sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Mãe craft, ou seriam mãos crafts!

Ainda ano passado convidamos Elly Chagas, educadora lá em Santo André, em São Paulo, para nos contar as peripécias divertidíssimas das festas que costuma organizar para o filhote Caetano, em seus aniversários, pois já sabíamos, rede social afora, que ela bota a mão na massa, literalmente, e prepara cada item da decoração, no bom estilo Faça-Você-Mesm@!

Inclusive, eles já foram premiados em uma promo por aqui, em novembro de 2010!

Numa prosa super especial, e cheia de carinho ela nos escreveu, com detalhes como é essa grande missão, de transformar com criatividade o Rá Tim Bum de Cae! Bora conferir?!



Como parir um dragão

Desde quando Caetano estava para completar seu primeiro ano e minhas mãe e irmã vieram conversar comigo que iriam contratar um buffet para celebrar sua chegada na casa delas, deixei claro: “Eu cuido da decoração. E também de alguns alimentos mais saudáveis”. Caetano nascera num parto normal, numa casa de parto e me transformou. Por isso a cada ano, craftar sua festa tem sido um trabalho de parto.


Naquele momento ainda pouco sabia sobre craftagem, achei poucas referências, criei algo ainda muito próximo das festas mais comuns no Brasil, com muito TNT, EVA e balões de ar compondo o tema jardim. O diferencial ficou por conta do convite e de imãs de geladeira com edição gráfica minha.


No segundo ano, fizemos um pouco diferente a começar pela escolha de um tema pelo qual eu e ele compartilhávamos grande carinho: o personagem Menino Maluquinho, do Ziraldo. Foi incrível! Até a boleira do buffet viajou com a gente criando um “bolo em quadrinhos”. Usamos panelas na decoração e as bandeirolas substituiriam para sempre os balões. Nas mesas dos convidados barquinhos de papel.
Lembrancinha: um CD com a trilha do filme, além do imã mais uma vez editado em computador pela mamãe. Tudo criado em casa. E, durante a festa as crianças pintavam desenhos do personagens nas mesas que tinham também um porta lápis e soltavam bolinhas de sabão.


Tudo isso começou a se transformar em uma troca mãe e filho a partir do terceiro ano. Conversamos sobre que tema deveria ser, acredito que faltando uns 7 meses para a celebração e concordamos com “Música”. Os balões voltaram, mas só como adorno de mesa. Comprei instrumentos na tal 25 de março e utilizei outros brinquedos musicais que ele já tinha. Repetimos as lembrancinhas (CD com as preferidas do pequeno à época e imã editado por mim). Já não houve TNT nem EVA. Utilizei Contact colorido e adesivos destes de parede para compor o painel.


No quarto ano do pequeno, o tema foi escolhido bem por ele. Muito antes da data. Trouxe para casa muitos livros e audiovisuais com o tema: Espaço Sideral. Iniciamos um estudo do tema, andávamos por aí pensando em foguetes e planetas. Aprendemos muito juntos. O espaço físico da casa era pouco, mas o Espaço Sideral que criamos por quase um ano era vasto para a imaginação. Os coleguinhas gostaram muito e Cae também.


Terminada a festa de quatro anos, Cae já tinha eleito o tema Piratas  para a próxima celebração. Foi quando mergulhei fundo no mundo crafteiro, conheci o trabalho da Stéfi Machado e coletei muitas coisas pela internet. Um ano de trabalho de parto: pesquisando e respirando pirataria com Cae. Bandeirolas, barcos piratas de papel, papagaio de pelúcia pirata, caça ao tesouro, tapa-olho… O painel desta vez exibia o número cinco rodeado por adesivos piratas e uma foto do pequeno. Até giz de cera pirata confeccionamos em casa. Muita criança correndo, gritando, pulando pelo quintal. Ao término daquela festa pensei: difícil superar. Pode-se manter este nível, mas superar…


E já sabíamos que o tema de 6 anos seria ‘Dragão’…


De como parimos um dragão


Com toda esta experiência acumulada, saímos numa festa pensando na outra. Como muita gente acompanhou o processo pela rede social e interagiu, decidi criar um grupo chamado festas infantis alternativas e DIY ideias no Facebook e durante o ano ele cresceu assustadoramente, ajudamos muitas famílias a parir festas deliciosas e é um grupo muito especial de troca.


Tudo começa aqui, na internet. Utilizo o “Google Alerts” da minha caixa de email para receber notificações de festas no tema. Uso o tema em português e inglês: “festa infantil dragão”, “dragon kids party”. Cada vez que alguém publica algo assim na rede o google me envia o link. Eu entro, salvo numa pasta “níver2013″ cada ideia interessante durante todo o ano. Caminhamos na rua sempre de olho em coisas dragonescas e nos mêsversários do pequeno, como ele aprendera a ler entre quatro e cinco anos, comprava um livro da série “Como treinar o seu dragão”. Faltava pouco mais de um mês para a festa quando fui definindo graficamente os convites.




Geralmente uso a mesma arte ou parte dela para compor o imã de geladeira.


Levo para imprimir fora, nestas pequenas gráficas de porta de universidades o convite (compro vergê e levo) e nestes quiosques de fotografia a foto para o imã. Compro então a manta de imã num destes locais de silk screen, onde também compro por metro o Contact colorido para o painel.


Nas bandeirolas alternei gravura de dragão que fiz com canetinha e aquele transferidor plástico e adesivos que também levei para imprimir com os convites.





Depois, eu vi uma capa de dragão linda na internet. Eu, que nada entendo de costura resolvi tentar. O resultado:





As lembrancinhas deste ano conseguiram nos representar por demais: um dragão pregador que confeccionamos juntos mesmo (Cae pintou muito pregador de verde) e um livro cuja história criei e Cae ilustrou! Tudo num saquinho que também decoramos à mão eu e a tia Dadaya!




Para as crianças criamos viseiras de dragão e uma grande chama era cenário para fazerem uma foto!




Nas mesas, cascas de ovos que pintamos eu e Cae e bebês dragões feitos com papel rococó  e olhinhos (ideia minha a partir de uma outra ideia que vi na rede) davam o tom num pratinho com bolinhas de amendoins!




E fomos a cada dia criando a partir de ideias que encontrávamos por aí. Uma oficina de dragão chinês, com papel e lápis de cor empolgou as crianças. Eu e Cae fizemos a contação da história do livro “Meu filhote de dragão”. Assim a festa foi uma festa também dentro de mim, cumprindo a missão de trazer a mim e ao pequeno novamente a sensação do ritual de um parto.
  

* Elly Chagas é mãe do menino maluquinho Caetano, professora de Educação Infantil na rede municipal de Santo André/SP. Amante da arte e blogueira há 8 anos, edita os blogs Certezas Provisórias e Caetaneando, entre outros.

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