À noite, por volta das 11h30 senti que as contrações estavam próximas e fui monitorando.
Fiquei alerta até a uma e meia da manhã quando telefonei para a médica e resolvi ir até o hospital, pois estava perdendo líquido já.
Talvez tivesse que esperar mais, pois chegando ao hospital fui monitorada e colocaram o sorinho. Tentei argumentar, mas como a minha médica ainda não havia aparecido e eu estava nas mãos de plantonista resolvi argumentar com ela e esperar.
Santo Deus, como aquela ocitocina mexe nas entranhas... Era uma única ampola, mas parecia que estava botando a torcida do Flamengo para agitar dentro de mim.
Como percebi que parte do que desejava estava perdido, conversei com a médica que chegou um tempo depois, reclamei dos procedimentos e me neguei à analgesia e qualquer outra intervenção.
Delirava de dor e graças a Deus minha mãe, minha tia e minha prima (madrinha da Luisa, que acompanhou todo o parto) estavam comigo para me acolher.
Era muita dor e muita determinação para resistir à analgesia, mais coisas para bagunçar meu momento milagroso...
Enfim, isso foi até as oito da manhã, quando já tremia, estava branca, sem forças e preocupada em não ter mais ânimo para o expulsivo.
Não sei se resistiria ainda, mas se não fosse a ocitocina, uma única ampola, que ajudou a acelerar as contrações e mexeu com meu ritmo, e foi quando decidi pedir para ir para o expulsivo, pois as dores eram tantas que não conseguia mais controlar minhas pernas.
Conversei com a médica, pedi uma dose muito baixa, e ela me respeitou, aliás, respeitou e me acompanhou com as dores e a resistência a qualquer outra intervenção. Estava com muito medo, pois, afinal, aqui o povo adora fazer "bagunça" e colocar recursos no parto alheio, mas graças a Deus, pudemos negociar como fazíamos a cada consulta.
O mais engraçado foi que no auge da dor pegava o celular e ligava para os amigos, confesso que pouco lembro, pois fui para outro lugar no mundo, me concentrava apenas em mim, no meu corpo e em fazer parceria com Luísa para que ela pudesse vir ao mundo com paz, tranqüilidade e mais amor ainda.
Enfim, depois de um breve alívio, porque sinceramente esta tal analgesia não funcionou muito não, fui para o expulsivo e comecei a fase dois.
Pensava nas aulas de Yoga, respirava e me concentrava, porém, Luísa não descia.
Como estava com uma equipe boa não em deixaram perceber que por mais força que fizesse o bebê não vinha.
Não faço a menor idéia de quanto tempo fiquei ali fazendo força para a Luísa vir, apenas me recordo de ter sido ajudada por outro médico que empurrou minha barriga e me ajudava a concentrar forças...
Logo, veio a sensação mais incrível que senti Luísa vindo ao mundo...
Depois disso não havia mais dor muito menos preocupações somente uma alegria incrível, um amor que rasgava minhas "entranhas", mais do que qualquer contração.
Enfim, apesar de não ter sido 100% natural, foi 100% verdade, 100% o melhor momento da minha vida.
Realmente, parir um filho é transformador, agora sei da potência que tenho, do poder que possuo e o quanto somos capazes de amar.
Fico mais feliz por ter conseguido ter meu parto da forma que foi possível e o melhor de tudo, saudável para mim e para Luísa.
Hoje curto cada pedacinho de minha “pitiquinha”, cada barulhinho e minutos de sono dela.
Agradeço muito a todos e digo e repito, se desejar algo, faça, pois “DESEJO é produção".
Produzi dentro do que pude e espero ter iniciado uma nova história aqui nesta cidade.
Ainda me consideram maluca, mas ninguém mais ousa duvidar do que sou capaz.
Obrigada Deus e acima de tudo obrigada filha, com seu nascimento eu renasci!
Relato de uma mãe com lágrimas nos olhos para uma filha mais do que amada!
_Juliana Mogrão Moreira, psicóloga e mãe de Luisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário