segunda-feira, 31 de maio de 2010

Premiada do sorteio do wrap sling da Sun Kepina

A ganhadora do sorteio desse mês de maio é Debora Diefenthaler!!!
"Todos muito lindos e de muito bom gosto! PARABÉNS! Tenho um príncipe de 4 meses e sou uma mamãe coruja, este de coruja esta muitooooooo lindooo!! Pelas fotos postadas deve ser muito confortável para os bebês, com certeza uma ótima sugestão de presente tb!"
Parabéns Debora e muito obrigada pela participação de tod@s e pela contribuição de Tamara & Sun Kepina!!!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Fotos da Exposição Fotográfica Parir e Nascer: do trauma ao prazer em Cananéia/SP

Postei hoje fotos da exposição realizada em Cananéia/SP, em comemoração à SMRN - 2010, linkadas na nova sessão do Blog Parto do Brasil ESPECIAIS > ATIVISMO, para vê-las clique aqui!

O nascimento dos mamíferos humanos

Download do texto O nascimento dos mamíferos humanos, de Michel Odent, clique aqui!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Parto e Poder

Estou relendo a tese de doutoramento em Antropologia da querida Susi (Carmen Susana Tornquist). A pesquisa, intitulada "Parto e Poder: O Movimento pela Humanização do Parto no Brasil", foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UFSC) em 2004, e está integralmente disponível na internet (acesse aqui).
Trago um trecho da etnografia que a antrópologa fez da maternidade do HU da UFSC, mais especificamente, a descrição de um período expulsivo típico (e que acaba em cesárea): trata das dores do parto, do ritual médico da cirurgia e do posicionamento das pessoas envolvidas diante destas dinâmicas.

O tempo de espera na sala de pré- parto é o tempo da entrada na liminaridade: ali, a mulher e seu/sua acompanhante estarão isolados, e inicialmente tranqüilos, à espera de que as dores aumentem, é um tempo de espera e onde se dá a entrada da mulher- em algum momento de difícil previsão- na liminaridade, quando dores se ntensificam, e ela se transforma em função da dor e dos descompassos entre o desejo de acelerar o processo e a impossibilidade de controlar totalmente a hora da expulsão.

Para Turner e Van Gennep, este momento é marcado pel presença de forças contraditórias e incontroláveis, que precisam ser manipuladas pelos envolvidos. Não há dúvida de que forças fisiológicas orientam este processo - não se sabe em que momento o colo vai dilatar totalmente e o bebê vai entrar no terceiro estágio do parto (puxo), e este processo independe do desejo da mulher e mesmo de muitos dos recursos de aceleração que às vezes são ministrados ser ministrados pela equipe.

Este é o ápice da dor e/ou do sofrimento, a hora em que se ouve subitamente muita gente invocar Deus, Virgem Maria e outros santos - num ambiente onde não se encontra nenhum signo de religiosidade e onde poucas vezes se escuta falar de deus.

No caso dos partos normais - o que se busca, em última instância, nesta Maternidade- há que se lidar com a tão esperada chegada da dor (prenúncio da proximidade do parto) e com o manejo dela, trazendo a cena a noção de risco, angústia, tensão. Muitas vezes, é neste período em que o médico decide por uma cesárea, e esta decisão vem a controlar as tensões da equipe e, por vezes da parturiente, embora muitas comecem a tremer e a manifestar outro sentimento, em geral compartilhado pelos acompanhantes, que é o medo.

Após a decisão pela cesárea, há toda uma movimentação que envolve mudança de sala, chamamento de outros profissionais, preparação dos instrumentos. A mudança de postura diante das expressões da dor e de método, e o estado de descontrole é rapidamente controlado.

A cesárea seria as forma mais perfeita de aplacar a dor, por cabo aos suplícios do trabalho de parto antecipando a vinda do bebê, procedimento mais adequado dentro do ritual médico, oferecendo tudo que medicina dispõe (da supressão da dor ao horário previsto), símbolo máximo da medicalização do corpo e da vida.

Mas a ideologia da humanização postula que ela retira da mulher sua feminilidade, então, colocando a diante de um dilema: como lidar com a dor (com sua expressão contrária ao que é visto como obrigatória) neste contexto?

Parto e Poder. TORNQUIST, 2004. (p. 302).

E, lógico, gostaria de saber da opinião de vocês sobre as dores e o hospital, as contrações e os analgésicos, as decisões que são tomadas e as intenções que ficam presas à memória. Até que ponto cada um de vocês sentiu-se realmente empoderada? Ou então, como se sentiram diante das tomadas de decisão que atingiram seu corpo e o nascimento de seus filhos? Como percebem as responsabilidades, suas e da equipe de assistência?
Você avalia que conseguiu controlar seu trabalho de parto e parto? Como?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

sábado, 15 de maio de 2010

Evento na Faculdade de Saúde Pública - USP

Neste mês de maio, o Departamento de Saúde Materno-infantil da FSP promoverá um ciclo de seminários intitulado Direitos e Saúde Materna. No dia 19, das 14 às 17h, no Auditório João Yunes será realizado o evento “Parto e Nascimento Respeitoso: do Trauma ao Prazer”. Na ocasião, será inaugurada a exposição de fotografias em comemoração à Semana Mundial de Respeito ao Nascimento (SMNR) 2010 - "Parir e Nascer: do trauma ao prazer". Os eventos são co-organizados pelo Departamento de Saúde Materno-Infantil da FSP; GEMAS – Gênero e Evidência, Maternidade e Saúde e Parto do Princípio – Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa. As inscrições para o evento serão isentas de taxa e poderão ser feitas através do site da FSP, até o dia 18/05. Serão fornecidos certificados de participação. Mais informações com Simone G. Diniz - Tel. (0xx11) 3061.7124/e-mail: sidiniz@usp.br

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Carta aberta a Alexandre Garcia , por Daphne Rattner

Brasília, 12 de maio de 2010 - Prezado Alexandre Garcia,
foi com imensa tristeza que tomamos conhecimento de seus comentários levianos sobre a excelente iniciativa do Governo do Distrito Federal em organizar seus serviços, a começar pela maternidade do Gama, de forma a possibilitar a presença de acompanhante de escolha da parturiente durante o trabalho de parto, no parto e pós-parto imediato, conforme preconiza a Lei 11.108 de 2005.
Um governo não deveria ser criticado por se propor a cumprir uma lei.
Por outro lado, essa lei, chamada de lei do acompanhante, de iniciativa da senadora Ideli Salvatti, traduz o que há de mais avançado, em termos de conhecimentos científicos, para o sucesso de um parto normal.
Certamente, por ser jornalista, deve ter tomado conhecimento da Colaboração Cochrane, uma organização que analisa metodologicamente trabalhos científicos, selecionando os melhores e verificando, através de meta-análises, quais são as boas práticas para a assistência à saúde. Um dos campos em que há mais estudos desse gênero é o de atenção obstétrica e neonatal, ou seja parto e nascimento.
Em parceria com a Colaboração Cochrane, a Organização Mundial de Saúde editou a publicação "Assistência ao Parto Normal: um guia prático". Nessa publicação, as práticas de atenção ao parto foram classificadas em quatro categorias:
*A* - Práticas demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas
*B *- Práticas claramente prejudicias ou ineficazes e que devem ser eliminadas
*C* - Práticas em relação às quais não existem evidências suficientes para apoiar uma recomendação clara e que devem ser utilizadas com cautela, até que mais pesquisas esclareçam a questão
*D* - Práticas frequentemente utilizadas de modo inadequado.
Entre as práticas do Grupo *A*, está: "*Respeito à escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto e parto*."
De acordo com essa publicação (pp. 13 e 14): "O apoio físico e empático contínuo durante o trabalho de parto apresenta muitos benefícios, incluindo um trabalho de parto mais curto, um volume significativamente menor de medicações e analgesia epidural, menores escores de Apgar abaixo de 7 (para o recém-nascido, nota nossa) e menos partos operatórios."
Consta ainda do documento: "Uma parturiente deve ser acompanhada pelas pessoas em quem confia e com quem se sinta à vontade: seu parceiro, sua melhor amiga, uma doula ou uma enfermeira-parteira.".... "Unidades de grande porte que realizam 50 a 60 partos por dia deveriam reestruturar seus serviços, a fim de poderem responder às necessidades específicas das parturientes".
E finaliza esse item: "Em conclusão, o parto normal, desde que de baixo risco, necessita apenas observação cuidadosa por um parteiro treinado e competente, a fim de detectar sinais precoces de complicações. Não necessita intervenção, e sim estímulo, apoio e carinho. Podem-se elaborar diretrizes gerais sobre o que é necessário para proteger e estimular o parto normal. Entretanto, cada país disposto a investir nesses serviços deve adaptar as diretrizes à sua situação específica e às necessidades das parturientes, assim como assegurar a presença de elementos básicos, a fim de atender adequadamente as gestantes de baixo, médio e alto risco e aquelas que desenvolverem complicações."
Em 2005, o Brasil, através da lei federal N° 11.108, instituiu a lei do acompanhante. O Ministério da Saúde, através da portaria N° 2.418/2005, a regulamentou.
Em 2008, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, através da Resolução da Diretoria Colegiada -RDC N° 36/2008, divulgou o Regulamento Técnico para Serviços de Obstetrícia e Neonatologia, que determina a organização do espaço físico nas unidades de saúde de forma a fazer cumprir essa lei.
No início de maio de 2010, o governo do Distrito Federal divulgou que irá cumprir a lei federal e seguir as determinações da ANVISA, de forma a possibilitar que as mulheres da região do Gama possam ter acesso ao que é preconizado pela literatura científica e Organização Mundial de Saúde.
E, em 7 de maio de 2010, na sexta-feira anterior ao Dia das Mães, você, Alexandre Garcia, prestou um grande desserviço a sua audiência, ao veicular opiniões sem base científica, sem sintonia nas recomendações da Organização Mundial de Saúde e agredindo o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde do GDF de forma leviana, preconceituosa e infundada, justamente numa iniciativa que merece ser louvada, pois é favorável às mulheres. A quem serve essa atitude?
Queremos, através desta, manifestar nosso veemente protesto a você e à CBN e propor que seja veiculada, através dessa emissora, informação cientificamente fundamentada e com orientações que contribuam para a construção da cidadania das mulheres, revelando seus direitos garantidos em lei e fazendo-as conscientes das possibilidades de exercê-los.
O movimento pela Humanização do Parto e Nascimento, um conjunto de muitas organizações não governamentais, em parceria com o Ministério da Saúde e com o Governo do Distrito Federal, está organizando a III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, que ocorrerá em Brasília, de 26 a 30 de novembro próximo. Aproveitamos a oportunidade para convidar o senhor Alexandre Garcia para assistir ao painel Experiências Bem-Sucedidas de Inclusão do Acompanhante, que mostrará os avanços dessa prática em nosso país.
Atenciosamente,
*Profa. Daphne Rattner* - Universidade de Brasília - Presidente da III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Convite SMRN 2010 - Cananéia/SP

Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento 2010 é organizada pela Parto do Princípio no País e trará exposição fotográfica itinerante para Cananéia/SP

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A Parto do Princípio é uma rede de mulheres usuárias do sistema de saúde brasileiro, que oferece informações sobre gestação, parto e nascimento baseadas em evidências científicas e recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente conta com mais de 100 voluntári@s, em 16 Estados e no Distrito Federal, na divulgação dos benefícios do parto ativo.
Neste mês de maio realiza no País a Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento (SMRN – 2010), que é comemorada entre os dias 16 a 23 de maio, uma iniciativa desde 2004 da Alliance Francophone pour l’Accouchement Respecté (AFAR).
Este ano o tema abordado será “Parir e nascer: do trauma ao prazer” e para celebrar a SMRN 2010 a Parto do Princípio prepara uma exposição que ocorrerá simultaneamente em várias cidades com fotos de mulheres brasileiras no momento do nascimento de seus filhos, que tiveram seus desejos respeitados, transmitindo, assim, imagens positivas do parto, na intenção de descortinar este momento considerado por muitos como sofrimento, o que vem aumentando ainda mais as elevadas taxas de cesáreas realizadas no Brasil, com índices que alcançam 80% na rede privada de saúde.
Trata-se de uma oportunidade de levar ao público uma nova visão do parto como um processo fisiológico que transmite uma fonte de prazer para a mulher e sua família. A cada ano, o movimento ganha novas vozes, consolidando-se como uma manifestação expressiva de mulheres e homens que buscam resgatar o nascimento como um evento familiar, natural e marcante.
Em Cananéia a exposição fotográfica “Parir e nascer: do trauma ao prazer” acontecerá em diferentes localidades do município, atendendo também bairros continentais, como o Ariri e insulares, como no Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC), no bairro Maruja. A intenção é trazer a tona essa discussão com as mulheres e realizar um levantamento de como são realizados os nascimentos de nossas crianças.
Abaixo segue calendário do evento:
Dia 20, quinta-feira, no bairro Ariri, no Centro Comunitário, a partir das 10 horas, com roda de conversa com os moradores das 16 às 17 horas.
Dia 22, sábado, no bairro Maruja, no PEIC, no Centro Comunitário, a partir das 10 horas, com roda de conversa das 16 às 17 horas.
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Mais informações com a organizadora Bianca C. Magdalena pelo telefone (014) 8149-7078 ou pelo email lunabianka@yahoo.com.br e também nos links:
REALIZAÇÃO: Blog Parto no Brasil & Parto do Princípio
APOIO: All Tech Copy - Associação de moradores dos bairros Ariri e Maruja - CRAS -Prefeitura Mun. da Est. de Cananéia e Depto Mun. de Educação

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Yoga para Gestantes, palestra em Floripa

No sábado, 22 de maio, tem palestra gratuita sobre os benefícios da Yoga na gestação. Imperdível para as barrigudas que desejam empoderar-se e curtir os prazeres do parto consciente. Eu costumo dizer porque acredito: o trabalho de parir é 50% físico e 50% mental. A yoga trabalha os dois! Mente presente! Espero conhecer algumas manés ou moradoras da ilha neste encontro! Beijos

Parto da Iara na Rádio UEL FM

Pessoal,
Ano passado dei uma entrevista para a Patrícia Zanin, da Rádio UEL FM (107,9 MHz), sobre a minha experiência do parto e maternidade. A jornalista é ex-colega e chefe de trabalho e querida amiga. A conversa foi bem longa, e bem intensa no ativismo pelo protagonismo feminino e parto natural, claro. rs! A edição (perfeita) foi ao ar no programa "Alegria- A vida do riso ao risco", com depoimentos de várias mulheres sobre alegria. Agora, meu relato vai ser reprisado na coluna "Audioretratos - Histórias de vida no rádio", que começou recentemente na UEL FM. A coluna vai ao ar sempre aos sábados (10h50); terças (21h30) e sextas (16h50). Portanto, ainda dá para ouvir ao vivo a reprise de sexta, dez para às cinco (14 de maio) pelo http://www.uelfm.uel.br/index2.php ou então, em Londrina e região, no dial 107,9MHz. Estou tentanto disponibilizar o áudio aqui no blog, mas ainda não consegui. Tenho um arquivo mp3, se alguém puder me dar uma luz... fico muito agradecida! Beijos Ana Carolina AF

terça-feira, 11 de maio de 2010

Carta aberta a Alexandre Garcia - uma carta contra o preconceito

"Em resposta a uma ética da exclusão,

estamos todos desafiados a praticar

uma ética da solidariedade"

Betinho

Prezado Alexandre Garcia,

Sou Toni Reis, professor, especialista em sexualidade humana, mestre em filosofia na área de ética e sexualidade, e doutorando na área de educação sexual. Trabalho com HIV/aids desde 1985. Defendo a liberdade, a igualdade e o respeito à diversidade humana. Defendo também a livre expressão da imprensa, desde que não incite preconceito, discriminação e violência.
Você é um dos jornalistas mais renomados do Brasil na área política, reconhecido e premiado nacional e internacionalmente. Você é um grande formador de opinião e com certeza já está na história do jornalismo brasileiro.
Contudo, chegou até mim a sua fala na CBN no dia 7 de maio, aqui transcrita:

"... o Ministério da Saúde está estimulando agora a pessoa com HIV a engravidar. Eu duvido que o MS vá fazer uma 'cesária' pela terceira vez em uma mulher com HIV e respingar sangue nele (MS) para ver o que vai acontecer. É uma maluquice, estão fazendo brincadeira com a saúde..."

Sinto-me obrigado a escrever esta carta como consequencia de suas declarações. Nas palavras da minha falecida mãe, quando eu errava, ela falava para mim "você está jogando água fora da bacia". No meu entendimento, como pessoa que está trabalhando com a questão do HIV/aids desde 1985, quero dizer que você jogou água fora da bacia e respingou a água suja do preconceito em muita gente. Quero dizer que atitudes como esta reforçam o preconceito e o estigma contra as pessoas que vivem com HIV/aids.
Relembro o Art. 2º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que diz "a divulgação de informação, precisa e correta, é dever dos meios de comunicação pública." Com esta frase você fez um desserviço à profissão de jornalista e, pior, expressou uma visão anticientífica e infundada, que incentiva condutas discriminatórias e leva informações errôneas à população em geral, além de ser machista em culpar a mulher e negar-lhe os direitos sexuais e reprodutivos. Infelizmente, não é a primeira vez que você faz esta mesma afirmação.
É preciso se basear em informações atualizadas. Foi implantado em Curitiba há 11 anos (em 1999) o pioneiro Programa Mãe Curitibana, de prevenção à transmissão vertical do HIV (da mãe HIV positiva para o bebê), de modo que caiu para em torno de 1% esta forma de transmissão. E este programa é referência e foi replicado no país inteiro. Assim, com acesso à atenção médica e medicação durante a gravidez e o parto e no período pós-parto, as mulheres HIV positivas podem engravidar e ter filhos HIV negativos. A aids é uma doença crônica que hoje tem tratamento e é um direito das mulheres HIV positivas que assim querem ter filhos. O direito à maternidade deve ser para todas as mulheres, inclusive as mulheres HIV positivas.
Para seu conhecimento, existem normas de biossegurança em todo o Sistema Único de Saúde. Todo profissional de saúde sabe que deve segui-las e utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) com todos os usuários, de forma indiferenciada. Caso haja um acidente, há tratamento emergencial.
No início dos anos 1980, o preconceito quando a aids surgiu era tanto que foi chamada de "câncer gay" Eu como gay na época me senti o próprio sinônimo da doença. Para vencer minha ignorância, fui me informar, estudar e percebi que eu estava sendo iludido por uma mídia despreparada e preconceituosa. Felizmente, parte da mídia já mudou.
O Ministério da Saúde, através do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, vem cumprindo - sim - seu dever constitucional, e tem sido referência mundial na assistência e na prevenção do HIV/Aids, por ter uma política baseada nos direitos humanos, na dignidade humana e no respeito aos direitos sexuais e reprodutivos.
Sua fala não foi de bom tom. Sério, Alexandre Garcia, profissional que admiro. Sugiro a você buscar informações corretas sobre o assunto.Estamos à disposição. Quero dizer que hoje no Brasil temos em torno de 700 organizações não governamentais que trabalham com o HIV/aids e os direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/aids. Queremos contar com você como aliado para defender os direitos humanos, inclusive os direitos sexuais e reprodutivos, de todas as pessoas, em especial as mulheres que vivem com HIV/aids.
As pessoas vivendo com HIV/aids, assim como todo mundo, merecem respeito, dignidade e carinho. Por um mundo sem violência, sem discriminação e sem preconceito.
Nas palavras do Betinho, "a aids não é mortal, mortais somos todos nós. A aids terá cura, e o remédio hoje é a solidariedade."
Alexandre Garcia, convido você a ser solidário às pessoas que vivem com HIV/aids.

Curitiba, 08 de maio de 2010
Toni Reis - Presidente da ABGLT

Ativistas repudiam declarações do jornalista Alexandre Garcia na rádio CBN sobre gravidez em mulheres com HIV

08/05/2010 - 15h

O jornalista Alexandre Garcia, do Bom Dia Brasil na TV Globo, disse que é "uma maluquice" uma pessoa com HIV engravidar. A declaração foi ao ar nesta última sexta, 7 de maio, na rádio CBN. Ativistas de luta contra a aids repudiam o comentário e dizem que é "inconcebível" uma afirmação como essa depois de 25 anos de história da epidemia.

"O Ministério da Saúde (MS) está estimulando agora pessoa com HIV a engravidar. Eu duvido que o MS vá fazer uma cesária pela terceira vez numa mulher com HIV e se respingar sangue nele para ver o que vai acontecer. É uma maluquice, estão fazendo brincandeira com a saúde...", disse Garcia.

Os militantes do movimento de luta contra a aids protestam contra a declaração do comentarista. "É inconcebível observar como se aborda questões do HIV/aids de forma preconceituosa, sem qualquer rigor científico, o que só favorece o aumento da discriminação às pessoas vivendo com HIV/aids", critica Betinho, membro do Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo. Os ativistas discordam da declaração porque os atuais métodos de tratamento existentes contra o HIV podem garantir até 99% de chances de não transmissão do vírus para o bebê. "Você fez um desserviço à profissão de jornalista e, pior, expressou uma visão anticientífica e infundada, que incentiva condutas discriminatórias e leva informações errôneas à população em geral", diz o presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), Toni Reis, em carta aberta. As declarações de Garcia foram ao ar na CBN quando o jornalista criticou também o programa de parto humanizado do Ministério da Saúde. Nesta última semana, o governo divulgou que estuda desenvolver um plano para ajudar soropositivos a ter filhos e o fato ganhou grande destaque na mídia. Mas, esta não é a primeira vez que o comentarista diz ser contra a gravidez em mulheres portadoras do HIV. Em 2008, opinou na TV Globo que "quem antes de uma gravidez se identificar como portadora do HIV, melhor que não engravide".

Fonte: Agência de Notícias da Aids

Nota de esclarecimento do Ministério da Saúde

MINISTÉRIO DA SAÚDE - Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

08/05/2010

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em relação à edição desta sexta-feira (7 de maio) do Boletim "Mais Brasília", com Alexandre Garcia, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde contesta e esclarece as seguintes informações:
1. A infecção pelo HIV não restringe os direitos sexuais nem os direitos reprodutivos dos cidadãos. Como o próprio Alexandre Garcia afirmou na sua coluna, "a saúde é direito de todos e dever do Estado". Não permitir que pessoas que tem HIV/aids tenham filhos é tirar delas o direito à cidadania. Negar isso é violar os direitos humanos fundamentais.
2. É a segunda vez que o jornalista discrimina as pessoas que vivem com HIV/aids em suas declarações. Uma lástima e um retrocesso para o jornalismo brasileiro. A primeira vez pressupõe desinformação, a segunda é uma clara demonstração de preconceito. Com o avanço da terapia antirretroviral no Brasil, há comprovado aumento da sobrevida e melhora significativa na qualidade de vida dos soropositivos. O diagnóstico não é mais uma sentença de morte. Pelo contrário, essas pessoas hoje fazem planos, querem casar e constituir família.
3. A afirmação de que o Ministério da Saúde está estimulando pessoas com HIV a engravidarem é equivocada. A decisão de constituir família é pessoal. No caso das pessoas que vivem com HIV, o Ministério da Saúde deve fornecer informações que possibilitem ao profissional de saúde orientar cada pessoa que deseje ter filhos com as informações mais precisas - sempre embasadas na melhor evidência científica disponível. Países como a Itália e a Inglaterra publicaram, recentemente, recomendações semelhantes. Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) precisam saber sobre os métodos e riscos envolvidos nessa decisão, pois eles possuem esse direito - se assim desejarem - e já o fazem. Não cabe ao governo interferir no desejo da mulher de ter ou não filhos, mas sim permitir que essas mulheres que querem ser mães tenham seus filhos nas condições mais seguras para elas, para seus parceiros e para seus futuros bebês. Isso não é uma novidade. Em 2008, por exemplo, 3 mil mulheres sabidamente soropositivas engravidaram, comprovando essa realidade. O que se percebe na fala do jornalista é um preconceito descabido e uma desinformação que não condiz com o veículo sério do qual ele é porta-voz.
4. Desde meados da década de 1990, seguindo padrões internacionalmente estabelecidos, o Ministério da Saúde dispõe de um conjunto de diretrizes para prevenção da transmissão vertical do HIV. Essas medidas buscam a promoção dos direitos sexuais e reprodutivos de brasileiros e brasileiras. Estudos nacionais e internacionais comprovam que, quando todas as medidas preventivas são tomadas - uso de medicação antirretroviral durante pré-natal e parto, inibição da lactação e tratamento do bebê por seis semanas - a chance de transmissão do HIV da mãe para o bebê é reduzida para menos de 1%. Ao afirmar que a iniciativa "é uma maluquice", o jornalista demonstra desconhecer os avanços científicos que reduzem a possibilidade de transmissão do HIV para o filho. O comentarista também deveria saber que o simples fato de "respingar sangue" de uma mulher infectada pelo HIV, durante o parto, não é suficiente para que ocorra transmissão do vírus. O controle da infecção em ambientes hospitalares pressupõe rotinas com precauções universais, não só em relação ao HIV, mas também no que se refere a outras doenças. Além disso, vários artigos científicos sobre o assunto foram publicados recentemente, mostrando a correlação entre transmissibilidade do HIV quando a carga viral é indetectável no sangue, no esperma e nos fluidos vaginais. Tais estudos tornam mais claros os riscos, dependendo da situação clínica de cada indivíduo.

5. Reduzir o número de crianças infectadas pela transmissão vertical, como vem acontecendo no Brasil, tem sido um avanço. O Ministério da Saúde conta com o apoio da emissora para dar à população a informação correta, sem preconceitos, de forma inclusiva, permitindo que essas pessoas exerçam a sua cidadania. Uma declaração discriminatória, como feita pela jornalista Alexandre Garcia, traz um enorme prejuízo para as pessoas que vivem com HIV/aids. Atenciosamente,
Mariângela Simão - Diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde

Fonte: Luis Nassif Online

Carta aberta a Alexandre Garcia

Considerações sobre a "bobagem" do Parto Humanizado - Rede Parto do Princípio

Quem está brincando com a saúde?

Caro Sr. Alexandre Garcia, Somos mulheres ativistas da Rede Parto do Princípio, uma rede nacional, com mais de 100 mulheres por todo o Brasil, que luta para que toda mulher possa ter uma maternidade consciente e ativa através de informação adequada e embasada cientificamente sobre gestação, parto e nascimento. É com profundo pesar que recebemos em pleno dia das mães uma fala cheia de preconceitos sobre a maternidade em um veículo de comunicação pública. Diante de sua fala, nota-se o profundo desconhecimento das políticas de controle de infecção hospitalar, como também da legislação que garante a toda mulher o direito à presença de um acompanhante de sua livre escolha no pré-parto, parto e pós-parto imediato. Não é só uma "bobagem" do Ministério da Saúde. É lei (Lei Federal n° 11.108 de 2005). Uma lei que vem sendo sumariamente descumprida por todo o País. Transcrição realizada a partir do áudio disponível em:

http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/mais-brasilia/MAIS-BRASILIA.htm

"[...] eu tô criticando essa bobagem do Ministério da Saúde de parto humanizado... será que vão deixar entrar um pai na sala cirúrgica pra infectar a sala cirúrgica? O pai barbudo, cabeludo, bêbado, sei lá o quê, mas, enfim... hã... vestido com... com poeira da rua numa sala cirúrgica? Isso é um absurdo. Ah, mas é o parto de cócoras... tudo bem, peça para sua mulher fazer um parto de cócoras pra ver o que vai acontecer com o joelhos dela, não é índia, nã... vão... vão acabar... É um sofrimento. Ah, porque as cesárias... eu disse olha... que ele mesmo concorda que o... o serviço público as cesárias só é feita [sic] em último caso... é parto normal normalmente... não precisa ficar anunciando que o hospital do Gama vai ter isso [...]"

Existem normas de controle de infecção hospitalar que devem ser cumpridas por toda a equipe de saúde, pelos pacientes e por seus acompanhantes. Independente se são "cabeludos", "carecas" ou "barbudos". Seguidas essas normas, não há porque restringir o acesso do acompanhante. O direito da mulher não pode ser violado a partir de discriminação, de preconceito. Várias pesquisas comprovaram que a presença do acompanhante no parto proporciona uma série de benefícios como: maior sentimento de confiança, aumento no índice de amamentação, diminuição do tempo de trabalho de parto, menor necessidade de parto cirúrgico, menor necessidade de medicação, menor necessidade de analgesia, menores índices de escores de Apgar abaixo de 7, menor necessidade de parto instrumental, menores taxas de dor, pânico e exaustão, entre vários outros benefícios. Diante desses indícios, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza, desde 1996, a presença de um acompanhante para a parturiente. E isso não é bobagem. São pesquisas científicas. Hoje, existe a possibilidade da mulher escolher a melhor posição para o parto. De posse de evidências científicas, muitos profissionais não mais recomendam uma única posição, mas permitem que a mulher encontre a posição mais confortável para dar à luz. Para a posição de "cócoras", que é como são chamadas algumas posições verticalizadas, existem apoios e banquetas. Há também muitas mulheres que conseguem ficar de cócoras sem comprometer os joelhos, mesmo as não-indígenas.

"[...] O Ministério da Saúde não fez só isso não. O Ministério da Saúde ta estimulando agora pessoa com HIV a engravidar. Eu duvido que o Ministério da Saúde vá fazer uma... uma cesária pela terceira vez numa mulher com HIV e respingar sangue nele pra ver o que vai acontecer. É uma... é uma maluquice. Tão fazendo uma brincadeira com a saúde... Tá lá escrito na instituição a saúde é direito de todos e dever do Estado. O Estado não está cumprindo seus deveres com a saúde... e os problemas são de gestão, são administrativos.[...]"

Atualmente, diante de assistência médica adequada, nós mulheres podemos ter uma gestação e um parto mais seguros tanto para nós, quanto para os bebês. Inclusive as mulheres HIV positivas. Existem protocolos, embasados cientificamente, para os atendimentos às soro-positivas que evitam a transmissão vertical do HIV. Todos nós temos direito à reprodução. Existem também protocolos de rotinas que protegem a equipe de saúde para que não tenham contato com sangue ou secreções; e de providências caso haja algum acidente. E isso não é maluquice. É biossegurança. E se o Estado está tomando providências para que o pai mais "barbudo" possa acompanhar sua esposa no nascimento de seu filho, e para que pessoas como eu, como os soro positivos e até como você possam ter fihos e netos em segurança, isso não é "bobagem", isso é dever do Estado. Mas se o senhor ainda tiver críticas à "bobagem" do Parto Humanizado ou aos partos das mulheres soro positivas, por favor, embase suas considerações com argumentos fundamentados cientificamente. Porque disparar informações incorretas em meios de comunicação pública é anti-ético e um descalabro. E é vergonhoso.

Referências Bibliográficas: BRÜGGEMANN, O. M.; PARPINELLI, M. A.; OSIS, M. J. D. Evidências sobre o suporte durante o trabalho de parto/parto: uma revisão da literatura. Cadernos de Saúde Pública, 21 (5): 1316-1327, Rio de Janeiro, 2005. DRAPER, J. Whose welfare in the labour room? A discussion of the increasing trend of fathers’ birth attendance. Midwifery 13, 132-138, 1997. GUNGOR, I.; BEJI, N. K. Effects of Fathers’ Attendance to Labor and Delivery on the Experience of Childbirth in Turkey. Western Journal of Nursing Research, vol 29; March, 2007. KLAUS, M. H.; KLAUS, P. H. Seu Surpreendente Recém-Nascido. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS/GM nº 2.616 de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, 13 de maio de 1998. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo para prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis. Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília, Ministério da Saúde, 2006. NAKANO, A. M. S.; SILVA, L. A.; BELEZA, A. C. S.; STEFANELLO, J.; GOMES, F. A. O suporte durante o processo de parturição: a visão do acompanhante. Acta Paul Enferm 20(2): 131-7, 2007. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, Maternidade Segura, assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra, 1996. STORTI, J. P. L. O papel do acompanhante no trabalho de parto e parto: expectativas e vivências do casal. Dissertação (Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública) - Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004. ZHANG, J.; BERNASKO, J. W.; LEYBOVICH, E.; FAHS, M.; HATCH, M. C. Continuous labor support from labor attendant for primiparous woman: A meta-analysis. Obstetrics & Gynecology vol. 88 nº 4 (2), 1996.

Bobagem é falar sem embasamento, não é mesmo Alexandre Garcia

Pois bem, muitos/as de vocês já devem ter lido ou ouvido o jornalista Alexandre Garcia expondo sua opinião sem nenhum embasamento científico de como está a saúde em nosso País e de forma preconceituosa, senão esdrúxula, tratar o parto humanizado como bobagem do Ministério da Saúde, o parto de cócoras como coisa de "índio" e a gestação em soro positivas como maluquice! O que dizer para esse profissional da comunicação? Mas, quem fala o que quer também escuta o que não quer... Abaixo segue transcrição da entrevista entre Garcia e Estevão, realizada dia 07 de maio, na rádio CBN:
Estado não está cumprindo seus deveres com a saúde

Estevão: Alexandre Garcia, bom dia. Alexandre Garcia: Bom dia, Estevão. Estevão: Alexandre, na entrevista que fizemos semana passada com o governador Rogerio Rosso, obviamente, foi destacado durante a conversa esse plano que ele desenhou para a área de saúde... que diz respeito a uma autonomia para os gestores das unidades hospitalares. Só que, criou-se aí um grupo que vai definir o montante que cada unidade de saúde terá, então isso demora né? Quando cria-se esse grupo de trabalho, demora... enquanto isso... o caos impera. Alexandre Garcia: Demora tanto que o Arruda já tinha anunciado isso. Pois é, o Arruda já tinha anunciado isso, por isso que demora. Até hoje não foi feito, hã. E o que... o problema é de gestão mesmo... não é possível que falte esparadrapo em hospital, e não é só em hospital de base não. Tá faltando tudo em toda parte, falta buscopan, falta soro, falta glicose... falta o básico... coisas... faltam sondas para fazer cirurgia, faltam lâminas de... de... de bisturi. Eu tava conversando agora de manhã com o secretário de saúde e ele me disse ah que eu peguei uma bomba que foi acumulada durante oito anos. Eu disse, ó, seu secretário, tem que romper esse círculo vicioso, o problema é gestão mesmo, tem que resolver essa história... aí, ele... ah... porque a conversa começou, eu criticando... eu disse pra ele assim... olha, eu vi aqui um anúncio do... eu tô criticando essa bobagem do Ministério da Saúde de parto humanizado... será que vão deixar entrar um pai na sala cirúrgica pra infectar a sala cirúrgica? O pai barbudo, cabeludo, bêbado, sei lá o quê, mas enfim... hã... vestido com... com poeira da rua numa sala cirúrgica? Isso é um absurdo. Ah, mas é o parto de cócoras... tudo bem, peça para sua mulher fazer um parto de cócoras pra ver o que vai acontecer com o joelhos dela, não é índia, nã... vão... vão acabar... É um sofrimento. Ah, porque as cesárias... eu disse olha... que ele mesmo concorda que o... o serviço público as cesárias só é feita em último caso... é parto normal normalmente... não precisa ficar anunciando que o hospital do Gama vai ter isso. Aliás, o hospital do Gama neste momento tá exportando pacientes pra outros hospitais porque anunciaram que tá maravilhoso mas não deve tá tão maravilhoso assim porque muitos hospitais tão exportando pacientes aqui pro plano... plano piloto... que a coisa não tá funcionando direito, nê? Em parte alguma e falta tudo. Agora eu fico me perguntando como o médico vai trabalhar? O Ministério da Saúde não fez só isso não. O Ministério da Saúde tá estimulando agora pessoa com HIV a engravidar. Eu duvido que o Ministério da Saúde vá fazer uma... uma cesária pela terceira vez numa mulher com HIV e respingar sangue nele pra ver o que vai acontecer. É uma... é uma maluquice. Tão fazendo uma brincadeira com a saúde... Tá lá escrito na instituição a saúde é direito de todos é dever do Estado. O Estado não está cumprindo seus deveres com a saúde... e os problemas são de gestão, são administrativos. Estevão: Ô Alexandre, nessa conversa que você teve agora pela manhã com o secretário de saúde ele... como você já adiantou é... disse que herdou uma bomba, né? Que está sendo ativada há alguns anos. O que você sentiu dele? Ele tá otimista, tá pra baixo? Isso vai se resolver? Alexandre Garcia: Ele... ele tá dinamizado, ele tá energizado. Ele tá querendo fazer as coisas. Ele... ele é de carreira, da fundação, ele é médico... é do ramo sim... agora, eu não sei se uma pessoa sozinha consegue resolver isso tudo. Tem que ter muito poder na mão, tem que ter recurso. O governo federal manda recurso, os recursos vão pra outro lugar. Tanto que... o que... o que a CGU nesse momento tá... num... tá recebendo aí o governador Rogério... Rogério Rosso mandou informações... mas...ah... não tão acreditando... porque é um descalabro o que aconteceu aqui... um escândalo vergonhoso, nã?... De dinheiro na mão, dinheiro nas cuecas, dinheiro nas meias... e aí falta pra saúde desse jeito que tá faltando. E que significa vida e morte pras pessoas... eu acredito que isso não é apenas um... um crime de desvio, isso é um crime contra a vida o que está se praticando contra a saúde aqui no Distrito Federal. Estevão: Alexandre, bom fim de semana, até a segunda. Alexandre Garcia: Bom fim de semana a todos, até segunda, Estevão.

Petição pela Casa Angela

A Casa Angela, casa de parto construída e mantida pela Associação Comunitária Monte Azul na zona sul de São Paulo, pede a ajuda de vocês para engrossar o movimento que solicita urgência na assinatura do convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS) ao secretário municipal da Saúde, Sr. Januário Montone. A assinatura desse convênio, que vem sendo sistematicamente negada pela Prefeitura, é fundamental para garantir a continuidade do funcionamento e a ampliação da capacidade de atendimento desse serviço, que já mostra resultados efetivos no atendimento à saúde da população carente dessa região.
Este espaço de atenção à saúde da mulher e dos bebês, totalmente gratuito, oferece atendimento num local onde os serviços de saúde são escassos e precários. A Casa Angela foi construída em continuidade e substituição ao trabalho começado pela parteira alemã Angela Gherke, que viveu no Brasil muitos anos.
Pedimos o apoio de vocês! É só clicar no link e assinar:

domingo, 9 de maio de 2010

Promoção de maio - o mês das mamãezudas

E depois de comemorarmos esse dia ao lado de nossos filhotes o Blog Parto no Brasil anuncia a promoção de maio, para presentear nossas leitoras, mamãzudas ou ainda não, com um lindíssimo carregador de bebês, um wrap sling, da Sun Kepina! Direto do marzão de Florianópolis, SC, salve salve caiçaras do sul!

O wrap sling é uma faixa de cinco metros de tecido de 100% algodão, de uma malha levemente elástica, o que garante que se adapte perfeitamente ao corpo do bebê e fique confortável para quem o carrega, além disso, pode ser usado desde recém-nascido até os três anos de idade.

Por distribuir o peso do bebê sobre os dois ombros e toda a coluna proporciona muito conforto e faz dele ideal para caminhadas. Essa é a principal diferença entre um wrap e um sling com argola ou pouch, que usa só um ombro.

Para começar, os papais precisam aprender só uma posição básica, peito a peito, vertical. É a posição que os bebês geralmente preferem, sendo mais segura e fácil de aprender. A cabecinha do bebê, e mesmo de um recém-nascido ou prematuro fica bem apoiado no wrap.

O uso do wrap requer um pouco de prática, como qualquer tipo de sling, porém o esforço vale muito à pena! Ter um bebê contente e feliz, sem cólicas, dormindo no wrap e a mamãe com as mãos livres, sem dor nas costas não tem preço! Na prática, todos os bebês se adaptam com o wrap, pois para eles é tão natural como ser carregados nos braços. O importante para eles é a movimentação, como estavam acostumados no ventre da mamãe, então, coloque seu wrap e caminhe ao ar livre! É bom para os dois!

A presenteada deste sorteio poderá escolher um modelo de wrap sling da Sun Kepina aqui! O envio será feito via PAC.

Para participar deixe um comentário neste post respondendo à pergunta:

Quais são as duas estampas do Sun Kepina wrap sling que você mais gostou ou quais outras cores e combinações você gostaria de ver?

Lembrem-se de colocar o nome da estampa, número e seu email, assim, a Sun Kepina poderá aprimorar ainda mais suas lindas peças, deixando-as como você preferir!

O sorteio será dia 31 de maio, segunda-feira, a partir das 20horas.

Tamara Hiller, a criadora da Sun Kepina (Sun é o segundo nome de sua filha, e Kepina é uma palavra quechua e significa sling ou coisa embrulhada), é da Alemanha onde ela atuava como obstetriz, atendendo partos em casa. Lá é muito comum o uso do wrap. Faz quatro anos que ela e sua família moram no Brasil e por chamar muito a atenção quando ela carregava sua filha com o wrap decidiu criar a Sun Kepina, que, atualmente, está com dois anos. Junto de seu marido criou o site e colocou fotos e artigos sobre diversos tipos de slings, vídeos explicativos e um fórum onde mães e pais podem fazer perguntas e discutir sobre maternidade e paternidade conscientes. O site é um sucesso! Através do link podem ser encontrados diferentes modelos de estampas de wraps slings e também outros tipos de slings, com argolas testadas e importadas de alumínio, com tecidos naturais e exclusivos, como linho e seda.

Mais informações e vídeos que mostram as diferentes amarrações para cada idade do bebê, como amamentar no wrap e como carregar uma criança maior nas costas no site.

Feliz dia das mães, a todas nós, mamãezudas


Com amor! Diego Rivera, The Flowerseller.

sábado, 8 de maio de 2010

Ministro da Saúde defende combate à "epidemia" de cesáreas: "Estamos perdendo essa guerra"

COMISSÕES - Assuntos Sociais Por Ricardo Koiti Koshimizu Ao participar de um debate no Senado na última terça-feira (4), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, voltou a ressaltar que há uma "epidemia de cesarianas" no País. Além disso, destacou que esse procedimento cirúrgico é mais comum no setor privado que no público: a taxa de cesáreas do Sistema Único de Saúde (SUS), no qual ocorrem a maioria dos partos, foi de 30% em 2006; nos planos de saúde, a taxa naquele mesmo ano foi de 80%. Para o ministro, se o número de cesarianas no setor público já é alto (o percentual máximo aceito pela Organização Mundial da Saúde - OMS - é de 15%), o número verificado no setor privado "está fora de qualquer padrão". - E nós sabemos das eventuais complicações das cesarianas feitas desnecessariamente - alertou ele, referindo-se a problemas como a maior dificuldade para a recuperação da mãe, infecções pós-parto e até o risco de morte. De acordo com estudos da OMS, o risco de morte pode aumentar quando as mulheres são submetidas a cesáreas sem que esse procedimento seja realmente necessário. Somando-se os partos realizados nos setores público e privado, a taxa de cesarianas no Brasil seria de aproximadamente 40%. Apesar das campanhas de incentivo ao parto normal, Temporão constata que "há uma tendência de alta das cesáreas". - Estamos perdendo essa guerra - lamentou. O ministro disse que as campanhas do governo, promovidas em parceria com associações de especialistas e a mídia, enfrentam "uma questão complexa que passa pela desconstrução de uma consciência equivocada, que, por sua vez, tem levado muitas mulheres a associar o parto normal à dor e a problemas com a estética de seu corpo". Entre as causas da mortalidade materna no país, Temporão citou a hipertensão, hemorragias, infecções relacionadas ao parto, o aborto e doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez. Representando a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Hélvio Bertolozzi Soares também defendeu a redução do número desses procedimentos cirúrgicos - embora argumente que as cesarianas não levem ao aumento dos índices de mortalidade materna, e sim os problemas que aparecem desde o período pré-natal. Ele observou, aliás, que muitas mortes podem ser evitadas de forma preventiva, principalmente nesse período. - É necessário mudar o sistema de atenção ao parto, pois do contrário as operadoras de planos de saúde continuarão a aumentar o número de cesáreas - disse ele, propondo que essas operadoras atuem "em esquema de plantão, assim como no SUS". Ao apontar as dificuldades dos médicos para trabalhar com o parto normal, Hélvio lembrou que esses profissionais muitas vezes têm vários empregos simultaneamente. - Como se pode trabalhar em um parto que dura dez horas, por exemplo, se o médico tiver quatro empregos? - questionou ele. Fonte: Agência Senado. Foto extraída de: http://embarazo.cuidadoinfantil.net/tipos-de-incisiones-en-las-cesareas.html

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Acerca do protagonismo feminino

Para refetir...
Tira de Gabriel Bá e Fábio Moon, no Quase Nada, da Folha de São Paulo. Os irmãos quadrinistas também tem a produtora independente 10paezinhos, de Histórias em Quadrinhos (HQ).

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Dia da parteir@


Desejamos a todas as sagradas mãos que amparam nossos filhos caminhos de luz e benções! Para aqueles e aquelas que nos partejam um feliz dia d@ parteir@! Foto de Silmara Guerreiro_agosto de 2009_Kátia Z. A. Pedroso, nossa querida parteira e nossa cria.

domingo, 2 de maio de 2010

Sorteada da promoção da Babyslings


A leitora mineira Virgínya foi a sorteada com o vale-compras no valor de R$100,00 da Babyslings!
Para ela, as qualidades que as mamães buscam nos produtos da Babyslings são: "A mamãe que usa os produtos da Babyslings está em busca de segurança, conforto e principalmente intimidade com seu bebê. A sensação de ter uma vida dentro de nós é maravilhosa e quando essa vida chega ao mundo queremos estender esse relaciomento e estar o mais próximo possível de tudo que o bebê desvendará, e os produtos do Babyslings é uma opção para tudo isso, além, é claro, da praticidade que os produtos oferecem as mamães". PARABÉNS!!! Agora Virgínya basta entrar em contato com Bettina para efetuar sua escolha e receber uma linda peça da Babyslings, e não esqueça de nos mandar uma foto! Nesse mês de maio temos uma nova promoção, aguardem e aproveitem! Boa semana a tod@s!

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