terça-feira, 23 de abril de 2013

Quem protagoniza a cena?

Foi esta pergunta que a enfermeira Monise Araújo questiona em sua dissertação sobre o momento do parto, e como as mulheres vem parindo ao longo de três gerações, em seu Trabalho de Conclusão do Curso intitulado "Arte de partejar: Quem protagoniza a cena?".

Nesta pesquisa feita sobre a forma de parir um triste resultado foi levantado sobre o panorama obstétrico atual através das falas das colaboradoras do estudo, que relatavam três características comuns: desassistência, solidão e medo.

Já no tempo das avós as mulheres, embora menos informadas, se mostravam mais ativas no parto, visto que hoje temos informação, porém as gestantes são mais passivas no momento do parto e acreditam que quem "faz" seu parto é o médico e não elas mesmas, junto dos bebês.

Nesta perspectiva temos, ainda, as elevadas taxas de cesáreas, sejam eletivas/agendadas, ou devido a má assistência, que visa a comodidade profissional, o mercado, os protocolos hospitalares defasados e em desacordo c/ o que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS) e suas recomendações, datadas desde 1996.


Desta forma, com prazer, compartilhamos este trabalho, em forma de artigo publicado este ano, e voltamos a salientar a questão da violência obstétrica, e também do empoderamento e protagonismo femininos.

A pesquisa se deu na cidade de Nova Floresta, uma cidade do interior da Paraíba rica na cultura de partos naturais, a qual eu sou filha da terra e moro até hoje. Os sujeitos de análise foram mulheres primíparas de três gerações diferentes (1964, 1986 e 2011), que deram à luz seus filhos por via vaginal em ambiente domiciliar ou hospitalar, salienta Monise.


Os dados mostraram que a forma como a atenção ao parto e nascimento caminhou até chegar à atualidade ainda está longe do idealizado. O resgate do protagonismo feminino é um dos fatores essenciais para que haja a reconstrução de um modelo obstétrico diferente, baseado nos princípios da humanização e que depende de todos aqueles que participam deste momento singular, afirma a pesquisadora.

Acessem, e baixem: A arte de partejar: Quem protagoniza a cena? - AQUI



"É com imenso prazer que submeto a minha dissertação "ARTE DE PARTEJAR: QUEM PROTAGONIZA A CENA?" ao Blog Parto no Brasil.

O meu encanto pela Obstetrícia começou até mesmo antes de eu saber o que ela significava, eu vim de uma família de “parteiras”, cresci ouvindo fascinada as histórias de partos contadas pelas guerreiras mulheres da minha família. Mais tarde já na graduação durante a disciplina de Enfermagem Obstétrica e depois quando tive a oportunidade de me tornar monitora desta disciplina, vivenciei ‘in lócus’ como a assistência que ali presenciei era diferente daquelas contadas pelas minhas avós, isso despertou em mim a necessidade de reconhecer como se deram as transformações dessa assistência direcionada à mulher historicamente e logo, este foi o motivo impulsionador para que há um ano eu decidisse me dedicar a essa temática na elaboração do meu Trabalho de Conclusão de Curso". 

* Monise Gleyce de Araújo Pontes, graduada em Enfermagem pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Para contemplar o trabalho na íntegra escreva para o correio eletrônico monise_gleyce@hotmail.com

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