quinta-feira, 4 de julho de 2013

Arpilleras, mais que uma técnica

Em agosto de 2011 subi para São Paulo para ir a exposição Arpilleras da Resistência Política Chilena, no Museu da Resistência, na Luz. Dias antes tinha visto no site da Secretaria de Cultura essa oportunidade, já que estava pesquisando técnicas têxteis para a arte gráfica do livro Parteiras Caiçaras, que organizava na época, sobre a prática das parteiras tradicionais caiçaras de Cananéia, c/ apoio também da Secretaria de Cultura, pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) - saiba mais em Projeto Parteiras Caiçaras.

No dia do evento me encontrei com um amigo queridíssimo, e lá fomos nós ver as sacas de farinha, as Arpilleras, que contavam a opressão vivida durante a Ditadura de Pinochet, na década de 70. Produzidas especialmente na Isla Negra, sul do Chile, mulheres artesãs contavam suas dores, perdas, desamores com companheiros, filh@s, parente exilados.

Bianca Lanu

Das mortes, arte!

Foi amor a primeira vista!

E, para alegria pudemos ter uma oficina com a curadora Roberta Bacic, e com a educadora e psicóloga Esther Vital, que passou a ser comadre e a nos ensinar, em três outras oficinas como produzir telas Arpilleras - mais tarde tive a sacralidade de ser uma de suas doulas e virei uma arpillera (suspiros) *.


A 1a. foi em outubro do mesmo ano, onde um grupo de mulheres bordou a capa de Parteiras Caiçaras, e, ainda, três outras telas que introduzem os capítulos.

Leandro Cagiano

Na segunda visita de Esther foram partilhados bordados sobre o Rio Ribeira de Iguape, o único rio que corre livre no Estado e que há mais de 20 anos o Grupo Votorantim, de Antônio Ermírio quer construir uma série de barragens para sustentar a extração de alumínio de sua empresa. Comunidades de ribeirinhos, caiçaras e quilombolas lutam décadas contra este outro tipo de opressão - a do capital!

Mira

Por fim, tecemos no outro dia arpilleras pessoais, sobre nossa biografia.

Mira

Assim, cada vez mais a técnica ganhou forma, e atualmente venho atuando como facilitadora de oficinas de Arpilleras, Brasil afora!

A intenção é trabalhar nesta arte-terapia relacionada à educação perinatal, as sensações, emoções, conflitos de períodos como gestação, parto, nascimento, maternidade, com grupos de mulheres para bordarmos nossa história!

Abaixo alguns desses locais onde tive o prazer de compartilhar linhas, agulhas, risos, cafés :)
Quem se interessar, vem c/ a gente ;)


Em Ourinhos/SP, na casa pangea.


Em Curitiba/PR, na Casa João de Barro.

E, neste fim-de-semana, na PatchAula, em São José dos Campos, 
no Vale do Paraíba/SP!

Em agosto. em Bauru, interior paulista, no Jardim de Om!

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Bianca Lanu

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Esther Vital - Imagem e arte têxtil.

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