quinta-feira, 23 de maio de 2013

Doulas cuidam das gestantes antes e depois da gravidez, por Diário de Ourinhos

Nesta quinta-feira tive o prazer de estar em uma matéria do Diário de Ourinhos, jornal local do interior paulista, terrinha onde passei minha infância, dos 10 aos 17 anos, quando fui sobrevoar outros céus, em Londrina/PR, p/ estudar na Universidade Estadual de Londrina - UEL, onde cursei Ciências Sociais, tive meu 1o. filho Ícaro, e, também, conheci Ana Carolina, em 2004.

Bom, mas o papo é sobre Doulas!

Como elas atuam, como estão inseridas na área da Saúde da Mulher, como funcionam seus atendimentos, entre outras questões foram tratadas nesta pauta, bem como o curso de Doulas na Tradição, ocorrido em Bauru, no último fim-de-semana, produzido pelo Ateliê Eco Materno Jardim de Om, c/ a equipe CAIS do Parto/Cais da Luz, de Olinda/PE.

Bora conferir!

Atualmente, muitas mulheres de várias áreas estão se dedicando a essa profissão

Você já ouviu falar nas doulas? Doula é uma palavra que vem do grego e que significa mulher que serve.  Este é um dos ofícios mais antigos da humanidade, onde mulheres mais experientes cuidavam de outras mulheres durante o parto e nascimento, através da intuição, empatia e acolhimento. Atualmente muitas mulheres de várias áreas profissionais estão se dedicando como cuidadoras de gestantes durante o pré-natal, trabalho de parto, parto, nascimento e amamentação, trazendo informações embasadas, compartilhando os tipos de parto possíveis, e devolvendo às mulheres a autonomia durante esta fase do gestar e parir.


Hoje em dia, inclusive, o Ministério do Trabalho reconhece as doulas como uma ocupação profissional, através do cadastro na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) cujo número é 3221-35.

As doulas são acompanhantes de parto, mas que também contribuem durante a gestação, através de encontros e Rodas de Casais Grávidos, sendo na sua maioria mulheres que prestam apoio físico, emocional e afetivo para gestantes durante e após o parto, tanto no ambiente hospitalar, como no domiciliar. “Elas não substituem o acompanhante de parto, e, tampouco, o médico ou parteira, já que seu trabalho vem somar à equipe, servindo também de mediadora entre a assistência e a família e auxiliando no contato com a profundidade emocional da vivência do parto”, explicou Bianca Lanu, doula.

Desde que seja uma escolha da mulher que gesta, as doulas são indicadas em todos os casos, como um suporte emocional. Segundo Bianca, existem atualmente projetos tramitando para que maternidades e hospitais tenham doulas voluntárias em suas equipes, e também casos de locais onde este tipo de serviço já está disponível, como no Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte/MG.

Já temos estudos que indicam os benefícios da presença das doulas durante o trabalho de parto, parto e nascimento. Pesquisas realizadas na última década demonstraram que, sob a supervisão de uma doula, o parto evolui com maior tranquilidade e rapidez, com menos dor e complicações tanto maternas como fetais. Com a difusão da nova profissão poderá também ocorrer uma substancial redução de custos para os sistemas de saúde, graças à redução do número de intervenções médicas e do tempo de internação de mães e bebês”, afirmou.

O Ministério da Saúde (MS) considera que a participação da doula é mais um instrumento humanizador, pois ela acolhe e acompanha as mulheres na hora do parto, dando apoio emocional e incentivo não só às gestantes, mas também a seus familiares.

Apesar da mídia televisiva,  sites e blogs difundirem a atuação das doulas, sua existência para muitos ainda é uma surpresa. “Muitos profissionais da área da saúde mais convencionais, como obstetras e enfermeiras, ainda não levam em conta a importância da doula por terem receio de que ela poderia ‘ocupar’ seus lugares na assistência, o que é um grande equivoco, pois não cabe às doulas procedimentos médicos”, ressaltou.

Curso de doula

Entre os dias 17, 18 e 19 de maio, Bianca Lanu integrou um grupo de mulheres, de diferentes áreas e idades, que estiveram no Ateliê Eco Materno Jardim de Om para uma formação de Doulas na Tradição, com a equipe do Centro Ativo de Integração do Ser - CAIS do Parto/Cais da Luz, sob a coordenação da parteira tradicional Marcely Carvalho, e sua irmã Marla Carvalho, com o apoio de Denise Cardoso, gestora do espaço.

Muito mais do que técnicas, informações, métodos de alívio da dor o grupo pode compartilhar histórias e relatos sobre parto e nascimento em um ambiente acolhedor. ”De Ourinhos contamos com a presença de Patrícia Indaiá, que pariu seu segundo filho em casa no começo de dezembro, acompanhada por duas doulas e aprendizes de Parteira, comigo e com a Denise Cardoso, que auxiliamos a parteira tradicional Suely Carvalho durante o trabalho de parto e parto”, contou.

A origem do termo Doula

Por Rodrigo Francisco Barbosa

De acordo com o dicionário etimológico Chantraine[1] o adjetivo grego doula (δοῦλος) aparece nas obras de Homero apenas na forma feminina de doulé (δούλη) (Iliada 3. 409; Odisséia 4,12) que também deriva outras formas como doulios (δούλιος) e doulosuné (δουλοσύνη) que hospedam o significado geral de “escravo” (“esclave”). Ocorre ainda na Antiguidade pequenas variações do sentido: enquanto em alguns autores ela é empregada significando “escravo por natureza”, por outro lado, nas “tabuinhas micênicas” a palavra é empregada para significar tanto “os trabalhos de um escravo” como “escravo de um deus”. A palavra doulo é de origem micênica na qual o radical “dou” é a contração da palavra de origem indo-germânica “doe”, por sua vez, relacionada ao “nome de um escravo”. O verbo denominativo oriundo de doulos (δοῦλος) é douleuo (δουλεύω) e significa “ser escravo”(“etre esclave”), “prestar um serviço” (“rendre un service”). Considerando que o significado de “escravo” para os gregos antigos continha nuances um pouco diferentes de nosso sentido moderno de escravo  e escravidão, a palavra Doula no português tem uma derivação direta do adjetivo grego doulé (δούλη) e significa sobretudo, “mulher que já foi mãe e que aconselha, acompanha e assiste mulheres grávidas antes, durante e após o parto”[2], ou seja, se apresenta como uma “servidão” afetiva de dedicação exclusiva ao momento de surgimento de um próximo.

[1]     CHANTRAINE, Pierre. Dictionnaire étymologique de la langue grecque: Histoire de les mots.Tome I (Α-Δ). Éditions Klincksiege, Paris, 1968, p. 294-5.

[2]     “doula” In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-05-21].
Disponível na www: .

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