quarta-feira, 30 de novembro de 2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Projeto Parteiras Caiçaras realiza lançamentos em Cananeia/SP, e em Florianópolis/SC, no Bazar Coisas de Mãe


Foto de Leandro Cagiano durante atividade no Dia da Parteira, em 05 de Maio, c/ apresentação e exposição das fotos da Rede Parto do Princípio. Destaque p/ a parteira tradicional Cleuza da Silva dos Reis, que compartilhou suas histórias e experiência.
O Projeto Parteiras Caiçaras, desenvolvido durante o ano de 2011, c/ apoio da Secretaria de Cultura, do Governo de São Paulo, pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) realizou o levantamento e registro das parteiras tradicionais caiçaras da Ilha de Cananeia, no Vale do Ribeira, litoral sul paulista, c/ o intuito de resgatar as histórias de parto e nascimento, bem como as práticas e técnicas utilizadas pelas parteiras nos cuidados c/ as gestantes e puérperas.

Como fruto, publica neste mês de dezembro a obra literária "Parteiras Caiçaras: relatos e retratos sobre parto e nascimento, em Cananeia, SP", organizado por Bianca C. Magdalena, tb coeditora do Blog Parto no Brasil, sobre Saúde da Mulher, Materno-Infantil e Empoderamento Feminino.
O material inclui, ainda, quatro artigos de outros pesquisadores da área sobre o cenário obstétrico vigente e a assistência prestada às parturientes, dentre eles: Sônia Lansky, Ric Jones, Bianca A. de O. Zorzam, Bianca D. Amaral e Maíra F. Bittencourt, além de um relato inédito sobre o Programa do Governo Federal Trabalhando com Parteiras, nas palavras de Ticiana Ramos Nonato.
Destaque para a produção gráfica que contou com peças artesanais costuradas que integram a arte final do produto, através da técnica chilena chamada Arpilleras, c/ bordados produzidos por um grupo de mulheres, sob coordenação da artesã Esther Vital, que expressam entre retalhos, linhas e agulhas a riqueza de nossas parteiras, pertencentes ao nosso rico patrimônio imaterial brasileiro!

Serviço:

Lançamentos da publicação "Parteiras Caiçaras: relatos e retratos sobre parto e nascimento, em Cananeia, SP", organizado por Bianca Cruz Magdalena, Idealiza Gráfica & Editora
Data: 06/12, às 20 horas
Local: Ponto de Cultura "Caiçaras" - Av. Beira-mar, n° 07, Centro, em Cananéia/SP
Data: 10/12, às 15 horas
Local: Sesc Cacupé, em Florianópolis/SC, no Bazar Coisas de Mãe

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Avante!


Vimos hoje nesta segunda-feira dar um retorno sobre a Blogagem Coletiva da semana passada, pela não-violência contra as mulheres, tendo em vista o viés obstétrico, e o triste cenário que encontramos nos dias atuais, tão comumente citado por nós e outros espaços que debatem o tema.
Convidadas pelas editoras do Mamíferas a integrar a ação, divulgamos o link do post de Nanda Café c/ os vários meios virtuais que participaram também - Posts sobre violência contra a mulher no parto - aqui!
O Blogueiras Feministas deram o início desta campanha, e também reuniram as publicações, sobre violência contra a mulher, em diversas perspectivas, em Blogagem Coletiva - Fim da violência contra a mulher - aqui!
O blog Cientista que virou mãe, por Ligia Sena lançou a pesquisa que sua editora realiza em seu doutorado, sobre violência obstétrica, a qual está linkada na lateral de nosso espaço - participem! Lola, do Escreva Lola Escreva tb fez menção a iniciativa - aqui!
Nós, contribuímos na prosa c/ um post editado por Ana Carolina - aqui, em Violência obstétrica é violência contra a mulher.
Hoje mesmo, via Facebook, o obstetra Ric Jones salientou:
Na residência médica as episiotomias eram chamadas de "transamazônicas". Os contratados do hospital debochavam dos residentes que faziam-nas menores, e execravam os que (como eu) não as faziam de rotina. As episiotomias são o exemplo mais claro e evidente de que a medicina NÃO se expressa como uma ciência, mas, pelo contrário, está bem próxima das religiões, com dogmas que resistem décadas à evidência científica da sua inutilidade. Episiotomia é lesão corporal, sem consentimento explícito, e os legisladores, tanto quanto os que trabalham com direitos humanos, devem dar atenção a essa prática ritualística e punitiva medieval. PS: Se alguém discordar do que eu acabei de expressar, por favor, traga seus dados. Como sempre me dizia meu amigo Max: "In God we trust. All the rest, please, bring data"
Assim, em rede, seguimos, avante! Por um ideal. Por um sonho. P/ q toda mulher possa participar ativamente de seu parto, e proporcionar aos seus filhos a dádiva de nascer c/ respeito!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Post Extraordinário - Blogagem Coletiva: Violência obstétrica é violência contra a mulher

Pela segurança e qualidade do atendimento a gestantes, parturientes e seus familiares.
Nosso objetivo é sensibilizar a sociedade para a injustiça destes atos. Porque eles acontecem exclusivamente em nossos corpos, de mulheres. Fique à vontade com mais este convite para abrir-se ao novo.

O blog Parto no Brasil e o blog Mamíferas te convidam a repensar algumas concepções: aquilo que parece ser "parto" "normal" aqui no Brasil (cesárea eletiva, episiotomia, ocitocina, fórceps) não é igual para todas as mulheres; nem aqui no país, nem no mundo todo.


Sabe aquele corte na vagina no momento em que o bebê está nascendo? Não é necessário, quase nunca. Muitas mulheres parem bem, obrigada, sem ele. Mas tem que deixá-la acocorar-se, e também, pode ser que tenha que deitar-se no chão para pegar o bebê em um expulsivo super-partolândia.
Sabe aquela cesárea eletiva, marcada e realizada antes do início do trabalho de parto, com total indicação, apoio e recomendação por parte do médico obstetra? Ela acontece muito minoritariamente em países que adotam um modelo de assistência centrado no bem-estar físico e emocional das mulheres. O que, entre outros, requer a valorização do trabalho de Enfermeiras Obstetras e Obstetrizes, Parteiras, métodos não-farmacológicos de alívio da dor, e várias outras recomendações internacionais e nacionais.
A cesárea eletiva é um direito das mulheres quando sentem que não estão preparadas para o parto vaginal - agora, NINGUÉM está preparada, NUNCA, para o parto normal atual da maioria do SUS...
Sabe a imposição de parir deitada? É o maior absurdo do mundo, desculpe se desorganizo seu status quo..... É uma posição imprópria ao empoderamento feminino, convenhamos, em qualquer situação... E neste caso só beneficia quem está pegando o bebê, não quem está sentindo no corpo seu nascimento.
Tudo sem consentimento esclarecido. É!!! Ou vai dizer que o modelo padrão te ensinou tudo tudo sobre as 3 fases do parto? Fez você (e o acompanhante, quando foi o caso) tocar e sentir sua pelve, púbis.. e rebolar, assim como fez Janet Balaskas em São Paulo?
Você tem o direito de sair do parto do seu filho ou filha ILESA, corporalmente íntegra, sem nenhum ponto, e feliz!
Episiotomia é mutilação, quase sempre. Quando didática, dela se diz: "O primeiro ponto de um estudante de medicina é na vagina de uma mulher pobre do SUS". Faz trinta anos que há evidências científicas contra seu uso rotineiro, não é mito.
É preciso muita técnica para garantir isso tudo, admitimos. Então queremos ter a paz de poder escolher parir com parteiras, com segurança, qualidade e referência.
Mas infelizmente o ambiente hospitalar não têm nos garantido a prevenção da insuficiência respiratória, das aspirações de mecônio e internações em UTIs neonatais, das episios em 100% das primíparas, e ocitocina, fórceps e cesáreas indesejadas.... Para não falar da permissividade social para com toda essa violência....
Desqualificar este debate é aceitar a submissão? O objetivo é que venham propostas alternativas, e não apenas reclamações.
O blog Parto no Brasil faz o convite para ouvir, baixar e divulgar a peça dos Radialistas - Apaisonadas e Apaisonados , que está logo abaixo, neste post.

Na Venezuela, violência obstétrica compreende os seguintes atos cometidos por profissionais da saúde:

1 - Não atender oportuna e eficazmente as emergências obstétricas;


2 - Obrigar a mulher a parir em posição supina e com as pernas levantadas, existindo os meios necessários para a realização do parto vertical;


3 - Impedir o contato pele-a-pele precoce do bebê com sua mãe, sem causa médica justificada, negando-lhe a possibilidade de segurá-lo ou amamentá-lo imediatamente ao nascer;


4 - Alterar o processo natural do parto de baixo risco, mediante o uso de técnicas de aceleração, sem obter o consentimento voluntário, expresso e esclarecido da mulher;


5 - Practicar o parto por via de cesárea, existindo condições para o parto natural, sem obter o consentimento voluntário, expresso e esclarecido da mulher;


Em tais casos, o tribunal imputará ao responsável uma multa de 250 UTs a 500 UTs (Unidades Tributárias), devendo emitir cópia certificada da sentença condenatória definitiva ao respectivo conselho profissional ou associação sindical, para fins de procedimento disciplinar.


VIOLENCIA OBSTÉTRICA - CLIQUE PARA OUVIR

Tradução do site para o português, para acompanhar o áudio (e entender melhor o espanhol, se for o caso):
EFEITO AMBIENTE HOSPITAL, QUEIXAS DE PARTO
MÉDICO Deixe de queixar-se e suba à cama. Rápido, suba e levante as pernas que já está parindo.
MULHER Escute, doutor. Eu o que quero é dar a luz de pé. Eu me preparei para isso, se o disse.
MÉDICO Olhe, minha filha. Essas modas são para as clínicas privadas. Mas aqui… quem manda sou eu.
MULHER Mas, doutor…(QUEIXAS DE DORES)
MÉDICO Que se ponha na cama, lhe digo.
EFEITO (QUEIXAS, PRANTO, GRITO RECÉM NASCIDO)
CONTROL CORTINA MUSICAL
MULHER Pois sim, senhor juiz. Venho denunciar este médico pela violência obstétrica.
JUIZ Violência obstétrica?
MULHER Isso mesmo que eu disse, meritíssimo: violência obstétrica.
CONTROL GOLPE MUSICAL
LOCUTORA As mulheres venezulanas celebraram o 25 de novembro de 2006, Dia Internacional da Não Violência às mulheres, com bombos e pratinhos.
LOCUTOR Esse dia, quatro mil mulheres esperavam, desde muto cedo, a sessão especial da Assembleia Nacional da República Bolivariana da Venezuela.
MULHERES SLOGANS E CANTOS
LOCUTOR No Parlamento discutia-se a Lei Orgânica sobre o Direito das Mulheres à uma Vida Livre de Violência.
EFEITO CAMPAINHA
RELATOR A Magna Assembleia procede à votação…
EFEITO MURMÚRIOS
VOZES Aprovado, aprovado, aprovado…
CONTROL MÚSICA TENSIONANTE
RELATOR Aprovada… por unanimidade!
CONTROL APLAUSOS E CONSIGNAS DAS MULHERES
MULHER (TESTEMUNHO) Para nós foi um triunfo histórico. Custou muita briga contra muitos homens, inclusive revolucionários, que temiam perder seu poder. Nos chamaram loucas, lixos, insatisfeitas, nos ameaçaram. Mas ganhamos, ganhou a Venezuela.
HOMEM Como homens, estamos muito contentes. Nenhuma revolução pode concretizar-se se a metade da população sofre maus tratos.
CONTROL JOROPO MODERNO
LOCUTOR A Lei Orgânica sobre o Direito das Mulheres a uma Vida Livre de Violência na Venezuela é inovadora. Não há outra igual na América Latina nem no mundo.
LOCUTORA Esta lei tipifica 19 formas de violência contra a mulher. Uma delas, a mais surpreendente, é a violência obstétrica.
CONTROL GOLPE MUSICAL
MULHER 1 É violência quando a parturienta não é atendida oportuna e adequadamente.
MULHER 2 É violência quando é obrigada a parir deitada e com as pernas levantadas.
MULHER 1 É violência quando se lhe nega a possibilidade de ver sua crianza recém nascida.
MULHER 2 É violência quando se obriga à mulher a praticar-se uma cesárea sem necessidade.
CONTROL GOLPE MUSICAL
LOCUTOR A lei também penaliza a esterilização forçada, o tráfico e trata de mulheres, meninas e adolescentes, a violação sexual, a prostitução, a escravidão e o assédio sexual.
LOCUTORA Legisla sobre violência trabalhista, patrimonial e econômica, mediática, institucional e simbólica. Todas estas novidades se somam às mais conhecidas como a violência física, psicológica e doméstica.
CONTROL JOROPO MODERNO
MULHER 1 Ouça, vale. Que tuas mãos só se levantem para acariciar-me.
MULHER 2 Uma pátria sem violência para ti, para mim, para nossas filhas. Assim te quero, Venezuela.
#FimDaViolenciaContraMulher.
Participe da campanha!
Mais informações também em: http://blogueirasfeministas.com/2011/11/chamada-blogagem-coletiva-fim-violencia-contra-mulher/

Saúde pública e educação, cadê?!

Nesta última terca-feira, o programa da Rede Globo Profissão Repórter, dirigido pelo jornalista Caco Barcellos expôs um gravíssimo problema de saúde pública, especialmente nos rincões do Norte e Nordeste do País - a gravidez na adolescência!
Gatotas de 11, 12, 13 e 14 anos grávidas!
Na face de menina vemos quanta falta de estrutura educacional, mesmo c/ tanto acesso e informação disponível nos dias atuais, e tb a tamanha ilusão de que tornando-se mãe, ela poderá se emancipar e ser "dona" de sua vida, assim, para isso, muitas se casam p/ saírem da casa de seus pais, c/ rapazes mais velhos.
Na matéria podemos acompanhar, inclusive, o parto de algumas, naquele triste cenário que já sabemos, e não nos cansamos de nos angustiar - deitadas, amarradas, c/ as pernas p/ o alto: "Faz força, força...". E, mais uma vez questionamos: Até quando?!
Para assistirem acessem - Parte I e Parte II.
Em setembro deste ano este mesmo programa tratou do caos da saúde pública - aqui!
Imagem daqui.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Agenda Parto no Brasil

Confiram os eventos p/ este fim de novembro e início de dezembro, em nossa agenda semanal!
O I SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE HUMANIZAÇÃO DO PARTO E NASCIMENTO e I FÓRUM NACIONAL DE DOULAS, promovidos pela ReHuNa, com o apoio do Ministério da Saúde, ocorrerão na cidade de Brasília-DF, de 09 a 11 de dezembro de 2011.
O Seminário será o marco de outros que ocorrerão nas cinco regiões do país no ano de 2012, priorizando a Amazônia Legal e Nordeste. Além disso, os eventos tem como principais objetivos:
-> dar continuidade aos temas expostos na III Conferência;
-> promover o encontro d@s filiad@s, profissionais do serviço público e privado, das universidades e comunidades, simpatizantes pelo parto e nascimento humanizados;
-> articular e debater as propostas da política prioritária de saúde - Rede Cegonha do governo federal;
-> construir propostas para a expansão das Doulas na atenção à mulher gestante, no parto e no pós parto no serviço público.
Outras informações e as inscrições podem ser feitas pelo email: rehuna@rehuna.org.br, c/ os valores:
-> R$ 290,00 para profissionais e R$ 200,00 para profissionais filiad@s à ReHuNa;
-> R$ 200,00 para estudantes de graduação e R$ 150,00 para estudantes de graduação filiad@s à ReHuNa.
-> R$ 80,00 para participar por um dia, sem desconto para filiados a ReHuNa.
TEMAS
Conferência - O Projeto Rede Cegonha: situação atual, c/ Maria Esther Vilela - Coordenação da Saúde da Mulher – Ministério da Saúde
Conferência - Humanização da atenção a partos e nascimentos à luz dos direitos humanos, c/ Daphne Rattner – ReHuNa – IMBCO – UnB
Mesa redonda - Participação do parceiro no processo de cuidado da gestação e parto
Mesa redonda - Efeitos da cesárea na saúde de recém-natos sadios
Mesa redonda - Violência Institucional na Atenção Obstétrica
Mesa redonda - Preparo para a gestação e parto: Educação Perinatal e o trabalho das Doulas;
Apresentação da proposta de capacitação de Doulas Tutoras/ Multiplicadoras.
Palestra - A Comissão Perinatal e o movimento BH pelo parto normal
Palestra - Atenção humanizada ao RN normal e doente
Palestra - Amamenta

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Porque o parto é nosso!


Imagem daqui.
Hoje começamos o dia compartilhando muito material bacana pela blogesfera afora! Link
Bora lá?!
Desde a matéria desde último domingo, na capa do jornal Folha de São Paulo, sobre nossas altíssimas (e vergonhosas) taxas de cesáreas que muito se fala sobre o assunto (leiam na íntegra aqui!). Ontem, o blog Mamíferas divulgou um post redigido pelas três editoras do espaço, Kalu Brum, Renata Penna e Nanda Café e nos faz (re)pensar o porquê desses assustadores índices - 52% de cesarianas no Brasil, e agora?
Outro espaço que discute o tipo de assistência prestada a uma gestante pelo Sistema Único de Saúde (SUS), porém s/ ter o autor nomeado é o blog Pré Natal no SUS, onde relatam-se as consultas, os exames, o atendimento, e a falta da boa prosa sobre gestação e parto, que é o que toda mulher mais necessita e deseja durante essa fase.
Indo de encontro a esta questão, em maio de 2010 escrevi um post no Mamíferas sobre como proporcionar de forma democrática e, inclusive, socialista, uma assistência p/ todas, e não apenas para àquelas que detém a (boa) informação, e um cuidado 1:1 durante o trabalho de parto e no parto, em Antropologia Militante.
Em setembro, neste mesmo veículo falei da responsabilidade da própria mulher neste momento, que deve ser protagonista de sua história, e não somente delegar ao médico/a como será seu parto e o nascimento de seu filho/a, em Tomar para si as rédeas da situação.
Finalizo c/ o blog PNAC - Parto Normal Após Cesárea, da doula Rebeca Celes, sobre relatos de parto após cesáreas anteriores - aqui!
Pois, o parto é nosso!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Boas novas da Casa Ângela!


Foto de Bianca Lanu
Por Franciely Schermak
Queremos compartilhar com vocês uma grande conquista.
Finalmente a Casa Ângela - Casa de Parto da zona sul de São Paulo, está em funcionamento. No mês passado selecionamos a nova equipe de enfermeiras obstetras e neste momento estamos em treinamentos para oferecermos um serviço de qualidade.
Assistimos há 15 partos neste mês com ótimos resultados.
Como filosofia de trabalho estamos adotando a INTERNATIONAL MOTHERBABY CHILDBIRTH INITIATIVE - 10 Passos para a otimização dos serviços de maternidade Mãe-bebê - (www.imbci.org)
A proposta de assistência é o acompanhamento do pré-natal (consultas, cursos, oficinas e trabalho corporal), assistência ao parto natural, atendimento de pós-parto, visita domiciliar, consultas de puericultura, incentivo e apoio ao aleitamento materno com posto de coleta, cursos mãe-bebê e oficinas que se estendem até o 1º ano de vida.
A possibilidade de funcionamento da casa se deve a um modelo financeiro auto-sustentável, onde oferecemos atendimento gratuito para as mulheres da área de abrangência da casa e particular para mulheres de outras regiões com opções de pacotes e negociações acessíveis.
Neste sentido também contamos com a colaboração de todos para divulgação da casa pois agora precisamos aumentar a demanda e com isso colaborarmos para um mundo melhor.
Em relação aos treinamentos da equipe, gostaríamos de contar com profissionais que tenham disponibilidade para compartilhar seus conhecimentos.
Convidamos todos para conhecer a Casa Ângela. Todas as quartas-feiras às 09:30 horas temos um grupo de acolhimento para mulheres, casais, profissionais e interessados em conhecer a casa.
Um grande abraço, Equipe Casa Ângela.
Contatos pelo e-mail: casaangela@monteazul.org.br e/ou pelo site: www.casaangela.org.br
Leiam tb:
O movimento do parto humanizado natural, pelo jornalista Luis Nassif - aqui!
E, As casas, o parto e o público, por Nanda Café, do blog Mamíferas - aqui!

domingo, 20 de novembro de 2011

Post Extraordinário - Folha de São Paulo: Cesáreas superam partos normais pela primeira vez no país

Folha de São Paulo
Saúde
Domingo, 20 de novembro de 2011.

A professora universitária Verônica Toste, 30, e sua filha Luisa, em sua casa no Rio
(Foto de Marcos Michael, Folhapress)
Cesáreas superam partos normais pela primeira vez no país
Em 2010, 52% dos partos no Brasil foram cirúrgicos; em hospitais privados, taxa é de 82%, na rede pública, 37%
Dificuldade de achar leitos em hospitais e menor remuneração para parto normal explicam a tendência
ANTONIO GOIS
DENISE MENCHEN
DO RIO
Pela primeira vez, o Brasil registrou mais cesarianas do que partos normais. Tabulações feitas pela Folha no DataSUS, sistema do Ministério da Saúde, mostram que o percentual de partos cesáreos chegou a 52% do total em 2010. Em 2009, eles já tinham se igualado aos normais.
A Organização Mundial da Saúde recomenda uma taxa em torno de 15%. A cirurgia, quando bem indicada, traz benefícios à gestante e ao recém-nascido, mas, quando feita indiscriminadamente, pode elevar os riscos para a mãe e para o feto.
Como o parto é marcado com antecedência, ele pode ocorrer antes do tempo adequado, levando o bebê a ter problemas associados à prematuridade.
"Esse é o grande perigo do aumento das cesáreas. Mesmo com todos os exames, a medicina não é uma ciência exata", diz o coordenador da Câmara Técnica de Parto Normal do CFM (Conselho Federal de Medicina), José Fernando Maia Vinagre.
No país, o grande número de cesarianas é puxado pelo setor privado, em que cerca de 80% dos partos são cirúrgicos desde 2004. Mas é no SUS que essa taxa está aumentando: passou de 24% para 37% na década passada.
EPIDEMIA
O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, diz que o aumento é preocupante e que os atuais patamares de cesáreas são inaceitáveis, chegando a níveis "escandalosos" no setor privado. Ele classifica as altas taxas como uma epidemia.
Segundo ele, está havendo uma contaminação do SUS pelo setor privado. "Entre 70% e 80% dos médicos estão nos dois sistemas e eles transportam práticas da rede particular para o SUS."
Outro motivo que ele aponta para o crescimento é a deterioração da formação médica na década passada. "Milhares de estudantes se formam sem ter feito parto normal", diz o secretário.
Magalhães cita fatores econômicos e culturais para a elevação das cesáreas. A maior inserção feminina no mercado de trabalho, por exemplo, tem levado mulheres a optar pela comodidade de marcar data e horário do parto até na rede pública.
José Fernando Maia Vinagre, do CFM, diz ainda que muitas pacientes do SUS podem estar se mirando no exemplo das classes mais altas ao escolher a cirurgia. "Na saúde suplementar, o natural passou a ser o parto cesáreo", afirma.
Ele diz também que o número elevado de cesáreas no setor público pode estar relacionado a problemas no pré-natal. "Se o pré-natal for malfeito, o médico só vai detectar eventuais problemas na hora do parto e pode acabar optando pela cesárea."
Uma das apostas do governo para diminuir as cesarianas no SUS é a ampliação de centros de parto normal, unidades criadas só para esse fim. Hoje, são 25 no país. A meta é ter mais 250 até 2014.
REMUNERAÇÃO
Na saúde privada, há outros fatores que explicam o alto número de cesarianas. Um deles é a remuneração do obstetra e da equipe em partos normais pelos planos de saúde, considerada insuficiente pelos profissionais.
"O trabalho de parto, especialmente do primeiro filho, pode durar até 12 horas. Já na cesárea, o médico escolhe o horário mais conveniente e, em uma hora e meia, já está liberado. Alguns planos até remuneram melhor o parto normal do que a cesárea, mas mesmo assim não compensa", diz Vinagre, do CFM.
Outro problema é a dificuldade de encontrar leitos em maternidades quando a gestante entra em trabalho de parto -fica mais fácil marcar a cirurgia com antecedência. Os custos, porém, costumam ser maiores, já que a recuperação da mãe é mais lenta e, nos casos em que o bebê nasce prematuro, são comuns as internações em UTI.
"Tive de mudar de médico para evitar cesárea"
DO RIO
DE SÃO PAULO
A professora universitária Verônica Toste, 30, do Rio, diz que a gestação da primeira filha, nascida em setembro, foi tranquila, com exceção de um aspecto: o aborrecimento com o obstetra, que criava empecilhos para realizar o parto normal.
Nas consultas do pré-natal, o médico tentava dissuadi-la do parto normal dizendo que ela sentiria muita dor. Depois, passou a argumentar que o plano de saúde não remunerava as horas na sala de parto, o que ela descobriu não ser verdade, após consultar a operadora.
Mesmo assim, o médico quis cobrar R$ 2.000 para fazer o parto e disse que ela teria de pagar pelo pediatra da equipe, que não era do convênio. "Ele criou tantos empecilhos que acabei trocando de médico no oitavo mês."
Verônica conta que, conversando com amigas, descobriu que todas foram submetidas a cirurgias cesarianas, muitas convencidas com argumentos médicos. Foi o que aconteceu com a técnica em enfermagem Patricia Reis França, 33, de São Paulo, mãe de dois filhos nascidos de cesárea.
Quando engravidou pela primeira vez, sua intenção era ter o bebê por parto normal. "Mas, na época, o médico disse: 'Você vai sofrer mais, pode ficar até 12 horas em trabalho de parto'. Como eu tinha medo de ficar esse tempo todo sentindo muita dor, ele conseguiu me convencer", conta.
A chef de cozinha Mariana Costa, 20, de São Paulo, conta que também queria fazer parto normal, mas, quando engravidou pela primeira vez, no ano passado, seu médico recomendou a cesariana quado ela estava com oito meses de gravidez.
"As duas opções têm lados bons e ruins. Eu optei pela cesárea para ficar mais tranquila e me senti mais segura. É bom porque dá para você se preparar, não tem que sair correndo para o hospital."(AG, DM E MARIANA VERSOLATO)
Comissão quer obstetra de plantão em hospital
Proposta é de entidades médicas para estimular parto normal no setor privado
Médico que acompanha a gestação seria chamado só na hora do parto, para evitar necessidade de espera
DO RIO
Para tentar reduzir o número de cesarianas na rede privada, entidades querem que os hospitais mantenham equipes especializadas de plantão para acompanhar as primeiras horas do trabalho de parto das gestantes.
Com isso, o obstetra que fez o pré-natal poderia ser acionado só quando o nascimento estivesse se aproximando -a longa duração do processo é um dos motivos pelos quais muitos médicos optam pelas cirurgias.
Essa é uma das propostas da Comissão de Parto Normal, criada em 2009 pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) para estimular esse tipo de parto sempre que não houver indicação clínica para a cesárea.
"A cesariana é muito importante em alguns momentos, salva vidas, mas no Brasil tem sido feita de forma excessiva", diz a gerente de assistência à saúde da ANS, Karla Coelho.
Segundo ela, a agência já leva em consideração a evolução do número de cesáreas ao fazer a avaliação das operadoras de planos de saúde, mas isso não tem sido suficiente para diminuir as altas taxas na saúde suplementar.
MEDIDAS
Para isso, avalia, é necessário adotar uma série de ações conjuntas, que a agência busca estimular junto às operadoras. Além das equipes de plantão, por exemplo, Coelho defende a disseminação de salas de pré-parto, onde a gestante possa ficar durante o trabalho de parto, acompanhada por enfermeiros obstétricos.
Integrante do grupo técnico de obstetrícia do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), Jacqueline Torres diz que, em países como a Holanda, a maior participação desses profissionais melhorou a qualidade dos partos.
"São profissionais treinados para acompanhar o trabalho de parto e, diferentemente dos médicos, têm uma formação mais de aguardar do que de intervir", afirma. Outra medida em estudo é a adoção, pela rede privada, de iniciativas já vigentes no SUS, como o cartão da gestante e o partograma.
INFORMAÇÃO ABERTA
O cartão é um documento com informações sobre o histórico da gestação, inclusive com resultados de exames.
Na avaliação de José Fernando Maia Vinagre, do Conselho Federal de Medicina, isso daria mais tranquilidade à gestante para optar pelo parto normal: mesmo que o obstetra responsável pelo acompanhamento no pré-natal não esteja disponível no dia do parto, todas as informações importantes estariam acessíveis para o profissional que assumir o procedimento.
Hoje, muitos médicos mantêm essas informações em seus consultórios, sem repassá-las para a paciente.
Já o partograma é um registro da evolução do trabalho de parto, com informações como o número e a frequência das contrações e o grau de dilatação.
Além de orientar o trabalho da equipe, o documento poderia permitir que as maternidades acompanhassem de forma mais fácil a conduta de suas equipes. Segundo Vinagre, o CFM estuda editar uma resolução obrigando os médicos a preencher esses documentos.
Para Coelho, da ANS, é importante que as operadoras de planos formem grupos de gestantes para abordar a questão do parto normal. "É preciso desmistificar a questão da dor." (AG E DM)
FRASES
"O parto normal pode durar até 12 horas. Na cesárea, o médico está liberado em uma hora e meia. Alguns planos remuneram melhor o parto normal do que a cesárea, mas mesmo assim não compensa"
JOSÉ FERNANDOMAIA VINAGRE - do Conselho Federal de Medicina
"Meu médico disse que eu poderia sofrer mais no parto normal. Como eu tinha medo de ficar sentido dor, ele conseguiu me convencer a fazer cesárea"
PATRÍCIA REIS FRANÇA - técnica em enfermagem
Fonte: Folha de São Paulo, link http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/index-20111120.shtml - acesso restrito a assinantes UOL ou FSP.

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O blog Parto no Brasil publica hoje a matéria da Folha de São Paulo que foi a manchete do domingo. A edição nacional teve tiragem de 544.555 exemplares. Ou seja, felizmente, milhares de brasileiros serão forçados a consumirem esta informação hoje. Agora, para quantos isto vai fazer algum sentido e que sentido será dado né, só podemos imaginar.
Aos nossos leitores, vale observar que o texto está razoavelmente alinhado ao que o movimento pela humanização do parto reclama. Mas muitos outros detalhes deste contexto foram silenciados - não há menção à violência obstétrica que é praticada contra as mulheres no setor público (com mais normalidade e crueza) e no setor privado (geralmente de forma velada ou anestesiada). Em contrapartida, a cesárea eletiva é novamente marcada na conta das mulheres - normalizado a falácia de que estas taxas são em parte resultado do desejo das mulheres.
As mulheres têm o direito de escolher pela cesárea? Têm. E deveriam ter seu direito assegurado, sempre (e especialmente aqui no Brasil, em que o parto vaginal é prá lá de inadequado). Agora, o ponto é mais complexo que simplesmente autonomia e desejo: o sistema de saúde deve melhorar a qualidade de seus modelos de atenção; e os profissionais devem esclarecer as mulheres sobre os riscos e benefícios sobre cada procedimento. Aí sim poderíamos conversar legitimamente sobre direitos sexuais e direitos reprodutivos, os quais preveem, além da garantia de autonomia da mulher, também a possibilidade de viver a experiência da reprodução livre de discriminação, imposição e violência.
Também temos o direito de receber atenção profissional por especialistas bem treinados. O trabalho das enfermeiras obstetras perde-se no meio das informações que a Folha traz, não é valorizado como gostaríamos, como outras experiências já comprovaram como altamente protetoras e promotoras da saúde de mulheres e bebês. O trabalho das obstetrizes não é sequer mencionado - poderia já estar articulado à construção de duas centenas de Centros de Parto Normal (CPNs) no país, não é mesmo? Pelo contrário, a "versão da realidade" comunicada pela Folha, circunscreve nossas barrigas grávidas ao universo médico-obstétrico. Uma tragédia!
Não há uma 'que' sobre a integridade física da mulheres, o que por sua vez normaliza que este não é um desfecho relevante para a saúde materna. É a legitimação social da violência contra as mulheres na maternidade, que para fazer nascerem seus filhos, podem levar (de um médico!!!) a faca na barriga ou na vagina. Silêncio absoluto.
E seu eu fosse homem feminista, ainda estaria 'de cara' com a ausência da seguinte informação: dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) de 2006 registram que apenas 16% das parturientes tiveram assegurado seu direito à companhia de uma pessoa familiar durante a internação. Estes são os números mais atuais, publicados pelo Ministério da Saúde em 2009.
Qual o seu comentário a respeito?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Post Extraordinário - Em mares manezinhos: Naoli Vinaver!

Pois bem, não é novidade para ninguém que a parteira tradicional mexicana, e tb antropóloga, Naoli Vinaver está em solos brasileiros, na Ilha da Magia, em Florianópolis/SC, de mala, cuia e crias!
Para quem teve a oportunidade de conhecê-la pessoalmente pode encontrar por trás da linda parteira de olhos verdes, uma mulher sensível, carinhosa, iluminada! E, saborear suas histórias e seu rico conhecimento é uma dádiva!
Já instalada, ela resolveu organizar um curso onde serão compartilhadas técnicas tradicionais de cuidados durante a gestação, parto e pós-parto, e, nós brasileir@s adoramos!
Logo depois do I Seminário Nacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, promovido pela ReHuNa, em Brasília/DF, dos dias 09 a 11 de dezembro teremos o CURSO DE IMERSÃO COM NAOLI VINAVER - Gravidez, Parto e Pós-Parto, dos dias 11 a 14, no Centro Antroposófico de Educação - Sagres, na R. da Macela, 80 - Tavares . Confiram abaixo a programação (clic na imagem p/ ampliá-la), e tb alguns fotos de um Workshop que participei em agosto passado c/ ela, em Curitiba/PR, pelo Anauê Teinõ!






Agenda Parto no Brasil

Confiram os eventos em nossa agenda semanal!
ENCONTRO DE GESTANTES - 16/11/2011

TEMA: Os cuidados com o bebê - Das 20 às 22 horas, na R. Padre Anchieta, 820, Mercês, em Curitiba/PR, c/ Inês Baylão e Talia Souza.

18º Encontro GestaMaringá / 2011 - Procedimentos de Rotina com o RN
No dia 19, sábado, às 16 horas, na R. Ribeirão Claro, 253 - Zona 08, em Maringá/PR.
É essencial confirmar presença através dos telefones (44) 3028-0415, c/ Patricia e (44) 3028-1375, c/ Renata ou por email: gestamaringa@gmail.com, pois como doulas podemos precisar cancelar o encontro para atender trabalho de parto.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Agenda Parto no Brasil

Confiram os vários eventos e encontros deste mês de novembro em nossa agenda semanal!
VII Congresso Brasileiro de Epidemiologia
Grandes nomes da saúde materna estarão reunidos em São Paulo, confiram na programação:
Segunda-feira, dia 14
14:40 às 16h – Holiday Inn - Jequitibá Branco
Painel: Evolução da morbidade e mortalidade materna
Coordenadora: Maria do Carmo Leal
- Ruy Laurenti – FSPUSP: Morbidade e mortalidade materna
- Dacio Rabello – SVS: Informações sobre mortalidade materna
- Tânia Di Giacomo Lago - SES/SP: Evolução da Mortalidade Materna no Estado de São Paulo -2006-2009
Anhembi - Auditório 9
Painel: Epidemiologia e gênero
Coordenadora: Lilia Blima Schraiber - Medicina Preventiva / USP
- Estela Maria Motta Lima Leão de Aquino - Instituto de Saúde Coletiva, UFBA: Epidemiologia, sexualidade e reprodução
- Ana Flavia Pires Lucas D’Oliveira - Departamento de Medicina Preventiva, USP: Epidemiologia, violência e gênero
- Lucia Rotenberg - Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ: Gênero, trabalho e epidemiologia
Quarta-feira, dia 16
14:40 às 16h – Anhembi - Sala 2
Painel: Parto cesáreo e suas consequências para puérpera e recém-nascidos
Coordenadora: Silvana Granado Nogueira da Gama – FIOCRUZ;
- Maria do Carmo Leal - Escola Nacional de Saúde Pública / FIOCRUZ/RJ: Aspectos Metodológicos e principais resultados do Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento;
- Antonio Augusto Moura da Silva – UFMA Incidência de near miss neonatal do Inquérito nacional sobre Parto e Nascimento;
- Marcos Augusto Bastos Dias Inst. Fernandes Figueira – FIOCRUZ Incidência de near miss materno do Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento
EPI 2011 - www.epi2011.com.br
Curso Temático com Jean-Paul Rességuier, sábado, dia 19, às 9h e dia 20, às 18h, Brasília (local à confirmar)
TEMÁTICA: “MATERNIDADE E FEMINILIDADE”.
Investimento: R$ 400,00

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Safe Motherhood Quilt Project


Hoje divulgamos um lindo e habilidoso trabalho, coordenado pela parteira americana Ina May Gaskin, sobre as altas taxas de mortalidade materna nos Estados Unidos, o Safe Motherhood Quilt Project.
Em peças de patchwork mulheres voluntárias bordam os nomes e as histórias de mães que faleceram durante o parto, sendo que as peças são expostas com o intuito de sensibilizar a população frente a este sério problema de saúde pública.
Visitem o site e conheçam em detalhes a iniciativa - http://www.rememberthemothers.net/
Vejam os quilts no link e assistam também o vídeo - http://www.rememberthemothers.net/quilt/thumbnails.php?album=4

domingo, 6 de novembro de 2011

Post Extraordinário - Parto (In) Seguro: Experiências no Brasil e no Reino Unido

Parto (In) Seguro: Seminário Internacional sobre Segurança e Qualidade na Assistência ao Parto
O que as próprias mulheres podem fazer para melhorar a qualidade do seu cuidado?
Como aumentar a segurança e referência para os partos fora do hospital?
Cartaz de Bia Fioretti
O Brasil não tem conseguido reduzir a morbimortalidade materna, e enfrenta um aumento de nascimentos de bebês prematuros e de baixo peso. São resultados de problemas de vigilância, avaliação e planejamento das ações em saúde, todas permeadas por dimensões culturais.
Por meio do SUS, o país tem conseguido uma grande vitória que é a universalização do cuidado à saúde. Agora, é hora de dar atenção à qualidade e à segurança do cuidado.
Intervenções benéficas e seguras, como grupos educativos no pré-natal, presença de acompanhantes no parto, garantia da privacidade das pacientes, e recursos não-farmacológicos para alívio da dor, não têm sido oferecidos à maioria das mulheres, nem quando previstos em lei. Pesquisas brasileiras mostram taxas de depressão e estresse pós-traumático pós-parto mais alto que em outros países.
No Brasil, a assistência ao parto se caracteriza pelo uso excessivo de intervenções como cesáreas, episiotomias, fórceps e aceleração do parto com drogas. Tais intervenções podem levar a conseqüências adversas à saúde de mães e bebês: no curto prazo (período perinatal), e em alguns casos, com implicações para o resto da vida.
Estes aspectos do cuidado e suas conseqüências são problemas de segurança e de qualidade da assistência, e devem fazer parte dos sistemas de informação em saúde.
As Metas do Milênio propostas pela ONU, além de provocarem algumas transformações concretas, servem também como um tipo de diagnóstico da situação atual. A expectativa é de que a Meta do Milênio número 5 (redução de três quartos da mortalidade materna entre 1990 e 2015) não será alcançada, em nenhum estado do país.
A Faculdade de Saúde Pública da USP quer enriquecer este debate e, para isso, convida a comunidade para o encontro da Profa. Jane Sandall, do Reino Unido, com três especialistas brasileiras: Dra. Sonia Lansky, de Belo Horizonte, MG; Dra. Maria Esther Vilela, de Brasília-DF; e Dra. Simone Grilo Diniz, docente na FSP/USP. (Confira mini-cvs abaixo).
Como mudar este quadro? Venha discutir conosco!
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Parto (In) Seguro: Seminário Internacional sobre Segurança e Qualidade na Assistência ao Parto
Data: Quarta-feira, 09 de novembro de 2011
Horário: 14h às 17h
Local: Auditório João Yunes, Faculdade de Saúde Pública da USP
Endereço: Av. Dr. Arnaldo, 715 - São Paulo – SP (Metrô Clínicas)
Público alvo: Gestores, profissionais de saúde, pesquisadores, estudantes, usuários da saúde, movimentos de mulheres
Inscrições gratuitas, certificados e informações: svalunos@fsp.usp.br
Haverá tradução simultânea.
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Convidadas:
Jane Sandall é socióloga e parteira (midwife), coordenadora do Centro de Pesquisa sobre Inovação na Segurança dos Pacientes e na Qualidade da Assistência, do Sistema Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido, sediado no King's College London, onde é professora na Divisão de Saúde da Mulher.
Sonia Lansky é médica pediatra, coordenadora da Comissão Perinatal da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, MG. A experiência de "BH pelo parto normal" é destaque internacional, tendo sido premiada pela OPAS/OMS Brasil, em 2011, no concurso Boas Práticas em Iniciativa de Maternidade Segura.
Maria Esther Vilela é médica obstetra, coordenadora da Área Técnica da Saúde da Mulher no Ministério da Saúde, Brasília, DF. Está à frente da implementação da Rede Cegonha, projeto de governo que prevê, entre outros, a efetivação da "linha do cuidado às gestantes", em âmbito municipal.
Simone Diniz é médica, doutora em Medicina Preventiva, livre-docente do departamento de Saúde Materno-infantil da FSP/USP. Líder do grupo de pesquisa do CNPq GEMAS (Gênero, Evidências, Maternidade e Saúde), e coordenadora da Pesquisa Nascer no Brasil na região Sudeste.
gemas.usp@gmail.com
Realização
GEMAS (Gênero, Maternidade, Saúde)
Apoio
Departamento de Saúde Materno-Infantil da FSP/USP Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx/FSP/USP)
Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP
OMS/OPAS Brasil – Unidade Técnica Saúde da Mulher, do Homem, Gênero e Diversidade Cultural
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo – Áreas Técnicas de Saúde da Mulher e da Criança
Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo - SECONCI-SP
Instituto Camargo Corrêa GAMA - Grupo de Apoio à Maternidade Ativa
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Por Ana Carolina A Franzon e Simone G Diniz
Gênero, Maternidade e Saúde - GEMAS/FSP/USP

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Estudo aponta aumento de pré-natal e idade das mães

O número de nascimentos no país continua em queda, a faixa etária das mães é maior e as gestantes realizam mais consultas pré-natal e mais cesáreas. Quanto ao perfil epidemiológico dos nascimentos, persistem diferenças importantes segundo regiões e porte do município de residência da mãe. É o que conclui a publicação Saúde Brasil 2010 no capítulo “Como nascem os brasileiros: descrição das características sociodemográficas e condições dos nascimentos no Brasil”.
De acordo com o estudo, a proporção de mães com nenhuma consulta pré-natal reduziu no país de 4,7% para 1,8%, entre 2000 e 2009. “Este aumento tem sido considerado um dos principais indicadores de acesso e qualidade da atenção à saúde da mulher e da criança”, destaca o diretor de Análise de Situação da Saúde do Ministério da Saúde e coordenador da publicação, Otaliba Libânio. As conclusões do Saúde Brasil 2010 estão sendo apresentadas e discutidas durante a 11ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), que vai até a próxima quinta-feira (3), no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, em Brasília (DF).
A Rede Cegonha, estratégia lançada pelo Ministério da Saúde em março deste ano, tem o objetivo de ampliar o acesso das gestantes aos serviços de saúde como também melhorar a qualidade da atenção às crianças até o segundo ano de vida do bebê. A Rede também prevê uma assistência mais humanizada no Sistema Único de Saúde e o direito ao parto natural sem o excessivo intervencionismo ou indicação médica.
Houve crescimento da proporção de mães que declararam ter realizado sete ou mais consultas durante a gestação, em todas as regiões do país. O melhor indicador está na região Sul, que passou de 65,3% para 80,5%, entre 2000 e 2009, nos municípios com mais de 500 mil habitantes. Já a menor freqüência está na região Norte, que subiu de 38,2% para 42,3% no mesmo período.
Em 2000, a proporção de nascidos vivos de mães que não realizaram nenhuma consulta de pré-natal, segundo porte de município de residência da mãe, era expressiva: em locais com menos de 100 mil habitantes, o índice era mais elevado (6,2%) que em municípios com mais de 100 mil habitantes (3,4%).
Nascimentos – Lançado anualmente pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, o Saúde Brasil faz uma análise da situação de saúde dos brasileiros. As conclusões norteiam a formulação de ações e políticas públicas de saúde. De acordo com os dados de 2009 (último ano considerado no estudo), o total de nascimentos no país passou de 3,2 milhões no ano 2000 para 2,8 milhões em 2009; ou seja, aproximadamente 320 mil nascimentos a menos no período de nove anos.
As mães com menos de 20 anos de idade representaram 20% do total de nascimentos. Já aquelas com mais de 30 anos representaram 26,7%. A diferença é maior se considerados os municípios de maior porte, com 500 mil habitantes ou mais: os nascimentos de mães adolescentes representaram apenas 16% do total, enquanto que os de mães com 30 anos ou mais superaram 32%.
Partos – O percentual de partos cesáreas aumentou no Brasil, passando de 38% em 2000 para 50,1% em 2009. “A operação cesariana, quando adequadamente indicada, traz benefícios à gestante e ao recém-nascido. Mas, o uso indiscriminado dela pode implicar em riscos para a mãe ou a criança”, alerta Otaliba Libânio.
Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, observam-se elevadas proporções de parto cesáreo (superiores a 50%). Já nas regiões Norte e Nordeste, são marcadas as diferenças segundo porte: nos municípios de menor porte, um pouco mais de 30% dos partos são cesáreos, enquanto que nos municípios de maior porte a proporção de partos cesáreos supera 50%.
Outro indicador abordado no Saúde Brasil se refere ao nascimento de crianças com baixo-peso, que passou de 7,7% em 2000 para 8,4% em 2009. Em 2009, o percentual de nascidos com baixo peso variou de 9,4% nos municípios de maior porte a 7,4% nos de menor porte, sendo esses percentuais maiores nas regiões Sul e Sudeste, independente do porte populacional.
Segundo Otaliba Libânio, o aumento do percentual de cesarianas quando relacionado ao aumento do baixo peso ao nascer e da prematuridade (principalmente, nos municípios de maior porte populacional) pode indicar um excesso de intervenções durante a atenção ao parto com procedimentos que, muitas vezes, não apresentam indicação médica e que trazem, como consequência, complicações para o recém-nascido.
Veja os gráficos na matéria aqui!
Fonte: Alethea Muniz - Agência Saúde.

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