merecem!
E para minha comadre Bianca Lanu - com quem, há exatamente 3 anos, estava parindo este blog do  nosso coração.

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Em São Paulo, parto humanizado carece de esclarecimentos e divulgação

Casa de Parto de Sapopemba tem sido escondida pela prefeitura, que não permite visitas ou divulgação dos trabalhos; Conselho de Medicina é contra este tipo de nascimento


Por: Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual
Publicado em 19/12/2012, 09:13

São Paulo – Ao buscar alternativas ao parto em hospitais, atualmente dominados pelas cesarianas, as futuras mães têm dificuldade em obter informações e orientações que ajudem a escolher qual método querem para trazer seu filho ao mundo. O parto humanizado, técnica que valoriza o processo de nascimento, dispensando intervenções cirúrgicas ou medicamentosas, pode ser realizado nos centros de parto humanizado, conhecidos como Casa de Parto. Porém, a prática sofre com a desinformação, a não divulgação e a oposição da classe médica.


Nossa reportagem não recebeu autorização da Secretaria Municipal da Saúde para visitar a Casa de Parto de Sapopemba (Foto: Gerardo Lazzari/RBA)


“O parto natural respeita o tempo da mulher e do bebê, promove ações como massagens, banhos, exercícios com bola suíça, caminhada, incentiva o acompanhamento do companheiro e da família, e possibilita à mulher decidir onde quer realizar o parto: na banheira, na cama, de cócoras, etc. É feito, em geral, em locais determinados especialmente para isso, chamados casas de parto. Já o parto normal é o parto vaginal, feito de maneira convencional nos hospitais, com a mulher deitada, podendo utilizar medicamentos que estimulam as contrações, realizar anestesia, incisões e até o rompimento artificial da bolsa”, explica a presidenta da Associação de Obstetrizes do Estado de São Paulo, Ruth Osava.

As Casas de Parto foram oficializadas em agosto de 1999, por meio da Portaria 985 do Ministério da Saúde, de autoria do então ministro José Serra. Neste mesmo ano foi criada a Casa de Parto de Sapopemba, anexa a Unidade Básica de Saúde Reunidas I, no bairro São Lucas, zona leste de São Paulo. No entanto, o processo estagnou e nenhuma outra casa de parto ligada ao Sistema Único de Saúde (SUS) foi aberta desde então na capital. A Casa Ângela, mantida pela Associação Comunitária Monte Azul com auxílio de parceiros internacionais, que, desde 2009, funciona no Jardim São Luiz, zona sul de São Paulo, não está integrada ao SUS.

Ruth Osava dirigiu a Casa de Parto de Sapopemba por cinco anos, desde sua fundação. Ela reclama da falta de transparência da prefeitura de São Paulo. “Parece que a prefeitura não quer que as pessoas saibam da existência da Casa de Parto. Desde 2009 temos solicitado autorização para realizar estudos sobre parto humanizado na casa e a Secretaria Municipal da Saúde não nos autoriza. Esse trabalho seria fundamental para comprovar, ou não, a segurança do parto natural”, lamenta a obstetriz. Ela afirma, ainda, que os funcionários da Casa não podem fazer divulgação ou outra ação de promoção do trabalho desenvolvido.

O procedimento de parto natural possui alguns requisitos. As mães não podem apresentar complicações durante a gravidez, como hipertensão, diabetes gestacional ou outros fatores de risco. Além disso, se qualquer problema ocorrer durante o parto, como o bebê estar em posição sentada, por exemplo, a gestante será removida para um hospital próximo por uma ambulância que permanece à disposição da unidade todo o tempo. As duas casas citadas nesta reportagem permanecem abertas 24 horas por dia e podem ser visitadas por futuros pais a qualquer momento.

Ruth destaca diversos pontos para a necessidade de "desospitalizar" o parto, o que, inclusive, surgia como recomendação da OMS à época da publicação da Resolução 985. “O ambiente hospitalar é muito estressante para uma mãe em trabalho de parto. Muita gente estranha, luzes fortes, muitas vezes sem acompanhante. Tem ainda a medicalização, que afeta não só a mãe como o bebê. Além disso, existe uma preocupação com o tempo, com a ocupação do leito, que é uma lógica mercantilista, de produção industrial. Um parto natural pode levar até 12 horas, já uma cesária não consome mais do que uma hora, o que é mais vantajoso na ótica financeira”, considera a obstetra.

O número de cesarianas no Brasil tem crescido de maneira alarmante. Em 2010, as cesárias foram 52% de todos os partos, sendo 82% dos partos na rede privada e 37% na rede pública. No entanto, a cidade de São Paulo apresenta um índice ainda maior, com 54% de cesarianas, nos partos realizados na rede pública, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os procedimentos cirúrgicos respondam por somente 15% dos partos.

Para a obstetriz do Grupo de Apoio à Maternidade Ativa (Gama) Ana Cristina Duarte, é preciso um processo de educação para que o parto seja visto com naturalidade e não como prenúncio de sofrimento. “É preciso investir em informação para as futuras mães, desconstruindo essa ideia de sofrimento ligado ao parto que leva tantas delas, até mesmo, a optar pela cesariana. Muitas consideram que o parto foi bom, que foram bem atendidas, se não sentiram dor. O parto é um processo natural, que envolve, sim, alguma dor. Mas que pode ser amenizada se forem construídas experiências que coloquem a mãe e o bebê como protagonistas, que proporcionem um ambiente tranquilo e a presença de pessoas queridas”, esclarece Ana Cristina.

Para ambas as profissionais, o problema da omissão de informações e de não se incentivar a prática se deve à resistência por parte de alguns setores da saúde, como os conselhos de medicina. “Como a Casa de Parto não demanda, necessariamente, um profissional médico, ocorreu um movimento de desaprovação que evoluiu para a pressão pelo fechamento das casas e a proibição de os médicos atuarem nas unidades”, disse Ana Cristina. Em 2004, o Conselho emitiu a Resolução 111, proibindo os médicos de atuarem nestas unidades por considerá-las inseguras e inadequadas.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo é contrário à existência das casas de parto por considerar que estes locais não possuem estrutura para o profissional trabalhar adequadamente, além de não poder dar a assistência necessária em caso de complicação. Para o Conselho, o parto um processo complicado, de risco, e existem dezenas de condições em que a intervenção do médico deve ser imediata.

Casa Ângela, na Zona Sul de São Paulo, preza por um ambiente familiar que tranquilize as gestantes na hora do parto (Foto: Gerardo Lazzari/RBA)
Ruth afirma que essa preocupação se deve mais ao embasamento das escolas de medicina que, segundo ela, adotam o pensamento das escolas dos Estados Unidos. “É o medo da natureza. Nos Estados unidos tem-se a ideia de que o parto não é exatamente natural, que se deve atuar preventivamente, o que nos leva a essa quantidade de intervenções e cesarianas. Na Europa o número de cesarianas é muito baixo, pois a ideia é de que parto é um evento da natureza, que pode, eventualmente, apresentar complicações”, pondera a obstetriz.

A assessora de políticas públicas da Casa Ângela, Regina Wrasse, apresenta informações que contradizem o potencial de risco afirmado pelo CRM. “Desde fevereiro deste ano, quando começamos a realizar partos, foram 106 nascimentos, sem nenhum problema. Quando houve potencial de risco, a mãe foi transferida, em segurança, para um hospital. Vejo esse posicionamento contra as casas de parto muito mais em uma perspectiva política, de controle da atuação em saúde, do que efetivamente por um risco que elas tragam”, afirma Regina. Para ela, na defesa das casas de parto está implicado também o direito de decisão da mulher, como destacam as mães ouvidas pela nossa reportagem.

Segundo Ana Cristina, o parto natural é melhor, quando possível, porque contribui para o desenvolvimento da criança e a relação entre mãe e filho. “O processo do parto natural promove a produção de hormônios específicos que fortalecem o vínculo entre mãe e bebê, ajudam na amamentação e, também, no desenvolvimento da criança. As mães se recuperam mais rápido e vão para casa, em geral, 24 horas depois. Não somos contra a cesariana, mas defendemos que ela só deve ser utilizada, como procedimento cirúrgico que é, quando as condições apresentarem risco para a mãe ou para o bebê, ou seja, quando houver necessidade de intervenção”, explica.

A reportagem da RBA entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, solicitando informações sobre o número de mulheres atendidas pela Casa de Parto de Sapopemba, números de partos, complicações e outras informações, além de autorização para visitá-la. Após quatro dias de insistência, a resposta foi de que uma visita não seria autorizada e que a secretaria não iria apresentar qualquer informação referente à Casa.


Mãe com a filha recém-nascida na Casa Ângela

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Mães relatam 'emoção' do parto humanizado e fora dos hospitais


Experiência do nascimento natural faz mulheres que tiveram bebês em casas de parto da capital dizerem que repetiriram o procedimento em caso de nova gravidez


Por: Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual
Publicado em 20/12/2012, 09:01
Última atualização às 09:04

São Paulo – Luz suave, ambiente tranquilo, recepção aconchegante. Nas paredes, fotos de mães sorridentes, crianças confortadas, pais felizes. O ar é agradável e nem de longe carrega o odor característico dos hospitais. Atenciosas, as atendentes, enfermeiras e obstetras, respondem aos questionamentos de mães e pais, ansiosos com o momento que se aproxima, além de organizarem oficinas que explicam desde os processos do parto até como fazer papinhas. A Casa Ângela, centro de parto natural, localizado no Jardim São Luiz, região sul da capital, cumpre o ideal de proporcionar às mães um ambiente familiar em um momento tão importante: o nascimento de uma criança.

A atriz Débora Torres estava deitada, um tanto cansada, mas tranquila e sorridente. Ao seu lado, a pequena Carolina, nascida há apenas duas horas, dormia enrolada em um cobertorzinho amarelo, com luvas e touquinha brancas e rosa. “Foi maravilhoso. Meu companheiro ficou comigo todo o tempo, eu caminhei, fiquei na banheira, recebi massagens. Sempre acompanhada por uma obstetriz. Me senti em casa e o processo foi maravilhoso. Tive duas filhas em hospitais antes, mas sentia que era muito invasivo o processo. Agora não troco a casa de parto por nenhum hospital, nem particular”, contou, emocionada.

A enfermeira obstetra Sylvia Maria Furquin, que acompanhou o nascimento de Carolina, estava radiante. “Sinto que ela me escolheu. A Débora veio aqui alguns dias atrás e eu disse, brincando, que eu ia fazer o parto. Ela chegou na madrugada, mas a bolsa só rompeu depois que eu assumi o plantão. Cada criança que nasce aqui é um pouco nosso filho também, cada dia é uma emoção”, conta Sylvia.

A Casa Ângela, batizada em homenagem à parteira Ângela Gehrke, que veio da Alemanha em 1983 para se dedicar ao acompanhamento da gravidez, do parto e do pós-parto de mulheres pobres, na região do Jardim São Luiz, zona Sul de São Paulo, é mantida pela organização não governamental Associação Comunitária Monte Azul, com apoio de parceiros internacionais. A casa foi fundada em 1997, mas Ângela adoeceu no ano seguinte, voltando à Alemanha, onde morreu, em 2000. A unidade fechou em 1999. O projeto foi retomado em 2003, mas a casa só ficou pronta em 2008. Reabriu parcialmente em março de 2009, com os primeiros atendimentos de pré-natal e pós parto, e passou a realizar partos em fevereiro de 2012.

Diversas tentativas de estabelecimento de convênios com a prefeitura de São Paulo foram realizadas. Todas sem sucesso. Com isso a Casa Ângela passou a adotar um sistema em que as mulheres que moram em outras regiões da cidade e que têm condições de pagar pelo parto custeiam os trabalhos para aquelas que moram no entorno da casa e não podem pagar pelo procedimento. Aliada ao já citado apoio internacional, a casa tem conseguido manter a equipe de seis enfermeiras obstetras, uma especialista em pré-natal, uma psicóloga, uma fisioterapeuta, cinco técnicas e uma auxiliar de enfermagem, além dos profissionais administrativos e de serviços gerais.

A casa conta com quatro quartos para parto, sendo dois com banheira, com todos os equipamentos para o trabalho de parto, como banquetas para parto de cócoras, barras de apoio, bolas e chuveiro. Além disso, tem oito leitos pós-parto, sala para recém-nascido com incubadora e berço térmico, além dos procedimentos básicos de pesagem, limpeza e exames. A casa não aplica vacinas, por não possuir licença do Ministério da Saúde. Dentre suas atividades, a casa realiza oficinas de brinquedos e de papinhas, orientação para amamentação, cursos de orientação sobre parto e pós-parto para a gestante e seus familiares, entre outras ações.

As consultas de pré-natal são caracterizadas por conversas sobre diversos temas e não apenas questões técnicas como pesagem (Foto: Gerardo Lazzari/RBA)

Mesmo com a problemática para atuação, a professora de português Juliana Santos é só elogios à atuação das profissionais. “Eu queria viver o parto e não lidar como um acontecimento em si. Fiz o pré-natal em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e na Casa Ângela. Na primeira era só peso, medida, 'tudo bem?' e tchau. A única vez que o médico olhou mesmo para mim foi quando eu disse que queria parir na casa de parto, que ele achou absurdo. Na Casa Ângela fazia-se isso, e também conversávamos sobre o cotidiano, as sensações, o relacionamento durante a gravidez, além dos encontros em que aprendemos a fazer brinquedos, papinhas. Isso contribui muito para essa nova identidade que teremos, porque a maternidade muda muito a gente”, destaca Juliana.

A professora não pôde ter o parto da filha Isis na Casa Ângela porque o local ainda não contava com autorização. Então procurou a Casa de Parto de Sapopemba, no bairro São Lucas, zona leste da capital, ligado à rede do Sistema Único de Saúde (SUS). “Fui muito bem acolhida. Tive liberdade para decidir como fazer o parto, que foi de cócoras. O tempo todo houve uma preocupação em me deixar à vontade, saber se queria comer, caminhar, ficar na banheira. Meu marido ficou todo o tempo comigo. Ao nascer, a Isis ficou nos meus braços e nós cantamos para ela por cerca de 15 minutos”, conta, sorridente e com os olhos marejados. Doze horas depois do parto ela já estava em casa.

Na Casa de Parto de Sapopemba o acompanhamento pré-natal se inicia na 37ª semana. A gestante deve fazer o pré-natal completo em uma UBS e, se não houver nenhum fator de risco, faz o acompanhamento final, com seis consultas em média, e o parto na Casa. A unidade possui dois quartos para parto com banheira, cinco leitos pós-parto, sala para recém-nascido com incubadora e berço térmico, além dos procedimentos básicos de pesagem, limpeza, exames e vacinas. Poderia realizar, com essa estrutura, cerca de 60 partos por mês.

Como a RBA não obteve autorização da Secretaria Municipal de Saúde para visitar a Casa, que é pública, sendo informada, inclusive, que a secretaria não coloca à disposição qualquer informação estatística, nossa reportagem fez uma visita à unidade, sem se identificar como jornalista, com o objetivo de observar o atendimento que recebem as pessoas que buscam a casa, bem como sua condição estrutural.

A monitora de transporte escolar Alessandra Gomes, que mora bem em frente à Casa de Parto de Sapopemba, teve aqui a segunda filha, Ana Clara, hoje com cinco anos. Ela conta que muitas amigas dela tiveram filhos na Casa, além de uma irmã e uma cunhada. Nenhuma teve problemas. “Eu queria ter tido o meu primeiro filho aqui também, mas por conta da asma eles me encaminharam ao hospital da Vila Alpina. O nascimento da Ana foi maravilhoso, as enfermeiras são atenciosas, eu fiz exercícios com bola, fiquei na banheira. Depois dos cuidados normais, nós dormimos abraçadas. Pouco tempo após o parto eu já estava recuperada. Se eu tiver outro filho, com certeza será aqui”, exalta-se Alessandra.

Alessandra Gomes recomenda a Casa de Parto de Sapopemba, onde teve sua filha Ana, a todas as amigas (Foto: Gerardo Lazzari/RBA)
A chef de cozinha Reila Miranda, que teve a filha Maria, de um ano e meio, também em Sapopemba, iniciou um movimento para defender a Casa, organizando rodas de conversa sobre parto humanizado. “Comecei a fazer isso porque a Casa não pode se promover, a procura vem caindo. E com isso vai se justificar o fechamento por falta de procura. É uma forma de exclusão, porque as mulheres mais pobres não têm acesso a esse tipo de informação, mas a classe média cada vez mais procura esse tipo de parto, a preços altos. E aqui temos o serviço público, de excelência, humanizado e respeitoso, que querem impedir de acontecer”, afirma Reila.

Reila fez um convênio médico, depois de esperar três meses por um ultrassom na rede pública. Mas também não se sentiu acolhida no pré-natal particular. “Nunca recebi uma orientação sobre amamentação, uma conversa sobre as mudanças que eu estava vivendo. Na casa, fui bem atendida desde o primeiro momento, fui ouvida e respeitada, sou muito grata pelo carinho das profissionais. Esse trabalho precisa ser expandido”, diz a chef, referindo-se ao fato de que as casas de parto nunca foram expandidas e há uma ocultação de informações sobre parto natural na rede pública de saúde.

Para presidenta da Associação Brasileira de Obstetrizes do Estado de São Paulo, Ruth Osava, o motivo de satisfação da mães está na própria dinâmica do parto natural. “O parto natural é feito sob diversos cuidados que contribuem para o desenvolvimento do bebê, da mãe e o fortalecimento do vínculo entre os dois. A criança é muito maltratada pelo processo da cesariana, pelos medicamentos, pela retirada forçada do útero. O trabalho de parto natural prepara o bebê para a vida, é o primeiro estímulo de sobrevivência e as mães percebem a importância disso”, define Ruth.


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Projeto de lei para municipalizar casas de parto emperra no Legislativo em São Paulo


Por: Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual
Publicado em 20/12/2012, 09:08
Última atualização às 09:08

São Paulo – Com objetivo de possibilitar a instalação de novas casas de parto na capital, o Projeto de Lei (PL) 542, de 2009, que estabelece diretrizes para a criação do Programa de Parto Normal em Casas de Parto, no âmbito do município de São Paulo, de autoria da vereadora Juliana Cardoso (PT), está tramitando na Câmara dos Vereadores desde 2009. Para a assessora de Articulações Políticas e Relações Públicas da Casa Ângela, localizada na zona sul da capital, Regina Wrasse, o PL é um passo importante na concretização das casas de parto como política pública no município.

De acordo com a vereadora Juliana Cardoso, o PL transformará uma norma federal em legislação municipal, dando base legal para ampliação das casas de parto de administração pública e possibilitando que entidades privadas se tornem parceiras para prestar o serviço, como já ocorre com as Organizações Sociais de Saúde. “A Associação Comunitária Monte Azul já administra serviços de saúde na região do Jardim São Luiz e nada impede que possa assumir mais essa responsabilidade. O que precisa é de procedimento legal para isso”, explica Juliana.

A primeira análise se iniciou em setembro de 2009, com a Comissão de Constituição e Justiça, onde o PL ficou por dois anos e três meses. Depois disso, o projeto recebeu pareceres favoráveis das comissões de administração pública, de saúde, promoção social e trabalho. Falta o parecer da comissão de orçamento e finanças. Porém, de acordo com a assessoria técnica da vereadora, este parecer seria solicitado no momento da votação, não implicando dificuldades. O projeto tem de ser aprovado em duas votações no plenário e então irá para sanção do prefeito.

Para Regina, aprovação do PL é fundamental para garantir a continuidade da prestação dos serviços, o acesso das mulheres à informação parto humanizado e ao próprio parto natural. “Essa regularização é fundamental, pois permitirá estabelecermos convênios com o poder público, desenvolvendo o trabalho com estrutura e condições, garantindo o direito de decisão das mulheres sobre como querem ter seus filhos”, conclui Regina.



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Conselho Regional de Medicina de São Paulo é contrário às casas de parto



Por: Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual
Publicado em 19/12/2012, 10:00
Última atualização às 10:00

São Paulo – “Uma das decisões mais equivocadas dos gestores de saúde no nosso país”: assim o corregedor do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Krikor Boyaciyan, descreveu a Portaria 985/99, do Ministério da Saúde, que estabelece parâmetros para instalação das casas de parto no Brasil. Segundo o corregedor, posição contrária das entidades médicas visa a proteger gestantes e nascituros de condições que possam colocá-los em risco.

Boyaciyan entende que a necessidade de se manter o parto nos hospitais está relacionada a questões técnicas e à frequência de complicações nos partos. “Existe uma série de situações onde a intervenção do médico deve ser imediata, pois podem acarretar lesões e até o óbito da mãe e do bebê. Não existe parto sem risco. O ambiente hospitalar proporciona condições para a pronta ação do profissional sobre qualquer intercorrência, coisa que a casa de parto, por sua própria definição, não pode garantir”, considera.

Co-autor da Resolução 111 do Cremesp, que proíbe os profissionais médicos de atuar em casas de parto, o corregedor defende que a proibição é por uma questão de segurança. “Não é um ambiente adequado para o médico trabalhar. Nós não podemos permitir que o profissional atue sem condições minímas de estrutura, sem auxílio de anestesista, de um pediatra, longe de um hospital. Mesmo que os riscos no parto fossem raros, eu não submeteria uma mãe a esse perigo”, justifica Boyaciyan.

O médico pondera que o aumento das cesárias que, na rede pública, atinge 37% do partos na média nacional e 54% na municipal, não pode ser usado para justificar a adoção das casas de parto e que o crescimento se deve a múltiplas condições. “O número é absurdo, não se pode aprovar algo assim. Mas é um processo multifatorial. Tem contribuição do sistema de saúde, que busca lucro na maior rotatividade que a cesária proporciona, dos obstetras, que têm pressa por conta de, muitas vezes, ter outro emprego, e das próprias pacientes, que pressionam para fazer a cesariana por diversos motivos”, avalia Boyaciyan.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

18 de Dezembro - Dia de Nossa Senhora do Ó e da Doula!

Neste 18 de dezembro, às vésperas deste ano se findar, c/ muitas festividades, inclusive os três anos do Parto no Brasil - \0/ - c/ férias decretadas p/ rolar, o Blog homenageia Nossa Senhora do Ó, e tb, as doulas!


Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, remontando à época do X Concílio, quando se estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro. Tempos depois recebeu o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria. Sua imagem apresenta a mão esquerda espalmada sobre o ventre avantajado, em fase final de gravidez. A mão direita pode também aparecer em simetria à outra ou levantada. Encontram-se imagens com esta mão segurando um livro aberto ou também uma fonte, ambos significando a fonte da vida. Em Portugal essas imagens costumavam ser de pedra e, no Brasil, de madeira ou argila - Fonte: aqui.


Quanto ao Dia da Doula, hoje reconhecida como ocupação profissional, mas que historicamente sempre existiu, ao acompanhar mulheres em trabalho de parto, junto de uma parteira experiente, ora da família, ou da vizinhança, formando um comadrio de zelo, carinho, e amor, tb foi comemorado, não só neste espaço, mas pelo web afora, bora espiar!




Gisele Leal, doula, e estudante de Obstetrícia, da EACH/USP tb prestou sua homenagem no Mulheres Empoderadas - aqui!

O Núcleo Carioca de Doulas escreveu - Por que uma doula?

Homenagem p/ Lívia Benetti e Lucia Stajana.

Confira aqui entrevista c/ Rebeca Celes, doula voluntária em Minas Gerais, homenageada por Polly AF.

Homenagem p/ a doula Viviane Zuccoli e Casa Moara.

Kalu Brum tb falou sobre o tema no Mamíferas - aqui, e foi entrevistada pelo Blog onde conta sua experiência - aqui.

Bianca Lanu durante trabalho de parto recebendo cuidados de doulagem de sua parteira Kátia Z. A. Pedroso.


No Estado de São Paulo, a Lei 14.586, de 7 de outubro de 2011, pelo Projeto de lei nº 344/11, da Deputada Ana Perugini - PT, institui o “Dia Estadual da Doula”.

A todas as doulas nosso agradecimento, c/ afeto!

Leia ainda:



sábado, 15 de dezembro de 2012

Multimídia Parto no Brasil - Leite de Mãe, Leite de Vida (reprise)

Confira, novamente, nesta Seção Multimídia Parto no Brasil, imagens da fotojornalista Elisa Ramos, na exposição  "Leite de Mãe, Leite de Vida"

São 40 fotos-painéis em PVC. 

Com fotos do UOL Mulher e informações do Extra Globo.















Fonte: http://www.partonobrasil.com.br/2012/06/multimidia-parto-no-brasil-leite-de-mae.html

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Apoio à mulher durante a amamentação

Bora (re)ver o vídeo As muitas formas de apoio à mulher, e veja como é possível, em rede, e juntos, contribuir no aleitamento de nossos filhos, c/ os relatos de três mães - Ivana, que passa pelas dificuldades dos primeiros dias de vida de seu bebê; Elly, que nos conta como se organizou para voltar a trabalhar; e o dia-a-dia de Carol, c/ sua amamentação prolongada.



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sobre campanhas de apoio ao aleitamento materno e bancos de leite

O post desta quarta, que deveria ser nossa Agenda Parto no Brasil - desativada neste mês de dezembro e durante a temporada de férias da equipe, trata sobre as campanhas do Ministério da Saúde sobre a amamentação, além de informações sobre bancos de leite, em algumas postagens do ano de 2011, no Blog!

A ação Mulheres de Peito busca trazer à luz uma boa prosa sobre este tema, dado as repercussões na mídia televisiva, que em rede nacional repassa sem compromisso público dados equivocados, em troca de patrocínios que transformam bebês em mercadoria, por R$100.000,00! Mas, isso é outra (senta, que lá vem história...)...

Bora conferir, nos links, e no vídeo:

Amamentação -

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Mulheres de Peito

O post de hoje, e os debates que vão circular essa semana são sobre um tema: a AMAmentaÇÃO. O motivo veio por conta das informações equivocadas narradas no Programa Mais Você, na semana passada, no quadro Game de Bebês, sobre o desmame.

Depois da vitória, c/ a retratação do assunto pela emissora Rede Globo, feita em tom cínico e nada transparente pela apresentadora Ana Maria Braga, que RESOLVEU tratar a questão, vamos trazer publicações já vistas em nosso Blog, e também convidamos a blogosfera materna a fazer o mesmo.


O intuito é conscientizar gestantes, mães, pais e famílias sobre a importância do aleitamento materno, o vínculo que se cria c/ o filh@, além dos benefícios para a saúde de seu bebê. Bora (re)ler!

Antes disso, leia, ainda, as postagens abaixo e entenda mais o que está acontecendo, e assine a petição em repúdio ao Game de Bebês - AQUI (já contamos c/ mais de 3300 assinaturas):


Do povo bunda à mulher de peito, por Ligia M. Sena, do Cientista que virou mãe;

A falácia do cada um cria como quer, por Nanda, do Mamíferas;

Que tipo de mãe é mais você?, por Andrea Stankiewickz, Mamífera convidada (o);


Agora, confira AMAmentaÇÃO, de 12 de setembro de 2011, por Bianca Lanu - 


Participe, também:


Acesse e saiba mais na fanpage Mãezinha FicaDica

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